Transtorno do Sono

Transtorno do Sono: causas, sintomas e tratamentos

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O transtorno do sono é muito comum hoje em dia e pode afetar todas as idades, sendo que as consequências são diferentes dependendo de cada caso. A patologia mais frequente é a insônia. No entanto, a gama de problemas é muito ampla.

Existem mais de 80 patologias codificadas na classificação dos distúrbios do sono que são encaminhadas para diagnóstico. Logo, a classificação inclui diferentes tipos de insônia, além de distúrbios relacionados à respiração, como o ronco e as apneias.

Além disso, os comportamentos involuntários durante o sono, como o sonambulismo e os distúrbios do movimento, como a síndrome das pernas inquietas, são comuns. Para entender melhor sobre o transtorno do sono, continue a leitura!

O que é transtorno do sono

O transtorno do sono é caracterizado pela existência de alterações no ciclo normal de sono e vigília do indivíduo. Dessa forma, problemas durante o sono como a dificuldade em adormecer ou de manter o sono fazem parte do transtorno.

Como vimos no início deste artigo, o transtorno do sono é associado a um grupo de distúrbios que afetam a capacidade do indivíduo de ter um boa noite de sono regularmente. Frequentemente chamado de “insônia”, esse tipo de transtorno pode acometer pessoas de qualquer idade.

Por sua vez, a insônia pode ser definida como a dificuldade ou incapacidade de adormecer apesar do estado de necessidade fisiológica e fadiga. Assim, mesmo cansado e com sono, você não consegue dormir. Ademais, as situações em que o sono é considerado insatisfatório também são definidas como insônia.

Além disso, conforme relatado pelo mais recente manual diagnóstico (DSM 5, 2014), o transtorno do sono é dividido em vários distúrbios. Entre eles, os mais comuns são a hipersonia, narcolepsia e bruxismo. Confira mais detalhes de cada distúrbio abaixo!

Narcolepsia

A narcolepsia é um transtorno primário do sono que consiste de uma alteração da passagem da vigília para o sono. A narcolepsia se manifesta por ataques súbitos de sono durante o dia, irresistíveis e diários por pelo menos 3 meses.

Dessa forma, o corpo cede e, além disso, a pessoa muitas vezes adormece em locais inadequados. Ademais, os músculos podem ficar bloqueados ou perder o tônus, causando quedas. Assim, como consequência, por medo de que isso venha acontecer, algumas pessoas evitam sair de casa.

Contudo, o curioso é que os narcolépticos geralmente têm uma boa noite de sono. Apesar disso, durante o dia caem em sono profundo por um tempo que varia de 10/20 minutos a uma hora.

Os sintomas da narcolepsia são:

  • sonolência diurna;
  • ataques súbitos de sono;
  • cataplexia (paralisia muscular mesmo acordado);
  • paralisia do sono (paralisia dos membros e incapacidade de falar);
  • sonhos ou alucinações antes de dormir e ao acordar.

Bruxismo

Uma característica comum do bruxismo está no “hábito” que uma pessoa tem de ranger os dentes depois de adormecer, porém, sem perceber. Contudo, não se trata de um hábito, mas de um transtorno primário do sono enquadrado na parassonia. Nesse contexto, a sensação indesejada vem do movimento involuntário de apertar e esfregar os dentes.

A longo prazo, esse comportamento involuntário pode causar pequenas feridas na boca. Ademais, ele resulta na erosão dos dentes, que podem se tornar mais curtos e afiados. O bruxismo parece ser causado por vários fatores, incluindo predisposição familiar, fatores ambientais (estresse), sofrimento psicológico e tensão emocional.

Alguns dos seus principais sintomas são:

  • erosão, encurtamento ou fratura dos dentes;
  • hipersensibilidade ao calor, frio, escova de dentes etc.;
  • sensação de tensão na boca, rosto, pescoço.

Hipersonia

A hipersonia é um transtorno primário do sono enquadrado na dissonia, isto é, uma perturbação do sono provocada por problemas do sistema nervoso. Ela ocorre quando uma pessoa fisicamente saudável – e que não faz uso de drogas ou substâncias – têm uma necessidade excessiva de dormir durante o dia.

Aqueles que sofrem de hipersonia pela manhã têm dificuldade para se levantar. Além disso, durante o dia ficam sonolentos, como se estivessem “embriagados de sono”.

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    Os sintomas mais comuns da hipersonia são:

    • mal-estar generalizado;
    • sonolência diurna excessiva;
    • dificuldade de concentração e memória;
    • diminuição da eficiência e desempenho acadêmico/trabalho;
    • adormecer durante o dia sem querer.

    Sonambulismo

    O sonambulismo é um transtorno primário do sono, também classificado como uma parassonia. Considera-se uma pessoa como sonâmbula quando, ainda dormindo, ela se levanta. Além disso, ela consegue fazer coisas complexas sem estar consciente.

    Dessa forma, o indivíduo se move pelos cômodos, usa objetos, pode falar ou responder se questionado. Ademais, essa pessoa consegue se expressar de forma elementar, olhando para o espaço.

    Alguns dos seus principais sintomas são:

    • ativação do corpo durante o sono;
    • amnésia (perda de memória) ao acordar;
    • confusão e sofrimento psicológico;
    • possível mau desempenho no trabalho e/ou na escola.

    Síndrome das pernas inquietas

    A síndrome das pernas inquietas é um transtorno primário do sono do tipo motor. Assim sendo, também é enquadrado na parassonia. Ele se caracteriza pelo desconforto, coceira, cãibras e formigamento nas pernas. Isso acontece principalmente em momentos de relaxamento, antes ou durante o sono do indivíduo.

    Leia Também:  Os sintomas de transtorno depressivo maior

    As pessoas com esse distúrbio experimentam um desejo impulsivo de se mover, sair da cama e caminhar, dessa forma, obtendo alívio. Além disso, as sensações desconfortáveis também podem afetar os braços. Ademais, podem ser acompanhadas de movimentos periódicos das pernas durante o sono.

    Tratamentos para transtorno do sono

    Entendemos que há cinco linhas de atuação no combate aos transtornos do sono:

    • Medicamentos: o psiquiatra é quem pode receitá-los; exemplo de medicamentos desta linha é o zolpidem. É importante que o psiquiatra verifique se você precisa mesmo de medicamento e qual o medicamento adequado para você. Independentemente se você estiver fazendo uso de medicamentos, não deixe de cuidar das outras quatro possibilidades terapêuticas que listaremos abaixo.
    • Faça um checkup e verifique sua saúde de uma forma geral. Avalie fatores como: hormônios, pressão sanguínea, nível de açúcar no sangue, metabolismo, tireoide, cardiograma, encefalograma etc. Há também clínicas do sono, que podem fazer exames e acompanhamentos mais detalhados.
    • Hábitos e comportamentos durante o dia: é recomendado fazer atividade física e meditação, manter uma alimentação saudável, fortalecer relações afetivas e agradáveis, ter um hobbie, identificar o que mais gosta de fazer na profissão, conversar, encontrar uma nova profissão, desacelerar a vida, reduzir o nível de auto-exigência, prestar atenção aos pensamentos que lhe surjam durante o dia etc.
    • Hábitos e comportamentos próximo ao horário do sono: relaxar, evitar consumo de café e energéticos, evitar refeições pesadas, ler, ver um filme que não te deixe mais acelerado, reduzir a iluminação dos ambientes da casa, realizar uma respiração diafragmática, respiração 4-7-8 e outras técnicas de relaxamento para dormir.
    • Realizar uma terapia do tipo analítica: as três abordagens acima foram medicamentosas ou comportamentais. Mas, apenas isso não basta. É preciso buscar uma terapia de médio/longo prazo capaz de fortalecer o ego, compreender a psique humana e as relações humanas, bem como encontrar realização pessoal e profissional. E isso demanda uma terapia analítica, sendo que a psicanálise é a terapia analítica por excelência. Por isso, além de fazer terapia, estudar psicanálise será uma jornada magnífica em direção ao autoconhecimento.

    O tratamento de transtorno do sono se realiza por meio de um grupo multidisciplinar de especialistas que inclui: neurofisiologistas, endocrinologistas, pediatras e psiquiatras. Além disso, o diagnóstico pode ser difícil de obter a princípio. Por exemplo, se a causa do distúrbio do sono não for conhecida, exames complexos como a polissonografia poderão ser solicitados.

    A polissonografia consiste de uma técnica fundamental para o diagnóstico de distúrbios do sono, pois ela permite registrar a atividade elétrica do cérebro durante o repouso.

    Ademais, outro teste que pode ser útil é a actigrafia de punho. Ela é usada em formas graves de insônia para verificar a ocorrência de movimentos descontrolados durante o sono.

    Psicanálise como forma de tratamento

    Como forma de tratamento para os distúrbios do sono, a psicanálise oferece uma alternativa terapêutica “profunda”.

    Com a condução de um psicanalista experiente, a análise permite que o indivíduo compreenda a natureza do problema. Ademais, ele também investiga dentro de si as causas e os motivos desse (e de outros) sofrimento psíquico.

    Assim sendo, para a psicanálise, os sintomas do transtorno do sono representam apenas a ponta de um iceberg. Por isso, um tratamento psicanalítico permite descobrir gradualmente, no seu próprio ritmo, o que está por trás de qualquer distúrbio relacionado ao sono.

    Considerações finais sobre transtorno do sono

    Espero que tenha gostado de saber a respeito do transtorno do sono. Nesse contexto, se você deseja aprofundar seus conhecimentos acerca do tema, temos um convite especial para você. Se inscreva em nosso curso online de psicanálise clínica e mergulhe nesse universo fascinante!

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    2 thoughts on “Transtorno do Sono: causas, sintomas e tratamentos

    1. Já que mencionaram “neurofisiologia”, a avaliação da atividade e quantidade dos neurônios pode ser verificada pelo Eletro Encéfalograma, também? Pergunto, porque estou com mais de 50 anos e tenho Histórico Neurológico (na infância) e numa época com pouco recurso tecnológico da medicina. Desde já agradeço a atenção e quanto ao sono, há também a questão psicossomática, quer de cunho espiritual ou psicológico! Como meu avô tinha uma espiritualidade bem desenvolvida, quando ele presenciou uma jovem comprando medicação para dormir, ele sugeriu que antes de se medicar, ao deitar ela se lembrasse de te-lo encontrado! Por ter sabido disso pela minha mãe, fui numa doutrinária kardecista, quando me pareceu ser depressão e, antes de me deitar me lembrei do evento e adormeci. Depois fui pegar o “diagnóstico espiritual” e realmente a causa era de cunho espiritual (vibração energética que me chegava)!

    2. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns pelo artigo! Muito esclarecedor!

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