linguagem dos sonhos em freud

A linguagem dos sonhos segundo Freud

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A interpretação dos sonhos sempre foi um tema fascinante em todas as culturas. A tentativa de compreensão da linguagem apresentada em nossas fantasias oníricas permeia o conhecimento popular por meio de uma vasta gama de explicações, que por vezes são passadas de geração em geração. Este artigo apresenta como funciona a linguagem dos sonhos, na visão de Freud e da Psicanálise.

Nossos sonhos são a via mais acessível de entendimento do Inconsciente, para tanto devemos notar que a linguagem dos mesmos é tipicamente simbólica.

Freud e a análise da linguagem dos sonhos

Sigmund Freud em sua magnífica obra “A Interpretação dos Sonhos” expõe a necessidade de interpretação dessa linguagem simbólica por parte do psicanalista que precisa compreender os mecanismos de elaboração dos sonhos para poder interpretá-los da melhor forma possível.

Podemos entender que os sonhos são cargas emocionais armazenadas no Inconsciente que projetam-se em forma de sons e imagens.

Segundo Freud essas cargas emocionais que manifestam-se em forma de símbolos durante nossos sonhos podem servir de guia para encontrarmos as emoções que deram origem as mesmas.

Sendo assim podemos entender que por meio da linguagem dos sonhos que apresenta-se por meio de símbolos é possível compreender de maneira mais profunda o Inconsciente do ser humano.

O sonho e o simbólico

Como ilustração desse tipo de entendimento podemos acrescentar o exposto por Freud no vol. V de suas Obras Completas, pg. 374, Segunda Edição, aqui em nossa dissertação de uma maneira mais simples, facilitando assim a compreensão imediata:

Para Dr. Freud o simbolismo não era peculiar aos sonhos, e sim característico da ideação do Inconsciente, entre pessoa em particular, podendo ser encontrado nos mitos populares, lendas, folclore, chistes, provérbios de sabedoria, frases idiomáticas sempre numa escala mais completa do que nos sonhos propriamente.

Para total entendimento pleno dos conteúdos e linguagem de nossos sonhos na percepção Freudiana precisamos reconhecer a representação simbólica apresentada nesses.

A simbologia dos sonhos, sua linguagem pode ser entendida pelo contato, entendimento e identificação que o individuo criador do sonho tem com o objeto (símbolo), portanto, a forma como o sujeito ativo relaciona-se sentimentalmente com o objeto. Vamos pensar em um exemplo especifico para entendermos melhor o exposto acima:

Utilizemos a imagem do fogo como símbolo em sonho, dependendo de como cada indivíduo relaciona-se emocionalmente com o objeto esse pode indicar um sentido, para uma pessoa a imagem pode indicar paixão ardente, enquanto para outra pode significar destruição total.

Sendo assim um objeto pode apresentar distintas simbologias variando entre as pessoas de acordo com suas percepções, cultura e época em vivem. O sonho sempre demonstra aspectos da vida emocional por meio da linguagem simbólica, podemos pensar que trata-se de uma “fotografia”, um “print-screen” do inconsciente naquele período.

O método Freudiano para interpretar a linguagem dos sonhos

Sigmund Freud introduz um novo modelo de interpretação da vivência onírica, além do conteúdo manifesto, agora temos outro componente, o conteúdo latente. Sendo estes:

Conteúdo Manifesto – é a matéria, o teor contado pelo indivíduo da maneira como o sonho é lembrado ao acordar o mesmo nas horas ou dias seguintes.

Conteúdo Latente – é o significado do sonho logo após ser analisado de maneira minuciosa.

No Capitulo II de “O Metodo De Interpretar Sonhos: Uma Análise De Um Sonho Modelo”, Freud nos ensina que em seu método o objeto de nossas atenções devem ser partes separas do conteúdo do sonho e não o mesmo como um todo.

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    Sigmund Freud ainda enfatiza que para o paciente ainda novato a indagação: “O que lhe ocorre em relação a esse sonho?” costumeiramente tem em seu horizonte mental somente o vazio. Porém, quando o mesmo individuo é exposto a frações de seu sonho surgem séries de associações, e estas podem ser descritas como sendo “pensamentos de fundo” para cada parte de sua criação onírica.

    A Linguagem Oniroide

    Para efeitos de entendimento complementar podemos nos apoiar no exposto por David E. Zimerman em seu livro “Fundamentos Psicanalíticos”, especificamente no exposto no capitulo 33, os temas são tratados da forma exposta a seguir:

    A linguagem não-verbal (ou pré-verbal) admite subdivisões em formas especificas entre elas podemos citar como exemplo: gestural, corporal, transverbal, conductual, paraverbal e oníróide.

    Caso que nos interessa em particular é o da linguagem oniróide, que processa-se por meio de imagens visuais, que podem ser verbalizadas ou não, sendo possível até mesmo que adquiram uma dimensão mística.

    Também devemos lembrar que os sonhos podem se vazios, meramente evasivos de restos diurnos, plenos, quando são elaborativos, e a dinâmica psíquica é processada por meio de transformações simbólicas ou mistos.

    Freud e a nova forma interpretativa

    Antes dos trabalhos do Dr. Sigmund Freud tínhamos a visão mitológica de interpretação dos sonhos que entende esses como uma mensagem cifrada enviada aos humanos por potencias sobrenaturais como avisos premonições, o juízo popular de forma geral advém desta visão.

    Além da citada acima também tínhamos a concepção médica que tratava os sonhos como um processo meramente fisiológico desprovido de significados. Freud nos brinda com uma coerente e fascinante forma de interpretar a linguagem dos sonhos, uma forma racional, buscando por meio do inconsciente o sentido oculto escondido na linguagem onírico, revelando assim os desejos incôncios do individuo.

    Este texto sobre a linguagem dos sonhos foi escrito por Samy Houchaimi (instagram www.instagram.com/samyhouchaimi), músico profissional (OMB-CRESP 74385), bacharel em direito, numerólogo e formando em psicanalise.

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