Gentileza

Gentileza: significado, sinônimo e exemplos

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A gentileza é uma qualidade humana essencial que nos ajuda a construir relacionamentos positivos e criar um mundo mais compassivo. Ela é expressa de muitas maneiras, desde um simples sorriso até um ato de bondade maior.

A gentileza é importante por vários motivos. Em primeiro lugar, ela nos faz sentir bem. Quando somos gentis com os outros, liberamos endorfinas, que são hormônios que promovem o bem-estar.

Em segundo lugar, a gentileza torna o mundo um lugar melhor. Ela pode inspirar os outros a serem gentis também e pode ajudar a construir uma comunidade mais unida.

Neste artigo, discutiremos o que é gentileza, como ser gentil e alguns exemplos de gentileza no dia a dia!

Para começo de conversa, o que ‘gentileza’ significa?

O significado de gentileza é, em linhas gerais, a qualidade do que é gentil e amável. Não precisamos dar muitas voltas para explicar o que isso significa, afinal, todos conseguimos identificar uma pessoa gentil.

Ela está sempre sorrindo quando conversa com alguém, faz boas ações, é educada e não fala com aspereza. Inclusive, as ações de pessoas gentis são também chamadas de “gentilezas”.

A gentileza tem muitos benefícios, tanto para quem a pratica quanto para quem a recebe. Alguns dos benefícios da gentileza incluem:

  • Melhora do bem-estar: A gentileza libera endorfinas, que são hormônios que promovem o bem-estar. Ela pode nos ajudar a sentirnos mais felizes, relaxados e positivos.

  • Redução do estresse: A gentileza pode ajudar a reduzir o estresse, pois nos permite concentrar-nos nos outros em vez de em nós mesmos.

  • Melhora das relações: A gentileza pode ajudar a fortalecer os relacionamentos, pois demonstra nosso cuidado e preocupação com os outros.

  • Construção de uma comunidade mais compassiva: A gentileza pode ajudar a construir uma comunidade mais compassiva, pois inspira os outros a serem gentis também.

Conceito de gentileza em Freud

Para Freud, há uma tendência primitiva humana de instintivamente buscar a realização do prazer a todo custo. Isto ocorre no início de nossa infância, quando o id se sobressai como instância psíquica.

Com o tempo, observamos que existe também uma dimensão de prazer que é social. Isto é, o convívio com outras pessoas pode nos gerar satisfação e proteção. É quando o superego nos traz noções morais e de convívio social. A gentileza pode ser entendida como uma forma deste convívio.

Podemos entender que, embora prive parte de nossa satisfação (gerando o que Freud chamaria de “mal-estar”), o convívio social é para Freud uma conquista civilizatória ou cultural.

Isso porque há benefícios que o indivíduo extrai das relações humanas:

  • o aprendizado;
  • o afeto;
  • a alimentação;
  • a divisão do trabalho;
  • etc.

Não se pode impor desejos sexuais contra a vontade do(a) parceiro(a), nem se pode exercer uma agressividade mortal contra outra pessoa, sem que se sofra uma punição. Por outro lado, a gentileza é uma conduta socialmente apreciada, por favorecer o vínculo social.

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    Este tema é aprofundado por Freud no livro O Mal Estar na Cultura.

    Conceito de gentileza em Winnicott

    Para o psicanalista Donald Winnicott, o bebê é totalmente dependente da mãe. No começo, sequer consegue distinguir-se da mãe. É o que Winnicott chama de unidade mãe-bebê.

    Como o passar do tempo, o bebê começa a se ver como um ser diferente. E passa a ter com a mãe uma relação de reciprocidade, que poderíamos chamar de “gentileza”. É a fase da identificação recíproca: “vejo, sou visto, logo existo”, pensaria o bebê.

    Então, o bebê passa a querer retribuir o que considera ser uma gentileza da mãe. Por exemplo, quando o bebê coloca seu dedo na boca da mãe, para Winnicott isso representaria uma tentativa de retribuir a amamentação que a mãe lhe oferece.

    “Me faz uma gentileza?”

    Quando agradecemos um elogio, podemos dizer: “Obrigado pela gentileza”. Ademais, quando queremos pedir algo simples, mas que pode incomodar, formulamos o pedido da seguinte maneira: “será que você pode me fazer uma gentileza?”.

    Percebemos em nossa sociedade que as ordens com o verbo no imperativo são vistas como menos gentis. Exemplo:

    • Abra esta porta!

    Por outro lado, as marcas linguísticas menos impositivas são vistas como práticas de gentileza. São mais gentis as ordens ou pedidos: quando uma ordem ou pedido é transformado em pergunta, ou usa o futuro do pretérito (“poderia”), leva marcas de “por favor”, ou é um pedido indireto.

    São formas linguísticas mais gentis:

    • Na forma de pergunta: Você pode abrir a porta?
    • Usando o verbo no futuro do pretérito: Você poderia abrir a porta?
    • Incluindo o solicitante no “nós”: Podemos abrir a porta?
    • Minimizando com palavras afetivas, como diminutivos: Podemos abrir a porta um pouquinho? (um minutinho)
    • Incluindo “por favor” ou “por gentileza”: Por favor, você pode abrir a porta?
    • Usando um recurso da linguística pragmática para pedir a outra pessoa realizar uma ação: Esta sala está um pouco abafada e quente. (esperando que o interlocutor interprete como: “abra a porta”).

    ‘Gentileza’ ou ‘gentilesa’?

    A palavra ‘gentilesa’ não é gramatical no português, então atenção para não trocar o Z pelo S nesse caso. A grafia correta é ‘gentileza’ em qualquer contexto!

    O excesso de gentileza pode ser patológico?

    Podemos pensar que gentileza nunca é demais. Porém, se isso implicar em submissão e exploração da pessoa gentil, isso pode ser um sinal psíquico e/ou social patológico.

    Por exemplo, há que se refletir se a gentileza em excesso pode ser:

    • Submissão à força física ou psicológica que outra pessoa exerce sobre a pessoa gentil.
    • Sinal de insegurança, de baixa autoestima, ou de medo da rejeição por parte da pessoa gentil, sinais de um ego fragilizado.
    • De natureza manipuladora: em casos de tendência à postura psicopata, a gentileza pode ser uma “arma”.
    • Sinal de sacrificar-se pelo outro: há pessoas que aceitam uma dor física ou psicológica porque acreditam que, assim, estarão eximindo um familiar querido de um sofrimento. É o que o autor Bert Hellinger chamava de amor à beira do precipício.

    Apesar destes alertas, entendemos que é possível partir da premissa de que a gentileza é importante e sincera. Principalmente nestes tempos em que cada vez mais se reclama da falta de gentileza das pessoas.

    7 exemplos de gentileza bastante práticos para você implementar no seu dia a dia

    Agora que já falamos sobre o que é gentileza e explicamos como escrever a palavra corretamente, vamos discutir alguns exemplos de como ser gentil no dia a dia.

    Nem todas essas dicas que daremos aqui são conhecidas por todos. Afinal, se fossem, a gentileza seria uma regra – não a exceção.

    Portanto, leia cada uma com atenção porque ao incorporá-las ao seu comportamento no cotidiano, as pessoas terão mais facilidade para conviver com você e apreciarão bastante a sua companhia!

    1 – Ouça antes de falar

    Uma das maiores ações de gentileza que você pode usar no seu dia a dia é deixar que as pessoas terminem seus raciocínios antes de falar.

    Em uma conversa, é muito desagradável quando somos interrompidos, não é mesmo? Se é algo desagradável para nós, precisamos entender que o mesmo sentimento surge em nosso interlocutor.

    Quando conversar com alguém, respeite os turnos conversacionais, isto é, a vez de quem está falando. Quando você interrompe, está “roubando” a vez de quem estava se comunicando antes.

    Interromper e falar por cima são atos que sugerem falta de educação e um comportamento rude. Portanto, evite-os e procure não replicá-los em suas interações pessoais ou profissionais.

    2 – Sorria ao interagir com alguém

    Um gesto muito simples que demonstra gentileza, mas que pode ser muito difícil para outras pessoas é sorrir ao se comunicar.

    Ao contrário do que você possa pensar, o sorriso não é sempre um demonstrativo de inocência e superficialidade. Em alguns contextos, sim, o excesso de sorrisos pode gerar incômodo. Por exemplo, é estranho conversar sorrindo em um funeral.

    Contudo, nas interações do cotidiano, se você não sorrir, passa uma mensagem que pode estar equivocada.

    Por exemplo, seus colegas de trabalho podem achar que você não gosta deles. Seus chefes podem achar que você está insatisfeito. A sua esposa pode achar que você não a ama mais. Seus funcionários podem considerar você uma pessoa arrogante.

    A gentileza presente em um sorriso elimina todas essas possibilidades.

    3 – Ao ver alguém precisando de ajuda, se ofereça para ajudar

    Nem sempre podemos bancar a postura de “bom samaritano”, mas não podemos nos isentar de ajudar pessoas a todo momento.

    Faz parte do “protocolo da gentileza” identificar as necessidades das pessoas e se oferecer para ajudá-las. Se nós gostamos de receber a atenção e a ajuda de outras pessoas, por que nos negaríamos a ajudar na nossa vez de estender a mão?

    Este é um ótimo momento para dizer que a gentileza e o egocentrismo não combinam muito. A gentileza implica a atenção ao outro, ou seja, ela extrapola os limites do ego para enxergar alguém.

    4 – Elogie sinceramente

    Elogiar também é um gesto de gentileza e, inclusive, ele é mais difícil de adquirir do que o sorriso porque exige uma certa atenção para procurar em alguém características dignas de um elogio.

    No entanto, ainda que seja difícil, faça o exercício de procurar características positivas mesmo nas pessoas com quem você tem menos afinidade.

    O seu elogio não precisa referir a uma característica física. Fique à vontade, por exemplo, para admirar competências profissionais e talentos genuínos.

    Um elogio sincero, feito com intenção, alegra o dia de qualquer um porque dá à pessoa que recebe a gentileza a sensação gostosa de que ela foi vista e admirada.

    5 – Tenha paciência para escutar as pessoas

    Já falamos sobre ouvir antes de falar, mas aqui escutar ganha uma outra dimensão no protocolo da gentileza.

    Estamos falando sobre emprestar os seus ouvidos a alguém, mais especificamente.

    Sabemos que o dia a dia das pessoas costuma ser corrido e não temos tempo nem para escutarmos os nossos próprios pensamentos de vez em quando.

    Ainda assim, é importante achar tempo para conversar sinceramente com quem amamos e é importante para nós.

    Cabe a você determinar os critérios para ouvir alguém. Contudo, lembre-se de que essa será uma gentileza extremamente bem recebida por quem puder contar com a sua escuta atenta.

    6 – Ao visitar alguém, sempre leve uma lembrança

    Vai visitar alguém, antes de tudo comunique que está indo, pois essa é uma regra importante de etiqueta.

    Nesse contexto, é uma ação de gentileza retribuir a boa vontade do anfitrião com uma lembrança singela.

    Você pode, por exemplo, levar:

    • algumas flores,
    • um bom vinho,
    • uma sobremesa gostosa.

    O importante é manifestar, por meio dessa lembrancinha, a intenção sincera de retribuir a gentileza que é receber você.

    7 – Seja educado

    Por fim, uma orientação importante com relação à gentileza é buscar instrução nas regras de etiqueta e de bons modos.

    Elas ajudam a regular a sua convivência social e transformar as suas interações em momentos agradáveis e memoráveis para quem convive ao seu lado e ao seu redor.

    Não é necessário que você se torne um expert, mas que saiba identificar a maneira mais adequada de se comportar em cada contexto que se apresentar a você.

    Considerações finais sobre a importância da gentileza

    Esperamos que você tenha apreciado o nosso conteúdo sobre a definição de gentileza e orientações práticas para se comportar como uma pessoa gentil no seu dia a dia.

    A gentileza e como ela nos faz sentir faz parte dos estudos do comportamento humano, então é um objeto de estudo interessante para nós do Psicanálise Clínica.

    Para conferir outros conteúdos similares a esse sobre gentileza, continue navegando em nosso blog. Porém, para saber mais a fundo sobre o comportamento humano e suas nuances a partir da psicanálise, matricule-se hoje em nosso curso EAD em psicanálise clínica.

    Ao final, você poderá clinicar como psicanalista ou apenas aproveitar o ensino em sua vida pessoal e na profissão que já exerce. Nós esperamos você!

    3 thoughts on “Gentileza: significado, sinônimo e exemplos

    1. E gentileza deve ser uma via de mão dupla: sei que há pessoas que não cumprimentam os porteiros, mas como aprendi que cumprimento não se nega, os cumprimento! Eles ficaram “apreensivos” com a biometria para acesso ao prédio, mas durante o dia, apenas a vigia se prontifica a “chamar o elevador” ou ajudar moradores com as compras, quando se tratam de encomendas vindas pelo e-commerce, por exemplo! Já o colega dela espera a gente pedir! Teríamos um mundo melhor se fosse praticado, efetivamente, gentilezas e mais “inclusões”: como tenho neuropatia e logo movimentos lentos: poucos caixas de supermercado se prontificam a me alcançar as sacolas com as compras, com as alças “prontas” para po-las nas mãos:uma sutil e importante ajuda!

    2. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom assunto! Temos que tomarmos cuidados com os abusos e as explorações.

    3. Pessoas gentis demais costumam sofrer de ELA. Pesquisa feita por doisneurologistas da Cleveland Clinic associaram perceberam que pessoas extremamente gentis eram os pacientes de ELA. Então romantizar a gentileza sem saber de seus “efeitos colaterais” negativos, é não querer atravessar o superficial. Cuidado.

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