Transtorno de Pânico: características, diagnóstico e tratamento

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Você sabe do que se trata o transtorno de pânico? Neste trabalho, falamos sobre o que se trata, qual é o diagnóstico e como se dá o tratamento. Ademais, conversamos a respeito dos efeitos da pandemia de Covid-19 na saúde mental dos brasileiros. Confira!

Transtorno de pânico

Cabe inicialmente conceituar o que é o transtorno do pânico.  O Transtorno do Pânico é “a ocorrência de vários ataques de pânico repetidos, normalmente acompanhados de medo sobre futuros ataques ou de mudanças comportamentais para evitar situações que poderiam predispor ataques”.

Esse problema é conhecido popularmente como síndrome do pânico. É um tipo de ansiedade na qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que alguma coisa ruim aconteça.

E a ansiedade?

Ansiedade é um conjunto de respostas orientadas ao futuro que, pela antecipação do potencial aversivo ou perigoso da situação, geram a percepção de incontrolabilidade e/ou imprevisibilidade. Assim sendo, todas as vezes que falamos em ansiedade, estes dois termos se apresentam como importantes. Ou falamos da perspectiva em que o controle não está presente, ou falamos da previsibilidade a respeito de uma ameaça. 

Assim, neste momento de incerteza, a incontrolabilidade e/ou imprevisibilidade de que algo possa nos acontecer a qualquer momento dispara o gatilho. Consequentemente, desencadeia o transtorno de pânico.

De acordo com diversos artigos e estudos, o transtorno do pânico é uma das doenças a ser desenvolvidas ou agravadas neste momento de pandemia.

Daqui para frente, ouviremos muito sobre transtorno de ansiedade. Os médicos e terapeutas do “coração” terão muitos desafios a enfrentar tratando as pessoas. Isso não vale só para o transtorno do pânico, mas para tantas outras enfermidades psíquicas que estão se acumulando e desenvolvendo junto com a pandemia.

O ataque de pânico

O relato da literatura é que o ataque de pânico se caracteriza por um breve período de angústia, ansiedade e medo extremo que simplesmente aparece inesperadamente.

Ademais, muitas vezes, acompanha sintomas físicos e/ou emocionais. Sabe-se também que o transtorno de pânico pode ser desenvolvido por pessoas com outros transtornos psiquiátricos, pessoas que apresentam um quadro depressivo. Pode ocorrer tanto em adultos como em adolescentes e crianças.

Características do transtorno de pânico

O ataque de pânico é uma sensação súbita de ansiedade que pode acometer qualquer pessoa da população. Assim sendo, não existe um indicador de que o ataque de pânico seja de alguma população em específico. É uma sensação súbita de ansiedade que tem um formato de pico. Ou seja, uma sensação que começa leve e chega a um extremo muito rapidamente e que causa uma sensação muito desagradável.

O ataque de pânico pode ser espontâneo quando a pessoa está em repouso ou em lazer. Ele pode ser também situacional. Neste caso, está relacionado a uma situação de estresse, uma situação de ansiedade muito intensa. 

Sintomas

O ataque de pânico é caracterizado por alguns sintomas que podem ser fisiológicos, como:

  • taquicardia,
  • tontura,
  • sufocamento,
  • sudorese,
  • tremores,
  • falta de ar,
  • formigamento e dores no peito.

Esse problema também conta com sintomas psicológicos como:

  • medo de morrer,
  • medo de enlouquecer,
  • despersonalização (sensação de não estar passando por aquilo),
  • e desrealização (sensação de que está numa realidade paralela).

Em conjunto, estes sintomas fisiológicos e psicológicos caracterizam o ataque de pânico. Para caracterizar um ataque de pânico, são necessários quatro destes sintomas. Entretanto, o relato de pacientes é que estes sintomas acontecem em conjunto, sendo muito difícil diferenciar se é um só. Sejam alguns ou todos, normalmente eles acontecem em conjunto.

Saiba mais…

O transtorno de pânico acontece quando a pessoa tem um ataque de pânico isolado. Como consequência deste ataque, ela passa a ter novos ataques de pânico. Por isso, esse ataque é o “medo de ter medo”. Ou seja, o medo de passar por outra situação igual e que a pessoa não está esperando. Esta é uma das características do transtorno de pânico.

Este medo de ter novos ataques faz com que a pessoa mude algumas características em sua rotina. São mudanças comportamentais para evitar novas situações em que pode vir a ter um ataque de pânico. Não raramente, as pessoas com transtorno de pânico acabam tendo alterações funcionais e sociais muito importantes, como reflexo do problema.

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    Uma das principais mudanças associadas ao transtorno de pânico é o transtorno de agorafobia. Este é o medo ou a ansiedade de estar em transportes públicos, espaços muito abertos (parques), espaços fechados, filas, multidões e estar sozinho sem ter alguém que possa socorrer. Assim sendo, o transtorno de pânico faz com que as pessoas evitem estas situações o que lhes trazem sofrimento.

    A agorafobia é um processo de ansiedade adicional. Contudo, frequentemente aparece correlato ao transtorno de pânico. Pelo medo que as pessoas têm de ter outros ataques de pânico, é um sinal de gravidade associado ao transtorno de pânico.

    Efeitos da pandemia na saúde mental

    Durante a pandemia, somos obrigados a viver com todos os elementos que poderiam disparar o transtorno de pânico.

    Assim, como bem sabemos, situações de estresse, ansiedade, entre outras guardam uma relação com a doença. Não existe uma causa específica que justifique o transtorno. Entretanto, são citados na literatura os fatores genéticos e comportamentais como o estresse e perdas, que podem desencadear a crise de acordo com as reações do cérebro.

    Causas

    Ainda não há um consenso na ciência e na literatura especializada sobre quais fatores causam as crises de pânico. Entretanto, algumas hipóteses foram levantadas, tais como:

    • genética,
    • traumas (acidentes, abuso sexual etc.),
    • episódios de estresse extremo,
    • acúmulo de tensões,
    • problemas no sistema fisiológico,
    • ansiedade,
    • depressão,
    • baixa autoestima,
    • sentimento de culpa,
    • uso de drogas,
    • e efeito colateral de medicamentos.

    Como se vê, o transtorno de pânico desencadeia uma série de sintomas. No entanto, importa ressaltar que o sintoma mais presente é o medo de morrer que, atualmente, está diretamente ligado à pandemia de Covid-19. Assim, a pandemia leva a uma situação psíquica principal, que é o medo de morrer.

    Efeitos emocionais

    Nasio (2021) analisa os efeitos emocionais da pandemia. Ele diz que “el deprimido Covid-19 no cre más em nada” (NASIO, 2021, s.p.). Ao ser perguntado sobre as quatro angústias da Covid-19, respondeu: 

    La angustia Covid-19 tiene cuatro motivois. Primeiro es la angustia, el miedo a la enfermedad, a estar enfermo y sobre todo, morir solo em el hospital. Porque esto no es simplemente estar enfermo. Es también que mueren sin quye la família pueda acercarse. Entonces el angustiado tiene miedo de morir solo o a veces de continuar él a alguien de la família o a algún amigo. (NASIO, 2021, s.p.).

    Efeitos sobre a saúde mental

    Quando falou sobre os efeitos na saúde mental e o que a Covid-19 trouxe, o entrevistado falou que

    “más que los efectos en la salud mental del Covid 19, son los efectos de la crisis sanitária producida por el Covid 19. Me há passado un fenómeno curioso. Recibo los pacientes y veo que todos los que se han deprimido em estos últimos meses, es por la misma razón: una fuerte acumulación de angustia muy particular. Y eso me hizo bautizar a esta muy particular depresión con el nombre de “depresión Covid 19”. (NASIO, 2021, s.p.). 

    Segundo Tardivio (2020, s.p.), “o medo da morte nos acompanha desde sempre, todo mundo tem. É uma angústia inerente ao viver”.

    Neste momento, a pandemia é a grande ameaça para os que têm transtorno do pânico e para os que podem desenvolver a doença ao longo da pandemia. Isso porque estamos passando por uma situação de risco real, somado ao risco real os “medos internos” de cada indivíduo.

    Quem tem mais chances de desenvolver o problema?

    De acordo as estatísticas, o transtorno acomete três vezes mais as mulheres que os homens.

    Tem-se como explicação a questão hormonal e a vida nos tempos modernos, em que as mulheres assumiram inúmeras responsabilidade além do lar a de trabalhar, muitas vezes sem contar com o apoio dos cônjuges.

    Ademais, o transtorno de pânico aparece no final da adolescência e começo da fase adulta. Contudo, pode aparecer depois dos 30 anos e até mesmo na infância.

    Diagnóstico e formas do transtorno de pânico

    De acordo com os critérios definidos no Manual de Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), a síndrome do pânico é um dos transtornos classificados como ansiedade. Consoante o DSM IV (1994), é um dos transtornos de ansiedade que atinge aproximadamente 3% da população.

    Segundo (SHINOHARA, 2005), o pânico tem sido categorizado de diversas formas e por diferentes autores. Um deles sugere uma qualificação em termos de “esperado” e” sinalizado”, em quatro combinações possíveis:

    • Sinalizado e Esperado – 68,1% – neste caso, a pessoa, relata que em determinado local ela sabe com certeza que vai ter um ataque:
    • Sinalizado e Não esperado – 18,1% – aqui, a pessoa relata que em determinado local ela não poderia saber com certeza se teria ou não um ataque;
    • Não sinalizado e Não Esperado – 12,5% – neste caso, as pessoas relatam que os ataques surgem do nada;
    • Não sinalizado e Esperado – 1,4% – os relatos das pessoas com este tipo são de que elas não sabem quando vão ter um ataque, mas sabem que vão tê-lo. (SHINOHARA, 2005, p. 2).

    Existem casos em que é recomendada a internação hospitalar quando há evidências de alguns sinais de perigo, como o risco iminente de suicídio.

    Como dito acima, a pessoa pode iniciar uma crise de pânico inesperadamente. Às vezes sem motivo aparente, a sua vida começa a ter limitações, restringindo o seu convívio com os amigos e até mesmo do seu trabalho. Assim sendo, isso poderá ajudá-lo e manter-se em tratamento para reduzir esses efeitos de quase segregação e isolamento.

    Um relato

    Trazemos a título de exemplo um relato de uma pessoa que descreveu um ataque de pânico:

    Estava deitado tentando dormir e me vem uma forte vontade de vomitar, tontura, as mãos começam a suar frio, meu coração dispara. Tento controlar a respiração, mas quanto mais me observo respirar mais acelera o meu coração.

    A frequência cardíaca está muito alta. Não consigo controlar. Perco o controle dos meus próprios pensamentos. Ligo direto para o SAMU. Sei que deve ser um ataque de pânico, pois já senti isso muitas vezes, mas e se não for e eu estiver morrendo? Tendo um ataque cardíaco? Mais uma vez chego ao hospital, faço exames. Procuro respostas.

    Não tenho nada físico. O médico diz ser ansiedade, emocional. De onde vem isto? Como posso controlar isso? Quero parar de sentir meu corpo morrendo toda semana. É uma angústia aterrorizadora. (BRANDÃO, 2020, s.p.).

    Conforme o relato acima, passar por um ataque de pânico é uma experiência terrível. Embora os ataques variem de pessoa para pessoa, quem sofre tende a partilhar sintomas semelhantes.

    Tratamento do transtorno de pânico

    O tratamento do transtorno de pânico pode ser medicamentoso para grande parte dos casos.

    Ademais, recomenda-se a terapia cognitivo-comportamental associada a medicamentos, tais como:

    • Alprazon,
    • Citaloplan e
    • Clomipramina.

    A utilização de medicamentos inicia-se com o ajuste da medicação que o médico receitou inicialmente. Esta fase pode variar de 20 a 30 dias. Depois, inicia a fase de manutenção dos medicamentos que devem, em princípio, ser mantidos por seis meses.

    Finalmente, depois que o tratamento se consolida, bem como o controle dos ataques, passa-se para a fase da retirada dos medicamentos. Entretanto, se houver recaídas, será necessário um novo ajuste da medicação.

    Há cura?

    Como podemos observar, o transtorno de pânico não é uma doença fácil de tratar. Além disso, há uma variação de paciente para paciente. Essa variação se aplica tanto à intensidade dos ataques como à sua duração.

    Ademais, não existe uma garantia real de que há cura. Em alguns casos, só é possível minimizar uma grande parte dos sintomas.

    Reflexos da pandemia e transtorno de pânico

    Assim, os reflexos da pandemia na saúde mental das pessoas em todo o mundo são enormes.

    Aqui, abordamos o transtorno de pânico como um pequeno exemplo. Segundo notícias, a venda de medicamentos relacionados a distúrbios psíquicos chegou a aproximadamente 3,76 bilhões de comprimidos só nas farmácias do Brasil. Estes dados são apenas até o mês de maio de 2020.

    Vale ressaltar que, meses antes da pandemia, o Brasil já recebeu da OMS o título do país mais ansioso do mundo, segundo um levantamento da organização até o ano de 2020. Assim, aproximadamente, 19,4 milhões de brasileiros teriam diagnóstico de transtornos ansiosos, incluindo crises de transtorno do pânico.

    Com a pandemia de Covid-19, as crises de ataque de pânico cresceram significativamente. Sabemos que o SARs-Cov-2, além de matar, deixou 42% dos sobreviventes com algum tipo de transtorno mental, transtorno de estresse pós-traumático.

    Preocupação com o futuro

    Há uma grande preocupação com os efeitos que a pandemia de Covid-19 causará à saúde mental das pessoas em todo o mundo. O mundo está e estará doente –não só durante a pandemia, mas também no período pós-pandemia. Assim sendo, os seus efeitos provavelmente persistirão.

    Alguns dados preocupantes

    No Brasil, um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Rio de Janeiro apontou um crescimento expressivo nos casos de transtornos depressivos que, segundo dados, praticamente dobrou saltando de 4,2% para 8,0%.

    Ademais, os casos de ansiedade passaram de 8,7% para 14,0%. São dados de março e abril de 2020. O estudo foi realizado com 1.460 brasileiros no período citado. (FIGUEIRAS, 2020).

    Para darmos um exemplo da gravidade do quadro, trazemos o estado do Rio Grande do Sul. Nele, as Unidades e Tratamento de Terapia Intensiva (UTIs), na tarde de 3 de março de 2021, atingiram a marca de 102,7% de ocupação com consequente colapso do sistema de saúde municipal. (FERRAZ, 2021).

    Segundo o mesmo jornal, o Hospital Moinhos de Vento registrou o maior índice de internação por pacientes com coronavírus desde o início da pandemia, chegando a alugar um contêiner refrigerado para alocar pacientes mortos, como medida preventiva, caso fosse necessário. (FERRAZ, 2021).

    Outras consequências emocionais

    A Pfizer lançou um Guia da Saúde Metal Pós-Pandemia no Brasil. Este guia trata da saúde mental como um todo, incluindo crianças e idosos. O material afirma que 

    O isolamento prolongado chegou a quase 4 meses em algumas regiões. No momento final do isolamento, outros fatores de risco para a piora de sintomas psiquiátricos surgiram, como problemas financeiros, devido à pandemia e ao aumento de desemprego. Tais fatores, somados aos anteriores, observados na fase inicial da pandemia, justificam um importante aumento na prevalência da depressão e suicídios na população. (GADELHA; BERNIK; SOUZA, 2020, p. 71).

    A grande questão permanece: a pandemia está no começo, no meio ou no fim? E quais são as sequelas para a saúde mental?

    Qual a resposta?

    A resposta correta ainda não existe. O mundo está sendo posto à prova.

    As autoridades, os cientistas buscam e investem nesta resposta. Entretanto, a incógnita ainda permanece no ar. Existem algumas estratégias que estão em desenvolvimento a fim de quebrar as linhas de transmissão, impedindo assim a propagação do vírus e evitando novas infecções.

    Contudo, a saúde mental sofreu um golpe de morte. Mais e mais pessoas adoecem, quer pelo vírus, quer pelo isolamento.

    As preocupações que assolam o Brasil

    Mesmo com a chegada da vacina, a incerteza permanece.

    As sequelas na saúde mental estarão presentes nos profissionais de saúde, nos que fizeram isolamento e naqueles que tiveram o vírus e se curaram. Os primeiros pelo esgotamento e exaustão do trabalho, os segundos provavelmente com fobia social, pânico e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), e os últimos com transtorno de estresse pós-traumático.

    O que as pessoas tem à disposição para ajudar hoje?

    A questão vai mais adiante. Além da gravidade da doença e suas consequências, existe a interrupção dos serviços de saúde mental que deveriam estar em pleno vigor durante este processo.

    Para que tenhamos uma ideia das interrupções, trazemos uma pesquisa de 2020 que considerou dados de 130 países.

    O estudo avaliou como a oferta de serviços mentais, neurológicos e de uso de substâncias mudou devido à Covid-19. Ademais, considerou também os tipos de serviços que não tem mais oferta e como os países se adaptaram no sentido de superar tais desafios. Os países relataram interrupção generalizada de muitos tipos de serviços essenciais de saúde mental. Abaixo estão os resultados:

    • Mais de 60% dos países relataram interrupções nos serviços de saúde mental para pessoas vulneráveis, incluindo crianças e adolescentes (72%), adultos mais velhos (70%) e mulheres que precisam de serviços pré-natais ou pós-natais (61%).
    • 67% viram interrupções no aconselhamento e psicoterapia; 65% nos serviços críticos de redução de danos; e 45% nos tratamentos de manutenção com agonista opioide para dependência de opioide.
    • Mais de um terço (35%) relatou interrupções nas intervenções de emergência, incluindo aquelas para pessoas que tiveram convulsões prolongadas; síndromes de abstinência de uso grave de substâncias; e delírio, geralmente um sinal de uma condição médica pré-existente grave.
    • 30% relataram interrupções no acesso a medicamentos para transtornos mentais, neurológicos e uso de substâncias.
    • Cerca de três quartos relataram interrupções parciais nos serviços de saúde mental na escola e no local de trabalho (78% e 75% respectivamente). (SHINOHARA, 2005, p. 4).

    Então… como proceder?

    O importante neste momento são as palavras de Nasio (2021), que traduzem bem o momento em que estamos vivendo: 

    Para mí es lá más profunda d angustia que és de que falta um futuro. No hay línea de horizonte, no hay horizonte definido. Vivimos uen um momento em que no podemos proyectar nada, no sabemos lo que va a passar dentro de cinco semanas. No sabemos si va a haber vacaciones o no em febrero. No podemos proyectar. (NASIO, 2021, s.p.).

    Apesar da angústia com relação à falta de um futuro, é preciso mais do nunca não planejar o futuro e tirar lições do período de confinamento. Assim, é preciso olhar para dentro de si com tranquilidade, sem angústias, e ver quais lições tirar deste período.

    Além disso, é preciso também reforçar os laços com os familiares e amigos, e fazer planos de como retornar a vida profissional, já que muito perderam seus empregos e as próprias atividades antes exercidas sofreram diversas transformações.

    Considerações finais

    Embora durante este estudo tenhamos constatado que o isolamento social é uma das principais causas de ansiedade e estresse durante o período da pandemia, na verdade ele não é fator, por si só, de ameaça para desencadear o adoecimento mental.

    Assim sendo, são fatores importantes também as questões econômicas, como a perda da renda familiar, as informações distorcidas e sem base científica sobre os impactos da doença, tais como número de mortos e número de pessoas infectadas, a incerteza de cura da doença. Ademais, soma-se a isso a falta de perspectiva de futuro, que contribui significativamente como gatilho para oferecer risco à saúde mental.

    Portanto, faz-se necessário ainda um implemento de políticas públicas voltadas à saúde mental. É necessário que haja estratégias bem definidas de como combater a pandemia. São medidas que podem gerar um pouco de tranquilidade na população.

    Além de todas as inseguranças existentes e que aqui foram abordadas, há ações efetivas que devem ser tomadas pelo poder público. Portanto, um plano de contingências deve ser adotado urgentemente para lidar com a pandemia e suas consequências. Um exemplo é o apoio humanitário e financeiro com acesso aos serviços de saúde e assistência social.

    Este conteúdo sobre transtorno de pânico foi escrito por Cesar Ribeiro para o Curso de Formação em Psicanálise Clínica.

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