pareidolia

Pareidolia: o que é, exemplos e origem do conceito

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Pareidolia é um fenômeno psicológico que ocorre quando vemos imagens ou padrões conhecidos em estímulos aleatórios ou inconclusos. Por exemplo, podemos ver um rosto humano nas nuvens ou um animal em uma mancha de tinta.

Quem nunca olhou para uma mancha, objeto ou qualquer outro item e associou a forma a um rosto? A mente humana funciona de forma curiosa e nos presenteia pregando peças em momentos únicos. Portanto, entenda melhor o significado de pareidolia e alguns exemplos práticos do cotidiano.

O que é pareidolia?

Pareidolia se trata de um fenômeno mental em que a pessoa acredita estar vendo algo que, de fato, não está presente em uma imagem. Por exemplo, ver o rosto humano em coisas não humanas.

Exemplos:

  • Quando uma sonda espacial fotografa o solo de Marte; e as pessoas que veem as imagens acreditar haver um rosto humano desenhado no solo.
  • É difícil conceber um veículo automotor que não tenha os dois faróis, à semelhança dos olhos humanos.
  • Pense em manchas em portas, paredes ou mesmo nas roupas, em que tentamos encontrar formas significativas nos desenhos abstratos e aleatórios.
  • Quem nunca olhou para o céu e viu um animal, objeto ou mesmo o rosto de alguém? A internet está repleta de imagens com rostos de famosos ou forma curiosas de se observar. Ou seja, é um grande exemplo.
  • Vegetais com alterações físicas: Frutas, verduras e legumes não possuem um padrão e podem crescer das mais variadas formas. Assim, por isso mesmo, não é raro ver vegetais com formas de animais, rostos, partes do corpo e até com outras plantas.

De maneira curiosa, um mesmo padrão visual pode ser percebido de diferentes maneiras por várias pessoas.

Isso é uma percepção errada de um estímulo visual, baseado na psicologia. Nossa tendência é ver e acreditar estar vendo em coisas que são comuns às nossas crenças e ideias.

Ou seja, uma pessoa pode enxergar uma imagem observando um padrão dentro de outro objeto. Por meio disso que se chega a uma forma reconhecível, embora determinada por sua real estrutura.

Causas

As causas da pareidolia ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que sejam causadas por uma combinação de fatores, incluindo:

  • Nossa necessidade de encontrar significado e padrões no mundo ao nosso redor.
  • Nossa experiência e expectativas.
  • Nossas crenças e valores.

Além disso, a pareidolia pode ser encontrada em todas as culturas e períodos históricos. Aqui estão alguns exemplos:

  • Na religião, a pareidolia é frequentemente usada para ver imagens de divindades ou outros seres espirituais. Por exemplo, os muçulmanos acreditam que podem ver o nome de Alá nas nuvens.
  • Na arte, a pareidolia é frequentemente usada para criar imagens que são ao mesmo tempo intrigantes e misteriosas. Por exemplo, o artista holandês Maurits Cornelis Escher criou muitas imagens que são ambíguas e podem ser interpretadas de várias maneiras.
  • Na ciência, a pareidolia pode ser usada para identificar padrões em dados que seriam difíceis de ver de outra forma. Por exemplo, os cientistas usaram pareidolia para identificar a existência de buracos negros.

Etimologia ou origem da palavra pareidolia

A palavra é originada do grego:

  • para, que significa ‘ao lado de’,
  • eidolon, que significa ‘imagem’ ou ‘forma’.

Ou seja, a pareidolia é interpretar em uma coisa uma imagem semelhante a outra coisa.

Pareidolia é doença?

Quem manifesta esse tipo de fenômeno acaba criando uma organização interna e dá significado a algo sem muita estrutura.

É importante frisar que caso se pergunte se a pareidolia é doença, não se preocupe. Não possui natureza que cause danos no ser humano. Dessa forma, é uma resposta tão comum que a incapacidade de executá-la é que é vista como algum problema.

De um modo geral, mostra o potencial criativo de nossas mentes para ressignificar algo que já era concreto.

Não confunda com alucinação, que é uma expressão da psicose, segundo a psicanálise. Este é um caso grave, em que a pessoa vê coisas bem concretas e ouve vozes, de modo que aquilo tudo parece bem real é assustador.

Não é uma pareidolia, que é um fenômeno bem mais leve e a pessoa sabe que está interpretando de maneira imaginativa.

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    Sinônimos como ilusão e alucinação orbitam o universo da pareidolia, enquanto a realidade e a objetividade permanecem como seus antônimos, ilustrando a batalha entre percepção e concretude.

    Por que acontece a pareidolia?

    A pareidolia ocorre devido à nossa necessidade inata de encontrar significado e padrões. Mesmo no caos, nossa mente tenta se organizar para que o desconhecido faça sentido.

    Este fenômeno nos conduz através dos labirintos da percepção. Ajuda-nos a revelar como o cérebro interpreta e constrói a realidade a partir de estímulos visuais.

    A pareidolia se mostra como uma distorção perceptiva, necessitando de um meio sensorial para captar um estímulo externo. No caso, os olhos, um objeto acaba sendo percebido de um jeito diferente do esperado. A criação de outras imagens pela distorção pode ser entendida de duas maneiras:

    Experiências pessoais

    Há uma percepção distinta do modo comum de captar o mundo. Em parte, isso vem das experiências já vividas pelo indivíduo, regendo sua forma de visualizar o mundo. Assim, a maneira como ele percebe o estímulo advém de algo que ele já encontrou anteriormente.

    Alteração do sentido lógico

    Existe uma mudança na maneira como a pessoa entende os objetos lógicos. Usando outras palavras, a configuração física do seu estímulo, o objeto concreto, dá margem à ilusão.

    Enganos psicológicos

    Mostram como uma nova percepção que convive adequadamente com as percepções comuns. Cabe ressaltar que os enganos perceptivos não se fundamentam no estímulos residentes do mundo externo, algo que acontece nas alucinações.

    Tipos de distorções perceptivas

    Existem variados tipos de distorções perceptivas além da pareidolia. Elas englobam uma classificação onde se estruturam de acordo com a maneira que se manifestam. portanto, são elas:

    Anomalias na percepção das características

    São aquelas que referenciam as visões coloridas que temos em relação a alguns itens. Assim, o indivíduo capta mudanças no entendimento da cor dos objetos, algo até comum se levarmos em conta as variações.

    Para que entenda melhor isso, pense no daltonismo, onde há deficiência na captação de cores dos objetos. Dessa forma as coisas ficam mais claras.

    Hiperestesias e hipoestesias

    Aqui existe uma visão mais intensa sobre os estímulos, especialmente os físicos e visuais. Por exemplo, uma pessoa que pode sentir uma dor aguda com um estímulo mínimo ou não sentir nada.

    Anomalias na integração perceptiva

    Esse tipo de mudança é menos comum do que os outros itens dessa lista. Costuma surgir às vezes em quadros de esquizofrenia ou em transtornos orgânicos.

    Metamorfosia

    A metamorfosia trabalha a ideia de alteração na captação da forma de um objeto ou uma pessoa. Portanto, o seu tamanho pode ser maior do que realmente é ou menor do que deveria ser.

    Ilusões

    As ilusões se mostram como um recebimento mais complexo e errôneo do mundo externo. Nesse contexto, além da pareidolia, você pode existir a sensação de presença. Ademais, visões e efeitos auditivos podem ocorrer.

    Influência sobre a cultura humana

    Ao longo do tempo, por meio de registros e histórias, é possível observar como a pareidolia influenciou a humanidade. Dessa forma, o modo superficial de observar alguns eventos mexeu bastante com muitos que acreditaram na existência do divino.

    Graças a isso que muitos afirmam ver imagens religiosas, ET’s ou pessoas dentro de manchas e borrões.

    Existe uma crença coletiva de que há uma realidade captada de modo subliminar em alguns objetos em diversas religiões. Assim, o canto de pássaros, ecos distantes ou mesmo o ruído branco da televisão seriam parte disso.

    Além  disso, há os mais ousados que afirmam existir conexão com outros mundos ouvindo o som de discos musicais tocados ao contrário.

    A exemplo, a religião judaica ou a muçulmana carregam manifestações próprias da pareidolia em suas estruturas. Isso fica defendido quando os muçulmanos enxergam o nome de Alá desenhado nas nuvens ou em montanhas.

    A dimensão do inconsciente

    Muitas vezes, as imagens criadas por meio deste fenômeno não são intencionais. Dependem da vida do sujeito e do seu inconsciente, segundo a psicanálise. Por exemplo, se uma pessoa está atravessando o luto, ela pode ver imagem do ente querido que se foi em outras pessoas ou mesmo em coisas.

    Da mesma forma, uma pessoa muito rigorosa em suas crenças espirituais pode ver imagem de entidades refletidas nas coisas.

    Assim como nosso discurso, ideologia ou visão de mundo influenciam nossa vida psíquica, isso também pode influenciar nossa percepção visual.

    Ilusões

    As ilusões são vistas como mudanças de estrutura nos estímulos ambíguos captados por uma pessoa. Com isso, se cria uma percepção equivocada de um objeto com imagem concreta. Assim, as ilusões acabam não correspondendo com as características físicas verdadeiras de alguma coisa.

    Essas ilusões dependem em grande parte da disposição humana em organizar um item isolado em relação ao ambiente. Nesses termos, uma simples configuração visual pode se destrinchar em vistas com mais complexidade.

    Brincadeiras

    Como dito linhas acima, a pareidolia não se trata de uma patologia, sendo um movimento comum no funcionamento do cérebro humano. Dessa forma, tendo isso em vista, esse tipo de fenômeno pode ser bem aproveitado, por exemplo, na brincadeira com as crianças.

    Por isso, se torna um modo criativo de incrementar as brincadeiras e o momento de lazer em família.

    A distribuição de cartões coloridos com manchas pode dar início a uma brincadeira com poucos materiais e com bastante invenções. Neste caso, os envolvidos podem desenhar em outra folha o que enxergam nas manchas desses cartões.

    Ao fim, todos podem comprar o resultado de suas artes e perceber a forma como pensam e interagem com o mundo.

    Considerações finais sobre pareidolia

    Pareidolia é um fenômeno fascinante que nos ensina muito sobre a natureza humana. É uma ferramenta poderosa que pode ser usada para criar arte, ciência e até mesmo autoconhecimento.

    Sendo essa a parte mais divertida do texto, os exemplos de pareidolia são corriqueiros e bem fáceis de achar.

    De um modo geral, a pareidolia acaba por exercer a criatividade do indivíduo. Contudo, de um modo divertido. Portanto, esse tipo de reação expõe a criatividade da pessoa. Assim, consegue mudar a maneira com que olha para formas aleatórias e comuns do cotidiano.

    Reiteramos que não se trata de um estágio de qualquer doença ou patologia, sendo um reflexo natural da mente. Assim, exercite sua percepção de mundo e encontre formas de ressignificar algo que já existe.

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    3 thoughts on “Pareidolia: o que é, exemplos e origem do conceito

    1. Erislândia Pereira Oliveira disse:

      Muito boa matéria sobre a pareidolia

    2. Boa tarde,
      Gostaria de saber por favor, se é normal uma criança com 3 anos ver imagens nas nuvens. Agradeço que me ajudem…
      Muito obrigada
      Ana Pinto

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