tipos de depressão

Os 7 tipos de depressão para a Psicologia

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No texto de hoje, você verá uma discussão aprofundada sobre os diferentes tipos de depressão. Aqueles que não estudam a doença a fundo, dificilmente sabem que ela não se desenvolve da mesma maneira em todos os sujeitos depressivos. Assim, se você faz parte do grupo que não conhece essas diferenças, não deixe de acompanhar o artigo até o final!

Causas para o desenvolvimento dos tipos de depressão

Estamos numa época em que os tipos de depressão ocorrem por diversos fatores. Em primeiro lugar, precisamos considerar o fato de que o mundo muda constantemente. Por esse motivo, o homem precisa de algum tempo para se adaptar. É possível afirmar que há alguns anos, o mundo dava um tempo ao ser humano para se acostumar com novas mudanças. Quando tivemos a revolução industrial, por outro lado o ser humano precisou de tempo para a adaptação.

Em seguida, a revolução da tecnologia veio se desenvolvendo em tempo de nos dar a chance e conviver com as mudanças. Nesse contexto, as diversas mudanças tinham o seu próprio ritmo e nossa alma se adaptava a elas. De repente, mais uma vez, tudo muda muito rápido. Assim, o homem que vive em um mundo em constante mutação muda em uma semana o que as vezes levava um ano.

Por esse motivo, não dá tempo para o indivíduo se acostumar com a realidade quem tem. Nesse ataque constante de mudanças, somos obrigados a adquirir novos valores. 

A importância dos rituais

Além disso, o mundo tem perdido o cerimonialismo natural das coisas e da vida, isto é, o ritual. Por sua vez, o ritual organiza a cabeça da pessoa. Veja alguns exemplos de rituais:

  • amanhecer,
  • plantação,
  • colheita,
  • casamento,
  • informação.

Tome como exemplo o ritual da manhã. Ele começa com o nascer do sol. Assim, quando está claro, você sabe que é hora de o dia começar, pois já é de manhã. Contudo, hoje você dentro de um shopping não sabe nem se é dia ou noite, não é? Uma vez que o mundo mudou e nós perdemos a noção da diferença entre dia e noite, muitas vezes o organismo não reage e o indivíduo começa a sensação da solidão e da angustia.

Esse processo faz com que a pessoa pense que não é ninguém. Ademais, ela pensa que, sendo famosa, passa a ser alguém e se liberta da solidão e isso é uma ilusão. Ela pensa que só o afeto nos liberta da solidão. No que diz respeito ao mundo em que vivemos hoje, estamos inseridos em um tempo em que tudo contribui para que você se angustie.

Isso é muito curioso. Para o psiquiatra Augusto Cury, é realmente controverso que, em meio a tanta tecnologia de ponta e remédios, haja tantos doentes emocionais.

O afeto na contemporaneidade e como surgem os tipos de depressão

A ilusão de ter muitos amigos ou seguidores contribuem para a ilusão do afeto que só é retribuído de forma presencial. Hoje a internet tem o papel de consolar o indivíduo e divertir. 

No entanto, quando uma pessoa expõe as suas melhores partes na internet, ninguém consegue ser feliz por causa disso. A exposição de um simulacro de si mesmo e daquilo que se possui não faz com que essa fantasia se torne sua vida real. Nem é humana essa expectativa. Em sua grande maioria, as pessoas entram na internet para fazerem comercial de si próprias, mas não é com o objetivo de serem felizes.

Ilusão da vida na internet

A internet e a vida atual não causam depressão, mas impulsionam os efeitos do transtorno.

Obviamente, nós seres humanos somos desgastados diariamente com sintomas, desejos, traumas inconscientes e embates correlacionados com a vida e os afetos. Nessa sistemática de interação entre o corpo e a emoção, há um desgaste diário aumentado conforme o indivíduo. 

Algumas pessoas suportam e reciclam, outras suportam e acumulam. Outras pessoas se desgastam como uma pilha. Na verdade, todos acumulam sintomas psíquicos e nesses acúmulos reverberam para a sua vida.

Conclusões parciais sobre os tipos de depressão

Notadamente, existem pessoas que, através das suas dificuldades de sobreviver, asfaltam caminhos para a depressão. Em contrapartida, as pessoas com superabundâncias na vida também asfaltam o mesmo caminho. A falta ou a abundância não resinifica nada. Quando o sujeito está no equilíbrio da vida, suas emoções estarão sempre sujeitas às expectativas de outrem.

O que ocorre na alma do sujeito é que, ao encontrar a falta, ele entra numa ansiedade imperceptível ou perceptível. Dessa forma, acumula para si um vazio referendado pelas coisas que lhe falta e com poucas perspectivas de conquistá-las. A pessoa entra numa somatória, do nada, em que suas pulsões de vida perdem a identificação e o sujeito entra num desgaste psicológico. Tudo direciona ao caminho do vazio e estabelece uma melancolia opressora. 

Agora que falamos sobre esses problemas da contemporaneidade que originam os tipos de depressão, vamos falar sobre cada um deles. Confira!

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    Conheça os 7 tipos de depressão

    1 Depressão do desejo

    Trata-se da depressão em que o sujeito impõe a si mesmo uma forma de descanso emocional. Ele acende sobre o emocional um basta, uma luta frívola e desnecessária. Nele, o sujeito boia no mar agitado para tentar sobreviver na impossibilidade psíquica dos seus afetos, apesar de não haver afetos inconscientes. Eles não ficam recalcados, pois são reprimidos.

    Segundo Freud, a repressão não é o recalque, mas a transformação de um afeto em outro. Assim, nós tentamos modular os afetos diariamente, manipulamos os fatos e os movemos de um lado para o outro. Essas deformações imaginárias conjugadas são repressão do afeto. Nesse descanso arbitrário do sujeito nas suas repressões, instala-se um desejo maior: o da fuga.

    O afeto para Freud

    Na repressão do afeto em sua forma cotidiana, o sujeito tem em si, a angústia, o pânico e o sofrimento. Freud baseou a retenção do afeto ou sua repressão na histeria, onde o afeto é desligado da representação.

    Freud monta um arco histórico do afeto. Segundo ele, qualquer afeto é uma representação de afetos repetitivos de uma vida. Caso eu venha a experimentar a alegria, trata-se da referência de todas as que vivi. O mesmo se aplica na angústia, na depressão ou na melancolia. 

    2 A depressão socializada (participativa)

    Nunca em toda a história da vida humana encontramos tantos depressivos pelas ruas da vida. Se não houvesse a diferenciação dos sintomas dos tipos de depressão, poderíamos generalizar todos os seres humanos como uma “raça” de depressivos.

    Nesse caso, a depressão socializada é o fato da receptividade emocional, ou seja, atrair para si dejetos humanos. Recepcionar o mal para dentro da sua mente, quase que um desejo absoluto em dividir as dores humanas com sua psique. Acompanhamos muitas pessoas com depressão adquirida, aquele sujeito que tem um amigo ou a esposa, alguém ligado ao seu dia a dia, com depressão maior. 

    A dor do outro

    Aqui o sujeito interage de forma contumaz com o sintoma objetal e influenciado pelo sofrimento alheio. Assim, contrai para si a dor do outro. 

    Muitas pessoas que têm parentes ou amigos com câncer acompanham o processo em que, durante o tratamento, essas pessoas perdem os cabelos. Logo, o sujeito (do afeto) raspa o seu próprio cabelo como um sinal de solidariedade. O sofrimento do seu amigo é tão profundo que o sujeito demonstra solidariedade vivenciando a mesma forma de dor e sofrimento.

    Inconscientemente, ele instala na sua mente uma forte melancolia social. Ademais, a solidariedade que a depressão busca, o sujeito a recebe como parceiro. Portanto, tratamos aqui de uma depressão participativa. 

    3 Depressão Passiva

    A depressão passiva é a mais conhecida por ser a mais divulgada entre os tipos de depressão. Ela é quem busca solidariedade, busca a escuridão como amiga e, além disso, internaliza a solidão e a amizade com a sua pulsão de morte. Aprofunda o sofrimento, estabelece limites de ganho, somatiza a perda como um bem maior, retirando-se do mundo a enfrentar.

    Na busca dos elementos abaixo, o sujeito busca se resguardar na passividade. A depressão passiva é quase que uma esperança de que um dia as coisas irão mudar por si só. Os elementos são:

    • a luta diária,
    • as intempéries da vida social,
    • a movimentação das pulsões de vida que nem sempre são garantia de felicidade,
    • a perseguição de si mesmo.

    Ao aliviar a ansiedade da tensão, da insegurança e dos modos operantes, o sujeito, como numa maratona, vai se esvaindo. Assim, sua capacidade de reflexão vai se tornando falível. Nesse contexto, sua energia psíquica e física entra em colapso e seus movimentos físicos e comportamental se desviam, se afastam. Por este motivo,o sujeito se divide em si mesmo, sem conseguir observar o mal maior.

    A esperança do sujeito

    Nesse momento, as forças se desencontram, o comando é deixado a mercê do acaso e, no cansaço da maratona, o sujeito cambaleia na esperança de chegar ao gozo. Na verdade, ele cai na esperança de garantir a sobrevida e encontra somente uma forma para isso: o descanso.

    Nos sintomas adquiridos e vivenciados, a depressão se instala como uma salvaguarda. Assim, somente o descanso clama o corpo e a mente poderá salvar o sujeito. Então, ele se entrega a ordem estabelecida e, ao descansar como um maratonista, seu corpo dói, sua mente chora e entra no mundo da passividade emocional. Isso porque não lhe resta outra alternativa de sobrevivência.

    A fraqueza do sujeito

    Chegando ou não ao final da corrida, o sujeito se sente impróprio e perdedor. Esse sentimento o acomete porque ele não estava na sua melhor circunstância. Assim, quando se viu, se sentiu fraco. Ele partilhou consigo mesmo parte da corrida como vencedor até perder totalmente a energia na estrada. Aos poucos, foi se sentindo impotente para prosseguir, de modo que a sua entrega e seus sonhos caíram no descanso para sobreviver.

    Passivamente, o sujeito não tinha outra escolha a não ser descansar na esperança de se restabelecer e viver. Por esse motivo, ele encontra guarida na suposta recuperação da energia que os sintomas doados pela vida lhe tomaram a cada passo da sua caminhada. Foi uma somatória de desgastes emocionais e físicos que lhe deram como presente o descanso na depressão.

    Aliada a depressão do desejo, a depressão passiva se pauta na alienação dos sintomas. Nela, o indivíduo introjeta a incapacidade emocional. Sua libido é por vezes separada dos seus sentimentos e a pessoa é passivamente desconectada da sua boa atuação. Dessa forma, o indivíduo passa a trocar os afetos pelos sentimentos. A contenção da emoção que seria o destino do afeto.

    4 Depressão Eufórica

    No caso da depressão eufórica, que é mais pró-ativa que os outros tipos de depressão, o sujeito inverte o descanso. Por medo, a sua ansiedade pressente a queda, a ruína, a fase da morte em vida e se atira as pulsões de vida de forma irracional.

    Como um sol iluminando o dia, o depressivo eufórico sai da noite buscando ininterruptamente alguma força para sobreviver. Ao contrário do passivo, esse sujeito ainda carrega consigo um potencial energético sobre humano. Assim, essa pessoa pode se demonstrar autossuficiente. Além disso, ela externa seu poder em atos desconexos, mas que para ela são uma demonstração de força racional. 

    Alguns depressivos eufóricos saem para caminhar por quilômetros, andam e andam sem qualquer regra auto estabelecida. Fazem isso para experimentar uma descarga energética a fim de se mostrarem vivos e se despertarem em atividades simultâneas. 

    Contrapontos da euforia

    Para se auto salvar da dor profunda da escuridão, depressivos dessa modalidade acendem luzes em atividades, como se não existisse noite. O “basta por hoje” faz com que ele se encontre consigo e se torna o pior momento para seu balanço mental.

    A euforia muitas vezes é denominada por fuga, como um sintoma de bipolaridade também. No entanto, o importante aqui é que ela é também uma extensão da depressão. No que tange a depressão a euforia é o viés das dores e fugas, das remontagens de sintomas adquiridos através dela.

    A depressão determina, por exemplo, quais parentes virão ao seu encontro para lidar com novas disfunções acopladas ao seu sistema adquirido. Não são os sintomas que atraem a depressão e sim o contrário, como em um sistema de compensação. Ela retorna a depressão pela pressão dos sintomas. Ou seja, pela depressão o sujeito atrai novos ou apenas novo sintoma, e com a pressão do ou dos sintomas, o sujeito retorna à função inicial, a depressão. 

    Diagnóstico

    Nesse tipo de depressão, permeiam mecanismos de sobrevivência. Ou seja, agregamos novos termos para sair da dor e, munidos de descentralização da vida, formamos sintomas que são fornecidos a nossas mentes. Por sua vez, esses são os sintomas que reverberam em atitudes.

    Assim, devemos notar que cada caso tem suas peculiaridades. Não posso determinar como caso único algum sintoma já estudado em alguém como sendo o mesmo de um novo caso.

    Centímetros de tolerância ou intolerância fazem diferença na dose de diagnóstico e cura (caso a tenha). Quando determinamos dados diferenciais para cada caso, mesmo que pré nominado o sintoma, devemos exercer um cuidado especial com aquela alma. Devemos identificar se ela está pré-organizada em um ciclo de movimentos depressivos, alternados com violações sistêmicas de sintomas alternativos em contra ponto a depressão.

    A agressividade do sujeito

    O sujeito em defesa da não permanência na depressão, viola o conteúdo atacando-se a si mesmo. Ele o faz com um roteiro subjetivo de agressividade, justamente por não aceitar a depressão como regra atual em sua vida.

    Assim, criam-se mundos paralelos em defesa da dor e do sofrimento depressivo. O sujeito se atreve a combater o mal com o mal. Seu organismo busca a sobrevivência com ataques de adrenalina num frenesi vicioso e as etapas surgem em união à depressão, fortalecendo novos sintomas agressivos e nocivos. É possível muitas vezes até acabar “psicopatizando” o sujeito.

    5 Depressão com estimulo ao desenvolvimento masoquista

    Esse é um caso sui generis, ou seja, peculiar. O sujeito busca estimular a sua depressão e desenvolvê-la ao ponto da sua satisfação masoquista. Isso significa que a satisfação final dominada pela dor existencial faz com que o sintoma depressivo o leve ao êxtase. Por esse motivo, o indivíduo não sente prazer, mas satisfação na dor. 

    De forma inconsciente, o sujeito é levado para a profunda dor de alma. Ao ser estimulado pela satisfação, ele(a) prossegue estimulando a pulsão de morte para formar desejos contrário ao prazer do gozo. A satisfação na dor, nesse caso, confunde-se com o prazer da vida. Assim, a sua dor o livra das dores estimuladas no dia a dia das suas vidas. 

    Masoquismo

    Ao ser provocado pela pulsão de vida, o sujeito se comporta como um masoquista sexual. Como já apontamos, ele enxerga a dor como prazer, como estimulante ao gozo final.

    O gozo na vida é percebido através da satisfação da dor e o sujeito estimula a dor da depressão como a subsistência do gozo. Assim, a pessoa vai alinhando a depressão a um estilo de vida que complementa o seu desejo, que é encontrado na sua satisfação corporal. Nesse contexto, temos um gozo emocional. Pessoas encontram gozo:

    • no carinho,
    • na performance,
    • no aperto,
    • em um tapa,
    • na surra,
    • em uma dor carnal,
    • na dor emocional.

    6 Depressão Ansiosa

    Todo diagnóstico precede a ansiedade. Ao se ajoelhar diante da maior e mais forte vida interior da exclusão dos prazeres, libido e dos hormônios da vida, o sujeito tombado e entregue ao diagnóstico em sentimentos, logo, se angustia. É a ansiedade pelo fato deferido que o faz literalmente um sujeito doente e que tem que ser remediado para sobreviver. Tudo indica que essa pessoa tem um dos tipos de depressão mais complicados, que é a ansiosa.

    Destituído de autoestima, prazeres e alegria de viver, além de ser atraído pela ansiosidade do fato, o sujeito determina em si a depressão em cima da depressão. Gera, portanto, um acumulo de melancolia em uma crise ansiosa depressiva. Ou seja, aquela depressão adquiriu uma forma motriz gerada pelo pulsar da ansiedade, acelerando todo metabolismo e os pensamentos de forma pulsional.

    Nesse estado de ansiosidade pulsional, o sujeito perde o controle dos seus pensamentos da habilidade de manifestar o autocontrole. Assim, se entrega ao acaso do sintoma da depressão. A pressão no peito, na cabeça e em pensamentos acelerados o desviam de um relaxamento mínimo e, por conta disso, o depressivo vive fora de órbita. Por esse motivo, sempre perde a concentração nas coisas que faz.

    Inércia e falta de percepção

    Além de tudo o que já dissemos, o sujeito não consegue notar as mínimas coisas por onde passa, o que pega ou aquilo que come. Ele não consegue nem detectar como seus sentimentos lidam com o belo e o feio ou o claro e o escuro. Nesse contexto, a dor não faz parte da sua depressão;  somente a ansiedade de saber que está depressivo, gerando assim, o acúmulo citado acima.

    Com o tempo, a pessoa busca descobrir o que é o sintoma através de pesquisas. Desse modo, vai a cada dia se auto assumindo, e gerando mais ansiedade. Essa ansiedade, por sua vez, se dá a nível de um transtorno passivo ilusório de sentimentos repressivos. Por esse motivo, chega-se ao ponto de viver uma ansiedade crônica por causa de um diagnóstico.

    7 Depressão Obsessiva

    As atividades do recalque nos seres humanos tendem a uma tensão quase subversiva. Elas propõem ao inconsciente reprimir a representação de um ou mais sentimentos na dor e na fadiga mental. Nessa conjuntura, a depressão obsessiva, em contraste com outros tipos de depressão, tem por objetivo a proteção. Ademais, é um objetivo aliviar a pressão pulsional advinda do mal recalque. 

    O indivíduo, ao receber tal carga emotiva, acaba nutrindo uma neurose obsessiva. Isso porque repetição e a execução constante desse afeto desenvolve um comportamento ritualístico. O sujeito tenta recalcar uma obsessão e representar com repetições algum desejo. Isso é feito a tal ponto que suas energias chegam ao ponto do esgotamento físico e mental.

    Emparelhado a isso, há uma alta recriminação do próprio sujeito, que desenvolve uma angústia social. Por sua vez, trata-se de uma angústia direcionada ao outro. Em sua defesa, de forma inconsciente, todo esse aparato é agressivo ao sujeito.

    A neurose e as fases de Freud

    Sabendo da existência da neurose obsessiva em si, diagnosticada por Freud, podemos também acrescentar sobre a depressão obsessiva algumas reflexões sobre as fases:

    • anal sádica,
    • genital,
    • fálica,
    • e oral.

    Um outro ponto traçado por Freud no desenrolamento dos sintomas foi o foco, um olhar especial, para descanso desse sintoma. Tendo isso em vista, parece haver uma fase importante unida a esse conglomerado de dores. Para suportar todas essas execuções, a depressão se instala em partes no decorrer de todo o processo.

    Ela se vincula num pacto intermediário do individuo. Isso com o objetivo de suportar a carga do tal desenvolvimento ao comprimir os sintomas em recalque. É aí que entra a fase do descanso depressivo, que vem para aliviar a pressão.

    Proposta do autor sobre os tipos de depressão

    Propomos aqui que a depressão é um descanso dos sintomas, o que não significa que ela é a cura dos sintomas. Na verdade, por causa dos tipos de depressão, os sintomas são atraídos. Tome como exemplo a síndrome do pânico. O sujeito opta em descansar na depressão da sua segurança do que enfrentar o sintoma saindo as ruas. Se ele escolhesse sair, teria de enfrentar a sua dor e medo.

    O descanso se dá no abatimento pessoal. O sujeito entra numa catarse de defesa e seus sentimentos desistem de serem sentidos, por assim dizer.

    Ao assumir a dor da depressão, ou seja, a inércia de viver, não o faz por vontade própria. Contudo, pode admitir e ceder ao novo sentimento. Nesse momento, cria-se uma plataforma na psique do sujeito, que o faz perceber algo além da vida. É uma troca de vida pela não vida. Assim, alinha-se e modula-se uma nova forma de entrega que vinha sendo desenhada ao longo da vida. O tempo não é senhor do desenvolvimento. O sujeito é senhor da nova plataforma.

    O que ocasiona a depressão

    Existe a linha de pensamento de que a pessoa não escolhe a depressão. Assim, ela se estabeleceria intrinsecamente, sem a autorização do sujeito. Assim como as atuações da vida não nos pedem autorização para entrar em nossa mente. Ou seja, tudo e todos os acontecimentos, nós os recebemos e geramos em nós expectativas em vida sem ter o controle dos fatos introjetados em nossa mente.

    O fato de as informações entrarem diariamente em nossa mente não significa que elas são obrigadas a gerar sintomas existencial. Do mesmo modo são com os sintomas. Eles advêm de fatos introduzidos como traumas ou desafetos, pois não receberam de nós a autorização de um alto flagelo. Os sintomas vão se instalando a cada passo que damos em direção aos porões da escuridão e por motivação própria.

    O sujeito resolve descer ao porão da sua existência. A cada degrau, ele chega mais perto do alvo da escuridão. Ele não deseja escolher retroagir do caminho decidido. A cada vez se sente mais atraído pelo corredor da morte como fuga para o seu descanso. Não percebe que está se auto flagelando psicologicamente; ele opta por um caminho que para ele é seguro, mesmo que venha com desprazeres.

    O quadro crítico do sujeito depressivo

    Perdem-se as sentinelas, morrem os conselheiros e o caminho está traçado e aprovado. Os sintomas adquiridos na caminhada ao porão são corpos que rastejam pelos pés do sujeito. Então, ele define em ser o caminho para esses parasitas sintomáticos. 

    Ao chegar no porão, por fim, a sua depressão tão almejada se instala e com ele os corpos de sintomas se aninham ou se aninham ao sujeito e com ele fazem parceria. Porém, a força maior se faz presente e o sujeito se solidariza consigo. Dessa forma, encontra um descanso preliminar onde fará da sua vida uma paz na dor do nada e do vazio.

    Assim, terá motivos para chorar sem saber o motivo e sem motivar seus motivos inerentes ao que está vivendo. Isso porque o viver não o motiva e portanto importa o descanso da vida em vida.

    Comentários finais sobre os tipos de depressão

    Neste texto sobre os tipos de depressão vimos que, de alguma forma, a doença representa a mãe do indivíduo. É o local onde ele se aninha, busca a paz e segurança na fuga da dor. Ele se desaparece na mãe com intuito de voltar ao útero materno e se joga na representatividade do seu afeto materno.

    O que o inconsciente não o deixa saber é que é impossível o tão desejado retorno aos braços da paz. Portanto, a dor é imensa. Trata-se de uma mistura de estar no local desejado. Ou seja, descansando dos sintomas, das dores da vida e recalques, na verdade, é como se estivesse na barriga da mãe do lado de fora. O indivíduo está tentando penetrar no mais alto grau de vida e proteção. Porém, a dor da verdade o imobiliza para a vida.

    Segundo Freud, “é a nostalgia da mãe”. O desejo de não querer sentir a dor não afere o fato de que o individuo queira sair da depressão e é o que normalmente ocorre nos casos dessa representatividade. Tendo tudo o que foi dito em vista, sabemos que esse texto é muito avançado para um leitor leigo. A fim de entender os conceitos perpassados aqui, matricule-se em nosso curso de Psicanálise Clínica 100% online!

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