hipnose e psicanalise

Hipnose: resumo, origem e aplicação terapêutica

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Tanto a hipnose quanto a psicanálise surgiram no século XIX como procedimentos médicos projetados para tratar as doenças de pacientes em contextos do mundo real. No entanto, mais tarde, ambas as disciplinas se separaram. A pesquisa da hipnose tornou-se mais como a pesquisa psicológica em geral relativamente distanciada do cenário clínico. A hipnose pressupõe algum estado alterado de consciência, para o paciente ser sugestionado.

Por outro lado, a psicanálise passou a trabalhar o paciente em estado de vigília, isto é, acordado, em diálogo terapêutico com o analista.

Neste texto, vamos entender melhor:

  • O que é hipnose?
  • Um resumo sobre a hipnose e as relações com Freud e a Psicanálise.
  • Origem, história e técnicas de como hipnotizar.
  • Diferenças entre hipnoterapia e psicanálise.
  • Benefícios e limitações de técnicas sugestivas.

Diferenciando psicanálise e hipnose

A hipnose teve uma importância no início da trajetória de Freud, mas:

  • a psicanálise freudiana passou a dar prevalência ao diálogo em estado de vigília, o que se convencionou chamar de método da associação livre;
  • com isso, Freud deixou de usar a hipnose como técnica terapêutica.

Assim como a psicanálise, a hipnose também reconhece a existência de um lado inconsciente da mente e se preocupa com interpretação de elementos rememorados para compreender e superar traumas e outras causas dos sintomas.

Mas, como técnicas, são distintas, uma vez que a psicanálise utiliza apenas a associação livre. Por isso costuma-se recomendar ao profissional que queira atuar em uma dessas áreas que escolha apenas uma dessas técnicas como método para atendimento a pacientes, sem digamos “misturar” essas técnicas.

Apesar disso, o conhecimento de diversas áreas é importante, tanto em termos históricos (a origem em comum entre hipnose e psicanálise), quanto para entender melhor as especificidades de cada área de atuação.

Introdução à Hipnose: o que é hipnose

A hipnose é uma condição psicológica de atenção focada, em que o paciente ou pessoa que se auto-hipnotiza fica mais receptiva a sugestões, em razão da redução periférica da consciência.

Não é exatamente um sono, mas sim um estado alterado de consciência considerado como uma vigília dirigida. Por meio desse recurso, o hipnotizado pode acessar informações que ele não sabia existir em sua mente, ou potencializar a capacidade de acatar sugestões terapêuticas.

A comunidade psicanalítica obstinadamente manteve o curso epistemológico. Na maioria das vezes, a psicanálise rejeitou projetos de grandes grupos e se apegou tenazmente a evidências baseadas em casos. Este artigo apresenta os contornos de um modelo psicanalítico de hipnose. O artigo localiza a hipnose no mesmo domínio da experiência humana que Freud havia localizado.

Como o estado hipnótico é, de fato, bastante caracterizado como uma regressão topográfica: uma mudança na interação entre emoção, cognição e a experiência do eu, relacionamento e soma.  Esta abordagem é relevante para o estudo da teoria psicanalítica, pois foi com o uso da hipnose clássica que Freud começou a formular a sua teoria dando origem a nova ciência a Psicanálise.

No início da trajetória de Freud, Psicanálise e Hipnose se confundem.

  • Na primeira parte deste texto, abordaremos o conceito de hipnose, indo muito além do o que é hipnose, manual de hipnose ou um guia sobre hipnose.
  • Na segunda parte, focaremos no envolvimento de Freud, Charcort e Breuer com a hipnose e o desenvolvimento da teoria psicanalítica com o uso da hipnose nas sessões de psicoterapia.

Para atingir esses objetivos, a metodologia empregada foi usado material como livros, artigos, monografias, teses dentre outros recursos como internet, a pesquisa usa o método qualitativo e bibliográfico.

A hipnose na história da humanidade

A origem da hipnose remontaria ao antigo Egito e Grécia, onde era usada em rituais. Porém, vamos focar no estudos a partir do século 18, quando o médico Franz A. Mesmer popularizou a ideia do “magnetismo animal” ou mesmerismo, que foi o início da hipnose moderna.

Caída no esquecimento por muitos séculos – pelo menos no hemisfério ocidental – a hipnose foi redescoberta na segunda metade da década de 1700 por Franz Mesmer. Ele foi um médico alemão que praticou em Viena de 1767 a 1777 e em Paris de 1778 a 1784. Mesmer notou que, ao entrar em ressonância empática com o paciente, era possível aliviar e até resolver os sintomas dos quais ele sofria.

Magnetismo e mesmerismo (um tributo a Franz Mesmer) são formas com que, no começo, a hipnose era chamada.

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    Como na época a psicologia, entendida como uma ciência que estuda os processos psíquicos e mentais, ainda não existia, Mesmer supôs que os efeitos terapêuticos observados por ele eram atribuíveis a um fenômeno físico. Um fluido magnético que percorria os corpos humanos, mas também astrais e que poderiam, por assim dizer, sofrer problemas.

    Com a ajuda de certas técnicas, por exemplo, a aplicação de ímãs no corpo da pessoa, o fluido pode ser canalizado e armazenado dessa maneira crises podem ser causadas no paciente e doenças podem ser tratadas.

    Um dos discípulos de Mesmer, Amand-Marie-Jacques de Chastnet, marquês de Puységur observou que magnetizando um paciente, ele caiu em um sono estranho: um sono em que ele parecia mais alerta e mais atento do que do que estava no estado de vigília. Além disso, uma vez que entraram nesse estado, os sujeitos foram capazes de diagnosticar suas próprias doenças, prever seu curso e prescrever seu tratamento.

    Centros de tratamento magnético

    Puységur sistematizou suas descobertas na fundação da Société harmonique des amis réunis, cujo objetivo era treinar magnetistas e estabelecer centros de tratamento magnético.

    Foram necessários cinquenta anos para que a fenomenologia do transe se tornasse objeto de atenção no campo terapêutico. Isso foi feito em 1841 por um médico inglês, James Braid (1795 – 1860), que cunhou o termo hipnotismo: ele rejeitou a teoria do fluido magnético e propôs outro, novo, baseado na fisiologia do cérebro.

    Hipnose e doenças orgânicas

    A fase seguinte ocorreu na França, primeiro com Ambroise Liébeault e depois com Hippolyte Bernheim, chefe da chamada escola de Nancy. Bernheim estava atualmente usando o  hipnotismo para tratar muitas doenças orgânicas do sistema nervoso, reumatismo, distúrbios gastrointestinais, distúrbios menstruais. A escola de Nancy enfatizou o componente sugestivo da hipnose, em controvérsia aberta com as hipóteses delineadas naqueles mesmos anos, em Paris, por Jean-Martin Charcot.

    Como hipnotizar alguém segundo a hipnoterapia moderna

    Não vamos falar aqui de shows de hipnose, pois muitas vezes é difícil separar o real do charlatanismo. Vamos falar da hipnoterapia, a hipnose aplicada em tratamentos.

    A hipnoterapia é o uso terapêutico da hipnose. Seu objetivo é tratar queixas psicológicas ou físicas do paciente. O terapeuta ajuda o paciente a acessar seu inconsciente, a se lembrar de coisas e a tomar decisões em favor de mudanças positivas.

    Nesse caso, hipnotizar alguém envolve induzir uma pessoa muito sugestionável. Isto é, a pessoa vai se relaxando, com a voz serena do terapeuta.

    Por meio de uma contagem ou de frases organizadas uma após a outra, o paciente poderá ir cedendo à sugestão.

    Assim, três momentos da hipnose ganham destaque:

    • No primeiro momento, o paciente aceita a sugestão para ser hipnotizado.
    • Depois, já relaxado e focado na direção do hipnoterapeuta, o paciente aceitará seus comandos. Por exemplo, os comandos podem ser para se tentar lembrar de algo, ou superar uma lembrança ou trauma, ou mudar a forma de ver ou agir diante de alguma coisa.
    • Por fim, o terapeuta sugestiona o hipnotizado a ir despertando, isto é, voltando ao estado de vigília normal.

    A ideia é que parte dos comandos sigam inconscientemente na vida do hipnotizado, mesmo após terminada a sessão de hipnose. Porém, uma crítica recorrente é que a hipnoterapia não consegue obter curas ou melhoras duradouras na vida do paciente.

    Teorias e críticas sobre a hipnose

    • Do ponto de vista da teoria do Estado Alterado, a hipnose é vista como uma situação mental distorcida. Não é exatamente um “sonho”, mas é algo que fica situado entre o sono e a vigília (Hilgard).
    • Por outro lado, na visão de Spanos, a hipnose terapêutica é uma forma de foco e relaxamento, que favorece a reflexão e a tomada de decisão. Nesse sentido, não depende de alterações significativas do estado de consciência.
    • Para psicanalistas que adotam a hipnoanálise, a hipnose pode ser combinada com o diálogo terapêutico similar à associação livre. Assim, o psicanalista não daria conselhos nem faria sugestões, mas conduziria o diálogo e as interpretações vindas da situação de relaxamento do paciente.

    Hipnoterapeutas contemporâneos defendem que a hipnose permite acessar o inconsciente e reprogramar a resposta emocional aos estímulos. Nesse sentido, poderia ser usada como técnica suplementar no tratamento de fobias, compulsões, depressão e ansiedade.

    É importante fazer uma ressalva que a maioria dos psicanalistas adotam somente a associação livre como método em estado de vigília, o que é mais recomendado pelas escolas de formação em psicanálise no Brasil.

    Além disso, se a hipnose for entendida como estado alterado de consciência, é certo que muitas pessoas não podem ser hipnotizadas. Porém, se a técnica do hipnoterapeuta não depender de estado alterado de consciência, seu alcance se torna maior.

    O encontro de Freud com a hipnose 

    Jean-Martin Charcot, considerado o pai da neurologia, é conhecido no campo psicológico por ser o primeiro a conduzir um estudo sistemático sobre o distúrbio então conhecido como histeria. Ele equiparou a histeria, de certa maneira, com a condição de transe, que poderia ser tratada com o transe oposto, da sugestão hipnótica do hipnoterapeuta. Por sua vez, Bernheim negou a validade da teoria da histeria de Charcot e alegou que as condições histéricas mostradas no Salpêtrière não se tratavam de doença e sim manifestação da mente.

    O aluno mais famoso de Charcot foi Sigmund Freud (1856-1939), que estudou no Salpêtrière entre 1885 e 1886. Posteriormente, em 1892 e 1893, Freud pareceu oscilar entre a escola de Nancy, sua antiga lealdade a Charcot e a adoção do método catártico de Josef Breuer. Finalmente, chegando no ano  1893, Freud elabora a Comunicação preliminar, que muitos consideram a primeira pedra na construção da psicanálise.

    Utilizada apenas para acessar memórias inconscientes, a hipnose tinha um valor terapêutico limitado. Por essa razão, Freud a abandonou em favor do método catártico desenvolvido por Breuer. E, posteriormente, Freud abandonaria também o método de Breuer, passando a seguir o procedimento de livre associação, desenvolvido entre 1892 e 1898 e considerado o método definitivo da técnica psicanalítica.

    A hipnose e a criação da psicanálise 

    Inicialmente, Breuer e Freud passaram a estudar os sintomas histéricos que se apresentavam, principalmente, em forma de paralisia motora. Assim, só para mais tarde Freud passar a identificar também os sintomas presentes na neurose obsessiva, que se colocam como idwias repetitivas, rituais, entre outros. No começo não havia uma concepção clara da origem dos sintomas por parte dos autores.

    “Se uma pessoa histérica intencionalmente procura esquecer uma experiência, ou decididamente rechaça, inibe e suprime uma intenção ou ideia, esses atos psíquicos, em consequência, entram no segundo estado da consciência; daí produzem seus efeitos permanentes e a lembrança deles retorna sob a forma de ataque histérico.” (FREUD. 1893 p.196)

    A hipnose foi um dos primeiros métodos terapêuticos utilizados por Sigmund Freud. Costuma-se afirmar que ele se afastou dela para desenvolver a psicanálise e que considerou a hipnose insatisfatória. Estudamos aqui a evolução das conexões entre Freud e hipnose e mostramos que sua posição era pelo menos complexa e ambivalente.

    A Sociedade de Psicanalistas

    Freud fundou a importante Sociedade de Psicanalistas em Viena, graças à qual exerceu forte influência na comunidade que na época se preocupava com a saúde mental, treinando outros terapeutas. E, também, agindo como autoridade indiscutível sobre o que era ou não aceitável. praticar.

    Com o tempo, alguns de seus discípulos e profissionais modificaram suas idéias, eventualmente dividindo a Sociedade Psicanalista em três:

    1. Freudianos (que permaneceram fiéis ao pensamento original de Freud.
    2. Kleinianos seguidores das idéias de Melanie Klein).
    3. Neo-freudianos um grupo que incorporou as idéias de Freud em uma prática terapêutica mais ampla.

    As ideias de Freud ainda influenciam todo tipo de terapia e psicoterapia contemporânea administrada por psicólogos e psicoterapeutas.

    Podemos resumir como diferenças essenciais entre hipnose e psicanálise:

    • Enquanto a hipnose é voltada para induzir um estado alterado de consciência do paciente, com o objetivo de gerar mudança,
    • A psicanálise a partir do método freudiano da associação livre busca acessar o inconsciente a partir da fala em vigília do paciente para o analista.

    O material interpretável em psicanálise são as memórias, crenças, desejos, medos, resistências, sonhos, sintomas, chistes e atos falhos do paciente.

    Conceito de inconsciente na teoria psicanalítica e na hipnose

    O inconsciente é um dos conceitos mais interessantes da mente humana. Parece conter toda a nossa experiência da realidade, mesmo que apareça além da nossa consciência e controle.

    É o lugar onde armazenamos todas as nossas memórias, pensamentos e sentimentos humanos. O conceito fascinou o neurologista Sigmund Freud, que queria descobrir se era possível explicar coisas que, na época, pareciam estar além dos limites da psicologia.

    Aqueles que começaram a examinar o inconsciente temiam que ele pudesse conter atividades psíquicas muito poderosas, assustadoras ou incompreensíveis demais para a nossa mente consciente absorver. O trabalho de Freud sobre o assunto foi pioneiro.

    Ele descreveu a estrutura da mente como formada pela consciência, o inconsciente e o pré-conscientee popularizou a ideia do inconsciente. Assim, introduzindo o conceito de que era aquela parte da mente que define e explica o trabalho por trás de nossa capacidade de pensar e experimentar.

    “Ao trabalhar a noção de inconsciente, apresenta também a noção do aparelho psíquico. Afirma que: […] um ato psíquico passa por duas fases quanto a seu estado, entre as quais se interpõe uma espécie de teste (censura). Na primeira fase, o ato psíquico é inconsciente e pertence ao sistema Ics; se, no teste, for rejeitado pela censura, não terá permissão para passar à segunda fase; diz-se então que foi “reprimido”, devendo permanecer inconsciente. Se, porém, passar por esse teste, entrará na segunda fase e, subsequentemente, pertencerá ao segundo sistema, que chamaremos de sistema Cs.” Freud ( 2006, p. 177-178)

    O inconsciente e a hipnose

    O inconsciente também é o lugar onde residem nossos impulsos biológicos instintivos. Os impulsos governam o comportamento, direcionando-nos para escolhas que prometem satisfazer nossas necessidades básicas e garantir nossa sobrevivência:

    • a necessidade de comida e água;
    • o desejo sexual para garantir a continuidade da espécie;
    • a necessidade de encontrar calor, abrigo e companhia.

    Mas Freud diz que o inconsciente também contém um impulso oposto: o impulso da morte que está presente desde o nascimento.

    É um impulso autodestrutivo que nos leva a avançar, mesmo que, ao fazê-lo, nos aproximemos da morte. Em seus trabalhos posteriores, Freud se afastou da ideia de que a mente estava estruturada na consciência, inconsciente e pré-consciente, para propor uma nova estrutura de controle:

    • id
    • ego
    • superego

    Superego

    O superego formado por impulsos primitivos obedece ao princípio do prazer, que diz que todo impulso de desejo deve ser imediatamente gratificado: ele quer tudo imediatamente. Outra parte da estrutura mental, o ego reconhece o princípio da realidade, que diz que não podemos ter tudo o que desejamos, mas devemos levar em conta o mundo em que vivemos.

    Ego X Id

    O ego negocia com o id, tentando encontrar maneiras razoáveis ​​de ajudá-lo a conseguir o que quer, sem causar danos. O ego, por sua vez, é controlado pelo superego, a voz internalizada dos pais e o código moral da sociedade. O superego é uma força de julgamento e a fonte de nossa consciência, sentimento de culpa e vergonha.

    Outras maneiras bem conhecidas pelas quais o inconsciente é revelado são o deslize freudiano e o processo de livre associação. Um deslize freudiano  é um erro verbal que Freud afirma revelar uma crença , pensamento ou emoção reprimida .

    É uma substituição involuntária de uma palavra por outra que tem um som semelhante, mas que revela inadvertidamente algo que a pessoa realmente ouve. Freud usou a técnica de livre associação  no qual o paciente, depois de ouvir uma palavra, é convidado pelo terapeuta a dizer a primeira palavra que vem à mente.

    Freud estava convencido de que esse processo permitia que o inconsciente rompesse, já que nossa mente usa associações automáticas, e assim pensamentos ocultos encontram uma voz antes que a mente consciente tenha uma maneira de evitá-la.

    Hipnoánalise versus Hipnose

    A Hipnoanálise é considerada um tipo de terapia que acontece numa sessão de interação entre duas pessoas, como ocorre com a psicanálise. A finalidade da Hipnoanálise é buscar a causa do problema ou sintoma através de um processo de regressão formal ou informal não podemos confundir com regressão a vidas passadas que já é outra teoria da hipnose.

    A hipnoanálise  é feita por técnicas de imaginação livre conduzidos para esse fim. A Hipnoanálise tem como base na lei da causa e efeito; noutras palavras, a hipnoanálise trabalha com o pressuposto de que todos os comportamentos, sentimentos e pensamentos são de certa forma causada por traumas ou algo que tenha acontecido no passado e que estão enraizados no nosso inconsciente.

    Quando acessamos os nossos problemas emocionais, diretamente no inconsciente, fica possível a libertação dessas emoções e isso alterando os nossos comportamentos diante as várias situações da vida. Fazendo a  vida fazer mais sentido, e passamos a ver o mundo com outros olhos.

    Comparando tipos de Hipnose

    Este tipo de hipnose é o meio mais rápido e também eficiente para se lidar com emoções em comparação com outros modelos, como a psicanálise por exemplo. A hipnoanálise, ao contrario de outras linhas, não é um método de terapia de longo prazo, mas sim, uma terapia breve, cujos resultados são visivelmente mais rápidos, e podem ser percebidos logo após a segunda ou terceira sessão.

    Assim, os desafios de descobrir as causas dos problemas emocionais são rastreados por técnicas. E essas técnicas possibilitam uma auto consciência de si mesmo, pois muitos problemas que temos vem de nossa incapacidade de auto analisar deixando os problemas crescerem e se tornarem nossos piores inimigos.

    Conclusão: um resumo sobre hipnose

    Do ponto de vista histórico, a psicanálise se estabeleceu a partir dos estudos sobre histeria realizados por Sigmund Freud – juntamente com seu colega mais velho, Joseph Breuer, em Viena. Isso, por volta do final do século XIX.

    Na verdade, Freud continuou a usar a hipnose; simplesmente usou uma indução diferente, e chamou-lhe associação livre. Toda a configuração do seu consultório, com os estranhos e exóticos objetos, a cor e o padrão do papel de parede. Assim como a reputação e presença de Freud, eram na verdade uma indução instantânea.

    Freud havia aprendido que toda hipnose é uma auto-hipnose. E, que, simplesmente facilitava aos participantes uma jornada neste território sem o uso da incessante influência verbal que os hipnotizadores menos experientes pensavam ser necessária.

    Então, Freud descobriu que um paciente hipnotizado é capaz de recordar experiências passadas que são despertadas para sua consciência quando acordadas. Até mesmo sintomas neuróticos, como convulsões histéricas, foram temporariamente suprimidos em seus exames depois que o paciente relatou experiências estressantes durante a hipnose.

    Isso criou uma base importante para entender o que é psicanálise, ou seja, a solução de experiências e conflitos estressantes e inconscientes reprimidos na primeira infância. No entanto, os sintomas neuróticos retornaram após algum tempo, o que significa que os conflitos ainda existiam.

    Como resultado, Freud lidou apenas com o tópico superficialmente e, por fim, afastou-se da hipnose porque criticou muitos aspectos. Atualmente, considera-se que muitas de suas críticas foram refutadas, embora ele deva ser considerado a favor do fato de que a hipnose, como era praticada quando estava em vigor, ainda não era tão madura e científica como é hoje. que Freud lidou apenas com o tópico superficialmente e, por fim, afastou-se da hipnose.

    Referências bibliográficas

    FREUD, Sigmund. Esboços para a “Comunicação Preliminar” de 1893 (1940- 41 [1892]). In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1996. v.1.

    FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade [1901-1905]. In: Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 2006.

    NAPOLI. Lucas. Por que o psicanalista não utiliza a hipnose https://lucasnapoli.com/2013/01/20/por-que-o-psicanalista-nao-utiliza-a-hipnose/ ( Acesso 28/02/2020)

    Este material sobre Hipnose: um resumo segundo a Psicanálise é de João Nogueira, concluinte do nosso Curso de Formação em Psicanálise Clínica.

     

    One thought on “Hipnose: resumo, origem e aplicação terapêutica

    1. Excelente artigo, muito completo e bem didático, concordo plenamente com suas argumentações em que Freud utilizou-se da hipnose o tempo todo na construção da psicanálise, a associação livre e/ou hipnoanáise tem a mesma ideia.

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