Entre os inúmeros benefícios de fazer psicanálise, está o de buscar entender a causa da repetição de determinados padrões de comportamento que passam, muitas vezes, despercebidos.
É como se vivenciássemos “novos” problemas que, na verdade, tratam-se de velhas atitudes que são repetidas, inconscientemente, causando mal-estar e sofrimento.
Benefícios de fazer psicanálise: O que é a psicanálise?
Fundada pelo médico Sigmund Freud, a psicanálise é um campo de investigação teórica e clínica da psique humana. Cada vez mais procurada, a psicanálise baseia-se no livre relato do analisando como meio de conexão com as questões inconscientes.
O principal objetivo da psicanálise é o de melhorar a qualidade de vida do indivíduo ao detectar as causas das aflições e não somente remover seus sintomas.
Fazendo uma analogia com as doenças orgânicas, de que adianta apenas aliviar a febre com um antitérmico se a infecção não for tratada? De nada, pois a febre persistirá ao passar o efeito do medicamento.
Benefícios de fazer psicanálise: um caminho longo e tortuoso
Muitos procuram a psicanálise como uma forma de minimizar e/ou curar determinadas dores existenciais, entretanto, é importante deixar claro que precisa haver o desejo de trilhar esse caminho de autoconhecimento que, na maioria das vezes, é cheio de obstáculos e, portanto, desafiador.
A base de uma sessão analítica é o ato de falar. Vem daí o conjunto de elementos a serem trabalhados pelo terapeuta na tentativa de desvendar os enigmas que estão por detrás das inquietudes do cliente.
O terapeuta é preparado para guiar o analisando ao encontro das respostas que ele precisa, justamente, ao interpretar o relato, os gestos e os sonhos trazidos pelo paciente durante a sessão. O resultado pode não ser imediato pois trata-se de um processo analítico minucioso e variável de pessoa para pessoa.
Alguns principais benefícios da psicanálise
1. Possibilidade de autoconhecimento pelo relato do paciente sobre os sintomas, associado à interpretação e direcionamento dado pelo terapeuta;
2. Mudança na forma como lidamos com as emoções e problemas do dia a dia;
3. Ambiente calmo e privado para falar das questões pessoais;
4. Sessão e tratamento individualizado, ou seja, o terapeuta elabora uma conduta de tratamento diferente de acordo com o universo de cada paciente;
5. Melhor entendimento e possibilidade de desbloquear determinados padrões de comportamento;
6. Promove a aceitação pessoal e o respeito aos limites e tempos individuais para que as mudanças ocorram;
7. Melhora da qualidade de vida e relacionamentos interpessoais, como fator decorrente de todos os benefícios acima.
Qualquer pessoa é analisável?
A entrevista é fundamental para detectar se existem contra indicações à terapia. Fatores como nível cognitivo, religião e ambiente familiar podem ser impeditivos da prática.
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A idade e capacidade de raciocínio também não podem ser desconsideradas, afinal, o paciente deve ser capaz de interpretar as questões trazidas durante o processo analítico, bem como, precisa possuir a coerência necessária para falar sobre seus sintomas e aflições.
Outro fator limitante é a chamada ‘contratransferência negativa imediata’, na qual o cliente apresenta uma postura que não contribui ao ‘par analítico’, ou seja, à relação ‘paciente/psicanalista’, fundamental para o bom desenvolvimento e evolução do trabalho. Entre algumas indicações para a psicanálise, as neuroses são as mais presentes e tratam-se de sofrimentos mentais ou emocionais tais como: ansiedade, depressão, medo, irritabilidade, entre outros.
Resistência em buscar a psicanálise: medo ou desconhecimento?
É muito comum ouvirmos a frase: “Quem mais precisa de terapia não faz”. Todos nós temos alguma resistência para reconhecer erros, o que dificulta a autoanálise e, consequentemente, a mudança de consciência para corrigir determinado padrão de comportamento.
Essa resistência pode ser o medo das consequências de lidar com determinados traumas dolorosos e, também, pelo desconhecimento sobre a psicanálise e seus benefícios.
Mesmo existindo o desejo de fazer análise, é comum que o paciente tente dificultar o processo analítico ao transferir sentimentos para o psicanalista, entretanto, essas são reações esperadas durante a sessão e que podem auxiliar o terapeuta a identificar a origem do problema.
O que é o fenômeno da ‘Transferência’ e qual sua importância na psicanálise?
Formulada por Freud durante suas análises, a ‘transferência’ é o deslocamento de emoções do passado para pessoas do presente, que se manifestam ao longo da terapia e vão desde sentimentos amistosos com o psicanalista (transferência positiva) a reações mais hostis (transferência negativa).
A ‘transferência positiva’ está baseada na confiança entre o analisando e o terapeuta, o que é fundamental, pois colabora com o processo analítico. Já a ‘transferência negativa’ é sempre preocupante pois dificulta o bom desenvolvimento do processo analítico.
Existe ainda a ‘contratransferência’, conhecida como ‘transferência do analista’ que é definida como a resposta emocional do terapeuta em relação ao paciente e às histórias dele. Apesar de auxiliarem no entendimento do paciente, essas sensações merecem vigilância permanente do profissional, a fim evitar que interfiram de forma negativa no tratamento.
Benefícios de fazer psicanálise: A vontade de fazer terapia é o 1º passo para a cura
Por mais que tenhamos o apoio de amigos e familiares, a decisão de ser analisado é fundamental para a tomada de consciência do que nos incomoda.
O desejo de fazer terapia é a base ética da psicanálise, que vem mostrando ser um recurso cada vez mais procurado pelos mais variados motivos que vão desde o tratamento de determinados distúrbios mentais à melhora das relações interpessoais e busca pelo autoconhecimento.
Este artigo sobre os benefícios de fazer psicanálise foi escrito por STELA MARIS GONÇALVES MACIEL ([email protected]), jornalista, especialista em saúde e formanda em psicanálise.