o que significa Pulsão

O que significa Pulsão para Freud

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O que significa Pulsão? O termo foi introduzido nas traduções das obras de Freud para fazer distinção do termo Instinto. Nas literaturas de Freud é encontrado os dois termos sendo que cada um deles possui um significado diferente.

Desmistificando o que significa Pulsão para Freud

Quando Freud fala em Instinto (Instinkt), ele se refere ao comportamento animal, hereditário, característico da espécie. Já o termo Pulsão (Trieb) coloca em evidência a impulsão. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir sua meta.

Pulsão – Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética) que faz o indivíduo tender para um objetivo. (Laplanche e Pontalis – Vocabulário de Psicanálise – pg. 394) Costuma-se referir ao conceito de pulsão (Trieb) como aquele que designa o limite entre o somático e o psíquico, um conceito-limite ou conceito fronteiriço que, por alguns aspectos, assemelhar-se-ia à noção de instinto (Instinkt), mas, que, por outros, distinguir-se-ia radicalmente deste.

A semelhança estaria na idéia de tendência ou ímpeto a agir, isto é, genericamente falando, ambos os termos se prestariam a expressar uma necessidade que compele o organismo em direção a alguma ação na realidade. (Fractal, Rev. Psicol. vol.23 no.2 Rio de Janeiro May/Aug. 2011)

O que significa Pulsão para Freud

Freud, em sua definição, constata que a Pulsão como um conceito-limite entre o psíquico e o somático é um dos significados do conceito de pulsão, ou seja, significado mais amplo e superficial. Além do conceito-limite ou conceito fronteiriço que apresenta a pulsão como aquilo que marca os contornos do campo psíquico investigado pela psicanálise frente ao somático, há outros dois significados de nível mais profundo e específico.

A pulsão é também definida como: Pulsão como representante psíquico dos estímulos corporais – a pulsão como representante psíquico (psychischer Repräsentant) dos estímulos que provém do interior do corpo e Pulsão como medida da exigência de trabalho imposta ao psíquico – a medida da exigência de trabalho imposta ao psíquico em conseqüência de sua relação com o corporal.

Freud apresenta as pulsões com dualidade. O primeiro dualismo encontrado, segundo ele, é o das pulsões sexuais e das pulsões do ego ou de autoconservação. Ao longo do tempo esses conceitos foram se modificando e se classificando entre pulsão de vida (Eros) e pulsão de morte (Thanatos).

O que significa Pulsão de Vida e de Morte

Pulsões de Vida se classificam como uma grande categoria de pulsões que Freud se utiliza para contrapor, em sua última teoria, às Pulsões de Morte. As pulsões de vida tendem a constituir unidades cada vez maiores e a mantê-las.

O termo “Eros” foi usado para classificar as Pulsões de Vida. Eros é uma palavra que vem do latim, Éros, e seu significado expressa o amor, o desejo e atração sensual. Eros é o deus do amor na mitologia grega.

O termo erótico é derivado de eros. Marcuse discute em seu livro “Eros e Civilização” (1966), sobre o termo Eros como pulsão de vida, que é aguçada pela libido do indivíduo, através do anseio pela civilização, e a convivência coletiva. Para Marcuse, segundo uma análise freudiana, Eros é a pulsão libidinal, que motiva o indivíduo a vida. (Oliveira, L. G. Revista Labirinto – Ano X, nº 14 – dezembro de 2010)

Pulsões de Morte e Thanatos

Já as Pulsões de Morte voltadas inicialmente para o interior e tendendo à autodestruição, as pulsões de morte seriam secundariamente voltadas para o exterior, manifestando-se então sob a forma de pulsão de agressão ou de destruição. Tendem para a redução completa das tensões, isto é, tendem a reconduzir o ser vivo ao estado anorgânico.

O termo “Thanatos” foi usado para classificar as Pulsões de Morte. Na mitologia grega, Thanatos (Thánatos, uma palavra que vem do grego) era a personificação da morte. A pulsão de morte, na qual Freud se refere, é a morte simbólica, a morte social; uma pulsão que leva o indivíduo à loucura, ao suicídio, ou seja, uma morte simbólica ou material perante a sociedade.(Oliveira, L. G. Revista Labirinto – Ano X, nº 14 – dezembro de 2010)

A hipótese das Pulsões de Morte, para Freud, serviram para explicar os fenômenos relacionados à compulsão à repetição e também para afirmar a dualidade das pulsões, sendo elas as pulsões de vida e as pulsões de morte.

Considerações finais

Segundo Freud, o indivíduo possui latente dentro de si a pulsão de vida e a pulsão de morte. A pulsão de vida faz com que o indivíduo sinta necessidade de satisfazer suas vontades, de buscar o prazer e de satisfazer a libido, mas, para o indivíduo que vive em sociedade, sua libido se concretiza através do instinto organizado.

O instinto organizado é a consciência social implantada no indivíduo para viver coletivamente (ou seja, a ação do Ego sobre o Id, conforme a 2ª tópica Freudiana*) *Nota: O Id, na 2ª tópica Freudiana, é denominado inconsciente, é o depósito das energias psíquicas. O ego procura substituir o princípio de prazer que reina sem restrições no Id pelo princípio de realidade.

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No ego, a percepção exerce um papel que no Id é o instinto, assim o ego representa a razão. O ego tem origem no inconsciente, sua função é agir como mediador entre as pulsões do Id.

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    O presente artigo foi escrito por Alana Carvalho, estudante de Psicanálise Clínica. Trabalha como terapeuta Reikiana (Espaço Reikiano Alana Carvalho). Cursa Psicanálise e está expandindo seus horizontes e ajudando com o processo de autoconhecimento acima de tudo.

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