Você já parou um minuto para refletir sobre a importância de renascer para a vida?
Se viver importa perdas e ganhos, você estaria disposto a perder algo, a deixar morrer partes de si mesmo (a), para renascer de novo?
Neste artigo o Dr. Bonatti, tenta subverter alguns padrões de comportamento e pensamento, resgatando a importância de renascer para a vida. A partir de uma famosa fábula de Esopo, sobre uma lebre e uma tartaruga, o Dr. Bonatti, PhD em Psicologia, Psicanálise Clínica e Hipnoterapia, modifica a conclusão com uma inédita dinâmica que lhe permite afirmar que é possível perder e ganhar ao mesmo tempo um inesperado sentido para a vida.
Entendendo sobre o renascer
Hannah Arendt um dia disse: “O ser humano foi feito para nascer, para nascer várias vezes”. Isto significa que a vida é feita para ser uma vida viva, uma “vida activa”, para florescer, para dar frutos, não para ser uma vida morta, estéril ou rasa.
É o que aconteceu na vida da maioria dos pacientes do Dr. Bonatti: eles morreram várias vezes, mas logo após encontrar a coragem de iniciar um processo de Psicanálise Clínica e de Hipnoterapia, re-começaram a viver, re-nasceram para a vida. Na época atual, viver se tornou a coisa mais rara do mundo.
A maioria das pessoas apenas existe: são zumbis, mortos vivos que passeiam de dia à luz do sol. Todos os dias os homens morrem na alma e prolongam a agonia de corpos mortos para avida. São apenas: “cascas sem caroços”. Onde ficou a psique, a alma e o self da pessoa?
Renascer e a zona de conforto
O sábio Padre Fernando Pontes da igrejinha dos pescadores de Fortaleza um dia pontificou: O homem é como um barco, não foi feito para ficar acomodado no porto, na zona de conforto, mas para enfrentar a tempestade do mar. Vai viver a vida de verdade!
Não tenha medo de afundar, porque o maior perigo não é a morte, mas a vida. Eis que, quem tem medo de viver, morre todos os dias um pouco, mas quem não tem medo de morrer, porque fez sua vida valer a pena, morre apenas uma vez só. Na hora certa!
Agora ouçam esta antiga fábula é uma lição de sobrevivência para lidar com os sentimentos e o valor da ressignificação que leva à realizar uma nova pulsão, a pulsão de renascer para a vida. Renascer não é apenas mudar de pele, mas mudar de olhos, alma e espírito.
Ficou interessado(a)?! Então, vêm comigo, sente-se comodamente e respire fundo: vou lhe explicar porquê perder é sempre vencer um pouco e porque vencer, muitas vezes, é perder pedaços de alma!
Uma nova versão da história da lebre e da tartaruga
Certa vez, conta Esopo, uma tartaruga desafiou uma lebre numa corrida de velocidade. A lebre andava se gabando pela floresta que era o animal mais rápido de todos. De fato, não existia na terra alguém que pudesse competir com ela em velocidade e astúcia.
A lebre queria desafiar todos, mas ninguém tinha coragem para enfrentá-la. Ninguém queria perder e ser humilhado. Nem o leão que era o ser mais forte, o rei da floresta podia correr o perigo de perder seu poder e sua reputação.
A lebre, talentosa por natureza, representava a imagem do sucesso e da autorrealização. Graças à sua esperteza quase nunca errava ou perdia e por causa da sua velocidade, sempre chegava antes que os outros. Um certo dia, uma velha tartaruga cansada de ser chamada de lerda, preguiçosa e inútil aceitou o desafio de encarar a lebre em uma grande corrida de velocidade.
Existência e renascer
No dia marcado, uma enorme plateia de animais e homens curiosos e frustrados com a própria existência, porque nunca tiveram a audácia, a ousadia e a coragem de sair do aconchego da própria casa e terra, ou de deixar a zona de conforto, esperavam impacientes o início da competição.
Pois, a maioria dos espectadores sentia prazer na derrota aleia, sabiam que ninguém podia desafiar o próprio destino ou a própria natureza.
Todos aguardavam em silêncio para assistir a enésima derrota na vida de um eterno perdedor, do animal mais lerdo da face da terra, a tartaruga.
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Ganhar ou perder: eis a questão
No dia marcado, a tartaruga apresentou-se vestida de corredor querendo imitar a lebre, correndo como nunca tinha feito antes, correndo com todas suas carnes e pensamentos. A tartaruga sonhava em sair da sua couraça tapada e desejava imitar a lebre em corpo, alma e espírito, mas logo após a primeira dificuldade, logo após o primeiro imprevisto do terreno caiu e virou sobre si mesma.
Como era previsível, a lebre que conhecia a floresta como o próprio bolso, chegou primeiro à vitória. Ela era a vencedora absoluta, mas não satisfeita por ter ganhado, voltou atrás para encontrar a tartaruga e reafirmar sua superioridade.
– Você viu, eu ganhei. Eu sou o animal mais rápido da floresta, declarou a lebre.
A tartaruga não respondeu. Ela mal conseguia conter as lágrimas. A tartaruga teria gostado de pedir ajuda à lebre para se levantar da queda.
A esperança no renascer
Pois, não conseguia levantar-se sozinha, estava virada com o casco para baixo. Ela sabia exatamente o que uma queda implicaria para sua vida. Teria sido o fim de tudo.
O fim de toda esperança e de todo alento. Sua enorme armadura, sua couraça pesada a mantinha colada ao chão de cabeça virada para o alto em uma posição inusitada e imprevista.
Pela primeira vez o mundo da tartaruga virou de ponta cabeça. No entanto, havia algo estranho na sua dor e nas suas lágrimas.
– Por que você chora? Perguntou a lebre com fome de vitórias.
O ego narcisista
A resposta da tartaruga ia alimentar o ego narcisista da lebre e afirmaria sua indiscutível superioridade, poder e triunfo na vida.
A tartaruga olhou nos olhos da lebre e disse:
– Choro de felicidade! Exclamou ela com a voz sutil.
– Como você pode ser feliz se você perdeu? Ela deve ter ficado louca por causa do tombo, pensou dentro si a lebre.
Os sentimentos e o renascer
A tartaruga ficou em silêncio e em seguida acrescentou.
– Choro, porque graças à minha queda pude ver as estrelas, o azul do céu e o vôo dos pássaros. Choro porque vi o vento nas folhas das árvores e as espigas de trigo dançando nos campos.
Por alguns instantes do tamanho da eternidade, a tartaruga teve a impressão de renascer. E em seguida acrescentou: a minha maior vitória nasceu desta derrota, da minha queda. Veja, disse a tartaruga:
– Eu fui condenada a respirar a terra e a comer a poeira, a ver tudo terrivelmente pequeno e fragmentado, a não enxergar o horizonte e nada além do meu nariz. Fui forçada a rastejar a vida toda.
– Minha natureza me condenou a bajular a poeira e rastejar o chão, repetiu. Mas hoje, pela primeira vez na minha vida vi o céu e pude mergulhar na alma do mundo. Agora eu posso morrer feliz.
Porque ao morrer renasci e realizei meu sonho, minha missão de vida!
O sentido da vida no renascer
A tartaruga deu um longo suspiro, fechou os olhos ainda úmidos de felicidade e morreu docemente, como num profundo e eterno repouso da alma. A lebre que havia ganhado mais uma inútil corrida de velocidade, percebeu que havia perdido algo maior e a partir daquele dia deixou de buscar a felicidade fora dela e começou a buscar o sentido da vida, que ainda não havia encontrado, dentro dela.
A lebre desconsolada e triste, condenada a não sentir a beleza do aqui e agora porque sempre estava projetada no além por causa da sua pressa e velocidade sentiu na própria pele que às vezes ganhar é perder e perder é ganhar. A lebre assim como a tartaruga precisava morrer para renascer para um novo sentido devida.
A geração acelerada da lebre x a calma da tartaruga
No tempo presente a humanidade está vivendo a geração da lebre, da velocidade acelerada, do ganho a qualquer custo, das crianças empurradas pelos pais, querendo queimar etapas, imitar os adultos e os modelos ideais do ego.
Vivemos o tempo da imagem jogada nos social-media, do ego inflado e mascarado da geração hedonista “só casca sem caroço”. Vivemos o tempo do “cogito, ergo sum” (penso, logo existo) da inteligência artificial em lugar do duvido, logo penso, logo existo do humanismo.
O espírito calmo da tartaruga, a alma da renascença foi devorada pelo racionalismo moderno que produziu milhões de mendigos emocionais caracterizados por estresse, ansiedade e depressão, mas sobretudo por uma vida rasa que virou de cabeça para baixo.
Uma nova geração
A nova geração da lebre rasteja a terra, bajula falsos modelos e mitos que impedem de renascer e olhar o céu com esperança. A falta de sentido de vida, se transformou no mal do século XXI, uma doença invisível caracterizada por niilismo passivo, vazio e fracasso existencial.
Na era das doenças sócio transmissíveis que ultrapassam as fronteiras, aparecem também novas melancolias e psicopatologias impensáveis na época de Freud. Se no passado a melancolia principal, maníaco depressiva, era associada apenas ao luto como perda do ente querido, na época atual os jovens que perdem o contato com o mundo, os valores e sobretudo as raízes transforma-se em modernos, pessoas solitárias que se afastam de todo o contato social e ficam meses e anos sem sair do quarto de casa, do seu porto seguro.
Esta é nova fobia social da geração digital, niilista e passiva, que tem o sabor do individualismo e da “pulsão securitária” (e.g. Recalcati), ou seja, uma nova pulsão de morte que visa o fechamento em vez da abertura das fronteiras (físicas e mentais), erguidas para própria proteção e sobrevivência. Mas sobreviver não é o mesmo que viver. Para renascer é preciso morrer para a mundanidade: hedonista, conformista, consumista, materialista e niilista.
Nascemos para perder, mas vivemos querendo imitar Deus e ser imortal
Nascemos para perder, mas ninguém teve a coragem de nos contar a verdade. Logo que nascemos perdemos para sempre o lar do útero materno e fomos jogados no Mundo.
Mas nos fizeram acreditar que vencer é nossa missão de vida. Nos ensinaram a acumular, a prevalecer, a correr, não a lidar com caídas, derrotas e perdas como a tartaruga. Aprendemos que viver é triunfar sobre os outros e que precisamos esculpir a nossa logomarca como uma herança indelével no Mundo.
Estes são os comandos impressos no novo inconsciente coletivo. Os automatismos foram implantados na nossa mente desde o berço: “Minha princesinha. Meu rei. Meu tudo. Minha Deusa. Meu Deuzinho”.
Renascer e os narcisistas
E nós acreditamos nessa mentira até ficar ansiosos, depressivos e quase sempre maníacos narcisistas. Somente após ficar doentes descobrimos que isso não passava de uma absurda falsidade, de uma loucura colectiva.
Porque é na perda que se encontra a maior riqueza. Na natureza o tempo é circular: primavera (infância), verão (adolescência), outono(maturidade) e inverno (velhice). Tudo faz parte de um ciclo natural, tudo se transforma, tudo evolui e tudo passa.
Tudo aquilo que nasce é destinado a morrer para renascer de novo. A cobra sabe disso e abre mão da pele velha para acolher a nova e renascer. A árvore sabe disso e deixa cair as folhas secas para dar espaço a uma nova vida e renascer.
Só o homem não sabe isto, porque lhe ensinaram que é eterno. Que pode emular a Deus! E se apega com todo seu Ego e com toda sua carne a aquilo que não tem coragem de largar: coisas, objetos físicos e mentais…
O homem moderno teme o vazio, a solidão, o silêncio, a mudança e sobretudo a perda. Não sabe que estar sozinho é melhor do que se sentir sozinho. Pois, ele próprio deveria ser a sua melhor companhia, não seu pesadelo.
Relacionamento e renascer
Este pobre homem que popula a terra é tão pobre que só têm o dinheiro e o poder para ampará-lo. O homem teme a si mesmo. Teme a sua própria sombra, vestindo sempre uma máscara que oculta quem realmente é.
Teme o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido, de um trabalho e do poder sobre o mundo. Teme perder a sua infalibilidade sobre a lei da natureza.
Precisa do reconhecimento social para existir, respirar e viver. Enquanto a humanidade está preocupada em ganhar, vencer e triunfar como a lebre, perdeu a fé nos princípios reguladores da natureza e no caos que governa a vida e o destino do mundo. O homem Deus (imago Dei) quer possuir o mundo e aniquila a natureza e a si mesmo.
O futuro
O homem é lançado para o futuro, mas deixou para trás pedaços de alma. Deixou para trás os sonhos da infância, perdendo a possibilidade de viver plenamente todas as estações da vida.
A obrigação de ganhar e triunfar a qualquer custo
Fomos treinados a desafiar a vida, a acreditar que era necessário sair vencedor desta guerra absurda, defender as fronteiras, os interesses individuais e não a proteger o bem coletivo: a natureza, a educação, o próximo, as crianças, a vida em todas suas formas…
Ninguém nos ensinou a viver a vida viva, a decifrar emoções, a respeitar a natureza, a lidar e a aprender com as perdas e as derrotas. Os verdadeiros heróis não são os vencedores, mas aqueles que desistem na hora certa. Que largam essas certezas absurdas.
Que abrem espaços para as dúvidas. Que deixam cair elegantemente pesos inúteis, que cumprimentam educadamente quem vai embora, que não imploram para que os outros fiquem. Que não choram para estar sozinhos, mas exultam para estar dentro de si.
A rejeição
Que exultam para Ser seu maior presente. Que não imploram para não ser abandonados e rejeitados. Assim como uma árvore que não implora as folhas secas para ficar.
Deixá-la cair e partir. Os verdadeiros vencedores sabem perder. E encontrar em cada perda um professor inestimável, uma lição de vida. Um ganho inesperado.
Os bons Professores e Mestres são aqueles que sabem contar a história verdadeira e sábios são aqueles que param a corrida para ouvi-los. Porque o grande mistério da vida é sobre saber perder, não sobre saber ganhar. E, o maior desafio na vida é: RENASCER.
Para renascer na alma
É necessário entender que a tartaruga é melhor que a lebre! É necessário aprender que: devagar é melhor que rápido; cair é melhor que levantar; caos é melhor que cosmo; imprevisto é melhor que previsto, desacelerar é melhor que acelerado; não saber nada é melhor que saber tudo; errar é melhor que acertar, imperfeito é melhor que perfeito, ter algumas dúvidas é melhor que ter muitas certezas, que uma crise é a melhor etapa na vida e que as vezes perder é a melhor vitória.
Segundo o Dr. Bonatti, perder é vencer algo inesperado e desconhecido. É mudar a forma de pensar, ver, sentir e viver. É mergulhar e se perder na Alma do mundo.
É buscar uma nova trilha é não ter um caminho fixo, uma rota traçada igual a todos. Para o poeta espanhol Antonio Machado: “Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar”.
A essência de renascer
Para o Prof. Umberto Galimberti o novo homem precisa encontrar e resgatar a essência da ética do viandante. A ética do viandante se apoia na essência, naquilo que sobrevive após perder tudo o desnecessário. É dizer, ou seja, menos é mais! A vida é bizarra.
Muitas vezes, atrás de uma fragorosa derrota, se esconde um invisível e silencioso sucesso para a alma. Uma perda dolorosa pode virar imprevisivelmente uma vitória inesperada. Eis que, o processo de renascer é o resultado da ressignificação e pode ser pensado como uma declinação da Autorrealização, ou seja, da necessidade de qualquer ser humano de realizar plenamente si mesmo em termos de capacidade, potencialidade, criatividade, conhecimento e autenticidade, tornando-se aquilo que realmente é.
Para renascer é preciso humildade, sabedoria e muitas vezes é necessário a ajuda de um profissional.
O mar é maior que todos os rios porque fica um centímetro abaixo deles
A vida é a própria condição da existência humana: seu jeito especial de ser no Mundo. Hoje a necessidade de saúde mental e de renascer apontada pelo Dr. Bonatti, tornou-se a condição principal para a autorrealização, que antecede a mesma alimentação e sobrevivência.
Por exemplo, a anorexia é uma forma de recusa de vida, não comer é igual a não alimentar uma vida que não se sente como própria ou recusar a falta de sentido da vida mesma.
Segundo Carl Gustav Jung, o processo de Individuação; nos leva a um caminho através do qual o ser humano se torna realmente um “individuum psicológico”, ou seja, a pessoa se transforma em uma unidade autônoma e indivisível, se tornando uma totalidade.
Renascer e o conformismo
Em síntese, RENASCER, implica sair do óbvio e do conformismo, implica recusar modelos, ideias e idealizações, padrões de condutas e formas de vidas repetidas, implica uma atividade de esculpir pensamentos e deixar aflorar o novo partindo do vazio, não do velho.
RENASCER implica ter espaço dentro de si para brotar a semente de uma vida com sentido.
Conclusão
O cineasta e poeta Pier Paolo Pasolini, passou a vida toda a analisar o mundo dos últimos, dos esquecidos e sobretudo dos perdedores. A algumas décadas Pasolini escreveu este testamento para as futuras gerações: “Diante desse mundo de vencedores vulgares e desonestos, de prevaricadores falsos e oportunistas, de pessoas importantes que ocupam o poder, de todos os neuróticos do sucesso, do aparecer, do querer ser.
Diante dessa antropologia do vencedor de longe, Eu prefiro aquilo que perde”. Segundo Pasolini é necessário educar a nova geração sobre o valor da derrota (perda).
À sua gestão (saber perder sem frustração, alienação). Ver a humanidade que daí surge. Construir uma (nova) identidade capaz de sentir um destino comum, onde se pode falhar e recomeçar sem que o valor e a dignidade sejam afetados.
Abusador social
Não se tornar um abusador social que queira passar por cima do corpo (alma) dos outros para chegar primeiro. Contudo, o perigo da nossa época está na contradição da revolução dos bichos de George Orwell.
Os pequenos que querem se tornar grandes a qualquer custo, os últimos que querem se tornar primeiros (não em ampliar a consciência ou evoluir na educação) acabaram sendo os novos abusadores sociais e psicológicos.
A história da tartaruga e da lebre nos ensina que serão os passos lentos e sobretudo os falsos (lapsos e atos falhos) que nos farão percorrer longas distâncias e talvez encontrar a porta e a chave de ouro para renascer. Não tenha pressa em chegar, pois o importante é o processo e não a chegada.
O renascer e os obstáculos
Passo a passo, buraco após buraco, obstáculo após obstáculo, você aprenderá a perder o desnecessário, a se desprender dos objetos e relações tóxicas. A vida é uma viagem em companhia do tempo: viva com intensidade o presente, mas aprenda do passado e não tenha ansiedade e pressa de chegar no futuro, porque o ponto final da viagem é a cova, a morte.
“A VIDA É TUDO AQUILO QUE ACONTECE FORA DO PLANEJADO” John Lennon .
Por exemplo, se o leite desvia seu caminho natural, se perder ou se estragar, vira iogurte. Iogurte tem mais valor que leite. E se o iogurte piora ainda mais, vira queijo.
Queijo tem mais valor que iogurte e leite juntos. Se o suco de uva perder a doçura do açúcar e ao fermentar fica amargo, ele se transforma em um saboroso vinho, que é bem mais precioso que o suco de uva. Às vezes aquilo que aparentemente não tem preço, tem muito valor.
O essencial é invisível aos olhos
Por exemplo, o café mais caro e apreciado do mundo é produzido através dos excrementos da civeta, o Kopi Luwak, na floresta tropical na Ásia. Como? Simplesmente o fruto do café é comido pelo Kopi Luwak e logo é defecado liberando os grãos nas fezes.
Como diria o poeta: a merda para alguns, vira ouro para outros. O que não tem preço, às vezes tem muito valor. As coisas boas são caras, mas as melhores são de graça: a lua, o sol, o ar, o mar, a natureza, mas a maioria só quer o luxo.
O maior luxo é ostentar saúde mental e paz de espírito.
No final, o que significa renascer?
Significa que Você, meu querido (a), não é mau porque cometeu erros ou porque perdeu algumas batalhas. Erros e perdas são as experiências que enriquecem a vida e a tornam mais valiosas.
Cristóvão Colombo cometeu um erro: perdeu a rota de navegação e descobriu a América. Descobriu o novo mundo. Assim como todos aqueles que um dia se perderam no caos e se acharam no cosmo.
Às vezes quem se achou, se perdeu no próprio Ego. E quem se perdeu, se achou,encontrando-se! Não deixe seus erros e suas perdas te destruir. Não é a ausência de erros ou perdas que faz a perfeição.
A simplicidade, o renascer e a essência é a maior perfeição
O segredo, é o que você faz depois do erro ou de uma perda, não é ficar olhando para fora, mas começar a olhar para dentro. Não existe quem nunca errou, o erro é humano.
São os erros, as perdas que levam você para o maior achado, o maior tesouro: seu Ser verdadeiro e autêntico!
Entenda que quando não há certeza do futuro é preciso viver o presente com maior intensidade, mas para isso é preciso libertar-se do peso dos traumas do passado. A vida não é eterna.
Viver o hoje
Se a vida fosse eterna, você não daria valor ao tempo: o hoje e o amanhã seriam desperdiçados. O tempo e a liberdade psíquica são um grande tesouro.
Mudanças, distâncias, chegadas e partidas, ganhos e perdas fazem parte da vida. A vida passa como um trem. Não é possível esperar o melhor momento para realmente vivê-la.
Contudo, você não pode ignorar a sua dor, nem pode disfarçar ou calar seu problema e não pode confundir um sintoma com a sua causa.
O inconsciente
“A VOZ DO INCONSCIENTE É SUTIL, MAS NÃO DESCANSA ATÉ SER OUVIDA” FREUD.
SE VOCÊ está PERDIDO e quiser ouvir a voz sutil do seu inconsciente, PROCURE AJUDA de um Psicanalista Clínico preparado e engajado. Antes da escolha de qualquer profissional, veja se ele tem publicações, leia os artigos que escreveu, veja as avaliações.
Por isso o Dr. Bonatti convida Você a buscar no Google, ler e divulgar seus outros mais de vinte artigos escritos e publicados na revista do IBPC (Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica de SP).
Renascer com a ajuda de um profissional
Talvez, em algum canto do Mundo tenha alguém que está precisando de uma palavra de conforto, de uma luz ou esclarecimento e decida de Renascer. Não escolha um profissional apenas pela simples indicação de outro profissional (médico ou amigo que seja).
Na maioria das vezes é nepotismo e clientelismo. Faça primeiro a sua pesquisa e a sua avaliação pessoal. Antes de começar um processo de cura e de psicanálise, veja se o profissional está disposto a fazer a primeira sessão gratuita; conheça seu método de trabalho, sua formação, suas referências teóricas e sobretudo sinta a competência, a empatia e a confiança nele.
Somente se existir transferência (conexão) certa, entre o profissional e seu paciente haverá cura. É essencial, para seu bem e saúde psicofísica, pesquisar direitinho o trabalho clínico, acadêmico e social do profissional com que Você vai iniciar o processo para RENASCER.
Conhecer a si mesmo
RENASCER É CUIDAR DA PRÓPRIA SAÚDE MENTAL, RENASCER É CONHECER A SI MESMO(A), RENASCER É SE TORNAR QUEM VOCÊ REALMENTE É, RENASCER É ESCOLHER A AJUDA CERTA.
Porque desabafo não é terapia. Papoterapia não é cura. Amigo não é Psicanalista Clínico. Bebida alcoólica não é medicação. Depressão não é falta de Deus. Ansiedade não é frescura. Transtorno obsessivo não é demônio. Histeria não é loucura.
Livre arbítrio não é liberdade psíquica. Vício não é felicidade. Relacionamento tóxico não é Amor. Maconha não é Hipnoterapia. Suicídio não é covardia. Pânico não é ataque de um pirado. Teste de internet não é diagnóstico. Exibição no TikTok não é encontrar a si mesmo.
Aparências e o renascer
Aparência, não é essência. Botox não é autoestima. Pedir ajuda NUNCA é fraqueza. Qualquer pessoa pode passar por dificuldade, dor, trauma e feridas ao longo da vida que aparentemente não têm solução. Sócrates, o maior sábio da antiguidade, um dia disse que é preciso deixar morrer todas as certezas, para poder renascer para a Vida!
Portanto, renascer não é uma maquiagem, não é uma máscara, não é trocar penteado, não é alisar o cabelo, não é fazer uma tatuagem, não é alongar unhas, não é extensão de cílios, não é marcar as sobrancelhas, não é tornar-se loira, não é comprar um vestido novo Renascer é trocar a roupa da Alma e vestir um par de olhos novos .
Renascer das cinzas com a ajuda de um psicanalista clínico
Um Psicanalista Clínico pode lhe ajudar a renascer das cinzas como uma Fênix, decifrando aquela voz invisível do inconsciente, também com a ajuda da hipnoterapia. Um Psicanalista Clínico pode encontrar a causa primária do seu sofrimento e pode lhe ajudar a ressignificar e a transformar a sua dor em uma luz para a sua vida.
Um Psicanalista Clínico pode lhe ajudar a encontrar a felicidade, aquela paz de espírito, o sossego da sua mente, a liberdade interior, a viagem mais bela onde você não tem medo de ficar sozinho ou de ser abandonado, porque reencontrou-se.
Ao final, um Psicanalista Clínico pode lhe ajudar a RENASCER, a transformar a sua vida em uma obra de Arte, autêntica e original, não em uma cópia falsa e desbotada. Para renascer é preciso coragem (eg. Cor, coração) para enfrentar uma viagem complexa, mas fascinante como a Odisseia.
Abrir horizontes no renascer
É preciso deixar ir, largar pesos, cortar laços, abrir horizontes, descobrir novas rotas, partir e repartir, cair e levantar, atravessar o deserto, caminhar na terra e navegar no mar, não ficar dentro de uma piscina…Viver é fazer tudo valer a pena. Pois, um dia o tempo vai acabar.
A vida não permite ensaio e você precisa sair da plateia e se tornar o ator principal da sua história. Marco Aurélio no fim da sua vida disse: “O que fazemos agora ecoa na eternidade.” Alguns deixarão uma impronta saudável na Terra, uma lição para as futuras gerações, outros serão simplesmente esquecidos ou varridos como poeira.
Faça tudo valer a pena. Valorize os detalhes. Pois, a simplicidade é a maior perfeição. Porque na vida perder é sempre ganhar um pouco como mostrou o protagonista Russell Crowe, no final do filme O Gladiador.
Transformando a vida
Sua mente tem o poder para transformar sua vida e o mundo, para o bem ou para o mal. Escolha cuidar da sua mente também para não tornar a vida dos outros um inferno. Agora é tempo de soltar os galhos mortos e varrer as folhas secas, de tirar a cinza da sua cabeça, de respirar fundo, de arar a terra, de plantar uma nova semente e aguardar uma nova brotação.
Agora é tempo de semear, de florescer e de dar frutos. “Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto (não pelas raízes); pois dos espinheiros não se colhem figos, nem dos abrolhos se colhem uvas.” Em conclusão, todas as perdas e todas as artes, contribuem para a maior de todas as artes: A ARTE DE VIVER E DE RENASCER!VIVER É ESCULPIR UMA OBRA DE ARTE. RENASCER É DEIXAR ESTE LEGADO PARA A HUMANIDADE.
P.S. O Dr. Bonatti dedica este artigo a todos seus pacientes passados, presentes e futuros, a todas as pessoas que sofrem, que caíram e se perderam, a aquelas que já morreram, mas que tiveram a coragem e o desejo de Renascer a cada dia e que lhe ensinaram que vale apena viver, realizar seu sonho e encontrar um sentido para a Vida.
Marco Bonatti tem doutorado em Psicologia na Argentina; é Analista Reichiano do Corpo e do Caráter; Psicanalista Clínico, Hipnoterapeuta e colunista no IBPC de SP. O Dr. Bonatti ajuda você asuperar todos os conflitos psíquicos e desafios da vida. Faça análise e terapia diretamenteem videoconferência, no conforto da sua casa. EXPERIMENTE A PRIMEIRA SESSÃOGRATUITA! Escreva uma mensagem no WhatsApp explicando seu problema:+55 (85) 994263190E-mail: [email protected]: DrMarcoBonatti
1 thoughts on “Renascer: entre perdas e ganhos”
Uma linda reflexão! Parabéns ao autor do artigo.