psicanálise social

Psicanálise Social: o que é, o que estuda e faz?

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O estudo da Psicanálise Social se iniciou através de Freud, que pode-se dizer é o fundador e grande incentivador do método psicanalítico.

Seus primeiros pacientes eram tratados através da hipnose, posteriormente pela catarse e só depois por meio da associação livre que foi a metodologia propulsora da Psicanálise.

Entendendo a Psicanálise Social

Sabe-se que o estudo psicanalítico, com o ensino dos constructos teóricos de Freud, com a interpretação dos problemas, recalques, sonhos, chistes, oriundos do inconsciente, tem como escopo auxiliar os indivíduos em busca de um autoconhecimento e consequente melhora da vida cotidiana. Ao passo que, possibilita uma “cura pela fala”, um retorno a origem dos problemas, um aprofundamento na procedência dos sintomas.

Cabendo ao analista, ao avaliar os sintomas existentes, tratar suas causas, apoiando na redução dos mesmos e cooperando para a origem de uma sociedade que se entenda mais e consequentemente se torne mais saudável mentalmente. Ademais, pode-se afirmar que a Psicanálise é uma pseudociência que se ocupa das particularidades e subjetividades do ser humano.

Sendo assim, tem como estudo principal o indivíduo inserido num contexto social, em que a subjetividade não pode ser avaliada sem a conexão com toda a realidade social envolta. Por assim ser, cabe incluir a Psicanálise não só no campo da Filosofia, Psicologia, mas na Sociologia também, haja vista que cada ser humano está enlaçado com a sociedade e com isso acaba que gera uma influência no âmbito social.

Psicanálise Social e a análise

Destarte, um sujeito que participa de uma análise com um psicanalista e faz parte de todo processo de transferência, questionamento, reavaliação de seus atos, nesse hiato do tratamento, sem dúvidas, muda seu modo de visão de mundo. Por conta disso, ocorreram mudanças também na maneira em que o analisando lida com o seu meio social, quais sejam: familiares, amigos, colegas de trabalho, gerando uma influência que ultrapassa toda a barreira do consultório e da relação analista x analisando, mas que reverbera positivamente ou não na sociedade como um todo.

Diante disso, a Psicanálise e o tratamento psicanalítico são essenciais para toda uma coletividade de pessoas, já que auxilia no entendimento do comportamento, do passado e da estrutura familiar de cada um, o que é de suma importância para o autoconhecimento e para a manutenção da saúde mental dos indivíduos.

Por assim ser, a Psicanálise tem uma importância gigantesca e tem o dever de alcançar todas as classes sociais, já que problemas de saúde mental não selecionam classe econômica. Restando demonstrada a necessidade do tratamento psicanalítico ser disseminado em toda a sociedade sem distinção e com vistas de tentar driblar a desigualdade social, tanto do ponto de vista econômico de acesso aos consultórios e planos de saúde, tanto do acesso às informações e benefícios trazidos por uma análise.

A terapia da Psicanálise Social

Algo que ainda é tratado, por alguns, como uma incógnita, como algo que não transforma, uma visão retrógrada de que as terapias, no geral, são tratamentos que devem ser aplicados a “loucos” apenas. E não algo que deveria ser acessível a todos, como mais uma fonte de qualidade de vida e de tratamento para quaisquer traumas, depressões, fobias, toc’s, enfim, gerando uma explanação e definição de como a mente humana ultrapassa apenas a consciência.

Partindo do pressuposto de que muitas de nossas atitudes, que parecem sem sentido, estão na verdade envoltas e formadas pelo inconsciente de cada um. Não restam dúvidas de que para a humanidade, o advento da Psicanálise, auxiliou numa maior compreensão dos sentimentos das pessoas, gerando uma inovação em todos os setores, inclusive pedagógico.

Posto que, a compreensão das crianças e adolescentes e dos seus comportamentos, o entendimento de que algumas atitudes derivam da formação e da fase que estão passando, com certeza incentivam um maior entendimento e uma avaliação mais qualificada e com diretrizes de cuidado e observação de cada ato e seu significado. Gerando assim, um acompanhamento pedagógico mais satisfatório e enlaçado com o seio familiar, o que de certa forma, incentiva um diálogo maior entre os responsáveis pelo estudante e pela instituição de ensino.

A infância e a Psicanálise

O que de certa forma origina um ambiente mais propício à verdade, ao cuidado, ao ouvir, ao entendimento maior do comportamento humano, formado por essa parte que com certeza foi pré-moldada pela Psicanálise. Pois, Freud ao se importar e estudar as fases da criança e não deixar a infância como um “borrão”, mas analisando o cunho sexual das atitudes infantis, acabou por incentivar o olhar para a criança como um ser humano, com vontades, desejos, problemas, pensamentos, originando uma maior inserção no meio social.

E uma visão mais coerente da infância, dos traumas, e principalmente, o que foi aprimorado e mais investigado posteriormente por outros psicanalistas, a possibilidade e maior cuidado com o pensar infantil, com o inconsciente e suas memórias mnêmicas.

Considerações finais

O entendimento da importância da Psicanálise vem sendo disseminado desde seu criador, Freud, que inicialmente não teve muita aceitação, pela sociedade, das suas ideias e inovações. Mas que, atualmente, tem espalhado por todo o mundo seus conceitos, sendo estes aplicados usualmente mesmo destoando do seu real significado.

Fato esse que, traz à tona, o quanto a Psicanálise foi e ainda precisa ser acessível a todos, em todos os âmbitos. Restando notória a importância da socialização da Psicanálise, ou seja, torná-la objeto de estudo e aplicação em todos os setores e estratificações sociais.

Fazendo com que, assim como a acessibilidade à educação, saúde, segurança, esta necessidade esteja também elencada entre os tipos de tratamento primordiais para todos, bem como que o Estado e os próprios profissionais entendam que a Psicanálise possui sim seu cunho social, ao passo que auxilia e proporciona uma elucidação do comportamento humano.

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    O presente artigo foi escrito por Priscila Wanderley. Advogada, psicanalista em formação, com foco no social. Email: [email protected] Tel: (71)991712339

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