A repressão em psicanálise é um dos conceitos centrais da área. Então, confira o que é a repressão e como ela se manifesta no dia a dia.

O que é Repressão em psicanálise

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A repressão em psicanálise é um dos conceitos centrais da área. Desse modo, de sua prática clínica. Dito isto, confira o que é a repressão e como ela se manifesta no nosso dia a dia.

O que é repressão em psicanalise?

Na psicanálise, a repressão é um mecanismo psíquico inconsciente.  Ou seja, é algo que a pessoa remove da sua consciência pensamentos ou resíduos de memória considerados inaceitáveis e intoleráveis pelo ego.

Nesse sentido, este é um dos temas teóricos centrais. Pois, é algo que as pessoas vivem quando passam por situações dolorosas. Em vista disso, diante uma experiência angustiante, logo ela deve ser removida. Assim, o superego é ativado e passa a operar tais experiências.

Portanto, o objetivo é modificar. Ou seja, reestruturar em conteúdo e forma, o contexto real da memória reprimida daquela experiência.

Repressão para Freud

Sigmund Freud desenvolveu o conceito de repressão como parte de sua teoria psicanalítica. Então, de acordo com o mesmo, a repressão ocorre quando um pensamento, memória ou sentimento é muito doloroso para um indivíduo.

Por isso, a pessoa, de maneira inconsciente, empurra a informação para fora da consciência. Sendo assim, se torna inconsciente de sua existência.

Além disso, o pensamento reprimido ainda pode afetar o comportamento. No entanto, a pessoa que reprimiu o pensamento está completamente inconsciente de sua existência ou efeito.

Em resumo:

  • Um experiência ou pensamento seria doloroso demais para sempre lembrarmos disso.
  • Nosso inconsciente reprime este conteúdo a nível do inconsciente.
  • Este conteúdo reprimido realiza uma espécie de retorno: não é apagado totalmente, e pode se modificar na vida psíquica, manifestando-se como uma neurose, por exemplo (fobia, obsessão, ansiedade, angústia etc.).
  • A superação de um conteúdo reprimido doloroso via de regra é uma espécie de descoberta e reprocessamento dessa experiência, mediante muitos “encontros indiretos” que o paciente tenha com este conteúdo reprimido.

A terapia psicanalítica pode ajudar a encontrar e reelaborar conteúdos e padrões inconscientes que possam ser a causa de sintomas psíquicos.

Veja alguns exemplos de repressão em psicanálise

Para compreender melhor a repressão em psicologia, confira a seguir alguns exemplos.

Criança que sofre abuso por parte dos pais

Essa criança reprime as memórias e se torna inconsciente delas na fase adulta. Dessa forma, as memórias reprimidas de abuso podem afetar o comportamento dessa pessoa, causando dificuldade nos relacionamentos.

Pessoa que sofre uma picada de aranha

Na infância, uma pessoa que sofre uma picada de aranha desenvolve uma fobia intensa. Contudo, ela não tem qualquer lembrança desta experiência desagradável. Pois, como a memória da picada é reprimida, a pessoa pode não entender a origem de sua fobia.

Em suma, os deslizes freudianos, ou parapraxias, por definição, podem ser considerados exemplos de repressão. Em vista disso, Sigmund Freud acreditava que os erros na fala, na memória ou nas reações físicas eram o resultado de algo oculto no inconsciente do agressor.

Como funciona a repressão?

Segundo a teoria clássica da repressão, ela atua desde a infância, em especial, com o desenvolvimento psicossexual. Neste sentindo, a repressão está ligada à exclusão dos desejos incestuosos e agressivos das figuras paternas. Logo, por meio da moral, dos ideais e de outras demandas sociais.

Dessa maneira, a repressão primordial atua separando o self das representações sexuais para garantir uma adaptação ao meio.

Sem essa operação, os desejos incestuosos e proibidos pela moral seriam descarregados de forma delirante ou perversa. Sendo assim, causam comportamentos rejeitados pelo meio social.

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    Ademais, a repressão secundária atua como parte das representações alojadas no inconsciente. Assim, eles emergem na consciência por meio de:

    • sonhos;
    • atos falhos;
    • memórias distorcidas;
    • fantasias.

    Por conseguinte, para serem esquecidas, são censuradas pelo superego.

    Como a repressão produz o inconsciente?

    Como vimos, a repressão expulsa da consciência pensamentos e desejos que não são aceitos pelo Self. Logo, esses conteúdos, são direcionados para outro campo. Assim, tudo o que foi reprimido vai para o inconsciente.

    Dessa forma, o inconsciente é a instância onde habitam as pulsões da mente, segundo Freud e a psicanálise. Isto é, as forças primitivas que buscam satisfação imediata. No início, o ser humano nasce como um “ caldeirão de pulsões ”.

    Porém, à medida que cresce e se integra ao plano simbólico e cultural, as repressões atuam como função normativa do ego diante da realidade. Dessa forma, a repressão é um mecanismo fundamental. Pois, ela separa o sistema consciente dos conteúdos primitivos associados aos impulsos sexuais da vida infantil.

    Neste sentindo, ela abriga tais representações no sistema inconsciente. Assim, permite uma homeostase no psiquismo. Pois, segundo Freud, “o que é reprimido também persiste nos homens normais e pode desenvolver funções psíquicas”.

    Então, quais são os desejos reprimidos?

    Desse modo, é preciso esclarecer que, para a psicanálise freudiana, os desejos são impulsos psíquicos que tendem a satisfazer as necessidades do organismo. Todavia, esses impulsos estão ligados ao conjunto de representações e percepções que em algum momento satisfizeram essas necessidades.

    Portanto, os desejos são inconscientes e fazem parte da nossa “realidade psíquica”. Sendo assim, são eles que determinam a forma como tratamos as coisas e o mundo para obter satisfação.

    Além disso, os desejos reprimidos se configuram a partir das fantasias originais da primeira infância. Pois, esta é a época em que foram excluídas as representações que acompanhavam as satisfações. Ou seja, por meio da repressão primária. Portanto, os desejos reprimidos são constituídos principalmente por:

    • desejos sexuais incestuosos e fantasias sedutoras;
    • fantasia de inveja e fusão;
    • desejo que o rival paterno desapareça;
    • desejos de destruição.

    E quais são os sentimentos reprimidos?

    Dessa forma, os sentimentos que acompanham as representações reprimidas são estrangulados. Portanto, eles não podem ser expressos, ou descarregados, de forma adequada. Nessa perspectiva, os sentimentos não poderão acessar o plano simbólico, ou circular de forma livre na consciência.

    Por outro lado, o afeto doloroso que acompanha as representações reprimidas é uma condição intuída. Pois, esta é vivenciada pela consciência e pode estar ligada a outras ideias. Contudo, as imagens e pensamentos podem passar para um estado de ansiedade.

    Ademais, também são expressas por sintomas físicos no corpo. Desse modo, estão relacionadas às afeições psicossomáticas.

    Em suma, os sentimentos estrangulados podem mudar para outras representações. Ainda, podem gerar desconfortos significativos na vida da pessoa. Pois, causa angústia ou outros comportamentos, como:

    • histeria de conversão;
    • obsessões;
    • fobias;
    • neuroses de fracasso;
    • altas demandas próprias;
    • sentimento de culpa excessiva.

    A repressão em Psicanálise contemporânea

    Os psicólogos contemporâneos costumam usar a repressão para se referir às memórias reprimidas. Ou seja, os incidentes da vida que a pessoa não consegue lembrar. Assim, há o auxílio de ferramentas terapêuticas, como a hipnose. Contudo, a terapia da memória reprimida é extremamente controversa.

    No final dos da década de 1920, muitos terapeutas utilizaram a hipnose para ajudar as pessoas a lembrar dos incidentes de abuso sexual. Por conseguinte, em alguns casos, o abuso acabou por nunca ter acontecido.

    Por isso, muitos psicólogos tradicionais agora argumentam que as memórias reprimidas são muito incomuns. Enquanto alguns médicos argumentam que, uma vez que uma memória é perdida, ela não pode ser recuperada.

    Considerações finais sobre repressão em Psicanálise

    Agora que você sabe o que é repressão em psicanálise, que tal se aprofundar no assunto? Por isso, conheça o nosso curso online de Psicanálise Clínica. Dessa forma, você terá acesso a teoria e clínica de Freud e outras ideias da psicologia. Então, não perca tempo e se inscreva agora mesmo!

    5 thoughts on “O que é Repressão em psicanálise

    1. Como apresentar repressão, o que falar?

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Olá, Maria José. Quando, ao final do artigo, não houver menção de autoria, a autoria é do Blog Psicanálise Clínica.

    2. carmen aparecida de oliveira alves disse:

      Oi, onde está a indicação das referências ?

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Bom dia, Carmen. Você diz “referências bibliográficas”? Nem todos os nossos artigos trazem estas referências, ok?

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