Curso de Psicanálise Clínica 100% EADO hedonismo é uma teoria filosófica mas que tem uma base muito mais forte enquanto doutrina ética e moral.
Essa filosofia entende o prazer como um fim supremo da vida. Então, os hedonistas priorizam o prazer em todos os momentos de suas vidas e tendem a suprimir a dor e os desprazeres.
Hoje em dia, o termo é muito utilizado quando queremos definir alguém que só quer a “parte boa” da vida e não quer lidar com a parte ruim. Mas será que está tão errado assim não querer que a vida tenha um lado ruim e buscar incessantemente pelos prazeres?
É isso o que iremos explorar a seguir. Portanto, se você quer entender melhor o conceito de hedonismo, o significado, e o que é uma pessoa hedonista, continue lendo para conferir!
Qual é o significado de hedonismo?
O termo hedonismo tem sua raiz na palavra grega “Hedonê”, que na mitologia grega era o nome atribuído a uma figura simbólica – seja guia, daemon ou deusa – que simbolizava o prazer.
Conta-se que Hedonê descende de Eros e Psiquê, e personificava a essência do viver alegre e satisfatório. Esta concepção se expandiu para uma corrente de pensamento que coloca o prazer como o propósito central da existência humana.
Exemplos de hedonismo
O hedonismo se apresenta em diferentes vertentes, cada uma com uma compreensão particular sobre o papel do prazer na vida humana. Vamos explorar quatro exemplos.
- Hedonismo cirenaico
Primeiro, o hedonismo cirenaico, originário de Aristipo de Cirene, é talvez a expressão mais direta dessa filosofia. Ele advoga uma vida focada na experiência imediata do prazer. Para os cirenaicos, o prazer momentâneo e físico é a chave da existência, e a dor deve ser evitada.
- Hedonismo epicurista
Em segundo lugar, encontramos o hedonismo epicurista. Epicuro introduziu uma nuance importante ao distinguir entre prazeres. Ele defendia que nem todos os prazeres valem a pena ser perseguidos. E que, além disso, deveríamos buscar prazeres que resultem em uma vida tranquila e sem dor. O prazer, para Epicuro, não é apenas a satisfação sensorial, mas um estado de serenidade e ausência de sofrimento.
- Hedonismo utilitarista
O terceiro tipo é o hedonismo utilitarista. Esta perspectiva, especialmente associada a filósofos como Jeremy Bentham e John Stuart Mill, propõe uma ética baseada no princípio de maximizar o prazer e minimizar a dor para o maior número de pessoas. A ação ética, sob este olhar, é aquela que resulta no maior bem-estar coletivo.
- Hedonismo psicológico
Por último, o hedonismo psicológico não é uma teoria ética, mas uma afirmação sobre a natureza humana. Ele sugere que o desejo intrínseco dos seres humanos de obter prazer e evitar a dor motiva-os, o que implica que a busca pela felicidade é a força propulsora de todas as nossas ações.
Cada uma dessas correntes oferece uma lente única através da qual podemos ver o hedonismo, revelando diferentes maneiras de interpretar a relação entre prazer, dor e a busca pela felicidade na vida humana.
O que é uma pessoa hedonista?
Uma pessoa hedonista, nos dias de hoje, é alguém que valoriza e busca o prazer individual como uma prioridade em sua vida, muitas vezes em detrimento de valores coletivos ou de longo prazo.
Essa busca se manifesta frequentemente em um consumismo intenso, em que as pessoas buscam e alcançam o prazer por meio da aquisição de bens e experiências.
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Tais indivíduos também podem preferir relações interpessoais que são superficiais e de curta duração, alinhando-se com a análise de Bauman sobre os laços líquidos que caracterizam as relações sociais modernas.
Adicionalmente, a atitude hedonista em relação ao sexo pode exemplificar essa filosofia em um contexto mais amplo e cultural. Anteriormente, enquadrava-se a sexualidade em contextos mais sagrados ou institucionais, como o casamento.
Atualmente, em muitas sociedades, percebe-se e experiencia-se a sexualidade crescentemente como uma forma de prazer pessoal, desvinculada de obrigações ou significados mais profundos.
Portanto, ser hedonista hoje pode implicar em viver de uma maneira que prioriza o prazer imediato e pessoal. E muitas vezes através do consumo e de relações passageiras, refletindo uma visão de mundo que coloca o prazer pessoal no centro da experiência humana.
Hedonismo na filosofia
Na história da filosofia, o hedonismo ocupa um lugar distintivo, remontando à Antiguidade Clássica e emergindo de maneira mais concreta durante a transição para a filosofia helenística. Aristipo de Cirene é amplamente reconhecido como o fundador deste pensamento.
Aristipo, diferentemente de Aristóteles, defendia que o prazer constituía o fim último que o ser humano deveria perseguir na vida. Ele promovia um hedonismo centrado na busca incessante pelo prazer, guiando a existência humana por essa busca.
A filosofia platônica e as tradições judaico-cristãs, por outro lado, propõem uma visão hierárquica nas relações entre corpo e alma, muitas vezes colocando em dúvida os prazeres corporais. Nesse enquadramento, o corpo é frequentemente visto como uma fonte de tentação e erro, enquanto a alma é considerada pura e imortal.
A dedicação aos prazeres corpóreos é, portanto, vista como um desvio do caminho espiritual e em alguns contextos, equivalente ao pecado. O hedonismo, com sua ênfase nos prazeres sensoriais, desafia diretamente esses princípios morais e religiosos.
Friedrich Nietzsche, o filósofo alemão do século XIX, tinha uma visão crítica sobre a religião, especialmente o cristianismo, argumentando que ela se baseava na domesticação dos instintos humanos e na repressão do prazer.
Para Nietzsche, o cristianismo tinha pervertido Eros — o amor ou o desejo — transformando-o em algo degenerado e vicioso.
Portanto, o hedonismo, enquanto filosofia, apresenta um contraponto significativo às perspectivas que valorizam o ascetismo ou a supressão dos desejos como caminhos para a realização espiritual ou moral.
Ao longo da história, tem influenciado diversas correntes de pensamento, provocando discussões sobre a natureza do prazer, felicidade e moralidade.
Considerações finais sobre o hedonismo
O hedonismo, essa ideia de que o prazer é o principal alvo da vida, é tão antigo quanto intrigante. Ele não é só sobre aproveitar a vida e buscar a felicidade, como é também um debate sobre o que é certo ou errado, o que deve ou não ser feito para se sentir bem. Afinal, ele mexe com os nossos valores e com o jeito que escolhemos viver.
Com o tempo, o hedonismo tomou várias formas, desde a simples busca de diversão até uma maneira mais pensada de encontrar a felicidade. Ele nos faz pensar: o que realmente importa na vida? O que faz a gente feliz de verdade?
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