O Poder da Fala na formação da mente e do ser

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Vivemos na era da comunicação e do poder da fala! Os meios para isso são os mais variados possíveis: rádio, TV, celular, internet, jornal, revista, cinema, teatro..

Porém, quanto mais os meios de comunicação se reproduzem, mais podemos notar que as pessoas vão se isolando em seu mundo tecnológico. São muitos grupos possíveis de participação: de moradores, amigos, amigos de escola, família e também aqueles feitos por afinidade de assuntos.

A influência da tecnologia e o poder da fala

No entanto, quanto mais se multiplica a comunicação pelos meios sociais, mais difícil e rara se torna a comunicação interpessoal, frente a frente, olho no olho.

Estamos fartos de ver e até mesmo reproduzir o que vemos em fotos nos próprios lares e reuniões familiares. Isso vai desde um simples almoço a festas, tais como aniversários e casamentos.

Todos reunidos, porém, tendo nas mãos o celular, checando mensagens e teclando com pessoas distantes. Muitas vezes, totalmente desconectados de quem está ao nosso redor, ao nosso lado, à nossa frente.

O poder da fala antigamente

Podemos nos reportar aos costumes antigos, como os de ficar sentados nas calçadas nos finais de tarde e finais de semana, que as pessoas possuíam antigamente.

Eram momentos de trocas de experiências onde as mães falavam sobre os seus filhos, suas frustrações e seus relacionamentos, sobre a vida em geral. Ainda o velho costume das lavadeiras, lavando suas roupas à beira do rio, proporcionava uma troca de experiências incrível. Havia mais compartilhamento e menos depressão.

Os homens também participavam dos momentos à beira das calçadas. Eram famílias que se assentavam para, então, conversarem sobre os mais diversos assuntos. Infelizmente, o aumento da criminalidade e a correria do dia a dia foi acabando com essa prática tão salutar, principalmente nas grandes cidades.

No entanto, ainda podemos ver tal prática em algumas cidades do interior. Por isso, quando temos a oportunidade de viajar e participar desses momentos é algo muito gratificante.

A dificuldade de se expor leva ao aumento de casos depressivos

O que nos leva então a ter tanta dificuldade de expressão? De expor o que nos incomoda e nos aflige? Se estamos cercados de diversas formas de nos comunicar?

O que tem levado tantas pessoas à depressão e ao suicídio? Mesmo no caso de religiosos, como pastores, temos tido um índice elevado de suicídios. Pessoas que se sentem solitárias mesmo em meio à multidão.

Estamos falando e não estamos sendo ouvidos ou estamos falando sem realmente nos comunicarmos? Por que é tão difícil procurar um profissional que possa nos ouvir e nos entender além da fala? No entanto, é certo também que nem sempre temos à disposição serviços de saúde que ofereçam profissionais em área de saúde mental.

O poder da fala pode levar à cura emocional

Em seu artigo “A cura pela fala”, Waleska Pessato Farenzena Fochesatto aborda o método da cura pelo poder da fala, a psicanálise, de Freud. No método da cura pelo poder da fala acontece a catarse.

Catarse é onde o paciente fala e, através da fala, revive os seus traumas e as suas emoções. Sendo assim, ele se beneficia, tendo uma melhora ou mesmo o fim de seus sintomas. “Por meio da fala é dada ao paciente a oportunidade de se conectar com ideias recalcadas que produzem os sintomas atuais. Assim ele passa a ter uma nova compreensão desta memoria”.

O poder da fala no caso da paciente Anna O

Um caso muito famoso  e que deu origem ao livro “Estudos Sobre Histeria” é o da paciente Anna O.  Esse foi o nome fictício dado a ela, que era uma jovem com vinte e um anos e, mais tarde, teve seu nome verdadeiro divulgado: Berta Pappenheinm. Anna foi diagnosticada com histeria. Inicialmente, ela foi paciente do contemporâneo de Dr. Freud, Dr. Breuer.  

No início, a hipnose era coadjuvante no tratamento para que a paciente pudesse se expressar. Depois, a hipnose foi dispensada. O vínculo criado entre Berta e Dr. Breuer acabou prejudicando o relacionamento dele com a esposa em um casamento que já estava em crise. Isso fez com que ele se afastasse da paciente, indo viajar com a esposa e transferindo o seu tratamento para o Dr. Freud.

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    “A parceria entre os dois analistas foi interrompida, devido a Breuer não aceitar o ponto de vista de Freud quanto a recordações infantis de sedução. Freud acreditava que as suas pacientes tinham sido realmente seduzidas quando crianças. Só mais tarde Freud reconheceu que Breuer estava certo ao contestar, quando dissera que essas memórias eram fantasias infantis. Os médicos chamados “Breuerianos” continuaram a utilizar as técnicas originais de catarse desenvolvidas por Breuer sem adotar as modificações introduzidas por Freud”. (https://www.ufrgs.br)

    Psicanálise versus Medicina

    A psicanálise, em princípio, não foi bem aceita pela medicina. Isso ocorreu porque a medicina dava prioridade às intervenções físicas e químicas para a cura de pacientes que sofriam de doenças nervosas.

    Hoje, ela ocupa lugar importante na medicina para o tratamento e cura de muitos pacientes que podem se beneficiar dela.

    Seria importante que esse serviço pudesse ser mais amplamente divulgado e disponibilizado. Por isso, digo que falar é preciso e ouvir é importante, como uma forma terapêutica de ouvir e de ser ouvido.

    Às vezes, algumas pessoas que têm a oportunidade de fazer um tratamento psicanalítico se recusam com medo ou vergonha de ter seu pensamento exposto ou suas memórias vasculhadas, mesmo que de forma terapêutica.

    Você tem dificuldades com a fala?

    O que você achou do nosso texto? Você também conhece o poder da fala? Comente aqui embaixo quais são as suas dificuldades em expor os seus pensamentos.

    Além disso, você pode aprender mais sobre a fala e a psicanálise se matriculando no nosso curso EAD de formação em Psicanálise Clínica. Aproveite essa oportunidade, amplie seus conhecimentos e ainda melhore o seu relacionamento interpessoal!

    Este texto sobre o Poder da Fala na formação da mente e na constituição dos indivíduos foi escrito pela autora Roseli Alve Ferreira Soares, especialmente para o nosso blog Psicanálise Clínica.

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