A gastrite nervosa, também conhecida como dispepsia funcional, é uma doença do estômago que está relacionada com fatores emocionais, como ansiedade e estresse excessivo.
Apesar de causar muito desconforto e atrapalhar consideravelmente a qualidade de vida de muitas pessoas, é uma doença que tem cura desde que receba o tratamento adequado.
Portanto, continue lendo para entender quais são as causas, sintomas e tratamentos da gastrite nervosa!
O que é gastrite nervosa?
A gastrite nervosa é um distúrbio digestivo que causa desconfortos na região superior do trato gastrointestinal (estômago). No entanto, após avaliação e exames, não se identifica uma causa orgânica para os sintomas apresentados. Este quadro melhora e piora devido a fatores como estresse, ansiedade e tensão.
O Brasil lidera o ranking mundial de ansiedade, com 18,6 milhões de pessoas vivendo com este sintoma, o que predispõe grande parte da população ao desenvolvimento desta e de outras desordens gastrointestinais.
Embora o mecanismo fisiopatológico que desencadeia a gastrite nervosa ainda seja desconhecido, compreendendo a interação entre o sistema nervoso e o estômago, é possível entender a influência das alterações psicoemocionais.
O sistema entérico regula a motilidade gastrointestinal, a secreção glandular, a absorção de nutrientes, o fluxo sanguíneo e os processos inflamatórios. Sua rede de neurônios atua como a estrutura nervosa do sistema digestivo, estando diretamente conectada ao sistema nervoso central.
Devido a essa ligação, o funcionamento das glândulas responsáveis pela liberação de muco ácido no estômago é influenciado pelas alterações no estado emocional. Na gastrite, as glândulas pilóricas são superestimuladas e produzem mais muco, acidificando drasticamente todo o estômago.
Então, quando a ansiedade e o estresse estão elevados, as glândulas protetoras da parede estomacal ficam inibidas, provocando os sintomas da doença.
Qual a diferença da gastrite para a gastrite nervosa?
Enquanto fatores emocionais estão associados à gastrite nervosa, a gastrite, por outro lado, pode ser causada por fatores psicossociais, alimentares, infecciosos e pelo uso de medicamentos.
A gastrite nervosa tem sintomas semelhantes aos da gastrite clássica, como azia, queimação e sensação de estômago cheio, mas não causa inflamação. A gastrite clássica, por outro lado, é caracterizada pela inflamação da mucosa do estômago.
Além disso, gastrite nervosa ocorre geralmente após longos períodos de estresse e ansiedade, que aumentam a produção de suco gástrico e podem destruir parte da mucosa do estômago. A gastrite causada por uma infecção da bactéria H. pylori também enfraquece a mucosa intestinal, causando os sintomas de gastrite.
A gastrite nervosa afeta principalmente as mulheres e ocorre em situações de irritabilidade, medo e ansiedade.
Sintomas de gastrite nervosa
Apesar da gastrite nervosa ser uma doença que normalmente é desencadeada em situações de estresse ou ansiedade elevada, seus sintomas podem surgir em qualquer momento.
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Além disso, nem sempre os sintomas surgem todos ao mesmo tempo, e também podem piorar consideravelmente durante as refeições nos períodos de crise.
Portanto, entre os principais sinais e sintomas de gastrite nervosa, estão:
- Dor em pontadas no estômago
- Acidez e queimação na região do estômago
- Sensação de estômago cheio
- Náuseas e vômitos
- Arrotos frequentes
Causas
As principais causas da gastrite nervosa são o estresse e a ansiedade. O nervo vago, que transmite mensagens do cérebro para o sistema digestivo, pode aumentar a produção de gastrina e ácido clorídrico devido a situações estressantes, ansiedade, depressão, traumas e preocupações financeiras.
- Uma bactéria transmitida por pessoas, água ou alimentos contaminados
- Má alimentação
- O uso abusivo de substâncias como álcool e drogas
Tratamento
Um gastroenterologista deve realizar o tratamento e prescrever medicamentos para a gastrite nervosa, com base em exames e anamnese para confirmar o diagnóstico. Normalmente, o tratamento segue esta forma:
1. Medicamentos
Primeiramente, como os sintomas são desencadeados por fatores emocionais, geralmente, psicólogos e nutricionistas estão envolvidos no tratamento – em alguns casos, um psiquiatra também faz parte da equipe multidisciplinar.
Entre os medicamentos comumente prescritos estão os antiácidos, que neutralizam eficazmente a acidez estomacal, e os antiespasmódicos, como o Buscopan, que aliviam rapidamente e por período prolongado as dores abdominais.
Já os remédios pró-cinéticos são utilizados quando o sintoma predominante é a indigestão, que causa sensação de estômago cheio por muito tempo.
Ansiolíticos e antidepressivos também podem fazer parte do protocolo de cuidados desta desordem digestiva, visando tratar os transtornos de ansiedade e depressão subjacentes.
Além disso, essas condições influenciam fortemente o estado emocional, e os medicamentos auxiliam a regular os sintomas e evitar os gatilhos que desencadeiam as crises de gastrite.
2. Dieta
Em segundo lugar, recomendamos evitar alimentos ricos em gorduras, como carnes vermelhas, embutidos, laticínios integrais, molhos, queijos amarelos e biscoitos recheados, para reduzir a produção de acidez estomacal e aliviar dores e ardências.
Portanto, durante uma crise de gastrite nervosa, é recomendável priorizar alimentos de fácil digestão e baixo teor de fibras, tais como:
- Carnes magras (frango, peru, peixes brancos);
- Legumes cozidos (cenoura, berinjela, abóbora, abobrinha);
- Frutas sem casca (maçã, pêssego, mamão, banana, pera);
- Cereais e tubérculos (arroz branco, massas, batatas sem casca);
- Laticínios desnatados (leite, iogurte natural, ricota, coalhada);
- Temperos naturais (ervas, alho, cebola, salsinha, coentro, orégano).
Após as crises, pode-se retomar progressivamente uma alimentação normal e equilibrada. Ademais, outros cuidados importantes são não deitar após as refeições, evitar líquidos durante as refeições, comer devagar mastigando bem, e evitar álcool e cigarros.
3. Terapia
Em terceiro lugar, dependendo dos níveis de estresse, ansiedade e nervosismo, o médico pode recomendar psicoterapia para ajudar a tratar os problemas emocionais e melhorar os sintomas da gastrite.
4. Atividades físicas
Além disso, a prática regular de atividades físicas é importante para melhorar a digestão, diminuir estresse e ansiedade, e aumentar a produção de hormônios que promovem sensações de prazer e bem-estar, ajudando a aliviar os sintomas.