A ansiedade para a psicanálise é caracterizada como um atormentamento provocado pela antecipação de eventos futuros, ou seja, eventos que ainda não aconteceram e pode ser que nem aconteçam.
A ansiedade para a psicanálise
O termo ansiedade tem origem no latim na forma de anxietas.atis. com definição em nossa língua como um substantivo feminino que designa desconforto físico e psíquico; angústia; aflição; agonia. Segundo Freud, do resultado de um conflito mental surge a ansiedade. Acrescenta ainda que ela provém de uma base biológica natural que ajuda o ser humano a se manter vivo pois a ansiedade atua como um mecanismo de defesa ativando a reação aos perigos que colocariam a vida em risco.
Porém, a ansiedade excessiva pode vir a se transformar em distúrbio de ansiedade que é vista como doença, hoje nomeada de Transtorno de Ansiedade Generalizada. Quando Freud trouxe à luz da sociedade os seus estudos, ele caracterizou a ansiedade em três tipos que foram: Neurótica, Moralista e Realista. Logo abaixo vamos compreender o que é cada uma delas.
Já é sabido que na ansiedade há uma expectativa de uma ameaça no futuro e é importante diferenciar do medo, pois no medo há uma ameaça real ou percebida como real. Dentre os três tipos de ansiedade elencados por Freud, a ansiedade ganha força como em um tipo de medo que o indivíduo carrega em si e às vezes esse medo é inconsciente.
Ansiedade para a psicanálise na visão de Freud
Vejamos abaixo o que caracteriza cada tipo de ansiedade na visão de Freud.
Ansiedade Neurótica: É o receio ou medo de que os próprios pensamentos possam se realizar e/ou que os instintos saiam do controle e se manifestem. Esse medo ocorre devido à natureza subversiva e aterrorizante que os pensamentos têm e são inconscientes pois a consciência não possui elementos para lidar com o conteúdo.
Porém, quando esse tipo de ansiedade é analisada, ela se torna consciente e passa a ser classificada como ansiedade moralista ou realista.
Ansiedade Moralista: É o receio ou medo de sofrer uma punição e esse sentimento tem origem na consciência moral. O indivíduo passa a sofrer um sentimento de culpa pelo que está pensando em fazer.
Ansiedade Realista: É o receio ou medo de perigos reais que aconteceram/estão acontecendo no mundo exterior onde o indivíduo habita. Surge, geralmente, através de situações específicas.
Ainda sobre a ansiedade para a psicanálise
Na abordagem psicanalítica a ansiedade é considerada um estado de alerta importante para a preservação da vida e, sendo assim, é um estado presente em todos os indivíduos. Porém, quando há excesso de ansiedade, esta começa a prejudicar o indivíduo e é percebida por análise e também através da auto análise.
Alguns sintomas são os alertas de que está havendo excesso da ansiedade considerada natural e benéfica e alguns deles são: sensação de falta de ar e/ou asfixia tremores cansaço suor em excesso taquicardia náuseas tonturas boca seca mãos suadas e frias Em muitos casos há a necessidade de intervenção psicoterapêutica e psiquiátrica.
Trazendo a análise para os conceitos da teoria Freudiana o Ego cria mecanismos de proteção de si mesmo e instala defesas que posteriormente serão materializadas em anormalidades em favor da preservação do ego. Essas proteções criadas pelo Ego consistem em distorções da realidade e negações inconscientes.
Diagnóstico e tratamento
Ao longo prazo, os fatores que o indivíduo reprime por meio das distorções e negações podem levá-lo à doenças e a mais comum, nesses casos, é a depressão e essa análise nos leva à luz do conhecimento de que para o diagnóstico e tratamento da depressão, deve-se considerar os fatores ansiosos que permeia o indivíduo, bem como as suas causas.
É importante que os psicanalistas conheçam os transtornos mais comuns associados à ansiedade presentes na literatura e também na Classificação Internacional de Doenças (DIC-10) que são: Transtorno de Ansiedade generalizada (TAG) – Uma ansiedade ampla, preocupação constante, agitação e dificuldade de concentração; Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) – Caracteriza-se por pensamentos e medos irracionais, obsessões, que levam a comportamentos compulsivos.
Fobias específicas – Consiste em medo e ansiedade diante de situação ou objeto em particular; Fobia social – Medo excessivo de situações em que haja julgamentos, preocupação em ser constrangido ou humilhado e receio de estar ofendendo alguém. Agorafobia – medo de lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência. Transtorno do pânico – Episódios de crises de ansiedade repentina e intensa com forte sensação de medo ou mal-estar, acompanhadas de sintomas físicos.
Considerações finais
O Ministério da Saúde catalogou que 86,5% dos entrevistados em um grupo de mais de 17 mil pessoas estão enquadrados em algum tipo de ansiedade patológica. É um dado alarmante mas ao mesmo tempo sabemos que é reversível quando devidamente orientado e tratado.
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Antes da pandemia do Coronavírus, que chegou ao Brasil em meados do mês de fevereiro de 2020, já eram mais de 19 milhões de brasileiros e brasileiras com a qualidade de vida em situação instável com a ansiedade e esse número teve aumento no cenário pandêmico e está relacionado à outras comorbidades.
O diagnóstico e instalação de tratamento tanto da ansiedade quanto para os variados tipos de transtorno de ansiedade são importantes para a manutenção e recuperação da saúde mental de cada indivíduo acometido, pois tais enfermidades impedem que o indivíduo desenvolva o seu potencial intelectual e consequente desenvolvimento do potencial coletivo de toda a sociedade.
O presente artigo foi escrito por Alana Carvalho([email protected]). Estudante de Psicanálise Clínica. Trabalha como terapeuta Reikiana (Espaço Reikiano Alana Carvalho) e o curso de Psicanálise está expandindo seus horizontes e a ajudando com o processo de autoconhecimento.
3 thoughts on “Ansiedade para a psicanálise: visão de Freud e conceitos atuais”
Muito bom artigo!
Muito bom artigo! Ansiedade, o começo das doenças…
Anunciou e não falou do tratamento.
Artigo incompleto.