Todos somos neuróticos? Embora seja uma afirmação o tema desta redação, fica também um ponto de interrogação. Sendo um distúrbio neurótico como é conhecido ainda assim não é disseminado de maneira adequada em nossa sociedade.
Pessoas que sofrem angústia emocional, conflitos inconscientes, perturbações mentais, ansiedade, depressão, sofrem preconceitos e ate mesmo incompreensão por não encontram espaço para falar abertamente sobre as limitações e o sofrimento impostos pelo conflito psíquico.
Entenda se todos somos neuróticos
Compreender melhor as distinções entre neuroses, psicoses e perversões é algo extremamente complexo. É uma tarefa difícil, mas necessária a todos nós seres humanos mortais, sobretudo aqueles que realmente estão na linha de frente como terapeutas, conselheiros, etc. Aqueles que exercem uma liderança e responsabilidade pelo cuidado da saúde emocional de outras pessoas.
Esta redação tem o objetivo de tentar levar aos leitores a vencer o preconceito e a aumentar seus conhecimentos a respeito das neuroses em nosso tempo de hoje, para que mais pessoas possam ter uma visão equilibrada da questão, de modo que isso as cure e ajude a levar também essa possibilidade de c ura a outros.
Vivemos em uma sociedade estressada, ansiosa e muito agressiva. Os fatores emocionais, físicos e ate mesmo espirituais causadores de sofrimentos, perdas, traumas, angústia e ansiedade estão por toda parte e em todos nós!
Afinal, todos somos neuróticos?
Nesta nova época em pleno o século XXI, uma sociedade hostil e tóxica em que vivemos, percebemos a cada dia pessoas ficando cada vez mais “neuróticas”, tristes, desinteressadas, isoladas, perdendo o prazer de viver e de lutar pelos seus sonhos, carregando muita culpa, fobias como o medo, obsessivas compulsivas ao extremo, histerias, uma sensação de cansaço.
Assim como o Pai da Psicanálise disse: “neuróticos somos todos nós: pessoas que têm conflitos internos e lidam com eles por meio de repressões mentais” (Freud). Todos nós temos que lidar mentalmente com desejos que precisamos de uma boa dose de autocensura. Somos todos neuróticos e vivemos sob o impacto de provações dignas de verdadeiras neuroses.
Estamos em um mundo que tudo muda o tempo todo. Estamos a beira de um ataque de nervoso, e temos a sensação de que a vida irá nos enlouquecer. Afinal, temos limites e estamos com diversas atitudes no cotidiano que trazem desconforto ou contrariedade. Certamente alguns de nós já foi chamado de neurótico e até mesmo de loucos, mas o que de fato é uma neurose?
Em relação à Neurose
Neurose marca o ponta pé do entendimento e concepções da mente humana no que se refere a patologias nervosas apresentadas no final do século XIX e no início do século XXI, estudada em profundidade por Freud. Uma luta entre “DESEJO E DEFESA”, de um conflito entra o Ego e a Libido.
Conhecida como um distúrbio neurótico, referindo-se aos desiquilíbrios mentais tais como: ANGÚSTIA e ANSIEDADE, que afetam emoções e a autoconfiança. A neurose costuma ser entendida no meio popular como o jeito mais aceito de sofrer. Mas é preciso ter muito cuidado ao classificar uma pessoa neurótica como algo normal de lidar com suas dores. São muitas formas de neuroses e de possíveis sintomas.
Em algumas pessoas, esses sintomas podem ser até piores e mais intensos do que a psicose ou ate mesmo da perversão. Uma pessoa neurótica tem muita dificuldade de assumir seus desejos, vive muito para os outros, e em certos casos com frequência se sente abandonado, questionando o outro por não ama-lo (a), ou até mesmo se estão implicando com ele (a).
Quanto maior a vontade de ser aceito, mais todos somos neuróticos
Uma pessoa neurótica também sente angustia com o seu próprio comportamento, se questiona o tempo todo, se martiriza, sentimento de culpa em todo tempo. Sofre improdutivamente, buscando ser para o outro o tempo todo simplesmente para ser aceito.
Segundo um psicanalista Dominique Fingermann: “A neurose é a maneira como cada um se enrola na tentativa de satisfazer o desejo”. Uma neurose pode levar uma pessoa a ter algumas características como: não se sente amado, quer sempre a atenção do outro, não sente querido o suficiente, acha que o outro não gosta tanto assim, duvida de si mesmo, julga sentimentos sempre como ruins, ansiedade ao extremo, TOC (transtorno obsessivo compulsivo).
Segundo Antônio Carlos Almeida: “Os próprios eventos do cotidiano nos deixa mais neuróticos ainda. Com medo do dia a dia. Medo de ser violentado, medo de conhecer pessoas, medo de ser enganado, medo de ter medo.”
Considerações finais
Todos somos neuróticos, mas calma, tem tratamentos. Esses tratamentos são feitos por especialistas como psicólogos, psiquiatras, terapeutas, dependendo de cada caso, poderá ser recomendado o uso de tranquilizantes e antidepressivos.
Não precisamos ter medos ou ate mesmo preconceitos, existem tratamentos para qualquer tipo de neurose, a pessoa poderá levar uma vida normal e mais tranquila. Talvez a maior neurose hoje esteja em viver a vida tão a sério, a ponto de adoecermos em não permitir que algumas coisas e ate mesmo sentimentos possam sair de nossos próprios e rígidos padrões de normalidade, a troco de uma vida que aparenta ser perfeita para os outros.
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Todos somos um pouco neuróticos sim, pois nos permite em pequenas doses neuróticas sadias, claro, procurando controlar atitudes e reações dentro de um limite saudável, na busca de aprendermos a viver de forma mais saudável e feliz. Depois desse texto, será que podemos assumir esse nosso lado neurótico?
O presente artigo foi escrito por Thiago Assumpção. Educador Físico, Teólogo, Pastor, Capelão Escolar e Psicanalista. Email: [email protected]