paranoia e pessoas tóxicas

Paranoia e pessoas tóxicas: existe relação?

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Nesse enfoque sobre paranoia e pessoas tóxicas, vamos tratar de um tema muito delicado e complexo, a paranoia como expressão proeminente de pessoas tóxicas.

Você já deve ter ouvido falar na expressão ou conceito de pessoa tóxica e até já deve ter lido o que são tais pessoas e como lidar com elas. Já existem ótimos enfoques a respeito inclusive neste conceituado blog.

Entendendo sobre paranoia e pessoas tóxicas

Também, com máxima certeza algum dia você já ouviu falar de ‘paranoia’. Vamos nesse enfoque examinar o que é uma pessoa tóxica, porque a paranoia é proeminente em tais pessoas, como elas criam uma atmosfera negativa por essa via de expressão, entender como replicam a paranoia de forma sutil e hábil, compreender a dimensão da toxicidade dessa postura e suas repercussões, como neutralizar essa situação-problema e as perspectivas dos sentimentos e emoções quando se convive com paranoias.

Na conclusão, vamos ofertar uma opção de resposta à indagação se é possível debelar a paranoia?! Nosso ponto de partida será entender o que é uma pessoa tóxica e o que é a paranoia e após, juntar os dois termos.

O que é uma pessoa tóxica?

Existe a tendência cognitiva mental quando se fala em ‘toxicidade’, já associar de plano pessoa tóxica no sentido literal do termo ou denotativo da palavra, ou seja, seria em tese um viciado em alguma droga ou psicofármaco. Mas, não é disso que vamos discorrer nessa abordagem. Nosso propósito será no sentido conotativo, ou seja, pessoas tóxicas que nos referimos são pessoas assim consideradas no âmbito psíquico, psicológico.

Pessoas indutivas de relações confusas, conflituosas, negativas, pessoas que são pessimistas e destrutivas, agressivas, ofensivas, briguentas, uma pessoa considerada disfuncional e que consegue conquistar grande taxa de atenção e ter até projetos de sucesso. Algumas são até bem estruturadas em termos de infra, possuem recursos, insumos, mas são pessoas tóxicas porque geram toxicidades.

Pessoa que produz de forma bem transparente, efeitos nocivos nos outros, que envenenam suas relações, que não tem estabilidade verbal, algumas consideradas como pessoa- problema. Nada presta para a pessoa tóxica. E as pessoas assim consideradas porque possuem a chamada atitude tóxica, ou seja, geram nos outros um sentimento de culpa que, não sendo verdadeiro, acaba levando-as a se afastarem dela. Alguns chamam nos EUA essas pessoas de pessoas ‘put drama in your life’ (que coloca drama em sua vida).

Os termos de paranoia e pessoas tóxicas

O termo tóxico que gera a compreensão de intoxicar e intoxicação, que no vernáculo português pronuncia-se com ‘cs’, sendo por isso a pronúncia com “ch” incorreta, da chamada forma culta, leva a palavra para o campo do expor, do ‘expo’ como ‘eispo’, ou seja, forma encurtada de exposição.

Vamos encontrar inclusive na Bíblia referências a isso, relacionamentos tóxicos, no livro dos Provérbios, que expressa que a pessoa maligna, a mulher, mas pode ser o homem, que seduz o outro, destruindo sua vida familiar e espiritual sendo tóxica.

Expressa um provérbio, “para te guardarem de tal pessoa vil, das lisonjas da estranha, não cobices no teu coração a sua formosura, nem te prendas aos seus olhos”, pois aponta que você poderá acabar mendigando pão na ruína. Existem outras passagens diversas. O tema, portanto, tem mais de 5 mil anos.

Vícios do espírito

Conceituar uma pessoa tóxica nos dias de hoje seria em tese, como conceituar milhares de pessoas em milênios pregressos, pois a questão é verbal, esta alojada na palavra e mente da pessoa a toxicidade e em vícios do espírito como ser cobiçoso. A cobiça estaria na raiz da toxicidade mental. Porém, o tema vai mais longe onde ainda, pois é preciso compreensão do que seja a paranóia porque o estado de cobiça leva a pessoa para o campo da paranóia.

Como a paranoia se revela numa pessoa e se projeta socialmente? Compreendido o que seja uma pessoa em tese, tóxica no sentido conotativo ou psicoemocional do termo, precisamos entender o que seja a paranoia. A paranoia é uma condição psicossocial que se revela como um instinto ou processo de pensamento que acreditam ser fortemente influenciado pela ansiedade ou pelo medo, e muitas vezes, como um ponto de delírio ou irracionalidade.

O pensamento paranoico consiste na crença de que a pessoa está a ser alvo de perseguição ou de uma conspiração possuindo sintomas de isolamento voluntário de momentos sociais; a pessoa também poderá se sentir facilmente ofendida, ou ter um comportamento defensivo e hostil.

O criticismo

Não ser capaz de aceitar o criticismo e perdoar quem supostamente lhe causou um mal projetado, a pessoa não consegue confiar nos outros, entra no estado de suspeitar de todo e de tudo o que os outros fazem. Esse quadro é deflagrado segundo estudos neuropsicanalistas por uma situação chamada de dopaminérgica, em que áreas escolhidas do cérebro apresentam um excesso da atividade desse neurotransmissores”, afirma psiquiatras.

E a paranóia pode esta associada ou não a quadros de pré esquizofrenia, transtorno bipolar, ansiedade crônica, dentre outros transtornos que são investigados para se fazer o achado. A pessoa desencadeia um quadro de paranoia possuindo delírios de grandeza ou megalomania; ou persecutório (perseguição);de ciúme, ou erótico.

Com passar do tempo esse transtorno passou a ser conhecido como personalidade paranoide e caracterizado por um padrão generalizado de desconfiança e suspeita injustificadas dos outros que envolve interpretar seus motivos como maliciosos.

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    O diagnóstico

    O diagnóstico é por critérios clínicos. Recomendam muitos analistas para tentar minimizar, debelar ou conseguir a remissão (cura) o tratamento com terapia cognitivo-comportamental.

    Estudos apontam que pessoas com hipocondria ou desconfiança de estar doente podem deflagrar quadros de paranóia crônica mais graves para tentar deixar um legado e inventam uma mega mentira. Alguns casos são relatados como reação da psicose, porque a própria pessoa acaba revelando de forma distorcida os seus sintomas onde a pessoa afirma que outro lhe persegue. Mas, já seria a forma patológica.

    O portador de psicose sendo paranóico não sabe informar quem é que lhe persegue, mas ouve vozes o que poderia lhe colocar numa condição a priori de esquizofrenia. Então essa seria uma condição psicótica. O que importa é saber que o TPP, o Transtorno de Personalidade Paranoide é justamente uma desconfiança em demasia, exagerada, fora de prumo, da pessoa, algo crônico e profundo muitas vezes severa, sem perder o teste de realidade ou a lucidez.

    Motivos apontadores, paranoia e pessoas tóxicas

    Os motivos apontados geralmente são sempre negativos. A pessoa relata estar mergulhada numa atmosfera e descreve sua paranoia, replica o perseguição e gera uma dimensão de que ela é alvo de forças ocultas. Nesse sentido é assim que a paranoia se revela numa pessoa, ela gera uma percepção exacerbada, severa, de que está sendo vigiada e controlada ou monitorada.

    Tenta argumentar, mas não sabe explicar quem são tais forças embora simule várias justificações. Casos graves são relatados como pessoa que informa que foi num dentista que implantou um microchip no seu dente e que está sendo escutada por muitos e que está sendo alvo de escárnios e gozações por um grupo de pessoas.

    Os casos tem uma gradação de leves, moderados, graves, severos, muito severos ou passíveis de internação.

    Porque a paranoia é expressão proeminente de pessoas tóxicas e ganha grande taxa de atenção?

    Essa relação da paranoia com a pessoa tóxica foi ganhando tração e muita taxa de atenção social justamente porque a pessoa que sofre de alguma forma de paranoia já vem dum quadro de toxicidade mental, são pessoas que projetam delírios. E a tendência é ir agravando.

    Toda pessoa tóxica no sentido psicológico verbal possui como expressão mais forte que está associada a quadros de confusões verbais e consegue imaginar histórias mirabolantes ou misturar a história com a estória. Porque como já referido a toxicidade está ligada a verbalização, ao ato de falar ao outro ou pela atitude tóxica onde fala pelos cotovelos conforme jargão pop e vai justificando o que fala. E o ato ou fato que serve de gatilho ou ponto de partida, é a demanda da verbalização, bater na tecla.

    A pessoa tóxica bate na tecla e tenta impor seus pontos de vista e vai ganhando atenção. E quando aglutina essa tendência com a suspeita de ser alvo por exemplo de um complô ou perseguição passa a ser a pessoa tóxica com paranoia ou paranoide por vai imprimindo o relato na mente de todos.

    Quadros de factóides

    De forma que o relato ganha contornos de verdade, como por exemplo, afirmar que viu um ser extra terrestre. A pessoa inventa um quadro grandioso de factoides, muitas vezes consegue concatenar bem até ser descoberta em alguns casos ou anos depois realizar uma revelação de que mentiu ou forjou a situação.

    No momento que ocorre essa autodescoberta, a pessoa então conclui que esta doente e pede ajuda em alguns casos. Outros mergulham num estado de recolhimento ou isolamento e não desejam mas, nem serem enxergadas. Fogem da mídia.

    Ocorre geralmente quem alega ter visto um santo. Experiências sensoriais até podem ter ocorrido, porém, em todas as pessoas tóxicas a paranoia aparece como fator proeminente. E na raiz da toxicidade esta alojada o delírio, numa de suas fases.

    Como neutralizar essa situação problema

    Não existe ainda, em tese e a priori, um receituário formal salvador capaz de neutralizar a ‘toxicidade paranoide’ (ou a pessoa portadora da condição tóxica paranoide) que é o tipo mais proeminente de toxicidade. Porque ela já vem se amoldando e conseguindo passar para tecido social que tem probabilidade de ser uma verdade ou pós-verdade que na realidade é uma pseudoverdade.

    Existem tentativas proformas de, por passos e etapas, caminhar na direção da oferta de alguns métodos para se tentar abordar a questão e gerar quem sabe, até uma tentativa de neutralização que venha num futuro levar a pessoa tóxica paranoide para uma possível remissão.

    A toxicidade paranoide projeta situações variadas. Existem casos de pessoa que se dizem perseguidas por ET’s e que serão abduzidas e vão desaparecer no futuro. Outras, que viram um anjo ou até o diabo, em pessoa, que conversaram muito e tem revelações a fazer, ou percebeu um santo no pé da cama, uma santa. Ou que sonharam com situações esdrúxulas, conversando com um animal por telepatia.

    Pseudonormalidades

    Alguns casos são ajustados dentro de uma pseudonormalidade chamada de ‘novo normal’ por aqueles que se intitulam pós-modernos, onde alguns escrevem livros que moraram em outro planeta e voltaram, viajaram para passado ou futuro, estiveram no cosmos, ou outras galáxias, ou ainda que conversaram com profetas.

    Escrevem livros que viraram ‘best-selleres’ ou ainda realizam programas de televisão e palestras eletrizantes e caras. Uma senhora relatou num programa ligado a teoria dos antigos astronautas que viveu fora o planeta ou que foi levada a bordo da nave e andou pelo Universo.

    Alguns desejam inclusive realizar o detector de mentiras, porque não querem ser definidos como mentirosos patológicos. Percebe-se que por trás das toxicidades existe um cobiça. A situação é paranoide e tóxica, entretanto, em muitos cases já admitida como algo factível e até viável e crível. Por esta razão é que a paranoia é mais proeminente nas toxicidades veiculadas.

    A paranoia e pessoas tóxicas como mercadorias

    Tais situações sabemos de antemão que são todas tóxicas. Porém, nelas existe um componente forte, a paranoia que se expressa e cria mais adeptos. Isso então, passou a ser chamado também de uma situação novo normal. E o problema é que o novo normal passa a querer breve ser o normal. E para os casos como por exemplo, construção da pirâmides do Egito por ET’s, seriam pós-verdades.

    E tem mercado amplo. A paranoia passa a ser um espécie de mercadoria e altamente vendável, pois geradora de marketing. Entretanto compõe um amplo quadro de toxicidades. Alguns críticos chamam de toxicidade positiva ou lúdica e tentam com alguns cases de sucesso, levar ao cinema e tem bilheteria para firmar como pós-verdade e defender a tese de que temos que aceitar o novo normal.

    Só que este novo normal ele precisa passar pelo exame psicossocial. Tenta se recusar mas precisa ser avaliado a nível psicológico. Só que é uma paranoia expressão proeminente de toxicidades.

    Conclusão

    Diante de tudo o que foi acima exposto, sobre a proeminência da paranoia na toxicidade humana e em face de questão proposta que foi examinada, ou seja, se é possível debelar a toxicidades paranoide, entendemos que o mercado foi quem conseguiu com muita maestria, habilidade e apoio de marketing incorporar na cognição social que certas paranoias são até viáveis, pois que elas dominam um imaginário social e vendem bem, as paranoias que viram quase verdade e tem projeção.

    Submetidas a um escrutínio social muitos não aprovam, mas reconhecem que é uma paranoia que tem lastro e projeção, o que fica muitas vezes bem difícil de desconstruir e fazer pessoas entender a realidade. Por outro lado, outras acham que não é crível mas seria algo até lúdico e do novo normal ou quem sabe uma pós verdade.

    Artigo escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira, Licenciado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. PG em Filosofia Clínica. Contato via e-mail: [email protected]

     

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