projeção

Projeção: significado em Psicologia

Posted on Posted in Psicanálise, Teoria Psicanalítica

A complexidade da mente humana pode nos levar a situações e lugares desconfortáveis às vezes. Por isso que é tão comum a gente abrir mão desse desconforto para que possamos evitar ao máximo qualquer tipo de sofrimento.

Por isso, vamos entender melhor o significado de projeção em Psicologia e como se manifesta em nossas vidas!

O que é projeção?

A projeção se trata de um mecanismo de defesa psíquico para que possamos nos proteger daquilo que a gente não pode lidar. Com isso, podemos montar, de forma involuntária, estratégias que nos desviam daquilo que a gente não pode pensar ou trabalhar agora.

Assim, podemos aliviar a ansiedade, os sentimentos de culpa ou dolorosos que surgem desse conflito.

No momento em que ela se ativa, a gente passa a perceber pensamentos e sensações desagradáveis como se pertencessem a outra pessoa. Em vez de assumirmos como nossos, indicamos ser de outro alguém para aliviar nossa carga emocional.

De acordo com os psicólogos, esse é um mecanismo primitivo de proteção que se manifesta já na nossa infância. À medida que a gente cresce, podemos construir meios sofisticados de utilizar dessa ferramenta, principalmente quando adultos, para trabalhar nossas emoções.

Já somos adultos para isso

Acima, a gente mencionou que os adultos se valem de maneira mais inteligente do uso da projeção em suas vidas. Contudo, nessa fase a gente deveria ser perfeitamente capazes de trabalhar as nossas crises e ter responsabilidades próprias.

Quando um psicólogo pode intervir, o seu apoio é suficiente para que uma pessoa consiga reconhecer e aprender a trabalhar suas pendências sem esse escape.

Nisso, quando a gente reconhece esse movimento natural, nos mostramos mais lapidados para lidar com nossas emoções conflitantes. Assim, não temos que projetá-los em outras pessoas, criando relacionamentos mais sadios e funcionais com outras pessoas.

Embora seja normal projetar aspectos negativos de nossa psique em alguém, a gente precisa ser proativos para deixar que isso se dilua.

Origens e contraprojeção

Giambattista Vico e o escritor grego Xenófanes são considerados precursores do princípio da projeção. Ludwig Feuerbach se valeu desse conceito para criar uma base crítica a respeito da religião.

Indo na contramão, ao se abordar o trauma psicológico, o mecanismo de defesa pode criar a contraprojeção, o seu oposto. Em suma, se trata de um esforço para manter a posição recorrente desse trauma. Nisso, surge a obsessão compulsiva na percepção do indivíduo que causou o trauma ou a sua projeção.

De acordo com Carl Jung, “todas as projeções provocam contra-projeção quando o objeto está inconsciente da qualidade projetada pelo sujeito”.

Por sua vez, Nietzsche diz que “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Pois quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo também olha para você”.

Os mecanismos de defesa

A projeção não é a única válvula de escape, de modo que haja outros mecanismos de defesa recorridos pela mente. Os comumente observados em diversos casos são:

Atuação

A atuação se mostra como um comportamento inconsciente e impulsivo que visa substituir a angústia que as palavras não traduzem. Nisso, o conflito que existe não vai se resolver pela elaboração e reflexão.

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    Quando evacuamos de forma impulsiva o que sentimos, a angústia tem mais chance de ser trabalhada.

    Compartimentalização

    A compartimentalização é o ato de separar sentimentos e pensamentos relacionados, fazendo com que se influenciem, em vez de alinharem. Pense na conservação de um código moral criado em bases religiosas e que é separado de um código de negócios.

    Sendo mais simplista, esse mecanismo de defesa diminui a tensão que existe entre a consciência sobre as contradições pessoais e íntimas.

    Dissociação

    Por sua vez, a dissociação se mostra como a divisão da personalidade em processos mentais menores que agem independente da personalidade. Nesse caminho, a parte separada age como se fosse outro alguém, distante do controle consciente da pessoa em si. Daí surge, por exemplo a dupla personalidade, sonambulismo e até amnésia.

    Negação

    Como o próprio nome sugere, a negação é a recusa a respeito de um evento passado. Na prática, o indivíduo passa a agir como se nada tivesse ocorrido, agindo estranhamente em seu cotidiano comum.

    Regressão

    Já a regressão faz com que retornemos a uma postura infantil em vez de adulta diante de uma situação problemática. Isso se mostra bastante comum em ocasiões de estresse, fazendo até com que a pessoa seja agressiva enquanto regride.

    Sequelas

    O estudo da projeção na Psicanálise indica que essa ferramenta, embora acessível, também é sensível e traz sequelas se descontrolada. Entenda que enquanto se esforça para afastar um mal pode facilmente abrir caminho para outros. São exemplos de problemas:

    • Obsessões;
    • Ansiedade;
    • Histeria;
    • Neuroses;
    • Fobias e etc.

    O caminho então se mostra o esforço contínuo para trabalhar adequadamente aquilo que nos provoca tormento. Não é fácil, pois facilmente nos sentimos impotentes e incapazes de fazer algo tão acessível quanto enviar a responsabilidade para alguém.

    Todavia, o uso descontinuado desse mecanismo contribui ao polimento de sua postura para contribuir diretamente à sua reabilitação e responsabilização saudável de si.

    Quando paramos de empurrar

    Como dito linhas acima, o uso da projeção é vigoroso porque é bem mais fácil nos livrar daquilo que nos machuca sem nos envolver. O problema acontece quando passa a ser uma reação imediata que nos impede de processar a realidade da vida. Dessa forma, entenda que não é evitando nossos problemas que viveremos bem.

    Em vez de empurrar as suas emoções e pensamentos conflitantes para fora, os abrace e puxe para dentro. Sabemos que pode parecer absurdo, mas o primeiro passo da liberdade vem quando assumimos tudo aquilo que vivenciamos e fizemos.

    O amadurecimento de cada lição permite que você alimente a sua resiliência, encaixando por completo cada setor de sua vida.

    Assim, uma vida emocional mais saudável só é possível quando paramos de nos desviar dos nossos problemas. Para cada página que se abre, busque lê-la e vivê-la até o fim, isso para que alcance a moral de cada história. Ninguém além de você é responsável pelo que sua mente absorve.

    Exemplo de projeção

    Certamente você já brigou com algum amigo e claro que já teve uma discussão bem feia com algum deles. Em seguida surge o sentimento de raiva, algo que passou a incomodar bastante você.

    Acontece que em vez de reconhecer esses sentimentos negativos, você os negou, afirmando que seu amigo é quem está com raiva de você.

    Nisso, passa a condenar tais sentimentos, afirmando o quanto são inadmissíveis, porém sem colocar esses defeitos em si mesmo. Sem perceber você iniciou e concluiu o ato de projeção, se abstendo da carga ruim que alimentou na briga.

    Para se livrar do peso, atribuiu ao seu amigo o sentimento de raiva que você mesmo sentiu quando brigaram anteriormente.

    Em vez de focar no outro, admitir que tudo parte de você contribui para amenizar o peso que sente no âmago do seu ser. A reconciliação seria ainda melhor, mas talvez não seja frutífera se escondemos de nós mesmos o que representamos.

    Considerações finais sobre projeção

    A projeção se revela como uma válvula de escape, transmitindo ao outro tudo aquilo que portamos em nosso interior. É uma forma imediata de cessar um incômodo, fazendo com que a responsabilidade por essa instância seja remanejada.

    Entenda como trabalhar o seu fluxo emocional a fim de lidar melhor com os pesos de sua alma. Tenha em mente que se a melhora não for alcançada por você ninguém mais deverá fazer isso.

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