pais originais

Pais Originais: reexaminando os efeitos psicanalíticos

Posted on Posted in Conceitos e Significados

Um dos temas mais instigantes que a Psicanálise vem se debruçando ‘pari passu’ e que é um tema emergente pós-moderno, versa sobre os efeitos psicanalíticos causados pela concepção da situação dos pais originais, Adão e Eva.

Os pais originais

Nem a Filosofia e muito menos a Teologia auxiliados pela Antropologia Clínica conseguiram adentrar nessa questão de corpo e alma e com abnegação, pois, ainda é considerado o desafio-mor do cognitivismo humano, em que pese, os críticos mais severos, ácidos e agnósticos (ateus) argumentem que esta questão esta alojada somente dentro da esfera mental dos que comungam o paradigma ‘haja luz e houve luz’.

Para os que comungam e partilham do paradigma ‘no começo houve uma mega explosão’ e tudo evoluiu via moléculas e células, contra argumentam que esta situação-problema inexiste para eles. E aproveitam para expor que tal questão não passa de algo mitológico e lúdico para quem gosta de literatura inútil diante do positivismo científico. Ou seja, as pessoas que tem a posição de que a matéria precedeu tudo estariam tranquilas e isentas desse debate pós-moderno.

E, para os que na visão deles, aceitam ainda que o ‘espírito’ precedeu a ‘matéria’ estariam mais vinculados a tais questões consideradas inúteis e angustiados por levarem a sério uma mitologia judaica ultrapassada. Aliás, alguns postulam que Moisés (1526AC/1406AC) sequer existiu.

Moisés e os pais originais

Moisés é considerado e apontado como o autor do Pentateuco, os cinco livros iniciais da Bíblia (Genesis, Êxodos, Levítico, Números e Deuteronômio). E no livro-primeiro, o Genesis (Origens) consta a frase que Yawed, (Deus) disse: ‘haja luz e houve luz!”. Foi este momento no seu devido ‘lócus’ a vertente que originou a concepção do criacionismo, ou seja, que o espírito precedeu tudo.

Essa premissa não é mais bem aceita por muitas mentes e corações no ‘epílogo’ da modernidade em transição para a florescente pós-modernidade. E alegam que será definitivamente excluída do imaginário social na ‘trans’ ou ‘ultra’ modernidade, onde as academias do mundo todo fomentam o positivismo científico, qual seja, a ascensão das ciências e o fim da metafísica e da mitologia, onde apenas inverteram os termos da premissa e tentaram ‘dialeticamente’ (tese versus antitese) apresentar uma nova síntese, de que ambas as concepções correm juntas paralelas e que no infinito existe um ponto onde se cruzam.

E tentam teóricos da ‘mega explosão’ como ponto de origem de tudo, se socorrer da matemática superior, em especial geometria para provar o teorema. Porém, são duas forças diametralmente opostas. Correm em sentidos contrários.

Sinapses bioquímicos e o paradigma da mega explosão

Inverteram na premissa colocando que foi a matéria que precedeu tudo e dela, por via da energia, surgiu a evolução de tudo, que o universo esta em expansão; neste particular ambos paradigmas estão de acordo. E que, não existe alma ou espírito, mas sim o ‘abstrato’ que são as ligações (fantasmas) dos sinapses bioquímicos. Diante dessa concepção o paradigma da mega explosão original se abstém de examinar os pais originais.

Entendem que era uma mera questão do Sigmund Freud (1856-1939) tentar examinar na teoria do ‘haja luz e houve luz’ diante das exceções a teoria concebida por ele. Porque argumentam que Adão e Eva não foram crianças, não foram adolescentes, portanto em tese, queimaram etapas. Não houve um seio e um mamilo para Adão e Eva. E os filhos pagaram mitologicamente falando, um preço por não terem avós.

E que isso se fosse verdade já teria caudado na origem proposta por Moisés um belo trauma universal. Que Adão e Eva não passaram pela estrutura psicossexual, não tiveram a resolução do complexo de Édipo/Electra, já estavam ‘genitalmente’ prontos vindo do barro (pó).

Os pais originais e as sociedades secretas

Nas famosas jantas de coortes para discutirem temáticas deste tipo em sociedades secretas, relatam que muitos zombavam e diziam que era ridículo tentar examinar a teoria do Freud ou do pansexualismo à luz dos pais originais. Não aceitavam os argumentos considerados tolos e ingênuos. Alguns debatedores se exaltavam expondo: “Senhores acreditam que o Noé existiu construiu uma ‘arca’ e colocou todos os animais dentro? Vocês são ridículos.

E outros levantavam pontas de questionamentos bem pontuais expondo: “Ora, partindo-se da premissa do ‘haja luz e houve luz’, senhores então acreditam que Eva foi concebida da costela de Adão e configurada já menstruando? Quando presente algum sacerdote, bispo ou clérico diziam que era uma heresia digna de fogueira e que não deveriam questionar os dogmas, os mistérios do Senhor.

O contraponto não tardava: ‘A Igreja é ridícula’, diziam, ‘impor tais dogmas’. Os debates eram longos. Reexaminar os efeitos psicanalíticos do pais originais (Adão e Eva) só foi possível com Freud, porém, reparem bem que a temática já era debatida na antiguidade cristã evidente sem os conhecimentos e conceitos do Freud.

Freud e os pais originais

Por essa razão é que muitos pesquisadores entendem que o mundo pós Freud foi de outra concepção, pois já instrumentalizados para entrar nesse mesmo campo com ferramentas mais aperfeiçoadas que era o corpo teórico de Freud. Entretanto, várias questões serão levantadas aos poucos pós-Freud para ouvirem o que os psicanalistas tem a dizer e responder ao tecido social curioso porque a Filosofia e a Teologia não conseguiram achar respostas cabíveis e consideradas coerentes.

E a Teologia ainda esta muito vinculada aos dogmas. E dogma é dogma, tem que ser aceito ou descartado. O Magistério da Igreja não aceita pre questionamentos dos dogmas. Questionam: ‘Que idade teriam Adão e Eva quando criados? Ela foi deflorada por Adão quando menstruava? Eles se masturbavam? Como foi o primeiro parto, de Caim e sua irmã gêmea Luluva, conforme os apócrifos? Por que a Igreja defenestrou os apócrifos? Com que idade Caim matou Abel?’

São ‘n’ questões arroladas e listadas que causam mal estar na Igreja e nos devotos. Esta seria então a tentativa de reexame dos efeitos dos atos psicanalíticos teriam causado à toda humanidade pelos pais originais na esfera do paradigma ‘haja luz e houve luz’.

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    Considerações finais

    Foi a Psicanálise pós-Freud que finalmente tirou a tampa dessa caixa de segredos que estava fechada e lacrada, lançou um olhar e trouxe à tona das consciências buscando no inconsciente humano para uma tentativa de debate mais maduro no mundo ocidental, que esta mais preparado.

    Derradeiro expor que ainda precisaremos de muito tempo futuro para maturar e discutir melhor essas questões consideradas profundamente humanas e dolorosas. Mexer nesse conteúdo ainda dói muito na humanidade.

    O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Graduado com licenciatura em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacológica; acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica. Contato via e-mail: [email protected]

    One thought on “Pais Originais: reexaminando os efeitos psicanalíticos

    1. Adão e Eva, pela corrente, tese, da mitologia, nos faz refletir sobre a própria questão do Homo Sapiens! E a questão dos mamilos, que nós homens viemos, mas entre nós, há uma espécie como que “duas analogias a amamentação”: aqueles que lambém os “bicos” e como massageiam para atiçar a glândula e, dependendo do percentual que tenham de progesterona, até que sai algum fluido sexual nela! Já outros homens, fazem sexo oral em pênis, como fonte de alimentação (eu adoro e faço com tal deferência ao pênis, que já teve homem que pos uma perna relaxando nas minhas costas, com orgasmo prostatico incrivel)! Adorei secar a região para ele, depois do climax!

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *