Hamlet de William Shakespeare

Hamlet de Shakespeare: resumo e interpretação psicanalítica

Publicado em Publicado em Psicanálise e Cultura

A obra Hamlet é uma das mais importantes criações teatrais e literárias da humanidade, uma realização de William Shakespeare. Em diversas de suas manifestações, o psicanalista Sigmund Freud reputava Shakespeare como uma das principais inspirações para pensar a psique humana. Neste artigo, a autora Carol Albuquerque apresenta ideias centrais em Hamlet, vistas por Freud e a Psicanálise.

Hamlet não é mais senhor em sua própria casa

Quantas vezes em nossas vidas nos deparamos com questões filosóficas do tipo; quem somos? O que estamos fazendo aqui? Qual o significado da existência? É possível que Freud tenha feito todas estas perguntas a se engajar em suas pesquisas através das descobertas psicanalíticas.

Freud ao afirmar que “o eu não é mais senhor em sua própria casa” ressignifica todo o entendimento da mente humana. E o que isso significa caro leitor?

Significa que somos seres apaixonados e que nossas ações são baseadas em paixões e que todo o nosso comportamento e fruto de uma criação cultural e convívio social.

A formação do sujeito dividido em Hamlet e Freud

Entendendo a formação do indivíduo:

  • Ao nascermos somos condicionados a um ambiente familiar formado por pais ou parentes próximos, este ambiente será o responsável por nossa educação esta educação inclui entender o funcionamento da sociedade e o comportamento que se deve ter vivendo nesta.
  • Neste período de formação aprendemos como os nossos pais ou escolas o que é ética o que é moral, política o que é estado, sociedade, meio ambiente, etc.
  • Todas estas situações que aprendemos ao nascermos e desenvolvemos dentro de um meio social vêm condicionadas à ótica de outra pessoa que aprendeu de outra pessoa e passou a diante coisa que faremos com filhos, aluno e pessoas próximas, todo o nosso comportamento está condicionamos ao que nos foi ensinado e enraizado no nosso inconsciente.

Perspectivas filósoficas sobre a psique humana

É possível comparar a formação de um indivíduo com a tese de John Locke, filosofo inglês, este defendia o pensamento de que o ser humano nasce como uma folha em branco e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência.

O eu não é mais senhor em sua própria casa, o apropriado seria o “ O eu nunca foi senhor de sua própria casa” para ser senhor seria necessário voltar ao primeiro homem que vivi de instintos e sem conhecimentos do mundo aprendendo sozinho tendo sua experiencia indivíduas e sem influencias externas.

As confirmações da teoria de Freud (inspiradas também na concepção de sujeito em Hamlet) ficam clara ao nos deparamos com as dificuldades que encontramos na fase adulta, quando partimos do principio que chegou a hora de andamos sozinho.

Neste momento somos bombardeados por medos, insegurança, ansiedade e incapacidade de reação dentro de uma sociedade que esta disposta a engolir aqueles que não tem estomago para lutar.

Ao nos deparamos com estas questões, buscamos respostas na psicanálise e descobrimos que no fundo do inconsciente temos questões mal resolvidas com os nossos familiares que influenciam em nosso medos, ansiedade e insegurança.

Conceito de Eu em Shakespeare e Freud

Como podemos ser donos do nosso próprio EU desta forma se não conseguimos lidar com questões tão distante de nossa vida?

Sigmund Freud ao fazer esta afirmação já nos da uma chance de melhora, e isso eu explico caro leito, a partir do momento que temos consciência que não somos donos de nossos EU fica mais fácil de perceber quem somos e o que não somos.

Para exemplificar usarei um clássico da literatura inglesa que mostra o quanto somos influenciados pelo meio social e o quanto pode ser destrutivo não ter a consciência de quem somos.

Em Hamlet, William Shakespeare mostra questões familiares, mas se olhamos, mas de perto podemos ver o ID, EGO e Superego em ação.

Personagens principais de Hamlet

O Pai de Hamlet é assassinado pelo tio, Claudio, que se casou com sua mãe, Gertrude.

O ato inicial da peça o fantasma do pai de Hamlet informa que foi assassinado e pede a este vingança, e a peça todo se da entorno da vingança de Hamlet sobre seu tio e sua mãe traidora.

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    Hamlet é guiado por seu ego e apesar de ser sábio em diversos momentos da peça, e afirmar que o ideal seria que o homem não fosse guiado por suas paixões, perde tudo por deixar-se levar por seu desejo de vingança.

    Nesta obra podemos ver o qual a personagem principal é influenciada pelo meio em que vive, Hamlet não consegue lidar com a perda do pai, e esta falta de entendimento de quem é o faz perder a mulher que ama, os amigos a mãe e a vida.

    Influências externas, estas são algumas das reações dos personagens:

    • Hamlet é influenciado pelo fantasma do pai e pelo luto da perda,
    • Gertrude é a mãe influenciada pelo abandono do rei deixando se levar pela carência afetiva;
    • Claudio, o tio, influenciado pelo poder de assumir o trono,
    • Ofélia deixa-se influenciar pelo pai,
    • Apolônio, pai de Ofélia, influenciado pela ganância de fazer parte da corte real.

    Todas as personagens com exceção de Horatio, amigo de Hamlet, têm um fim trágico na peça e todos levados por influências externas que pensado de forma racional não levaria a cabo tudo o que aconteceu.

    Mas sabemos que se William Shakespeare utilizasse apenas da racionalidade e do sujeito da racionalidade, a obra Hamlet não seria um clássico da literatura. Diante disto, caro leitor, entendemos o que Freud diz quando afirma: “O eu não é mais senhor em sua própria casa”

    O artigo trouxe ideias centrais da peça Hamlet (Shakespeare) e sua influência em Freud e a Psicanálise. Foi escrito por Carol Albuquerque ([email protected]), formada em Filosofia, Estudante de Psicanálise e Pedagogia.

     

    3 thoughts on “Hamlet de Shakespeare: resumo e interpretação psicanalítica

    1. Raquel Alice Souza disse:

      Escrevi “a luta que nunca foi de Hamlet”.
      Eu falava de evitar uma certa hereditariedade.
      Naturalmente foi só um exercício poético. Pois há coisas que fugimos indo de encontro.

      1. Carol Albuquerque disse:

        Bom dia, Raquel, o tema é legal.
        Hamlet fecha com a psicanálise, ele possui muitas vertentes a ser exploradas, é possível destrinchar a personalidade do homem e ainda sair com varias lições sobre o que não fazer em nossas vidas, rs, É um clássico perfeito, que todos deviam ler!

    2. Heliana de Oliveira disse:

      Hamlet, é o retrato nosso de toda vida, onde a nossa necessidade de aceitação, (diria , desnecessária), sempre fortalece uma carência de afetos , que se nós seguíssemos mais leves e despreocupados na vida , certamente o fardo seria mais fácil de ser carregado. Somos acumuladores de tudo. de objetos e pessoas, distanciamos de nós mesmos e da natureza e assim seguimos a vida no murmúrio calcificante, sempre reclamando de algo, a acreditamos que a vida só vale a pena se for vivida intensamente. Apenas viva, fique leve, em paz, cumpra sua jornada no HOJE , olhe para si, respeite seu corpo, sua alma, respire fundo, ouça-se e ouça o próximo, aprenda com os erros dos outros, pois é mais didático. Edifique-se em seus erros para não os cometê-los novamente. Erros (problemas), podem ser evitados – Erros devem ser EVITADOS, principalmente se fizermos o que deve ser feito e não o que desejamos fazer. Precisamos lembra que somos coletivos e para manter essa engrenagem funcionando razoavelmente , infelizmente não tem como pôr nossos desejos na frente de nossos atos, é necessário pensar nas responsabilidade e no compromisso de termos/sermos uma sociedade saudável .

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