sonho e interpretação

Sonho e Interpretação em Psicanálise

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Desde 1895, Freud já havia percebido que o sonho e interpretação era a realização de um desejo (pulsão). Após mais alguns anos de estudo e dedicação, publicou, em novembro de 1899, a obra A Interpretação dos Sonhos, datada pelo editor de 1900.

Para construir a obra, Freud utilizou duzentos e vinte e três sonhos, nos quais quarenta e sete eram seus e cento e setenta e seis foram provenientes de pacientes ou pessoas de seu círculo.

Entendendo o sonho e interpretação

A teoria dos sonhos como realização de um desejo inconsciente foi estendida à elaboração das teorias das fantasias e ao aparecimento dos sintomas. Freud definiu os sonhos como sendo cargas emocionais armazenadas no inconsciente, que projetam imagens e sons. Os objetos nos sonhos são derivados de cargas emocionais e através deles, pode-se chegar às emoções que geraram essa imagem ou esse som.

Se forem estudados corretamente, os sonhos podem se descrever, permitindo que se conheça o momento psicológico do indivíduo, o que Freud chamou de “fotografia do inconsciente”. A fonte dos sonhos são os estímulos, que podem ser: sensoriais externos (objetivos), sensoriais internos (subjetivos), somáticos internos (orgânicos) ou puramente psíquicos. Ao acordar, o mundo dos sentidos logo começa a exercer sua pressão e se apossa da atenção do indivíduo, fazendo com que ele esqueça do sonho.

Por isso, é importante sugerir ao analisando que tenha sempre um caderno e caneta próximo à cama para escrever o sonho assim que despertar. Além disso, os indivíduos têm pouco interesse em seus sonhos, por considerarem histórias mirabolantes ou sem sentido, mas quanto mais começa a anotar ou prestar atenção, a frequência dos sonhos aumenta.

Ainda sobre o sonho e interpretação

O indivíduo que consegue interpretar os próprios sonhos, tem uma chave mágica para descobrir a si mesmo, pois sabe o caminho para o Inconsciente. Para tornar isso um hábito e iniciar nesse caminho do autoconhecimento, além de ter um caderno próximo, é importante sublinhar ou destacar as palavras mais importantes, que resumem o texto e se atentar para os sujeitos, objetos e as qualidades de ambos.

Depois, o indivíduo pode pegar cada um dos elementos sublinhados e pensar em cada um separadamente com o que lhe vem à mente. Por fim, pode relacionar os elementos entre si e contar novamente o sonho, observando como este se parece após isso e tendo mais clareza. No tocante à interpretação dos sonhos, o que não quer dizer nada sempre quer dizer alguma coisa, ou seja, é importante observar cada detalhe.

Assim, Freud observa que o sonho tem um conteúdo manifesto, que como o próprio nome diz, é o que se manifesta, ou seja, o que o indivíduo lembra e conta; e tem também o conteúdo latente, que representa o significado do sonho após de analisado.

Conteúdo latente, sonho e interpretação

Para acessar o conteúdo latente, Freud mostrou a importância de fracionar o sonho, fazendo associações a cada fração, o que ele descreveu como “pensamentos de fundo” da parte específica do sonho. Afirmou que nenhum sonho é tão curto que possa ser descartado como sendo improdutivo para uma análise. Dessa forma, cada elemento do sonho deve ser separado dos demais.

Para cada elemento deve-se buscar as associações individuais para as partes do sonho. Por isso, o o conteúdo manifesto, praticamente nunca vai trazer logo de início o significado subjacente do sonho. Existem sim sonhos que são claros e até fáceis de entender, mas a maior parte vai necessitar de associações individuais para que se possa chegar ao significado real, escondido atrás do conteúdo manifesto.

Cabe ressaltar que a interpretação do sonho sempre será individual, ou seja, cada pessoa vai associar aos elementos do que sonhou outras representações, chegando assim, ao conteúdo latente. Ou seja, um objeto pode ter representações diversas para cada indivíduo de acordo com sua história e momento atual da vida.

Os sonhos para as crianças

Para as crianças, os sonhos são puramente a realização de um desejo, ao contrário do adulto, que, com seus sonhos infantis, retrata uma realização (disfarçada) de um desejo (recalcado). Nos sonhos, a dor e o desprazer são comuns, sendo, em média, cinquenta e sete por cento dos sonhos desagradáveis.

Freud afirmou que os sonhos podem selecionar seu material de qualquer parte da vida do sonhador, contanto que haja uma linha de pensamento ligando a experiência do dia do sonho (as impressões recentes) com as mais antigas.

Existe um certo número de sonhos que quase todo mundo tem e que se pode presumir que tenham o mesmo sentido, como sonhar que está despido, sonhar com a morte de pessoas queridas, sonhar que está voando e sonhar com exames e provas.

Considerações finais

Nas palavras de Lacan, Freud afirmou que um sonho nos acorda no momento preciso em que a verdade possa se revelar. Por ser algo que pode abalar muito o indivíduo e ele não conseguir suportar, por isso o sonho.

A descoberta de Freud de que os sonhos têm um conteúdo psicológico foram uma contribuição revolucionária para o estudo da mente. Pois, anteriormente, os sonhos eram tidos como efeitos de um trabalho desconexo, provocados por estímulos fisiológicos.

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    Os estudos desenvolvidos por Freud trouxeram os sonhos para o campo da Psicologia e mostraram que estes são a realização de desejos, disfarçados ou não, satisfeitos em pleno campo psíquico.

    O presente artigo foi escrito por Beatriz Costa. Professora, consteladora familiar, coach e psicanalista em formação. Contato: [email protected]

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