Este artigo tem por objetivo colocar em evidência a existência de indicadores que evidenciam problemas relacionados em educação e, mais particularmente, no comportamento dos estudantes após o possível término da pandemia e a retomada das aulas.
Essas diferentes leituras resultam, fundamentalmente, do fato que apesar de retornarem às atividades presenciais muitos estão se mostrando tristes, abatidos, desanimados, ansiosos e ainda irritados.
Retomada das aulas, mas e agora?
“Será que esses estudantes, independente da classe social que vivem estão preparados para esse retorno com uma mente sã”? Essa presente preocupação é uma grande oportunidade para a discussão desse assunto tão vasto, mas carregado de verdades que vale a pena ser repensado.
Uma possível compreensão da retomada das aulas
Trabalhar com educação não é uma simples tarefa, estamos mexendo diariamente com a formação psíquica de uma criança. Cada uma quando chega na escola traz uma gama de elementos adquiridos desde seu nascimento, como cultura e religião, fatos esses que interferem direta ou indiretamente no seu modo de ser, agir e pensar.
Na escola ela tem a oportunidade de socializar, interagindo diariamente com diferentes tipos de pessoas, contribuindo assim para seu amadurecimento físico, psíquico e cultural. Todas os problemas que sempre aparecem dentro de uma sala de aula são na verdade uma forma de mostrar a esse estudante uma nova visão de mundo e de sociedade, fazendo com que ela perceba uma nova realidade existente até então nunca vivida.
As atividades propostas, as tarefas, a leitura, a interpretação e a crítica vão despertando interesses diversos e moldando seu caráter na busca de um possível crescimento e amadurecimento. Com base nisso, sentem-se ativas, oportunistas, capazes, responsáveis, com a autoestima elevada com a construção desse novo.
Retomada das aulas e a pandemia
Com o surgimento da Pandemia, esse estudante perdeu tudo isso, onde agora teve que dar lugar à uma nova forma de aprendizado que foi o ensino remoto. Isso causou um choque por parte de todos, onde se viram dentro e uma nova realidade sem respostas, com uma expectativa futura de maneira incerta. Sobrecarga e saudade da rotina eram agora fatos verdadeiros onde quase que a totalidade dos estudantes conviviam diariamente, sendo que cada um conseguia administrar de forma diferente.
Uns por sinal mais resolvidos, coerentes e maduros compreenderam a importância de se adequarem a essa realidade, outros já se mostraram com certa dificuldade, fato esse que ocasionou problemas que agora estão aparecendo.
Um grande exemplo disso era a grande dificuldade de concentração, devido ao excesso de atividade enviadas pelos profissionais de educação ao qual ocasionou a esse estudante uma enorme preocupação e como muitos não acreditavam em si mesmos trouxeram à tona um dos maiores “maus” até então ao qual chamamos de crise de identidade.
A insegurança em relação ao covid-19
Essa insegurança mostrado pela maioria deram a esses estudantes comportamentos que ocasionaram situações e se tornaram problemas, cada um dentro da sua perspectiva, e como ponto comum a ansiedade e irritabilidade como consequência disso
A realidade vista nesses últimos dias, mostrada em várias mídias apresentadas em forma de números, fatos esses comprovados por quem é educador demonstram de uma forma muito clara que praticamente todos sofreram ou sofrem esses problemas já elencados, onde precisam muito serem ouvidos e acompanhados.
Apesar de muitos ainda se sentirem inseguros em relação ao covid-19, os que tem frequentado apresentam sérias dificuldades no que diz respeito a concentração e esse é a maior preocupação que acredito ser de todas as instituições de ensino comprometidas com a família e com a aprendizagem.
Conclusão
Resolver essas dificuldades é um desafio ao qual não temos respostas, mas acredito que com o tempo, tudo será como antes ou porque não dizer de maneira melhorada. É uma opinião esperançosa, pois nesse momento muitas coisas que se perderam, estão sendo reconstruídas dentro de cada estudante e até em nós mesmos.
O presente artigo foi escrito por Cláudio Néris B( [email protected]), Fernandes, arte-educador, arteterapeuta e estudante de Psicanálise.