pessoas descontroladas

Pessoas Descontroladas: características e sinais

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Vamos debater sobre características e comportamentos de pessoas descontroladas. Qual a visão da psicologia a respeito? É importante lembrar que esta definição é subjetiva e, muitas vezes, está no olhar de quem avalia. Então, use de muito critério ao opinar que você ou alguém é uma pessoa descontrolada.

Segundo Sigmund Freud, em sua teoria que trata da segunda tópica, o aparelho psíquico poderia ser compreendido como o conjunto e interação entre três entes: Id, Ego e Superego. Cabe aqui ressaltar que esses são entes psíquicos e “imateriais”, não correspondendo a estruturas físicas e/ou biológicas existentes no sistema nervoso central humano.

Resumidamente, o Id é a instância psíquica responsável pelas pulsões, que busca simplesmente a satisfação de desejos, sem a regulagem de questões éticas ou morais.

O Ego, por sua vez, deve balancear a atividade do Id e do Superego, colocando em cheque as condenações de ambos, e dosando a satisfação das necessidades fundamentais e dos desejos com as regulações e implicações dos atos do indivíduo.

Já o Superego é a instância psíquica mais profunda esse refere a uma instância psíquica que condiciona moralmente as ações e pensamentos, colocando autoridade e proibições.

Dessa forma, a perfeita integração dessas três instâncias leva o indivíduo à satisfação saudável de seus desejos e necessidades, preservando sua funcionalidade social.

O que são pessoas descontroladas?

O sofrimento e a não-funcionalidade, entretanto, tem origem quando não há o correto balanceamento da atividade dessas três instâncias. Por exemplo, em indivíduos que possuem uma atividade muito alta do Id, em contraste com as atividades do Ego e Supergo, ocorre a tendência a atitudes impulsivas, que podem gerar consequências sociais desfavoráveis para aquele indivíduo, inclusive envolvendo aspectos legais.

Esse desequilíbrio não gera apenas problemas e sofrimento para o indivíduo, mas também para seu círculo mais próximo, como familiares, cônjuges e amigos, que irão se deparar com as consequências de seus atos.

Muitas vezes, indivíduos com alta atividade do Id podem ser considerados portadores de distúrbios de personalidade, como a Síndrome da personalidade antissocial e acabar se envolvendo em atividades ilícitas ou criminosas como forma de satisfazer seus desejos mais profundos.

O excesso de controle psíquico pelo Superego

Por outro lado, em contraste aos aspectos impulsivos que levam os indivíduos descritos anteriormente a serem classificados como antissociais e inconsequentes (Mas que provém, de acordo com a teoria de Freud, de uma hiperatividade do Id em relação às outras instâncias psíquicas), temos o seu oposto: os indivíduos nos quais a atividade do Id é grandemente influenciada e suprimida por uma “potência” exageradamente alta do Superego.

Esses indivíduos são reprimidos, algumas vezes tímidos ao extremo e não são capazes de tomar iniciativa para alcançar seus objetivos; alguns são fóbicos sociais e vivem um intenso sofrimento por se sentirem incapazes de expressar seu verdadeiro potencial. Assim, acabam por ser, da mesma forma que os impulsivos, desajustados socialmente, levando ao sofrimento próprio e daqueles que os rodeiam.

Dessa forma, todos, em algum momento da vida, já conhecemos pessoas tipicamente inconsequentes, volúveis, muitas vezes compreendidas através do esteriótipo do criminoso, por exemplo, ou da mulher adúltera, que cedem aos seus desejos, colhendo em razão disso as consequências que podem inclusive levar à destruição de lares e famílias.

Por que uma pessoa se descontrola?

Na outra extremidade, pensamos no cidadão calmo mas excessivamente passivo, que acata todos os abusos de seu chefe sem jamais questionar ou ainda aquele que não é capaz de aproveitar um bom momento ou conversar com um possível interesse romântico em um bar por retração, vergonha, receio, etc. Ainda que esse caso pareça menos grave que o anterior, essas pessoas sofrem e são corroídas internamente por um sentimento de incompetência e fracasso, que pode evoluir para condições mais nocivas, como depressão.

Naturalmente, os seres humanos possuem um espectro de atividade das três instâncias do aparelho psíquico (Id, Ego e Superego), gerando combinações infinitas, não sendo possível definir quantitativamente as relações saudáveis entre as atividades de cada ente.

Entretanto, certamente existe uma faixa do espectro que situa o indivíduo dentro do aspecto da normalidade e da funcionalidade pessoal e social, reduzindo e minimizando o sofrimento e as desilusões. Essa faixa do espectro, embora não possa ser medida ou aferida, pode ser compreendida qualitativamente como o requisito para uma vida psíquica e social saudável.

O que fazer para evitar o descontrole emocional?

A questão final que vem à mente será a mais óbvia possível: “É possível restaurar o equilíbrio entre os três entes psíquicos?”. Essa resposta, e a metodologia para alcançá-la se situa, mesmo que não exclusivamente, dentro dos limites do saber da terapia psicanalítica.

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    Usando técnicas de livre associação e análise através da fala, o psicanalista consegue trazer à margem da compreensão aspectos do inconsciente para que o analisando tome conhecimento dos fatores que, possivelmente, levaram ao desequilíbrio entre os Id, Eg e Superego. Assim, será possível iniciar o processo de restauração da sua atividade.

    Portanto, quer seja considerado um indivíduo impulsivo e com tendências antissociais, tipicamente reconhecido por dar exagerada e inconsequente vazão aos seus desejos (Atividade excessiva do Id), quer seja pensado um indivíduo que sofre pela sua excessiva atividade do Superego, que o leva a ser extremamente apático, retraído e se sinta incapaz, reside na terapia psicanalítica, em suas diversas vertentes, uma metodologia de investigação da origem do problema e a cura, par que o equilíbrio entre os três entes seja restaurado e o indivíduo possa desfrutar de uma vida particular e social de forma ampla, saudável e feliz.

    O conteúdo sobre pessoas descontroladas emocionalmente foi escrito por Ulisses Epamino, formando do Curso Psicanálise Clínica.

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