Que país é este

Que País é Este: análise psicanalítica da música da Legião Urbana

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No texto a seguir você verá uma análise psicanalítica da música da Legião Urbana: Que País é Este.

A lendária banda de Rock brasileiro teve sua origem em Brasília, teve início em 1982 e finalizaram os trabalhos em 1996 após a morte do lendário e emblemático vocalista Renato Russo, foram lançados treze álbuns que ao todo já ultrapassam mais de 20 milhões de discos vendidos.

Origem da Música Que País é Este

A música “Que País é este” foi criada em 1987 com o álbum de mesmo nome, com autoria da banda Legião Urbana, lançada pela gravadora EMI, buscava retratar a percepção da época, a banda não lançou antes porque estava a esperar mudanças no país que não aconteceram, e diga-se de passagem até hoje em dia muitas coisas não mudaram.

A música tem haver com política?

Esta música tem uma letra breve mais muito significativa usando do impacto do Rock em relação ao protestar contra a política brasileira, esta relação se dá em praticamente todos os trechos dela. Como neste trecho inicial: “Nas favelas, no Senado Sujeira pra todo lado Ninguém respeita a Constituição Mas todos acreditam no futuro da nação”

Este aproximar a favela e o senado é um movimento muito interessante, pois um dos grandes motivos de existirem favelas no Brasil é justamente pela culpa dos políticos que gerem o dinheiro público de maneira ineficaz e muitos de maneira corrupta.

A sujeira realmente está em todo lado, e a constituição vem sendo rasgada e pisoteada a cada dia, mas se passa a falsa imagem de que as coisas vão muito bem, principalmente a cada dois anos onde se tem uma massiva propaganda política para convencimento das pessoas que existe um próspero futuro, depositando apenas promessas para a população.

Que País é Este e as favelas

As favelas surgiram no Brasil a partir de uma grande modificação da população indo do campo para a cidade, não se esquecendo do fim da escravidão que se atravessa neste período, mas também venho o desejo das pessoas ricas de não conviverem com as pessoas pobres, que em sua grande maioria eram seus empregados, não queriam que aquelas pessoas repartissem o mesmo espaço que o seu, a não ser quando estivessem submissos e trabalhando para eles.

Então as pessoas pobres se obrigaram a sair daquele espaço e ocupar outros locais, sem muitas condições financeiras começaram a erguer barracos de madeira que se amontoam apertadamente e sem muitas condições básicas de sobrevivência.

Hoje muito se conquistou no que chamamos de comunidade, mas este sistema de exclusão e manter as pessoas ali, a margem da sociedade permanece.

Brasil é o país do futuro

Neste sistema dito democrático se mantem o mesmo sistema político em que se repete os mesmos candidatos, seus familiares ou pessoas próximas deles, se esquecendo da renovação necessária em todas as áreas, a mudança traz transformação e renovação.

Todo o discurso vem com palavras, estas tão importantes na psicanálise, porque carregam um peso enorme e um valor inestimável para a comunicação do ser humano, tanto o consciente como o inconsciente se estruturam com palavras, mas no caso dos políticos esta palavra já não tem mais valor, já virando chiste em forma de piada para a população, que já associa político com mentira.

O Brasil carrega este estigma de uma potencialidade a se tornar um país desenvolvido, mas permanece por todos estes anos como subdesenvolvido, este se desenvolver parece parar em algum lugar no meio desse discurso mentiroso trazido pelos governantes e pelas pessoas de altos cargos como as do poder judiciário que verbalizam lindas palavras representando a lei e a justiça, porém suas ações demonstram outra coisa.

Desvalorização dos indígenas e da cultura regional

O Brasil é tão rico em cultura e miscigenação, esta mistura maravilhosa com culturas diferentes que vai de Norte ao Sul do país, merece respeito por todos que vivem aqui como no exterior, o trecho a seguir exprime um pouco a indignação em relação a isso: “Terceiro mundo se for Piada no exterior”

“Mas o Brasil vai ficar rico Vamos faturar um milhão Quando vendermos todas as almas Dos nossos índios num leilão”

O Brasil acaba virando realmente piada no exterior, escândalo após escândalo político é uma triste piada, isso também faz refletir em relação a os índios e também a Amazônia que é uma das mais belas riquezas do mundo, mas principalmente por fornecer oxigênio através da sua imensidão de árvores e um rico ecossistema com milhares de espécies animais.

Que País é Este, extinção e desmatamento

Existe um movimento de interesse de sua extinção e desmatamento, onde se tem pouco investimento na fiscalização e nos cuidados em relação a ela.

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    Os índios até hoje sofrem com o seu não reconhecimento e falta de respeito com a sua cultura, que também é de todos nós, atualmente se faz este movimento de retratação tanto nos livros de histórias como nas mídias sociais no sentido de retirar a parte que os portugueses descobriram o Brasil, em nossa terra os índios já habitavam muito antes, onde os europeus vieram e exploraram muito daqui levando diversas riquezas como a árvore pau-brasil que hoje é muito rara de se encontrar, o corante retirado dela serve para tingir tecidos e para a fabricação de tinta para escrita, o ouro e diamante também foram roubados em grande quantidade.

    O desrespeito hoje segue muito grande no sentido de respeitar os índios que cultivam a sua cultura tradicional e seu espaço, no qual eles tem um enorme respeito pela natureza e sua preservação, analisando este desrespeito vem o que fica no não dito, mas que está muito claro, os interesses de explorar estas terras e trazer riquezas para uma minoria de pessoas.

    Considerações finais

    Com a psicanálise se faz possível analisar os fenômenos sociais da atualidade e correlacionar com a música, é uma forma de refletir o que acontece na sociedade de uma maneira profunda e significativa. O contexto brasileiro, a música faz sentido com ele, a corrupção atualmente extrapola todos os limites possíveis e a impunidade dos assim chamados colarinhos brancos permanece. Como haver mudança se as leis que podem mudar algo passam pelo voto de muitos que são corruptos e querem que este sistema permaneça o mesmo

    Apenas a partir da pressão social, de um desenvolver um senso crítico mais aguçado, e buscar práticas de mudança e transformação, inclusive do sistema político pode ai se ter uma transformação. O respeito em relação a cultura que é diferente deve se manter para se construir uma nação justa e unida, isto pode diminuir as grandes desigualdades sociais de nosso País.

    Pensar no próximo e não apenas no acumulo de riquezas e bens materiais pode ser ai um componente importante, no Brasil muitos tem pouco e poucos tem muito, isso cada dia se intensifica muito trazendo consigo a fome e a violência que atormentam os brasileiros a cada dia.

    Referências bibliográficas

    Letras. [Online]. <https://www.letras.mus.br/legiao-urbana/46973/>. Acesso em: set. 2021

    O presente artigo foi escrito por Bruno de Oliveira Martins. Psicólogo clínico, particular CRP: 07/31615 e pela plataforma online Zenklub, acompanhante terapêutico (AT), estudante de psicanálise pelo Instituto de Psicanálise Clínica (IBPC), contato: (054) 984066272

    2 thoughts on “Que País é Este: análise psicanalítica da música da Legião Urbana

    1. Gostei bastante, pois me inspiro e aprendo com esses artigos. Gostaria de questionar a passagem que fala …”pelas pessoas de altos cargos como as do poder judiciário que verbalizam lindas palavras representando a lei e a justiça, porém suas ações demonstram outra coisa.” Acredito que a ideia poderia ser melhor clareada com algum exemplo para melhorar a objetividade e transparência do texto. Entendo que ideias vagas podem fazer o sentido que quisermos dar, por isso seria legal conhecer o pensamento do autor. Obrigada.

      1. Bruno de Oliveira Martins disse:

        Muito obrigado por ter lido Simone e por ter comentado, na próxima colocarei mais a minha percepção no texto, agradeço muito pela dica. Se quiser conversar mais sobre o texto deixei meu contato ao final.

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