o que é frivolidade

Frivolidade: significado, exemplos e tratamentos

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Sobretudo, a frivolidade se relaciona diretamente a importância de valores e princípios da pessoa. Ao que se refere, substancialmente, a diferença daquilo que é banal àquilo que acrescerá algum valor de fato.

Nesse sentido, frivolidade é a característica do que é sem nenhuma importância, inerente à pessoa que, costumeiramente, tem atitudes irresponsáveis. Ou seja, a pessoa frívola, leva a vida sem qualquer valor, nem moral, nem tampouco social.

Porém, essa banalidade ao encarar a vida pode trazer consequências prejudiciais ao frívolo. Sobretudo, em razão de ter um cotidiano sem preocupações e um sentimento inerente de superioridade. Em resultado, pode sofrer de vários tipos de transtornos mentais ou de personalidades.

Qual significado de frivolidade?

Em suma, o significado da palavra frivolidade é aquilo sem importância, leviano, fútil, incoerente, desproporcional e superficial.

Ainda, quanto à etimologia do termo, tem origem na junção da palavra frívolo, do latim frivolus, que é um diminutivo de frivos, no sentido de “pouco ou nenhum valor”. Também relaciona-se à palavra frivolitas, que pertence ao mesmo campo semântico.

Pensar o significado e origem deste termo nos incentiva a refletir sobre a efemeridade e a superficialidade das coisas às quais damos importância. É um convite para questionarmos a solidez e a essência de nossos interesses, nossas atenções e nossos relacionamentos.

Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em 2023, com uma amostra de 1.000 pessoas, revelou que 25% dos brasileiros apresentam algum grau de frivolidade.

O estudo também mostrou que a frivolidade é mais comum em mulheres (30%) do que em homens (20%). Pessoas de classes sociais mais altas também apresentam maior prevalência de frivolidade (35%) do que pessoas de classes sociais mais baixas (20%).

O que é frivolidade: definição ou conceito

Frivolidade é um conceito mais amplo que superficialidade, pois abrange também aspectos como a falta de empatia e o individualismo.

  • No sentido geral: a frivolidade tem relação com a estupidez nas atitudes da pessoa. Atitudes que demonstram descomprometimento com a realidade cotidiana. Ou seja, vive em constante distração, encarando todas situações da realidade como sendo irrelevantes e banais.
  • Na sexualidade: o termo define um comportamento desinteressado por sexo, ou seja, a pessoa se mostra indisposta a fazer sexo e/ou não se envolve física e mentalmente com o ato sexual.

A frivolidade pode fazer com que o indivíduo aja de forma inconsciente. Como, por exemplo, comprar compulsivamente produtos, de maneira insaciável. Muitas vezes, somente para se sentir superior em seu meio social.

A pessoa frívola tem atitudes inconscientes, superficiais, vulgares e banais. Como, por exemplo, situações como:

  • “Ela comprou essas roupas por frivolidade”;
  • “Eles estão brigando por frivolidade”;
  • “Ele é frívolo nos estudos”;
  • “A sua frivolidade sexual foi percebida pela parceira”.

O que é uma pessoa frívola?

Basicamente, a pessoa frívola é aquela que tem um estilo de vida despreocupado, enxergando todos os problemas como banais, que jamais abalam seu eu interior. Desse modo, o frívolo, tem como principais características ser:

  • incoerente;
  • desmedido;
  • inconstante;
  • superior;
  • soberbo;
  • fútil.

Além disso, a pessoa frívola pode ter se tornado assim em razão dos tempos em que vivemos, de consumismo e pessoas consumistas. Como, por exemplo, a “vida perfeita” mostrada em redes sociais, ao contrário do que, em tese, a pessoa vive verdadeiramente no mundo real.

Assim, pode ter dificuldade em estabelecer conexões autênticas e significativas. Pois está em busca de gratificação instantânea e aprovação externa.

As causas ou razões

A frivolidade pode ser influenciada por fatores sociais, como a cultura do consumismo e a valorização da aparência.

A frivolidade pode ser vista como um mecanismo de defesa. Ou seja, uma maneira de evitar pensar sobre e enfrentamento emoções dolorosas. Eventualmente, pode ser uma resposta a traumas ou inseguranças profundas.

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    O comportamento desinteressado do sujeito pode ser uma fachada que oculta suas vulnerabilidades.

    A frivolidade pode ter vínculo com a autoestima, com transtornos de ansiedade ou depressão, com questões da infância ou adolescência ou com uma desconexão pontual ou duradoura com o parceiro.

    Do ponto de vista da sexualidade, a frivolidade sexual representa certa frieza ou perda de interesse por sexo. Veremos mais detalhes a seguir.

    Seja qual a forma da frivolidade, a terapia psicanalítica pode ajudar na autocompreensão do sujeito, para entender as causas que estão na base. Ao mascarar as verdadeiras emoções e desejos de uma pessoa, pode ser um elemento de sofrimento psíquico.

    Além disso, a frivolidade também pode ser causada por fatores como:

    • Transtornos de personalidade: pessoas com transtornos de personalidade, como narcisismo ou borderline, podem ser mais propensas a comportamentos frívolos.
    • Abuso ou negligência na infância: pessoas que sofreram abuso ou negligência na infância podem desenvolver mecanismos de defesa, como a frivolidade, para lidar com as emoções negativas.
    • Falta de propósito na vida: pessoas que não encontram sentido na vida podem se refugiar em comportamentos frívolos como forma de escapar da realidade.

    Frases que nos ajudam a entender

    Veremos a seguir algumas citações sobre o tema. Essas citações ajudam a pensar aspectos sobre sua natureza e impacto em nossas vidas.

    • “A frivolidade é o melhor acompanhante para o estar sozinho.”
    • “A frivolidade faz as mulheres felizes, o homem tolo e o velho ridículo.”
    • “Quem tenta possuir uma flor verá sua beleza murchando. Mas quem apenas olha uma flor num campo permanecerá para sempre com ela.”
    • “A vida é muito importante para ser levada a sério.”
    • “A constante ansiedade de serem desprezadas é a característica mais evidente de uma frívola.”

    As diferentes teorias sobre o assunto

    Vejamos uma tabela que sintetiza diversas maneiras de compreender as causas do comportamento frívolo:

    Teorias sobre o tema Define a frivolidade como sendo…
    Teoria da Aprovação Social … uma manifestação da busca desesperada por aprovação e aceitação social.
    Tese sobre o Vazio Existencial … uma forma de mascarar um vazio interior e uma falta de propósito na vida.
    Bases do Consumismo … um ato compulsivo que busca fazer a pessoa “esquecer” das causas do problema.
    Forma de Evitação … um mecanismo de defesa que evita se deparar com questões emocionais profundas.
    Influência das Redes Sociais … um ambiente que favorece a cultura da frivolidade e superficialidade.

    Sintomas da Frivolidade: vida psíquica e relacionamentos

    Como falamos anteriormente, o individualismo é um sintoma característico da frivolidade. Pode se sentir ou superior ao mundo, ou desconectado do mundo, o que o leva a fechar-se em si mesmo. Assim, não da nenhuma importância para os acontecimentos à sua volta.

    • Por um aspecto do narcisismo, a pessoa frívola pode desenvolver um complexo de superioridade, ou seja, acredita veementemente que é o melhor que todos. Dessa maneira, vê como seu modo de agir, seus bens materiais e o seu modo de pensar são corretas e inabaláveis.
    • Por um aspecto da fragilidade de sua autoestima, pode desenvolver um desanimo ou desencanto pelas coisas (e também por sexo).

    De qualquer forma, é um sinal importante que precisa ser investigado. A frivolidade se destaca quando a pessoa age de forma tão superior que se importa somente consigo mesmo. Ou seja, é indiferente aos problemas e sofrimentos alheios, não possuindo qualquer empatia ao próximo.

    O frívolo pode ser considerado uma pessoa desprezível, em razão de suas atitudes de indiferença sobre aspectos morais e sociais, ou por seu desinteresse em manter um vínculo social, ou por seu desânimo em relação à vida sexual.

    Pode levar a situações em que casais que não possuem compromisso um com o outro nos relacionamentos, reduzindo o grau de comprometimento.

    Contudo, estes relacionamentos com frivolidade passam a ser confusos e também dolorosos. Pois, nunca se tem certeza sobre a veracidade dos sentimentos envolvidos. Além, obviamente, da redução ou perda do interesse sexual.

    Tratamento para frivolidade

    A frivolidade pode ser uma característica inata ou desenvolvida ao longo da vida. Seja como for, existem tratamentos eficazes para combater essas atitudes prejudiciais para a vida.

    Ao passo que a frivolidade é encarada como um aspecto individual da mente, é necessário reverter pensamentos egocêntricos e enriquecê-los com valores reais para a existência.

    Se isso não gera um incômodo notório à pessoa ou ao parceiro ou à família, entendemos que é apenas um traço de personalidade. Muitas vezes pode ser um atributo de pessoas mais tímidas ou introvertidas (e está tudo bem!).

    Entretanto, muitas vezes isso está misturado a uma situação de ansiedade, depressão ou distimia (que é uma forma mais branda porém mais persistente de depressão). Algumas medidas que podem ajudar:

    • Mudanças de hábitos: melhorar a alimentação, dormir melhor, fazer atividade física, ler ou estudar e relaxar.
    • Integração social: retomar amizades, fazer novos amigos, participar de atividades coletivas ou eventos em grupo, fazer uma viagem.
    • Falar com o(a) parceiro(a): deixar claro para o parceiro se você estiver vivenciando uma situação psíquica que pode favorecer a frivolidade no relacionamento ou na vida sexual; e pedir ajuda.
    • Faça terapia psicanalítica: a frivolidade pode ser um sintoma (um reflexo) de causas inconscientes, relacionadas à forma como o sujeito olha sobre si, sua trajetória, seus desejos, seus medos e seus autoconceitos.

    A frivolidade e as redes sociais

    Infelizmente, muitas pessoas desta geração preferem milhares de “likes” e comentários em redes sociais, do que um abraço e palavras sinceras de um amigo. Além disso, a sociedade contemporânea parece preferir o ter, do que o ser.

    Desse modo, a frivolidade é demonstrada em massa nas redes sociais, ao passo que, a pessoa “maquia” a realidade de sua vida real. Ou seja, ostenta uma vida rica e plena, quando, na verdade, sua realidade é vazia e infeliz.

    Além disso, as redes sociais e outros conteúdos digitais podem impor ideais de performance na vida (inclusive sexuais) que paralisam o sujeito. Isso porque o sujeito considera-se incapaz de “ser feliz” ou realizar certas atividades com o mesmo desempenho.

    Neste sentindo, com as atitudes frívolas das redes ou com os ideais que elas impõem, as pessoas passam a lidar com mais dificuldade com a realidade ao seu redor. Assim, não encaram os problemas da vida, preferindo se esconder no mundo ideal exposto na internet.

    A psicanálise nos proporciona uma compreensão mais profunda dessa questão. Na sociedade contemporânea, as redes sociais se tornam palco onde a frivolidade frequentemente é encenada e aplaudida. Isso ocorre por vários caminhos, porque muitos influenciadores digitais:

    • atribuem pouca importância à empatia, ao focar em si mesmos;
    • enaltecem uma vida superficial e com busca incessante por validação;
    • idealizam uma “grandeza” em suas vidas que suas audiências não conseguem alcançar.

    Tabela: A influência das Redes Sociais

    Aspecto relevante Detalhamento ou exemplo
    Busca por aprovação Redes sociais podem aumentar a busca por validação e aprovação.
    Valorização do superficial Plataformas online valorizam aparências e status, em prejuízo da empatia.
    Autoestima e sexualidade A constante comparação pode minar a autoestima e o autovalor.

    Você está com frivolidade e não sabe como dizer?

    Muitas pessoas sofrem de frivolidade, mas têm dificuldades de aceitar. Podem até entender todas as consequências ruins que acontecem ou acontecerão, mas não conseguem assumir a sua culpa. Afinal, ter o orgulho ferido pode ser, para muitos, algo inadmissível.

    Portanto, a frivolidade advém de aspectos psicológicos. Desse modo, um psicanalista poderá ajudar a identificar a causa, avaliando a trajetória e padrões comportamentais e de pensamento do paciente.

    O psicanalista atuará para ajudar a pessoa frívola a ter uma nova percepção sobre si e repensar seu relacionamento com outras pessoas. A autoestima fortalecida colabora para uma vida mais feliz, no convívio e nas relações sexuais.

    Você está com sintomas característicos de frivolidade, seja no cotidiano, seja na vida sexual? Se sim, não se sinta envergonhado e procure ajuda. Ou seja, não espere que seus atos tragam resultados negativos tanto para você quanto para as pessoas ao seu redor. Entenda que a vida tem muito mais a oferecer.

    Se gostou do assunto e quer entender mais sobre a mente, conheça nosso curso de formação em Psicanálise Clínica. Através deste estudo, será possível aprimorar seu autoconhecimento, pois entenderá visões sobre si mesmo que possivelmente não conseguiria sozinho.

    Conte para gente o que está passando, deixe seu comentário abaixo. Você tem percebido em você ou em pessoas do seu convívio os sinais de frivolidade?

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