O construtivismo destaca o papel fundamental da atividade do sujeito na construção do conhecimento. Nesse sentido, se considera que todas as representações que o sujeito tem dos objetos da realidade são construídas ativa e criativamente por ele, e não passivamente absorvidas.
Assim, as representações são estruturas dinâmicas que podem sofrer alterações pelo próprio sujeito a partir de sua interação com o meio. É por isso que a abordagem do construtivismo é utilizada por diferentes áreas do conhecimento, pois fornece uma visão e interdisciplinar para a compreensão de como os indivíduos constroem e adquirem conhecimento.
Significado de Construtivismo
Para psicologia e educação, o construtivismo significa, conforme dicionário Michaelis, a Teoria de Aprendizagem, com origem nos estudos de psicologia de Jean Piaget. Sob a qual descreve o desenvolvimento das estruturas mentais e o processo de construção do conhecimento.
Portanto, em seu significado, esta teoria se diferencia do behaviorismo por não possuir a ideia de passividade, mas de atividade, pois a criança experimenta um processo contínuo de adaptação (assimilação e acomodação) e equilibração progressiva, a qual resulta no processo de construção do conhecimento, que é uma interação constante com o meio.
Ou seja, para o construtivismo na Teoria da Aprendizagem, compreender é inventar, construir e reconstruir, pois as aquisições não se acumulam. Mas, sim, se organizam e reorganizam em novas estruturas, de acordo com cada etapa do desenvolvimento mental.
O que é construtivismo?
Nesse ínterim, o Construtivismo foi influenciado pela obra de Jean Piaget (1896-1980), um biólogo suíço que se dedicou a entender os processos da aquisição do conhecimento humano. A partir dos principais conceitos piagetianos, o Construtivismo defende que as estruturas cognitivas do indivíduo não são adquiridas de forma natural e pronta, mas são construídas a partir da interação do sujeito com o meio.
Por isso, o conhecimento é visto em todos os níveis onde ocorre o encontro entre o indivíduo e os objetos durante o seu processo de evolução. Assim, esta corrente de pensamento ganhou destaque, particularmente no campo das teorias pedagógicas.
Teoria construtivista de Piaget
Jean Piaget (1896-1980), como dito anteriormente, foi quem introduziu o conceito de construtivismo no século XX, em sua obra “Logique et connaissance scientifique”, de 1967. Onde, buscou explicar como se desenvolve a inteligência humana, através das estruturas cognitivas do indivíduo.
O pensador acreditava que as crianças desempenhavam um papel fundamental no processo de aprendizagem, pois desenvolvem habilidades científicas enquanto realizavam experimentos, coletavam informações e aprendem sobre o mundo. Desse modo, ao interagir com seu meio, elas acumulam conhecimento, a partir do que já haviam adquirido e aprimorando suas ideias anteriores.
Assim, o desenvolvimento cognitivo seria resultado de uma reorganização contínua dos processos mentais, que seria influenciada tanto pela maturação biológica quanto pela experiência ambiental.
Nesse ínterim, para Piaget, existem quatro estágios em que os indivíduos progridem, indo desde o estado de completa ignorância sobre o mundo que o cerca para o desenvolvimento de habilidade de alcançar o que se passa além dos limites de sua volta.
Estágio 1 (até os 2 anos):
É a fase sensório-motora, onde as crianças notam o mundo por seus sentidos e pelo manuseio de objetivos. Nesta fase, se objetiva criar uma imagem mental dos objetos que estão por perto, mesmo que eles não estejam ao alcance das mãos.
Estágio 2 (2 a 7 anos):
Chamado de estágio pré-operatório, nesse estágio as crianças começam a desenvolver sua imaginação e memória. Ainda, aqui elas são capazes de reconhecer o passado e o futuro, e de interpretar as coisas de forma simbólica. Contudo, seu pensamento ainda é egocêntrico, o que dificulta o entendimento do ponto de vista dos outros.
Estágio 3 (7 a 11 anos):
Então, no estágio 3, chamado de fase operacional concreta, o pensamento se torna mais complexo, e a criança começa a pensar de maneira hipotético-dedutiva. Além disso, a criança, nessa fase, é capaz de raciocinar de forma abstrata e analisar problemas de maneira mais crítica. Ainda mais, ela é capaz de pensar criticamente sobre o que está sendo dito ou o que está sendo lido.
Estágio 4 (a partir 11 anos até a fase adulta):
Por fim, este é o estágio operacional formal, durante esse estágio, as crianças desenvolvem o pensamento hipotético-dedutivo, o que lhes permite:
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- levantar hipóteses;
- tirar conclusões lógicas e
- resolver problemas complexos.
Ou seja, nesta etapa, elas desenvolvem a capacidade de usar a lógica para solucionar problemas, projetar o seu futuro e compreender o mundo ao seu redor.
Construtivismo de Vygotsky | Socioconstrutivismo
O Socioconstrutivismo é uma abordagem da psicologia contemporânea que foi gerada a partir da obra do psicólogo Lev Vygotsky (1896-1934). Em suma, esta abordagem tem como foco os aspectos histórico-culturalistas e enfatiza a importância da psicologia do desenvolvimento.
Assim, para o construtivismo de Vygotsky, se procura compreender o desenvolvimento através da interação social. Ou seja, o processo de aprendizagem acontece de forma significativa através da interação entre o sujeito e o meio em que ele está inserido.
A teoria de Vygotsky se baseia nas ideias de mediação e zona de desenvolvimento proximal (ZDP), as quais se aplicam como métodos para ajudar os educadores no processo de ensino e aprendizagem nas escolas. Nesse ínterim, demonstra que o ser humano é um ser pensante, que busca entender o que o rodeia e dar-lhe significado por meio de seu desenvolvimento na sociedade.
Portanto, comparando-se as duas teorias, para Piaget, o amadurecimento biológico possibilita a realização de raciocínios complexos. Por outro lado, Vygotsky acredita que o desenvolvimento intelectual não está relacionado ao amadurecimento biológico, mas sim à interação social.
Construtivismo na pedagogia | Construtivismo na educação
Contudo, o Construtivismo trouxe à educação a importante percepção de que a aprendizagem não ocorre de maneira passiva para o aluno. Dessa forma, o professor tem o papel de mediador, criando circunstâncias que possam levar ao conflito e ao desenvolvimento de capacidades cognitivas únicas para cada aluno, incluindo:
- estruturas de pensamento;
- raciocínio lógico;
- julgamento e
- argumentação.
Ainda que o construtivismo não seja uma técnica ou método de ensino, especificamente, é uma abordagem que tem sido muito utilizada na prática da educação. Nesse ínterim, esta abordagem se baseia na ideia de que o conhecimento é construído pelos alunos e não apenas transmitido pelo professor.
Portanto, o construtivismo preza por uma abordagem interativa, em que o professor é um facilitador e o aluno é o protagonista do processo de aprendizagem. Em outras palavras, o professor deve propor atividades que estimulem a participação dos alunos, que são responsáveis por buscar, elaborar e compartilhar conhecimento.
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