Precisamos Falar Sobre Kevin

Precisamos Falar Sobre Kevin (2011): análise do filme

Posted on Posted in Cinema, Filmes e Séries

O filme  Precisamos Falar Sobre Kevin foi lançado em 2011 com direção da escocesa Lynne Ramsay, foi baseado no best seller de Lionel Shriver, trazendo um grande terror psicológico, com uma história dramática e assustadora com cenas que remetem ao passado e ao presente de Eva e o nascimento e desenvolvimento de seu filho, passa por vezes a percepção de ser um pesadelo, mas é a realidade que vai se conectando e fazendo sentido no transcorrer da história.

Logo abaixo farei uma análise do filme com uma compreensão psicanalítica e o uso de alguns termos da psicanálise.

Ficha técnica do filme

  • Título original (em inglês): “We Need to Talk About Kevin”.
  • Atores principais: Tilda Swinton, Ezra Miller, John C. Reilly.
  • Diretor: Lynne Ramsay.
  • Roteiristas: Lynne Ramsay, Rory Stewart Kinnear.
  • Baseado no livro: “We Need to Talk About Kevin”, escrito por Lionel Shriver.
  • Local e ano de produção: EUA, 2011.
  • Duração: 112 minutos.
  • Gênero: Drama.
  • Classificação indicativa: 16 anos.

A diretora escocesa Lynne Ramsay leu o livro de Shriver em um único dia. Afirmou que ficou “hipnotizada” pelo livro, principalmente pela conexão com Eva.

A fotografia do filme utiliza uma paleta de cores intencional para criar uma atmosfera sombria.

A atriz Tilda Swinton (que interpreta a mãe de Kevin) foi indicada ao prêmio BAFTA e ao Golden Globe. A diretora Lynne Ramsay ganhou o prêmio de melhor diretor no British Independent Film Awards. O filme foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Ezra Miller ganhou o prêmio de Melhor Ator Jovem no BFI London Film Festival. Todos esses prêmios e indicações são do ano do lançamento do filme, em 2011.

Sinopse e curiosidades sobre “Precisamos Falar Sobre o Kevin”

Este filme é um verdadeiro caldeirão emocional. Explora a psique humana, trazendo à tona a dor e a angústia de uma mãe, Eva (interpretada por Tilda Swinton). Ela tenta compreender e lidar com seu filho, Kevin (interpretado por Ezra Miller), que aos 15 anos de idade cometeu um massacre em sua escola.

O título do filme sugere a necessidade de abrir o diálogo sobre o personagem Kevin e suas ações. No filme essa necessidade pode ser:

  • dos pais, quando Kevin ainda era jovem; imagina-se como uma obrigação latente, já que muitos pais não conversam sobre si e não se mantêm empenhados na educação de seus filhos;
  • da mãe, que revive as memórias desde o nascimento de Kevin, buscando encontrar uma justificativa traumática para o massacre;
  • da sociedade como um todo, que aplicou um tabu sobre Kevin depois do ato terrível.

O enredo mescla o passado e o presente, mostrando como Kevin cresceu, a relação com sua mãe e a tragédia que ocorreu. É uma perspectiva da própria mãe, vasculhando no passado as explicações para a monstruosidade do ato de seu filho. Kevin sempre foi um filho difícil para Eva. Nele, há certo prazer em frustrar e angustiar sua mãe. Ao crescer, ele se torna cada vez mais perturbador, levando Eva ao sofrimento psíquico

Trata-se de um estudo profundo sobre:

  • a relação mãe e filho,
  • o sentimento de culpa,
  • o extremo do humano face à bárbarie,
  • a pressão social e a rejeição dos outros,
  • e a (im)possibilidade do amor e da empatia.

O filme é um embate entre natureza versus criação. Será que Kevin nasceu mau ou foi a maneira como Eva o criou que o tornou assim? O que poderia ter sido feito pela família de Kevin para o inscrever dentro de uma convivência social aceitável?

Vamos explorar mais sobre os detalhes desse filme que mexe com nossas emoções de formas indescritíveis.

Frases ditas pelos pelos personagens do filme:

  • “Você nunca quis ser mãe, não é mesmo? Não tinha essa ambição.”
  • “As pessoas têm filhos por razões egoístas, não por razões altruístas.”
  • “Você não queria que ele nascesse, e ele sabia disso.”
  • “Eu sabia que não gostava de você antes mesmo de nascer.”
  • “Ela nunca me tocou. Acho que ela tem asco de mim.”
  • “Eu era bom em esconder as coisas.”
  • “É engraçado, você sabe? Como eu costumava pensar que era o centro do universo.”
  • “Eu não queria que você fosse feliz.”
  • “Você não é o único que se odeia, mãe.”
  • “Por que você não me odeia?”

O presente artigo foi escrito por Bruno de Oliveira Martins. Para alunos do Curso de Formação em Psicanálise, temos também a gravação de uma live, em que este filme foi analisado.

Falta de investimento de amor pode contribuir para a perversão no filme Precisamos Falar Sobre Kevin

No filme se evidenciam algumas questões diante do personagem que se torna protagonista da grande tragédia final. Levantando algumas hipóteses diagnósticas é possível pontuar a falta de envolvimento e investimento emocional de Eva com o seu filho Kevin, onde por alguns motivos que já no início da gestação já ficavam evidentes.

Ela não o desejava, falta o desejo, falta o investimento de amor, carinho, fundamental para constituição psíquica do bebê, há necessidade que a mãe o ame para suprir não só ás necessidades básicas da criança que seria fome, sede, coco e xixi, mas também suprir a demanda do prazer, aonde vai investindo libidinalmente naquele bebê e auxiliando na sua constituição psíquica.

Para Zornig e Levy (2006), é de extrema importância este investimento narcísico feito pelos pais, onde possibilita construir uma base para uma organização psíquica da criança, sendo assim estabelecida a relação com o outro. Já no nascimento de Kevin a sua mãe o rejeita. Esta rejeição já o marca desde seu nascimento como uma marca também de um abandono de que ele esperava e necessitava amor, pois o nascer já é por si só traumático.

Após passar um longo período de meses dentro da barriga de sua mãe o bebê é separado bruscamente daquele ambiente e vem ao mundo, há ai a primeira separação da mãe, ou seja, o primeiro trauma, necessitando ser acolhida e amparada ao nascer.

QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE

    NÓS RETORNAMOS PARA VOCÊ




    Em praticamente todos os momentos no filme Precisamos Falar Sobre o Kevin o menino é tratado como um pedaço de carne, sem ninguém exercer a função primordial e essencial, a função materna. Não recebe os cuidados e o olhar da mãe, que apenas supre suas necessidades básicas, não se estabelece nada, além disso, não que Kevin não tentasse chamar a atenção de sua mãe, chorando, gritando, fazendo bagunça, mas isto não fazia nenhum sentido para Eva que cada vez o odiava mais, faltaram as palavras e se instaurou a violência como se pode observar na cena em que ela joga a frágil criança na parede e o faz machucar o braço.

    É possível se analisar a questão de uma relação desgastada entre a criança e sua mãe, vindo a se transformar em violência, ali ultrapassa os limites, pois a sua própria mãe vem a jogá-lo na parede, e após ela não sente nenhum remorso sobre o ato que cometeu. Deve ser pontuado não uma culpa da mãe, mas o olhar sobre o fato em si ocorrido e que este venha a se transformar em uma agressão física.

    Precisamos Falar Sobre o Kevin: Função materna é importantíssima para estruturação psíquica da criança

    Quando se fala em função materna não seria apenas a mãe que pode ocupá-la, pode ser ocupada por qualquer outra pessoa, inclusive o pai ou a pessoa que adota a criança pode vir a exercer tal função. Para Borges (2005), na psicanálise a função materna é fundamental para a estruturação de um psiquismo na criança, pois a partir daí possibilita ao bebê sua sobrevivência.

    A função materna possibilita através deste olhar do Outro a inscrição de significantes, este Outro materno imprimi estes significantes no corpo do bebê resultando em uma organização parcial da pulsão e consecutivamente a estruturação de um psiquismo deste sujeito (LOVARO, 2019).

    Com esta falta de investimento amoroso da mãe e do pai, Kevin vai crescendo e se estruturando psiquicamente da maneira que pode em meio a falta que o assola, estruturando sua perversão. Um jovem muito inteligente, astuto, de uma personalidade forte, aonde normalmente não aceita as leis sociais impostas chegando a transgredi-las, está uma característica notável de uma estrutura perversa, a transgressão das regras e leis.

    O que fica evidente é um abandono enorme em Kevin, onde Eva é incapaz de suprir esta demanda de amor para com seu filho e o pai não percebe ou inconscientemente não quis perceber, esta falta pode ter feito marcas e influenciado neste acting out que praticou no final, ali ele conseguiu a atenção e o olhar que tanto buscava desta mãe que o odiava. Dois conceitos importantes para a compreensão da perversão:

    • a clivagem do ego e
    • a denegação.

    Observações e indagações

    Para o autor Dor (1991), Freud formula através das suas pesquisas, observações e indagações um mecanismo metapsicológico inicial a respeito da perversão, estes são dois conceitos importantes para a compreensão desta estrutura, a clivagem do ego como parte intrínseca do funcionamento do aparelho psíquico e a denegação da realidade no que diz respeito a castração.

    O sujeito perverso diante da angustia de castração buscaria como solução transgredi-la continuamente. (DOR, 1991). O sujeito na estrutura psíquica da perversão, diferente das estruturas psíquicas da neurose e psicose nega a castração, não aceita ela, não aceitando os limites que ela traz que organizam a estrutura psíquica, esta clivagem do ego possibilita uma negação da realidade, mas que não se distancia como na psicose, possibilita uma certa divisão organizadora em meio ao caos, mas permanece em consonância com o mundo exterior.

    Vê-se, daí, que o fato de o sujeito ser perverso não implica necessariamente uma perversidade, nem que toda perversidade é decorrente de uma estrutura perversa, nem tampouco ainda um triunfo sobre o outro, mas a impossibilidade de suportar o questionamento subjetivo em função do desmentido da castração.

    Esta escolha do sujeito é decorrente do horror frente ao perigo real da castração, provavelmente em função da maior dificuldade em munir-se da angústia para suportar o encontro com o real. Isso é tão desesperadamente real que é preferível desmenti-lo. (ALBERTI, 2005, p. 357).

    Dois momentos no filme Precisamos Falar Sobre o Kevin importantes na estruturação perversa de Kevin

    Duas cenas significativas acontecem, uma quando Kevin passa mal, então sua mãe o acolhe, deita com ele e conta a história do Robin Hood, o herói do arco e flecha que roubava dos pobres para dar aos ricos, apesar de ser por uma causa nobre, o protagonista da história roubava, ou seja, transgredia a lei. Ali uma das únicas vezes Kevin se sente cuidado, protegido, amado pela mãe.

    Neste momento ele se sente amado e protegido e mais importante atrai o olhar e o afeto de uma mãe que o cuida. Já na adolescência o pai da de presente a Kevin um arco e flecha profissional, então novamente se atravessa aí o arco e flecha como algo muito simbólico e representativo em relação à história contada pela mãe do personagem que possui como arma principal o arco e flecha, mas desta vez este instrumento será utilizado como arma mortal, Kevin vem a utilizar para cometer o atentado na escola ceifando a vida de muitas pessoas.

    Para Ferraz (2010), a definição trazida pelo psicanalista Robert Stoller que a perversão estaria correlacionada fortemente com a ansiedade, tendo este comportamento perverso sendo influenciado por um difícil momento durante o desenvolvimento libidinal na dinâmica familiar, se fosse possível saber sobre a história pregressa do sujeito, haveria possibilidades de se investigar a construção de sua perversão.

    O ódio seria uma característica e estruturante e primordial na perversão, sendo esta uma forma erótica de ódio e estando no ato perverso o desejo de ferir, destruir, aniquilar o outro, está passando de uma fantasia para a realização do ato (FERRAZ, 2010).

    Considerações finais

    Fica uma questão primordial em Kevin, se alguém tivesse realizado a função materna, teria ele uma estrutura perversa ou caminharia para uma neurose? Se alguém tivesse aparecido em seu caminho e possibilitado um espaço de fala para aquele sujeito sufocado e sem voz que tentava chamar atenção em busca do amor de sua mãe através da transgressão das regras, teria feito diferença?

    A hipótese seria que provavelmente sim, apesar de não se pode ter certeza diante das incertezas da existência humana, mas se faz uma aposta em que a psicanálise é transformadora em todos os sentidos, podendo transformar caminhos e dar novos significados.

    Após o incidente Eva fica marcada na cidade, inclusive sofrendo ataques a sua casa, acaba visitando Kevin na cadeia, porém não conseguem trocar falar uma palavra se quer, ficam apenas se olhando, ali é possível perceber que o rapaz finalmente consegue que sua mãe o olhe de uma maneira diferente, infelizmente por esta via cometendo um ato perverso extremo na chacina promovida na escola da pequena cidade.

    Também é possível analisar que Kevin possui uma estrutura perversa e passa a cometer um ato de perversidade, pois friamente calcula e treina anteriormente para cometer este ato bárbaro ceifando muitas vidas no atentado na escola, o faz friamente, medindo cada passo em direção a este objetivo, o perverso é frio e calculista e também obtém prazer através da dor do outro que sofre em meio a seu ato perverso.

    Vale a pena ressaltar o sentimento que o perverso possui em relação aos outros seres humanos, este sujeito enxerga o outro como um objeto, nada mais que isso, ali assume um papel de protagonista do que já não mais sendo o objeto como anteriormente foi, como no caso de Kevin.

    A construção psíquica

    O filme Precisamos Falar Sobre o Kevin vem a ser perturbador mesmo sem focar nos atos de violência em si, pois a autora não foca em mostrar as imagens e sim os personagens como no ataque de Kevin na escola aos outros estudantes, a câmera foca no personagem a todo o momento, mas mesmo não mostrando cenas explícitas o filme causa uma sensação perturbadora sobre os fatos a que vem acontecer na trama.

    É possível chegar a uma conclusão que este ato extremo de Kevin mostra-se complexo e também como uma construção lenta, onde mesclam desde a sua criação com toda a falta do olhar de Eva provocando uma falha na sua constituição psíquica até questões internas de Kevin que desde sua infância vai demonstrando. Não existe um fato em si principal, mas sim um conjunto de acontecimentos em que vão marcando a trama.

    Alguns filmes de temáticas semelhantes

    Vejamos algums filmes que se assemelham a “Precisamos Falar Sobre o Kevin”:

    • “Cisne Negro” (2010) – Ambos os filmes exploram o lado obscuro da mente humana.
    • “Tiros em Columbine” (2002) – Documentário dirigido por Michael Moore, sobre o massacre na escola de Columbine, nos EUA.
    • “Preciosa” (2009) – Tratam de assuntos delicados e impactantes na constituição psíquica de adolescentes.
    • “As Horas” (2002) – Abordam a complexidade das relações interpessoais e da maternidade.

    Referências bibliográficas

    ALBERTI, Sonia. A perversão, o desejo e a pulsão. Rev. Mal-Estar Subj., Fortaleza , v. 5, n. 2, p. 341-360, set. 2005 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482005000200008&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 10 fev. 2022

    BORGES, Maria Luiza Soares Ferreira. Função materna e função paterna, suas vivências na atualidade. 2005. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas), Universidade Federal de Uberlândia, 2005. DOR, Joël. Estruturas e clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Livrarias Taurus-Timbre Editores, 1991.

    FERRAZ, Flávio Carvalho. Perversão. 5. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

    LOVARO, Bruna Sampaio. A criança e sua subjetividade: a implicação do desejo dos pais. Ijuí: UNIJUÍ, 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2019.

    ZORNIG, Silvia Abu-Jamra; LEVY, Lídia. Uma criança em busca de uma janela: função materna e trauma. Estilos da Clínica. Revista sobre a infância com problemas, v. 11, n. 20, p. 28-37, 2006.

    O presente artigo analisando o filme Precisamos falar sobre o Kevin (2011) foi escrito por Bruno de Oliveira Martins. Psicólogo clínico, particular CRP: 07/31615 e pela plataforma online Zenklub, acompanhante terapêutico (AT), estudante de psicanálise pelo Instituto de Psicanálise Clínica (IBPC), contato WhatsApp: (054) 984066272, e-mail: [email protected].

     

    16 thoughts on “Precisamos Falar Sobre Kevin (2011): análise do filme

    1. Uma questão pouco difundida é o “aborto psicológico”, quando a criança é gerada mas é uma gestação Indesejada! A gente percebe uma Impessoalidade Materna. Digo isso, porque eu e meu irmão, fomos os últimos de um total de 9 gestações e ele até disse que queria ser um animal de estimação! Já eu busquei trabalhar a autonomia, precocemente percebi que seria eu por mim, já que quando meu pai faleceu eu ia fazer 3 anos e 10 meses! Meu irmão acabou casando! Em SP, outrora li sobre projeto começado por uma alemã e continuado por outra alemã, ai numa outra circunstância: pré natal incluindo o emocional de gestantes que residem em favelas, para que o stress vivenciado por elas, no dia a dia, afete o menos possível a memória fetal da criança, que está sendo gerada. Uma terapeuta argentina comentou numa consulta que tive com ela: na gestação que não há a percepção pela criança da alegria da mãe, nos três primeiros meses, gera timidez e fui muito timido! Depois ela disse que sempre que atendia pacientes que não conversavam com pai ou mãe, era “trabalhada” a questão porque é um elo que tem que ser restabelecido! Quando comecei a interagir socialmente, percebi que a prole sempre encontrará, mesmo que demore, o afeto de amigo, trocará ideias no trabalho e, a vida na sua sabedoria manda a “fatura” para quem rejeitou ser amada pelo filho: através da solidão, de como cantou Fábio Junior: “brincar de avô com meu filho”. Não tive a graça de ser pai, mas meu irmão que passou pela mesma vivência que eu, teve! Enfim, sempre digo: a vida é simples, mas muitos “complicam” o viver!

      1. Bruno de Oliveira Martins disse:

        Geraldo, primeiramente obrigado por ler o meu escrito e comentar, achei ótima a sua história de vida e inspiradora, se quiser conversar deixei os meus contatos ao final do texto, grato pela colaboração.

        1. Maria Cristina Brum disse:

          Bela crítica do filme. O livro está aqui do lado , Para logo ser devorado. Trabalho como AT em SC há mais de 10 anos, mesmo com formação inicial em jornalismo pela Unisinos, o que creio ter tudo haver, sou um apaixonada pela educação social. Cada vez mais a psicanálise me fascina, não só no âmbito do trabalho, mas na nossa própria constituição e análise pessoal. Grande abraço.

          1. Bruno de Oliveira Martins disse:

            Fico muito grato por ter lido o meu escrito e dar a sua opinião, muito interessante este trabalho como AT, meus contatos estão ali, se quiser conversar fico a disposição.

    2. Halana Flavia disse:

      Perfeito o texto! Sou mãe e jamais imaginaria não amar um filho, a frieza dela chega a doer.

    3. Maria Aparecida Braga Pinto disse:

      Li o livro duas vezes e, pra mim, ficou muito claro o “abandono” materno e o embate que se criou a partir disso. Kevin, a meu ver, buscava o amor e o “olhar” da mãe, desesperadamente. E o conseguiu apenas na tragédia. Pra ele, não importava ir preso, afinal, conseguira o que sempre buscou, que Eva o olhasse, o enxergasse. E quando entregou a ela o presente feito na cadeia, meu Deus!!! Chorei muito, finalmente ela iria “enterrar” tudo, o seu descaso, seu desamor e, assim, assumir que ama seu filho, reservando pra ele um “lugar” em sua vida. Livro pra ler e reler e reler… sensacional! E amei o que você escreveu, traduziu em palavras tudo o que eu senti lendo esse livro. Obrigada!!!

    4. Lorena Carvalho disse:

      Ainda a pouco assisti o filme e fiquei com alguns questionamentos. Já li algumas coisas sobre psicopatia e pelo o que percebi do filme o Kevin se encaixa neste perfil. Ele usava os pais, jogava um contra o outro, agia com cada um de um jeito, mas com ela ele gostava de mostrar sua ‘maldade’. É diferente de uma criança normal, mesmo que abandonada, que faz algo para chamar a atenção dos pais. Ele cegou a irmã e ficou feliz com isso, mesmo sua irmã sendo extremamente carinhosa com ele. Na cena da história que ela conta vejo que ele também quer manipulá-la, mas de outra forma, inclusive ele despreza o pai, ou seja, ele não tem empatia por ninguém. Considerando que ele tivesse um perfil psicopata, nem mesmo se a mãe demonstrasse amor ele não mudaria, porque psicopatia não tem cura, certo?

      1. Ariel Coelho disse:

        Exatamente, Lorena. Percebo as pessoas culpando a mãe pela condição do Kevin, porém, em momento algum levam em consideração que ele é um psicopata e não é culpa dela. Fica muito clara essa condição no episódio do “cocô na fralda”. Psicopatas não aprendem, são modulados e a forma como se modula é fazendo o que ela fez, mesmo sem saber: ele fez errado e teve uma consequência ruim. No decorrer do filme, esse controle da mãe através de uma pseudoempatia pelo pai, fazendo com que ela se sinta culpada é característica principal do psicopata. Portanto, ele tem seu objetivo alcançado: prejudicar seu alvo. A prisão não é castigo, ele não tem sentimentos.

    5. Sayonara Café disse:

      Perfeita a sua análise sobre o filme “ precisamos falar sobre Kevin “. Penso que os pais também devem ter um
      “Cuidado” para não preferir um filho em detrimento de outro. Além da presença afetiva , a criança precisa sentir-se numa situação de que é amada por igual pelos pais frente aos outros irmãos. No filme, percebe-se que o ódio sentido por Kevin pela mãe, em razão do abandono afetivo desde nascença e quiçá no ventre , foi acentuado com o nascimento de um segundo filho que , diferentemente de Kevin , passou a receber muita atenção e amor por parte de Eva. A meu ver, esse “ tratamento materno diferenciado” agravou mais ainda a “ferida emocional” que Kevin já possuía no seu inconsciente.

    6. analise incrível, obrigado por compartilhar..
      sou estudante de psicanálise

    7. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns pela análise do filme! Os comentários dos colegas também são muito relevantes. A cena que me chamou a atenção foi a que o Kevin. No quintal de sua casa, com seu pai brincando com o arco e a flecha e lança a flecha na janela da cozinha, aonde sua mãe estava e ele olha para ela e sorrir. Mostra que era uma mente muito doentia!

    8. ALESSANDRA VASCONCELOS LIMA disse:

      Acredito piamente q nenhuma mãe quer rejeitar seu filho, porém, n somos uma página em branco, tidos carregamos dores e medos inconscientes, n sabemos quais eram as dores de Eva, portanto é mto fácil culpabiliza-la, mas n é simples assim. Ela TB precisava de um olhar na gestação, de cuidados emocionais, mostrando um caminho de esperança. Talvez tivesse medo de n conseguir ser uma boa mãe. Vc ser referência de uma base psíquica pra outro ser, sendo q vc nem se acha estruturada, é mto difícil!
      Gostaria mto de conversar sobre o assunto Bruno de Oliveira Martins

    9. Vi o filme e achei muito bem estruturada sua analise. Mas fiquei intrigada, por que Kevin não faz nada contra a sua mãe? Será que é porque ela é a única que o vê de verdade?

    10. Achei o artigo totalmente preconceituoso e sem embasamento. O autor colocou toda a culpa na mãe, em momento algum percebeu o sofrimento da mãe só dar o seu melhor como mãe, mesmo não tendo desejado o filho mas mesmo depois do rapaz com TRANSTORNO PSIQUIÁTRICOS não diagnosticado, ter TIRADO TUDO Daquela MULHER foi a única que o visitava, afinal a criança manipulava todos.
      Não falou em momento algum da falta de apoio, da sobrecarregada da mãe, mulher.

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Olá, Julia. Lembre-se que este filme é uma obra de Ficção. E que o autor do artigo é aluno de nosso curso, que se arriscou a colaborar com sua visão sobre a obra. As observações que você trouxe são relevantes para permitir uma outra visão sobre o filme. Este é o trabalho que achamos adequado em um blog multi-autores, como é este nosso.

    11. Engraçado que ao assistir o filme, tive a impressão de que a mãe queria se conectar com o filho mas a dificuldade disso vinha da própria natureza da criança. Fico pensando se o amor da mãe faria alguma diferença. É como culpar a mãe pela incapacidade do menino.
      Pelo enredo os dois tanto a mãe como o menino tem suas dificuldades, mas foi uma escolha do menino ser perverso.
      Não tenho formação na área de psicologia, mas assisti o filme e procurei entender melhor.
      Parece que minha interpretação foi um pouco diferente .

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *