ciência e arte na psicanálise

Hermenêutica como ciência e arte na Psicanálise

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O presente artigo tem como objetivo apresentar ideias sobre a ciência e arte na psicanálise.

 Ciência e arte na psicanálise: Rituais na dança do par analítico

O primeiro ritual é entender a METALINGUAGEM (no grego “metá” significa entre, com, no meio de) deste artigo e, aplicar alguns dos itens, se possível, no atendimento personalizado para cada analisando, numa linguagem comum ao PAR ANALÍTICO. O princípio básico é aquele de “cada caso é um caso” ou no popular, “somos todos humanos…, mas de médico e louco todos temos um pouco” Não será este o caminho que abordaremos no presente trabalho, mas sugerimos uma consulta interessante em https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/psicologia/paranoia-31194.html 

Ao contrário, iremos comentar a Psicanálise através da Ciência da Linguagem sob o foco da Hermenêutica como sendo aquela ciência que busca uma possível sistematização dos processos de interpretação, como dos sonhos, algo maleável e que tem uma direção, a Semiótica, estudo de doutorado deste autor, que separou o parágrafo seguinte das suas pesquisas: A natureza é repleta de significações e o homem, por sua vez, se constitui por meio do significado (PEIRCE, 1995).

Significações, ciência e arte na psicanálise

Significado este que lhe serve como prática de reconhecimento e interação com a realidade. Textos, filmes, músicas, poemas falados, escritos ou cantados, estátuas, uma nuvem, um grito, todas essas linguagens são portadoras de significado (SANTAELLA, 2009). Agora incluímos, a FALA do ANALISANDO. Sendo que esse significado não é inato nas linguagens, mas parte de um processo que envolve a interpretação (ECO, 1991).

No final pincelamos um rápido quadro na Arte e Ciência na abordagem de David E. Zimerman, num possível paralelo com a Semiótica, na visão resumida de estudos de signos dentro de uma abordagem holística, ou seja, o olhar do psicanalista abrangente, global, integrativo, multidisciplinar que o conduz a um status de GENERALISTA.

Nesta última situação, a de GENERALISTA, os rituais da dança do PAR ANALÍTICO, teoricamente é a busca da CRIATIVIDADE inovadora para cada caso e empreendedora nas formas, processos e procedimentos que solucionem os CPC – Conflitos, Problemas e Crises. (Simcsik,2002, contracapa).

A convivência

Na convivência, tanto teórica como na prática, percebemos os rituais psicanalíticos desenvolvendo-se em diferentes e múltiplos espaços, limitados pelo “corpo”, mas totalmente e sem fim, ou seja, é amplo no “espírito/alma/mente” e, até onde compreendemos, sem fim, apesar da finitude humana. (Consultar– meu acesso: 21/09/21 às 10:45h – e pesquisar a palavra Espaço e seu arcabouço em: http://www.dicpoetica.letras.ufrj.br/index.php/Espa%C3%A7o).

O segundo ritual é a METÁFORA naquele entender detalhadamente na construção de um profissional da/de Psicanálise, como se fosse um cinto de segurança de um carro ou outro transporte, sempre fundamental enquanto ocorre a viagem, mas se tornam dispensáveis quando a mesma termina, mas, se os passageiros querem seguir por algum desejo, os mesmos cintos serão usados, ou outros em caso de mudança de transporte ou assento.

O terceiro e o quarto rituais estão destacados dentro do primeiro ritual, onde desenhamos a Arte e a Ciência, nossos quinto e sexto rituais. Logicamente cada ANALISTA já percebeu o sétimo degrau das escadas do saber, a LEXICOGRAFIA, um apoio fundamental para a anamnese e sua exegese. O sétimo degrau é o final, como pode ser bem, e acreditamos que sim, bem o começo, pois busca o entendimento dos vocábulos empregados pelo(s) paciente(s), ou, se preferirem, analisando(s).

Hermenêutica como ciência e arte na Psicanálise

As definições dos RITUAIS podem ser estendidas, modificadas, reduzidas e até alteradas conforme a época, escolaridade, e tantos outros fatores influenciadores das vivências do leitor e seu ramo do conhecimento com um glossário e até vocabulário próprios.

A proposição de glossário e vocabulário próprio é uma questão que sobrenada qualquer ritual, ou seja, o CONHECIMENTO da matéria, da disciplina, autoconhecimento, vivências, o relacionamento ou “entrar na dança” na formação do PAR ANALÍTICO.

Formado o PAR, resta, conforme o dicionário do google, “participar numa situação ou num acontecimento de que antes se era apenas espectador”, ou ainda, “agir sob influência de alguém”. Mas, na Psicanálise, não é apenas participar ou agir, mas sim buscar a Arte e a Ciência através do óbvio, o AMOR ao PRÓXIMO. (Sugestão: uma nova pesquisa no Google sob este título, e perceber que a acepção fere uma das Lei Regias do Ser Humano, ou seja do analisando da psicanálise, e for o caso – meu acesso: 22/09/21 às 15:56h).

Valorizando palavras – Julgamento crítico

Nos diferentes rituais, onde todos se equiparam, o domínio dos participantes e de seus textos falados está ligado diretamente ao domínio de cada palavra. No livro TIA -“Tecnologia da Informação Automatizada” (pg 281, Cap. 6.a, Poder Normativo dos Grupos Sociais; Ed. Berkley, 2002) afirmo que, através do JC – Julgamento Crítico ( Nove perguntas básicas) que, “qualquer pessoa pode desenvolver a exegese, com o mínimo de conhecimento de palavras-chave”. , no presente caso, envolvendo o analisando, como emissor da comunicação e o psicanalista como receptor deveria entender do assunto.

Clamo pelas palavras de DAVID F. ZIMERMAN (Manual de Técnica Psicanalítica, uma re-visão, pg. 59, Artmed, 2008) que afirma e eu separo para o JC sem estabelecer antecipadamente juízos de valor (https://www.google.com/search?q=juizos+de+valor+filosofia – consultado em 22/09/2021 às 16:31 h) – apenas os itens 4 e 6, “para a elaboração de uma impressão diagnóstica consiste em considerar…

  1. Nosológico Obs.: Semiologia
  2. Dinâmico
  3. Evolutiva
  4. Funções do ego (por exemplo, a “capacidade sintética do ego” já é um nível elevado que permite simbolizar simultaneamente significações opostas e ou contraditórias).
  5. Configurações vinculares
  6. Comunicacional (na atualidade, esse aspecto adquire uma grande relevância).
  7. Corporal (cuidados corporais, autoimagem, presença de hipocondria ou de somatizações…).
  8. Manifestações transferenciais e contra transferenciais, etc.”
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Anexo I  –  Um momento do perfil analisando 

Adaptação do Autor de seus Estudos de Pós-Doutorado sobre o Perfil Humano Antropológico e Sociológico. Obs. VOC_EU criação que corresponde a VOCÊ como pessoa e o EU o OUTRO como mente/energia/alma/espírito

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    A primeira percepção permite deduzir que o item 4 – Funções do ego, é determinante da ação do item 6 – Comunicacional. Assim, através de uma face humana desenhada vamos partir de uma análise, mesmo que superficial das 9 (nove) perguntas do JC em duas dimensões do chamado PERFIL do ANALISANDO (na ponta do nariz da figura) O TER utopias e o SER emancipado. Lembrar que o “Terceiro-Olho” é uma das técnicas de “acupressão” e fica entre o TER e o SER (na figura-entre as sobrancelhas). 

    Como paradigma adotamos novamente as palavras de Zimerman (Fundamentos da Psicanálise, pgs 22 e 23) para identificarmos a Psicanálise como Ciência (pg. 23) e como Arte (pg. 22) destacando as duas abordagens da Evolução Histórica da Psicanálise (Ciência) e os Quadros Psicopatológicos (Arte) (os quadros-pinturas mencionados por Zimerman podem ser encontrados na coleção A Bíblia Ilustrada-Antigo e Novo Testamentos – Ed. Abril, 7 Volumes, Grupo Victor Civita, 1968)

    Visão holística do analisando

    Aplicando no Anexo I uma visão holística, ou seja, ampliando toda o rosto “Antropológico e Sociológico”, olhamos de maneira expandida o presente trabalho, o Perfil PESSOAL composto pelas Dimensões Questionáveis, que também são encontradas nas FALAS dos analisandos.

    Numa primeira visão do todo, vamos perceber que os 9 (nove) determinados pontos de equilíbrio onde os estudiosos encontram a maturidade profissional ao estenderem seus olhares um pouco além dos livros e dos analisandos, buscando situações que inovem ou pelo menos sejam empreendedoras com o emprego da hermenêutica psicanalítica. Respostas das 9 perguntas, em qualquer ordem, é a busca do Psicanalista.

    Podemos afirmar que o resultado desta busca, sem dúvida, é a confirmação de uma CULTURA que norteia o conjunto de maneiras de ser, valores, padrões de comportamento, estilos maleáveis de atendimento psicanalítico e ações valorizadas pelos fatos contados (verdadeiros ou fantasiados) do psicanalisando. (simcsik, 2002, pg 103).

     Ciência e arte na psicanálise e o Psicanalista

    As respostas podem seguir por vários caminhos e cabe ao PSICANALISTA destacar o próprio SABER OUVIR, e decifrando a mensagem, buscar o CONCILIAR, ou seja, abrir as GRADES do corpo como da alma e trazer à tona a tranquilidade do viver na PAZ SOCIAL do/de seu ANALISANDO.

    Mas não obtendo o rápido sucesso e prolongando-se as horas de atividades de pesquisa psicanalítica podemos sugerir o poder da MEDIAÇÃO, em seus diferentes sentidos, como por exemplo, AMAR é ser LIVRE, na AMIZADE é ser PRESO, FICAR é DUVIDAR e se conseguir EQUILIBRAR pode-se chegar a VERDADE (Simcsik, 2019/20).

    Em casos extremos, o ARBITRAR pode-se tornar uma necessidade para tirar as GRADES que cercam o ANALISANDO, ou pelo menos torna-las ELÁSTICAS, para que no tempo, sejam arrancadas uma a uma e lançadas ao léu. (Idem). O leitor percebe que as GRADES físicas ou psicológicas cercam o CONHECIMENTO, para no domínio, castrar o SABER. Resultam então Atos de Submissão e em alguns casos abafa, abate e mata. (Idem).

    Caminhos para o “Grand finale” no setting

    Zimerman apresenta 27 diferentes caminhos no capítulo “AS FUNÇÕES TERAPEUTICAS DO SETTING” e comenta no início que “há muitas particularidades invisíveis – sutilezas, armadilhas, transgressões, a pessoa real do analista como um novo modelo de identificação, etc. – que tanto podem agir de uma forma terapeuticamente positiva quanto negativa, conforme for o manejo técnico do terapeuta”.

    Concordamos que entre o positivo e o negativo há quase que infinitas “particularidades” pois o Ser Humano tem a posse de seu corpo, uma singela, mas complexa tecnologia, que alguns acreditam ser presente de Deus enquanto outros navegam por vários extremos explicativos da NÃO existência de Deus. Para o psicanalista, novato ou “tarimbado”, não pode considerar como limite o CORPO e parte para compreender e cuidar do espírito, da mente e do bem-estar energético do corpo e da alma.

    Podemos chamar de particularidades invisíveis que estão além do conhecimento técnico, que cada um de nós conhece, pode dominar e acrescentar sempre algo mais. Para o novato há uma necessidade de mudar seus conceitos, adaptar-se às novas realidades onde determinados padrões éticos serão reavaliados, reestruturados, reordenados e até reimplantados.

    O tarimbado

    Para o “tarimbado”, acompanhando as mudanças tecnológicas e as variáveis políticas, há uma necessidade subjetiva de valorização da inteligência e do raciocínio, tanto teórico como prático. Mas, tanto para o novato como para o antigo, ou melhor, experiente (e mais 40 antônimos -contrário- de novato no Google), os alicerces do saber SER e TER devem acompanhar a evolução da ciência e da tecnologia, pois são oportunidades de obter um setting onde a base acadêmica será o fiel da balança do conhecimento prático versus o teórico, cada um no seu “prato” de equilíbrio.

    Neste pesar de valores comportamentais e espirituais, o psicanalista torna-se um indivíduo COMPLETO e pronto para cada atendimento propiciar um ‘GRAND FINALE” ao seu analisando, no caso final, um eterno cliente pelos ótimos resultados.

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    Esta situação será obtida através da HERMENEUTICA PSICANALÍTICA que promove aquele impulso irresistível a uma carreira vitoriosa que será modelo, para todos os neófitos estudantes de PSICANÁLISE.

    Este artigo é um BATISMO, que se renova a cada novo analisando, na carreira distinta que escolhemos…

    Referências bibliográficas

    ECO, U. Tratado geral de semiótica 2. ed. Săo Paulo: Perspectiva, 1991. • PEIRCE, C. S. Semiótica 2. ed. Săo Paulo: Perspectiva, 1995. • SANTAELLA, L. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal. 3. ed. Săo Paulo: Iluminuras, 2009. • SANTAELLA, L. O que é semiótica Săo Paulo: Brasiliense, 1983. (Coleçăo Primeiros Passos). • SIMCSIK, TIBOR. CO/ME/AR por CO/NE -COnciliação, MEdiação e ARbitragem por COmunicação e NEgociação, 2da. Ed, 2019/20, Edição do AUTOR através de um clubedeautores.. • SIMCSIK, TIBOR. Organização, Sistemas e Métodos. SP, Ed. Futura/Siciliano, 2ª Ed. 2002. • SIMCSIK, TIBOR e POLLONI, ENRICO G.F. Tecnologia da Informação Automatizada, 2002, SP, Berkeley. • ZIMERMAN, DAVID F. Manual da Técnica Psicanalista – Uma revisão, Artmed, 2008.

    O presente artigo foi escrito pelo Prof. Dr. TIBOR SIMCSIK-Psicanalista Sistêmico e Advogado Conciliador e Mediador Familiar e Empresarial (OAB nº 25.492/SP). Escritor, Cronista e Jornalista. Contato:[email protected]

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