objetos transicionais

Objetos Transicionais e Apresentação de Objetos em Winnicott

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A apresentação de objetos transicionais em Winnicott exerce um papel positivo no crescimento das crianças e no relacionamento com o mundo. Este fenômeno da psicologia pode ser útil para que pais e responsáveis compreendam a importância dos objetos de apego dos filhos.

Mas apesar da sua importância, a apresentação de objetos em psicologia nem sempre é abordada de modo acessível.Dito isto, continue a leitura e entenda melhor o que são objetos transicionais em Winnicott e como o conceito funciona na prática.

O que são objetos transicionais?

Os objetos transicionais são também conhecidos como “comfort objects” — em tradução livre, são os objetos de conforto. Como o nome diz, a apresentação de objetos em psicologia são aqueles que proporcionam uma sensação de conforto emocional.

Esse fenômeno acontece com bebês e crianças, sendo mais comum na primeira infância. Essa conexão pode durar por meses ou ser levada por anos e chegar até a adolescência. Logo, é natural também que a lembrança do objeto jamais seja esquecida pelo indivíduo adulto.

Os objetos podem ser diversos, dependendo da situação e da personalidade da criança. Travesseiros, chupetas, fraldinhas, bichos de pelúcia, bonecas e outros brinquedos são alguns dos principais itens adotados nessas situações.

Saiba mais

Vale lembrar que o tipo de conforto obtido com os objetos é fundamental para que a criança crie vínculos com o mundo externo. Isso ocorre porque essa fase transicional tende a surgir após a vivência de alguma frustração afetiva.

Em geral, essa frustração é provocada por alguma mudança na rotina dos pais, do bebê ou da família. Assim, como consequência, o pequeno precisa adotar um novo amuleto para lhe transmitir aconchego e segurança na área que foi frustrada.

Fim do ciclo do objeto transicional

Como mencionamos, a criança pode levar os objetos transicionais até a vida adulta, como uma lembrança afetiva. Entretanto, esse fenômeno é um ciclo que costuma ser encerrado de maneira natural com o amadurecimento infantil.

Sendo assim, o ideal é que a criança desapegue do objeto por conta própria. Ou seja, sem interferência da família. Entretanto, muitos pais acabam por acelerar ou forçar esse processo, o que pode ter consequências negativas ou mesmo traumáticas.

Além disso, em casos extremos, o acompanhamento psicológico também pode ser essencial para entender o nível de apego da criança. A dependência extrema com os objetos transicionais pode revelar déficits psicológicos no desenvolvimento infantil.

Entenda

Mais do que saber o que são itens de conforto, é fundamental compreender os objetos transicionais na psicologia. A abordagem da apresentação de objetos em Winnicott faz toda a diferença para pais e educadores.

Conhecendo este conceito, é possível agir de forma mais eficiente na construção da inteligência emocional da criança. Afinal, os pequenos necessitam vivenciar diferentes sentimentos com autonomia para aprender a superá-los.

Objetos transicionais na psicologia

Um outro pesquisador, o psicanalista francês Jacques Lacan apresentou algumas críticas a apresentação de objetos exposta por Winnicott. Para ele, o “objeto a” trata-se, na verdade, de um objeto que causa desejo, portanto, é a falta que impulsiona essa conexão.

Porém, apesar das suas críticas iniciais, posteriormente o psicanalista admitiu a semelhança entre a sua teoria e a de Winnicott. Assim sendo, esse reconhecimento tornou ainda mais forte a representação do objeto de conforto para a psicologia.

Visto que Lacan é também um nome de peso para a psicanálise, a semelhança das teorias serve como base para muitos estudos. Logo, os objetos transicionais até hoje têm relevância para a psicanálise como um recurso importante para o desenvolvimento psíquico.

Considerando a amplitude de pesquisadores que se envolvem nestes experimentos, conceitos distintos que se mostram análogos representam um norte para novas pesquisas. Dessa forma, psicólogos e outros profissionais utilizam essas teorias para entender o quadro de cada paciente.

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    Objetos transicionais em Winnicott

    De maneira mais específica, o objeto para Winnicott se apresenta por meio dos itens mais comuns da rotina da criança. O bebê que não consegue dormir com um cobertor diferente é um exemplo claro de sua teoria.

    Nessa situação, a criança sente falta do cheiro ou do calor materno quando dorme no berço ou na própria cama. Assim, para consolar a si mesmo, a dependência da companhia materna sofre uma transferência para o cobertor. Logo, apenas esse objeto é capaz de fazê-lo se sentir seguro.

    O mesmo acontece com os pequenos que sentem dificuldade em se adaptar a uma nova chupeta. O problema também é o mesmo com as crianças que choram se esquecem de levar para a escola o seu brinquedo preferido. Dessa forma, a ausência parental sofre uma substituição por um objeto de conforto.

    Winnicott defende essa ideia, assim como acredita que o afeto materno interfere em muitas outras questões emocionais na infância. Portanto, para a psicologia, essa lógica é crucial para entender comportamentos atípicos em crianças.

    Sobre Winnicott

    Donald Woods Winnicott foi um pediatra, psicanalista e estudioso inglês, dedicado às teorias das relações objetais e desenvolvimento psicológico infantil. Ele estudou medicina clínica no hospital “St Bartholomew” em Londres e finalizou os estudos em 1920.

    Leia Também:  Donald Winnicott: introdução e principais conceitos

    Winnicott se destacou não apenas na apresentação de objetos transicionais na psicologia, mas em diversas outras pesquisas da área. Os conceitos de handling e holding são alguns entre os de mais prestígio, e dizem respeito à relação com o cuidado materno.

    Segundo ele, o modo como a mãe trata o bebê e o afeto transmitido nos atos de cuidado interfere no amadurecimento da criança. Assim, a partir daí, são observados aspectos físicos, como o toque e sentimentos de conforto e desconforto, como aspectos emocionais.

    Atuação e parceiros de pesquisa

    O médico foi também presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise entre 1956 a 1959 e depois de 1965 a 1968. Porém, antes disso, trabalhou como na área da pediatria no Programa de Evacuação de Crianças, durante a Segunda Guerra Mundial.

    Muitos outros pediatras e psicanalistas o ajudaram a consolidar seus estudos sobre a psique infantil e materna. Clare Britton, Michael Balint, John Bowlby e Melanie Klein foram alguns dos nomes que o acompanharam ao longo de sua jornada.

    Considerações finais sobre objetos transicionais

    Este artigo trouxe explicações objetivas e concisas sobre os objetos transicionais e o significado do conceito elaborado por Winnicott. Embora o assunto seja vasto, aqui você pode descobrir os principais tópicos da teoria do pediatra inglês.

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    2 thoughts on “Objetos Transicionais e Apresentação de Objetos em Winnicott

    1. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom texto! Os primeiros contatos com a mãe, são importantíssimos para o bebê.

    2. E quando o objeto não é abandonado na vida adulta? Alguns adultos mantém a seu objeto de conforto em uso da mesma forma de quando eram crianças. Buscar esse aconchego na vida adulta é indicação de algum distúrbio?

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