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Conhecendo o trabalho do Psicanalista

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O que faz um psicanalista? Como é o trabalho do psicanalista, seu método de trabalho e sua forma de lidar com o paciente? Venha conosco conhecer este encantador universo do trabalho psicanalítico.

A sexualidade na infância e o Inconsciente

Durante sua vida, Freud modificou alguns conceitos teóricos de sua obra. Porém, dois foram mantidos:a se xualidade infantil e o inconsciente (do qual vamos falar mais adiante). No que diz respeito à técnica da psicanálise, após adotar a associação livre para tratar seus pacientes, não mais a abandonou.

O que seria associar livremente? Seria falar livremente sobre o que quiser. Nessa técnica, o paciente fala com o terapeuta, discorre sobre suas ideias, relata fatos do cotidiano, histórias do passado e do presente, fala dos planos futuros.

No decorrer do tratamento, durante as sessões, há uma superação das resistências, de forma que os conteúdos que estão reprimidos no inconsciente são levados à consciência.

A elaboração de um diagnóstico a partir de entrevistas preliminares

Além da associação livre, antes de iniciar a análise propriamente dita, o terapeuta utiliza entrevistas preliminares para direcionar a transferência àquele analista e, simultaneamente, elaborar uma hipótese diagnóstica.

Tais entrevistas seguem as mesmas regras da análise. O paciente faz associação livre de ideias e é interrompido pelo terapeuta o mínimo possível, apenas o necessário para dar prosseguimento ao assunto.

Após ouvi-lo é que o terapeuta irá formular uma hipótese diagnóstica e decidir se vai aceitá-lo ou não como paciente.

O trabalho do Psicanalista

A psicanálise é uma terapia causal, norteada pelo trabalho do psicanalista. Isso quer dizer que busca tratar a causa, removê-la e não apenas o sintoma.

No entanto, quando um paciente procura um terapeuta, geralmente apresenta um sintoma, uma demanda de cura, de amor, não de análise. Esse sintoma é chamado de significante.

No início do processo terapêutico, o trabalho do psicanalista constitui um significante para o analisado, que o vê como alguém que detém o poder de cura, um saber. Este o coloca no lugar de “Sujeito Suposto Saber”. Nas entrevistas preliminares, essa demanda de cura deve ser retificada subjetivamente e transformada em demanda de análise.

Receber um indivíduo no consultório para as entrevistas preliminares não significa que o terapeuta não possa rejeitá-lo como analisante.

Não aceitá-lo é uma opção, quando o terapeuta acredita que sua segurança pessoal estaria em risco ou quando a demanda exigiria um conhecimento além de onde foi a sua análise.

Primeira e Segunda Tópicas

Para entendermos o que orienta o trabalho do psicanalista, se faz necessário apresentar as duas tópicas freudianas –

A primeira distingue ou divide o aparelho psíquico em três sistemas mentais: inconsciente, pré-consciente e consciente.

Já a segunda tópica, estabelece a divisão da mente humana em três estruturas mentais: Id, Ego e Superego.

As Tópicas – Divisões e subdivisões

1. A topografia do aparelho psíquico

O termo topografia é usado para designar lugar. A palavra “tópico” tem origem grega e simboliza exatamente local, lugar. A topografia do aparelho psíquico divide a mente humana em três sistemas mentais – Sistema Inconsciente, Sistema Pré-Consciente e Sistema Consciente.

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    1.1. O inconsciente

    É onde estão armazenados os elementos psíquicos de difícil acesso, praticamente impossíveis de serem trazidos à consciência. Muitos deles estão armazenados lá porque confrontá-los traria sofrimento, angústia emocional ao indivíduo.

    Não há um conhecimento profundo acerca desse sistema, uma vez que toda informação acerca foi obtida de forma indireta, por meio de dados coletados em sonhos, atos falhos, testes projetivos, histórias de sintomas psicóticos e neuróticos. Praticamente tudo que se conhece do inconsciente, se obteve em expressão consciente.

    Podemos dizer que o inconsciente é desconhecido, inclusive para o próprio indivíduo. Porém, conteúdos reprimidos e recalcados podem passar ao sistema pré-consciente e, de lá se tornarem conscientes.

    1.2. O pré-consciente

    Localiza-se entre o inconsciente e o consciente. Lá estão pensamentos, ideias, experiências vividas e outras impressões que podem, em algum momento, se tornarem conscientes, após um esforço de concentração mental.

    Quando nos esforçamos para nos lembrar de um nome, um endereço ou um número de telefone, por exemplo.

    1.3. Consciente

    Já o sistema consciente é o mais conhecido ou “visível” e de fácil acesso aos três sistemas. Esse sistema é responsável pela percepção das impressões que experienciamos no momento. É considerado um órgão sensorial localizado no limite entre o externo e o interno. Ele é capaz de perceber processos advindos de dentro ou de fora.

    2. A Teoria Estrutural

    A Teoria Estrutural divide a mente humana em grupos de funções – Id, Ego e Superego. Esses grupos foram divididos ao serem observadas situações de conflitos mentais em que essas partes se colocam em oposição embora habitualmente estejam associadas entre si.

    2.1. Id

    Tudo o que acontece no id é regido pelo princípio do prazer, tem conexão íntima com o biológico. Seria o ser primitivo, sem freios. As catexias (concentração de energias mentais) do id pedem uma descarga imediata e rápida.
    São os instintos, desejos, impulsos, que devem ser atendidos imediatamente para gerar prazer, gratificação, independentemente das conseqüências. Nossos instintos mais primitivos nos impulsionam na busca imediata de satisfação.

    2.2. Ego

    O ego poderia ser classificado como uma parte mais organizada, coerente e controlada do Id. O Ego tentará buscar maneiras de satisfazer à busca de prazer do id criando as condições adequadas de tempo, lugar e socialmente aceitáveis para isso. Por exemplo, se o indivíduo tem o instinto da fome, seu impulso, gerado no id seria simplesmente de alimentar-se.
    O ego se opõe aos impulsos do id que tentam se expressar. Ele dirige todas as pulsões do id para alguma finalidade. Ele os coordena e organiza de forma que podem ser expressos no mundo externo.

    2.3. Superego

    O superego pode ser considerado uma parte especializada do ego, que só se forma numa mente sadia. Podemos dizer que ele é o que chamamos popularmente de “voz da consciência”. Também podemos compará-lo a um filtro ou a um sensor.

    Está ligado aos processos de educação e controle da sociedade – religiões, crenças, culturas, regras familiares. Ele faz surgir, dentro do ego, um sentimento de remorso, de culpa, de fazer auto-reparação ou penitenciar-se. Representa as restrições morais e os impulsos de perfeição.

    Considerações finais

    Todo o trabalho do psicanalista é guiado pelas técnicas e tópicas abordadas neste texto. Outros pontos da obra de Freud merecem ser considerados, como a sexualidade infantil.

    Porém, para falar da sexualidade infantil se faz necessário conhecer a topografia do aparelho psíquico e a teoria estrutural.

    Por isso, a escolha deste assunto para esta narrativa. Cada vez que me debruço sobre a obra de Freud, mais encantada fico pela beleza da psique humana e pelo trabalho do psicanalista.

    E você? Já pensou sobre isso?

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