Ao longo do tempo, tivemos inúmeras provas de que a sociedade aprovava o comportamento abusivo dos homens. Tudo se resume a uma questão de cultura, visto que o comportamento deturpado indicava a “saúde masculina” e era algo culturalmente aceito por muitas sociedades. Entenda o significado de masculinidade tóxica e como isso nos afeta socialmente.
O que é masculinidade tóxica?
A ideia do texto não é generalizar um julgamento sobre todos os homens, nem ao masculino. A ideia é questionar a masculinidade que se imponha de forma tóxica:
- pela força física ou
- pelo abuso psicológico.
A ideia freudiana de civilização apresentada no texto Mal-Estar na Civilização opõe cultura versus barbárie. A masculinidade tóxica pode ser uma das formas de barbárie, por voltar à ideia de “lei do mais forte”.
- Se você é mulher, poderá ficar atenta ao conceito, recusar a masculinidade tóxica no dia-a-dia (por seu parceiro, por outras pessoas e talvez até introjetada em você mesma).
- Se você é homem e se incomoda com o conceito, há que se pensar se não seria um mecanismo de defesa do ego usando de uma racionalização para justificar seu comportamento.
- Se você é homem e não se identifica como abusivo ou tóxico, não há motivo para se incomodar com o conceito.
- Se você é homem e não sabe em que momento exerce uma masculinidade tóxica mas você é preocupado com esta temática, você pode repassar o conteúdo deste artigo e observar determinados comportamentos.
A masculinidade tóxica se mostra naquele tipo de perfil masculino pautado na agressividade, força bruta e opressão. Basicamente, se mostra como o ideal de masculinidade esperado e cultivado em sociedade, ensinando aos homens a terem comportamento bruto. Assim, qualquer ato tido como feminino nos homens passa a ser repudiado.
A masculinidade tóxica fica bastante evidente quando ensinamos os nossos garotos a relegarem suas emoções, por exemplo. Desde cedo é proposto que eles encarem um crescimento mais seco, violento, autossuficiente e preconceituoso. Dessa forma, não só meninos que diferem deste padrão de comportamento se tornam alvos, mas as meninas e posteriormente, mulheres, também são vítimas de violência doméstica física e psicológica.
Problemas diretos
Esse tipo de masculinidade, ainda que almejada por muitos homens, prejudica gravemente a ala masculina de modo geral. Isso porque o comportamento está ligado diretamente com a expectativa de vida do grupo com esse comportamento. Como resultado, vida e saúde são afetados. Os homens vivem até sete anos menos que as mulheres, têm propensão a câncer e altas taxas de suicídio, homicídio e acidentes.
A alimentação da cultura
Infância
Mesmo que inconscientemente, a sociedade alimenta diariamente a cultura da masculinidade tóxica. Mesmo que estejamos no século XXI, ainda existem homens que acreditam e defendem um comportamento e postura mais rígidos. Dada à dinâmica da criação dos filhos, as crianças crescem imersas nessa atitude. O medo e coerção são os principais tutores.
Educação como proposta de intervenção
Contudo, a sociedade está mais atenta a esse quadro, promovendo iniciativas de mudança no círculo social. O assunto é polarizado, visto que muitos enxergam a discussão como um esforço desnecessário. Mesmo assim, cada vez mais pessoas estão se propondo a fazer uma mudança de perspectiva. A próxima geração precisa ser educada agora.
Sem dúvida, as maiores vítimas desse comportamento são as mulheres. Isso porque, desde cedo, os meninos são incentivados a serem misóginos e separatistas. Isso fica evidente nas brincadeiras onde as garotas não podem participar. Sem contar também que eles, em hipótese alguma, brincam com “brinquedos de menina”.
Características da masculinidade tóxica
É bastante evidente o trabalho interno construído com a ajuda da masculinidade tóxica. O comportamento acaba afetando a percepção dos homens em relação aos outros e a si mesmos. Por conta disso, suas personalidades acabam sendo moldadas, evidenciando traços brutos e quase que insensíveis. Isso fica bastante visível na:
Violência
Desde pequenos, os homens tóxicos são instruídos a se digladiarem entre si. Fazendo um paralelo, é como se fossem animais tentando assumir o controle do bando. Ademais, isso acaba atingindo outros indivíduos que se tornam alvos desse grupo, sendo mulheres, homens com traços diferentes, gays e negros em sua maioria.
Promiscuidade
Até hoje a figura do homem galinha é cultuada, valorizada e respeitada entre muitos. Isso porque é sinal de que o mesmo é vigoroso, forte e possui poder. Entretanto, quando se coloca a mulher no mesmo papel, ela é facilmente taxada de “vadia” e repudiada. Para muitos, o homem mulherengo é visto como herói. Não estamos aqui falando de quando haja um acordo por relacionamento aberto.
Busca por poder
O homem tóxico possui avidez em exercer o seu controle sobre os demais, especialmente com as mulheres. A sua dominância provém da agressividade em conquistar, de mostrar do que é capaz e até de um sadismo. Assim, quando este encontra o outro em posição diferenciada, se vale de sua brutalidade para subvertê-lo.
Mais Exemplos
Em qualquer época que se imagine podemos encontrar exemplos claros da masculinidade tóxica. Ao longo do tempo alguns se modificaram, ficaram mais enraizados e até difíceis de se perceber. Por causa disso, a cultura se perpetua, gerando mais homens que acreditam nesse padrão arcaico de comportamento. Vemos isso em:
Menino não chora
Independente de seu gênero, certamente você já ouviu que “menino não chora”. Desde cedo, os garotos são orientados a reprimirem as suas emoções enquanto se desenvolvem. Com o passar do tempo, os mesmos criam problemas em se relacionar com os demais. Já que não podem se expressar adequadamente, isso dificulta visivelmente seus relacionamentos porque não conseguem colocar o que estão sentindo para fora.
A violência como resposta
Assim que os meninos quebram o padrão tóxico masculino, alguma violência é ofertada como resposta. Isso fica evidente quando o garoto manifesta tendências mais sensíveis, como brincar de boneca ou interagir com meninas saudavelmente. Em geral, o pai é o maior responsável pela repressão, usando de violência para educar esse jovem.
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Falta de divisão de tarefas
Até hoje muitos homens têm dificuldade em entender que uma casa é mantida com a ajuda igualitária do casal. Não existe tarefa de homem ou mulher, mas, sim, o esforço conjunto para manter um ambiente de convivência adequado. Muitos homens desdenham da posição da mulher, as reduzindo como empregadas, mães e amantes. Para eles, a dupla jornada é algo irrelevante.
Azul é a cor do veneno social
Se a masculinidade tóxica carregasse uma bandeira, certamente a mesma viria completamente azul. Desde pequenos, somos educados de que existem cores para as meninas e aos meninos. É como se buscasse um padrão visual para determinar o que pode ser de garoto ou garota. Assim, seria possível elencar itens, cores e até formatos que favoreceriam esse ideal projetado do que é a masculinidade.
Adentrando mais nesse tema de envolvimento social, vale falar também das atividades que divergem de “um padrão masculino”. Por exemplo, meninos, em hipótese alguma, podem brincar com bonecas. Isso porque, na cabeça dos extremistas, seria um sinal de falta de masculinidade. Talvez esse pensamento explique a pouca participação dos homens em casa, uma vez que nunca brincaram de cozinhar, arrumar a casa e cuidar de um bebê.
Enquanto alguns homens se viam obrigados a fazerem determinadas atividades para pertencerem a um grupo, as mulheres lutam para sair da marginalização. Isso fica evidente hoje nas jogadoras de futebol, que não recebem reconhecimento igualitário da torcida e até de patrocinadores.
Comentários finais sobre masculinidade tóxica
A cultura em que estamos imersos é doente de certa forma, já que promove a supremacia do homem radical. Segundo ela, eles precisam ser brutos, insensíveis, violentos e segregadores, tanto quanto com relação às mulheres, quanto a outros homens. Qualquer comportamento que fuja desse padrão é visto como errado, precisando ser combatido.
É essa a proposta da masculinidade tóxica: subverter a sociedade a um encaixe nocivo a qualquer pessoa. O comportamento perpetua uma grade de violência que vitimiza os próprios praticantes, os tornando mais propensos a sofrerem lições dolorosas. A mudança não é uma escolha, mas, sim, uma necessidade urgente.
No tocante à masculinidade tóxica, a intervenção desse comportamento pode ser melhor efetuada com mais conhecimento e atenção às pessoas. A psicanálise como teoria e a psicoterapia analítica têm o objetivo de dar respostas sobre nosso comportamento em relação a nós mesmos e aos outros. Assim, você aprende a cultivar autoconhecimento, implementando isso em cada perspectiva de sua vida.
11 thoughts on “Masculinidade tóxica: o que é? Significado e como lidar”
Texto absurdo e completamente travestido de psicanálise. Está enviesado de uma visão pessoal do/a autor/a e não contém qualquer relação com a psicanálise.
A Masculinidade Tóxica só por si merece ser discutida sobre os seus fundamentos e sobre os seus postulados técnicos. Será que existe Masculinidade Tóxica? E a Feminilidade Tóxica existe? Também houve tempos em que o comportamento homossexual era considerado patológico devido à leitura social que condenava esse comportamento. Mas como sabemos uma pessoa homosexual não é doente.
Não se estará a patologizar comportamentos, que em muitas circunstancias são positivos, colocando-os sobre um chapéu de Masculinos, para com isso fazer avançar uma agenda persecutória contra uma ideia de Masculino?
Em nenhum momento isso é reflectido no texto. Nem a sua relação com a psicanálise. Infelizmente Freud deve estar neste momento às voltas na sua tumba com esta instrumentalização da psicanálise para fins de agenda politica.
Sugiro a revisão séria deste texto.
Enviesada está a sua resposta, travestida justamente dessa masculinidade tóxica travestida de pseudociência tão bem explicada no texto. Recomendo fazer análise para superar esse tipo de comportamento.
Parabéns seu Jorge, o senhor está exatamente aqui demonstrando com esse seu comentário o que é masculinidade tóxica e como ela é prejudicial, tanto para homens quanto para mulheres.
Tenho muita pena que os moderadores e responsáveis desta página solicitem comentários mas depois não aceitem as respostas.
Ontem escrevi um comentário que questionava a qualidade do texto sobre a Masculinidade Tóxica, que chegou a estar publicado, mas hoje verifico que o mesmo foi retirado.
Em nenhum momento fui deselegante ou tive linguagem desapropriada pelo que o comportamento dos autores do site diz muito da sua conduta e da dimensão ética com que se pautam.
Continuo a dizer que em termos substantivos este texto não tem nada a ver com Psicanálise e necessita de uma séria revisão, uma vez que não faz qualquer ligação técnica entre Psicanálise e a suposta existência de Masculinidade Tóxica.
Jorge, sua contribuição é muito valiosa e suas observações são pertinentes. Os comentários às vezes demoram um tempinho para sem aprovados na página. Gratidão. Equipe Psicanálise Clínica.
Realmente, o comentarista Jorge Rodrigues da Silva foi muito pertinente em seu comentário. O autor(a) do texto em questão somente apresentou seu viés político de um tema, e fugiu completamente à psicanálise. O texto, sem embasamento algum apresenta afirmações dogmáticas como se fossem científicas, quando na verdade é apenas opinativo. Isso não fica claro no texto, talvez com a intenção de conquistar a opinião dos desavisados. Pode-se chamar de um texto tóxico, de engenharia social que tenta moldar a sociedade ao gosto de quem escreveu e que fomenta a misandria, o ódio ao sexo masculino. O texto revela mais sobre a personalidade de quem escreveu do que sobre o tema abordado.
O que tem de viés político endereçar o problema a quem é de direito? Políticagem é essa resposta que não reconhece esse tipo de comportamento como errado. É revoltante ver pessoas defendendo isso. Haja paciência para os moderadores aturarem esse tipo de gente boçal e pedante.
A masculinidade tóxica existe sim e é uma realidade que dificilmente os homens vão enxergar, pois está enraizada neles. O que poucos param para refletir é que em decorrência da masculinidade tóxica, nasce a violência doméstica, nasce o feminícidio. É uma realidade gritante dentro da sociedade que tem que ser debatida sim de forma crua mesmo, todos sabem também que qualquer um pode ser tóxico na vida do outro, inclusive mulheres, mas a matéria em questão é em relação à masculinidade, uma vez que mulheres provocam menos violência e menos danos à sociedade e aos parceiros ao serem tóxicas .
Viés político tem você ao não se enxergar como parte do problema e ficar defendendo a causa da violência doméstica e do sofrimento de vocês mesmos. Revela muito mais sobre a sua personalidade do que qualquer outra coisa. É revoltante homem defender esse tipo de comportamento.
O texto é interessante e mostra uma perspectiva válida do problema. Acho complicado alguém falar em posição enviesada: é parte do ser humano se posicionar, não há neutralidade, nem no texto nem nos comentários. Dificilmente alguém que ache que masculinidade tóxica é uma ideologia realmente vai ter empatia suficiente para ver que há machismo no mundo e violência contra as mulheres.
Enviesados estão eles, cegos do alto do seu pedestal de privilégios masculinos. Vou usar esse texto como bibliografia para minhas palestras sobre masculinidade tóxica do dia 25 de novembro, os homens precisam ouvir que eles são parte desse problema.