obsessões

Obsessões: significado e manifestações no cotidiano

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O que são Obsessões? Obsessões são compulsões são consideradas pela psicanálise como psiconeurose ou neurose de transferência, que são um tipo de neurose.

A neurose é um dos mecanismos da organização psíquica, ou seja, a expressão de um conflito psíquico que tem origem na infância e constitui um compromisso entre a defesa e o desejo

Entendendo o que são as Obsessões

O conflito do neurótico está em obter satisfação do desejo (pulsão) e a impossibilidade de realizá-lo imediatamente. Esse tipo de neurose é conhecido na psiquiatria como transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Mas como a sociedade de um modo geral, tem dificuldade em lidar com suas emoções, sentimentos e traumas, quando ouve falar em transtornos de personalidade ou neuroses, preferem generalizá-los ou apenas observar os sintomas extremos e, dessa forma, como um mecanismo de defesa, preferem não enxergar que, quando se trata de obsessões e compulsões, a questão é muito mais grave, pois, ao olhar suas manifestações sutis no cotidiano das pessoas, o número de indivíduos aumenta consideravelmente, principalmente porque algumas características são vistas como positivas, embora, muitas vezes, estejam escravizando o indivíduo.

As obsessões-compulsões são um excelente exemplo disso, pois, embora apresentem características negativas como a repetição de rituais, obstinações, atos compulsivos e que incapacitam a vida do indivíduo, também apresentam características sutis e que são vistas como positivas, como a disciplina, a ordem, o respeito, a moral e a ética. Esse tipo de neurose tem origem em uma fixação na fase anal, e vem de marcas provenientes de pais com superego rígido ou punitivo, agressões ao ego e conflitos intra-sistêmicos entre o ID e o Superego.

Obsessões e a fase anal

Na fase anal, a criança passa a ter a importante experiência de manipular a urina e as fezes, aprendendo a reter, expelir e controlar. É o primeiro momento da vida em que demonstra controle de si, diferenciando-se do mundo exterior. Na fase anal expulsiva, a criança tem a sensação de prazer e imposição aos outros, enquanto que na fase anal retentiva, aprende sobre o controle e a manipulação.

Para ser considerado transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é necessário que os sintomas afetem o funcionamento profissional, social e interpessoal do indivíduo e que os sintomas ocupem mais de uma hora do seu dia. As obsessões não são apenas preocupações em excesso em relação a problemas cotidianos, mas ideias, pensamentos, imagens ou impulsos que se repetem e persistem diariamente, provocando ansiedade.

A pessoa tenta ignorá-los, suprimi-los ou neutralizá-los através de um outro pensamento ou uma ação. São exemplos de obsessões: a preocupação com sujeira, germes ou contaminação; o medo de que algo terrível possa acontecer a si mesmo ou a alguém querido; a preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento e escrupulosidade; as dúvidas e a necessidade de ter certeza; os pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis e impróprios relacionados ao sexo; os pensamentos supersticiosos com números especiais, cores de roupa, datas e horários que podem causar coisas desagradáveis e ruins, entre outros.

Obsessões e compulsões

As compulsões são alterações de comportamentos como rituais e repetições, como indecisão, lentidão para realizar tarefas, aflição, medo e culpa. São comportamentos repetitivos ou atos que têm o objetivo de reduzir a ansiedade e reduzir o sofrimento causado por uma obsessão.

As principais compulsões são: lavagem de mãos; verificação de portas; ordenação e arrumação; contagem; colecionismo, alimentar, trabalho (workaholic), compras, jogos, sexo, entre outras. Esses atos, que são conhecidos popularmente como rituais, ocorrem várias vezes, de maneira sistemática e podem interferir nas atividades pessoais, profissionais e na rotina comum das pessoas.

O seu não cumprimento ou o fato de pensar em não cumpri-los, provoca no indivíduo, uma sensação de que algo ruim ou terrível vai acontecer. Dessa forma, para reduzir a ansiedade e afastar as obsessões, o indivíduo torna-se escravo desses atos, utilizando comportamentos compulsivos e gerando uma falsa sensação de alívio da ansiedade. É como se fosse um ciclo, que precisa fazer para que algo ruim não aconteça.

Considerações finais

Freud acreditava que ao nutrir hábitos e rituais obsessivos, os indivíduos acreditam que terão influência sobre o mundo exterior e poderão alterar fatos físicos em sua realidade.

Diante disso, pode-se observar que comportamentos como lavar as mãos em excesso até ficar em carne viva, manter as canetas e objetos em ordem em cima da mesa, voltar três ou mais vezes para verificar se fechou a porta, não são os únicos tipos de obsessões – compulsões que podem ser observados no cotidiano, mas também as situações vistas como positivas, como trabalhar ou se exercitar demais, além dos pensamentos que as outras pessoas não podem perceber, como pensar que se não usar determinada cor de roupa algo ruim pode acontecer, que se não mantiver a mesma rotina algo pode dar errado, entre muitas outras situações sutis que, ao começar a se observar podem ser percebidas no dia a dia.

E esse comportamento pode estar atrapalhando ou não o indivíduo. Se você se identificou, saiba que existe tratamento e isso pode reduzir drasticamente os comportamentos nocivos à sua vida. Procure um profissional!

O presente artigo foi escrito por Beatriz Costa. Professora, psicoterapeuta, coach e psicanalista em formação. Contato: [email protected]

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