remissão e cura

DIferenças entre remissão e cura na psicanalise

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Você sabe a relação entre remissão e cura ? O indivíduo que de forma singular ou coletiva concluir que precisa procurar um psicanalista o faz porque já esta bem consciente que tem um problema e precisa de uma solução. Deseja no íntimo achar um caminho e resolver sua demanda.

A questão atinge os sentimentos e às emoções e sentimentos, gera reflexões e leva o cognitivo a racionalizar pela intelecção e ilações de que precisa achar um caminho, uma trilha ou um atalho e resolver, superar ou se curar do problema.

Remissão e cura psicanalítica! Entendendo as diferenças

A palavra ‘cura’ vem do latim, ‘cu-ra’ ae, um substantivo e pode significar ato ou efeito de superar; período de um regime de tratamento, contra uma doença, moléstia, perturbação, síndrome, transtorno; recuperação; solução de algo, regeneração; se livrar de algo que atormenta ou pressiona a mente e o corpo; remissão; voltar ao que era antes; buscar um equilíbrio perdido, também envolvendo uma visão de processo químico; amadurecimento.

Não raro usam para certos fenômenos o termo ‘cura’, como por exemplo, o cimento, o concreto, um piso assentado, o sal no sol, o fumo, o bacalhau, o charque, presunto, queijos e vinhos, peles de animais cachaça, uísque, curtindo que seriam processos de ‘cura’. Antigamente, também o sacerdote que tinha o encargo de pastorear suas ovelhas,( fiéis), era denominado ‘senhor da cura ou aquele que cura’, padre, páraco ou prior.

A aplicação na vinha de pesticidas era chamado de ‘cura’ da vinha. Este ‘superar’ se revestia e ainda se reveste de uma roupagem que chamamos, por analogia e similaridade com os fenômenos naturais e bioquímicos de ‘cura’. Alguns passaram a chamar de ‘remissão’. O problema passa a ser compreendido como uma questão ou circunstância que exige uma resolução, algo difícil, situação complicada, uma coisa que a pessoa sozinha não consegue mais lidar nem tratar.

Remissão e cura Psicanalítica

Muitos usam sinônimos para abordar o termo ‘problema’ como ‘impasse, desafio, dilema, dúvida, crise, diante da fase em que se encontram. Pessoas intelectualizadas que costumam ler muito e tem noções de ciências psicológicas não raro usam o termo ‘sintoma’ embora não seja de uso corrente, de chegar num psicanalista e expressar que esta com ‘sintomas’.

O mais comum na pós-modernidade dos tempos líquidos é expressar que esta em crise, ou enfrenta desafios insuperáveis, antigamente usavam o termo fossa, e que buscam uma solução. Alguns chamam a solução de remissão que é a cura. Muitos operadores das ciências ‘psi’ (psiquiatras, psicólogos e psicoterapeutas) tem usado um termo ‘remissão dos sintomas’ de forma técnica.

Outros utilizam em razão até do senso comum o termo ‘precisar debelar a situação’ ou debelar a crise. Bem no fundo, todos sem exceção sejam politicamente corretos ou não, querem uma ‘cura’ para seu problema. Quanto ao processo de cura em si, sabemos que existem analistas e especialistas convergentes versus divergentes, com ou sem ideologia, gerando uma batalha dialética em torno do que seja a cura.

Benefícios terapêuticos, remissão e cura

Para alguns analistas não existe a cura e sim benefícios terapêuticos. Para outros, existe uma superação da crise num certo prazo e um possível prognóstico de melhora. Outros entendem que existe uma dissolução do sintoma, o sintoma se desintegra e desaparece, mas, que a cura propriamente dita não existe. Outros ainda, refere uma ‘readaptação interpessoal’ nada mais do que isso, um reajuste na vida que o resultado psicanalítico pode em tese, propiciar.

E existem os que defendem o termo cura e que afirmam que haverá sim uma ‘cura analítica’ com base em critérios sólidos, estremes de dúvidas, já consolidados pela ‘práxis’ analítica, listando eles. São questionados no tecido social: afinal então, já que afirmam que existe a cura, quais são os sinais transparentes dessa cura analítica ou psicanalítica ?! A resposta não tarde e flui com naturalidade pelos profissionais calejados e veteranos.

Um dos primeiros pontos a ser destacado é de que haverá efetivamente uma modificação nas relações da pessoa; a pessoa sob análise conseguirá entender e usar melhor os mecanismos de defesa psicológicos; haverá sim, uma recuperação e integração sistêmica melhor da pessoa com as demais pessoas. Saberá o analisando distinguir o que são emoções de sentimentos.

As emoções expressas

Emoção quando a pessoa externaliza o sentimento, em forma de afetos, como por exemplo, um sorriso. O sentimento algo intimo, imperceptível, de domínio interno, só a pessoa sabe. As emoções todos sabem e compartilham, mas os sentimentos só a pessoa sabe. A pessoa pode não expressar seu sentimento por emoções.

A pessoa irá conseguir via análise suportar melhor as frustrações e entender suas perdas; conseguirá interpretar melhor as expectativas diante das crises vitais. Haverá um processo de melhor abrandamento das cargas do superego e id e um melhor ajuste do ego.

A pessoa conseguirá aceitar melhor sua condição pela serenidade, sabendo usar bem a linguagem verbal e não-verbal, vencendo estereótipos e firmando sua identidade, entendendo seu papel., sendo mais autêntica e autônoma, avaliando seus investimentos de energia e pensamentos, emoções e sentimentos, pelos afetos, monitorando melhor o que sejam relações tóxicas e como superá-las. A este todo é que se chama de ‘cura’ ou pela opção de ‘remissão’.

O emprego dos termos remissão e cura

O emprego do termo remissão no lugar de cura não esta de todo equivocado. Alguns profissionais analistas preferem usar o termo ‘remissão’ no lugar de ‘cura’. Porque remissão esta relacionado com ‘remir’, ou seja, expressa um sentimento de alívio, de livramento, de libertação, de evitar pressões, de como lidar melhor com estresse ou outra condição, e ao mesmo tempo saber perdoar a si mesmo e aos outros.

Remissão entendida como perdão, compaixão, misericórdia e porque o termo remete a algo sem nenhum ônus. A pós-modernidade dos tempos líquidos e da disruptura com a chegada da era do algoritmo vem revolucionando e gerando uma revisão de muitos processos e termos. O termo e o processo chamado de cura foi colocado em xeque e em discussão.

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    A caracterização de uma mudança psíquica da pessoa foi chamada de remissão, porém, em última análise é uma cura. Quando o concreto é derramado no molde e evapora a água e o sol incide na composição existe uma cura que alguns desejam denominar de remissão. A remissão nada mais é do que a cura propriamente dita.

    Psicanálise e o percurso de análise

    Toda pessoa que vai num psicanalista e inicia um percurso de análise esta bem no seu íntimo buscando uma cura e tem convicção disso. A cura analítica em se tratando da Psicanálise é uma realidade concreta justamente pelos critérios acima elencados, entre outros, em estudos.

    Alguns céticos e negacionistas teimam em expressar para terceiros em dúvidas e interrogações, de que não existe cura analítica ou psicanalítica. Entretanto, toda pessoa que inicia uma marcha de análise no ‘setting’ acaba percebendo que esta mudando e que vai mudar. E isso se transforma num sentimento de convicção intima.

    A partir do momento que uma pessoa entra num processo de análise vai mudar, pois, haverá sem sombras de dúvidas um impacto psíquico. A cura analítica emergirá ao natural pela persistência do indivíduo vencendo os processos de resistências que são naturais de cada um.

    Conclusão

    Por fim, resta indagar se existe analisando que não tenha solução ? Trataremos em um enfoque específico dos chamados na Psiquiatria de PDA, pacientes de difícil acesso que na Psicanálise são os ADA, Analisando de Difícil Acesso.

    Existe estes cases pontuais, mas em linhas gerais toda pessoa que iniciar uma análise será impactada e irá caminhar na direção da cura analítica. A questão da cura analítica dependerá somente da persistência e do grau de convicção.

    Fora desse eixo estará sempre o indivíduo numa busca interminável de consultório em consultório, de clínica em clínica, até conseguir se autodisciplinar e finalmente firmar convicção

    O presente artigo foi escrito pot Edson Fernando Lima de Oliveira ([email protected]) é licenciado em Filosofia e História. Possui PG em Ciências Políticas, realizando PG em Psicanálise e acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica.

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