passado presente

A complexidade conflitante das sombras submersas de um passado presente, e seus aspectos controversos

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Hoje falaremos sobre o passado presente. Vivemos um mundo doente. Nesse paralelo entre Viver e Ser, nos apropriamos do “anormal” como forma de vida.

A cada movimento evolutivo, a celeridade de tudo parece nos impor uma necessidade em aceitar condições nada saudáveis.

Entendendo sobre o passado presente

Ansiosos, Antissociais, Dependentes ou Instáveis Emocionalmente, e muitas outras “formas de vida” se instalaram como a doença do século, ou mais evidente, da Era Pandêmica. Medos, perdas, lutos, incertezas, inseguranças, dificuldade em se relacionar ou se manter em isolamento.

Aspectos que rememoraram traumas antes “adormecidos”, e que em sua potencialidade elevam a necessidade em olhar para dentro de si e a cura para o caos que parece ter aflorado. Em cada indivíduo, uma história com muitos parênteses, buracos, dores e questionamentos.

O inconsciente em seu papel protetor, recalca as emoções sentidas daquele trauma, mas não impede o resultado causal inconsciente do agora. Adultos que tiveram sua infância “roubada”, angústias, sentimento de perda, culpa ou abandono.

O começo de tudo e o passado presente

Compreender que no primeiro ciclo da vida, que engloba os primeiros três setênios (0 a 21 anos), há uma construção influenciada, porém, sem controle por aquele que vivencia essa fase.

Estímulos que são gerados e absorvidos desmedidamente, sem controle dos sentidos, onde intenção e ação muitas vezes se conflitam, gerando traumas e consequências causais àquela etapa da evolução do Ser em construção.

É percebido no decorrer, indícios daqueles traumas mais profundos, gerados no primeiro setênio, onde não há compreensão, mas sim uma absorção absoluta de tudo que se ouve, vê, experiencia, sente, e tudo se “calcifica” no mais arcaico do inconsciente.

Um cenário criado

Este cenário criado, mais especificamente nos três primeiros anos de vida é tão profundo e fica tão enraizado que, na maioria dos casos, o indivíduo é incapaz de acessar as memórias criadas. Com isso, o indivíduo leva para toda a vida sentimentos e traumas gerados não conscientes.

Pontos de Fixação

Às marcas deixadas ao longo das fases de desenvolvimento, oral – 0 a 2 anos e anal – 2 a 3 anos, chamamos de Pontos de Fixação, onde alguns conflitos vividos podem impedir o curso natural das etapas.

Por exemplo, quando há uma “falha” na fase oral, o indivíduo pode ter uma alteração comportamental quando adulto, por meio de atos satisfatórios com a boca, como fumar ou beber em excesso, falar demais etc.

Já na fase anal, as consequências podem ser um pouco mais profundas, gerando impulsos de manipulação, controle, competitividade extrema, ambivalência (ocasionando sentimentos contrários ao mesmo tempo, como amor e ódio), sadomasoquismo e a formação de indivíduos neuróticos obsessivos-compulsivos, conhecido como TOC.

Fim do 1º ciclo e o passado presente

Em cada fase há uma influência poderosa comportamental alterada por meio das experiências subjetivas vividas, já que cada indivíduo experiencia de formas diferentes aos estímulos recebidos.

Finalizando esse primeiro setênio, a fase fálica – 3 a 6 anos, tem um papel muito importante nessa construção, pois há a consolidação do Complexo de Édipo, e quando há uma falha no processo, seja pela falta de um dos pais, ou na identificação do Eu que ocorre nessa fase, há um forte impacto na elaboração referencial, gerando indivíduos neuróticos e/ou psicopatológicos.

Aos 6 inicia-se uma transição para o segundo setênio, onde a fase de latência se estabelece até a puberdade. Os impactos gerados por estas interferências, e muitas outras, formam indivíduos doentes e desestruturados.

O passado presente e a regressão ao inconsciente

Em cada nova dor, uma necessária regressão ao inconsciente daquela época, a fim de atuar nos traumas adormecidos, mas presentes e ativos na vida adulta.

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    Neuroses, psicoses e perversões manifestadas, onde o Ego tem um papel central na “elaboração” desorganizada dessas experiências nas fases iniciais do indivíduo, expressões do sofrimento causado, através de alterações comportamentais, desregulação de humor, capacidade analítica e sua representatividade anímica.

    Enquanto nas neuroses o conflito está entre a satisfação do desejo e a atuação do Ego impedindo a sua realização imediata, nas psicoses o conflito está entre a realidade e o Ego. Já nas perversões, o indivíduo tem um desejo e o realiza sem culpa.

    O impacto e o reflexo emocional

    Estabelecendo um paralelo em relação aos tempos pandêmicos e suas consequências, algumas condições ficaram mais latentes quando os indivíduos foram submetidos, inconscientemente, às liberações antes contidas de suas emoções e desregulações emocionais.

    Condições como depressão, melancolia, borderline, ansiedade, transtorno antissocial e outros explodiram nos diagnósticos a ponto de serem banalizados e negligenciados. Suicídios, automutilações, tristeza profunda, apatia, fobias e muitos outros sintomas geraram uma certa urgência de um diagnóstico, e o imediatismo da “cura” alavancou o uso exagerado de medicamentos.

    É complexa e profunda a busca pela identificação e compreensão dos quadros, considerando que todo caos gerado tem aspectos deturpados a partir de imagens criadas por aqueles que o criaram, além da sua própria ilusão de conhecimento sobre si.

    O que, além das condições clínicas influenciam nessa construção?

    Antepassados, espiritualidade, abusos e traumas inconscientes etc. A atuação do terapeuta nessa identificação é de extrema importância, pois um diagnóstico mal elaborado pode rotular o indivíduo e, ao invés de ajudá-lo na identificação do eu e na construção desse desenvolvimento, pode gerar um novo trauma e acabar prejudicando ainda mais seu estado diagnóstico.

    É sabido ainda que, muitas vezes, o sofrimento está ainda mais enraizado do que aparenta, o que nos leva à necessidade de considerar outros elementos como experiência de vida, intuição, criatividade e atenção plena, com olhar altruísta e interesse genuíno pelo outro.

    Conclusão sobre o passado presente

    Indivíduos ditos normais, ou anormais? Em qual “diagnóstico” devemos nos enquadrar? Somos todos indivíduos com algum “distúrbio” revelado em determinados momentos da vida, influenciados pelas altas demandas da atualidade, indivíduos que carregam as dores ancestrais não tratadas ou apenas crianças feridas que expressam suas dores através de neuroses, psicoses ou perversões?

    Cada Ser em sua individualidade, em seus aspectos mais profundos, como Seres únicos e especiais, construídos de dores, traumas, dissabores e amores.

    Este artigo foi escrito por Isis Gabriela Mousquer, Psicanalista (em formação), Professora de Graduação em Criatividade, Learnability e Repertório Criativo, além de atuar como Mentora e Consultora Empresarial. Possui especialização em Altas Habilidades/Superdotação, MBA em Comportamento e Desenvolvimento Humano, e Graduação em Gestão Comercial e Marketing. Isis é reconhecida por sua habilidade em desenvolver potenciais, promover o crescimento pessoal e profissional de seus mentorados e clientes empresariais. Para contato, acesse https://www.linkedin.com/in/isisgabriela/.

    One thought on “A complexidade conflitante das sombras submersas de um passado presente, e seus aspectos controversos

    1. Asenath Bueno disse:

      O texto vai do generalista “mundo doente” para tópicos teóricos do desenvolvimento humano sem fazer uma análise viável.

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