fontes apócrifas

As fontes apócrifas e a Psicanálise

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Veja sobre as fontes apócrifas. Vamos nesse artigo (pequeno enfoque) examinar um tema que tem dado muito o quê falar e que versa sobre as fontes apócrifas sob o prisma da Psicanálise. O tema ainda esta sendo muito estudado e uma indagação preliminar já surgiu: “As fontes apócrifas possuem ou não, um vínculo forte e profundo com a Psicanálise?” Este será o desafio desse enfoque.

Entendendo sobre as fontes apócrifas

Neste enfoque, (pequeno artigo), vamos examinar um tema que tem dado muito o quê falar e que versa sobre as fontes apócrifas sob o prisma da Psicanálise. O tema ainda esta sendo processado e refletido aos poucos e vem sendo estudado de forma muito incipiente e uma indagação preliminar já surgiu no horizonte: “As fontes apócrifas possuem ou não, um vínculo forte e profundo com a Psicanálise?”

Este tem sido o desafio de analistas que precisam de mais estoque de tempo e taxa de atenção e demanda para se debruçar sobre essas fontes e esclarecer muitos pontos obscuros que os escritos canônicos, apesar de ricos em dados e informações, não conseguiram fornecer ainda um manancial mais forte e suprir questionamento até por falta de melhores respostas que poderão ser encontradas nas vastidão das fontes apócrifas se integradas com as canônicas. Muitas lacunas das fontes canônicas, poderão ser supridas pelas fontes apócrifas.

Vamos examinar o que são essas fontes; como elas já estão consolidadas; qual o papel da Psicanálise diante de tais fontes; as fontes canônicas; o legado dessas fontes apócrifas e a falta ainda de estudos mais profundos. Na conclusão vamos responder a indagação proposta.

O que são as fontes apócrifas?

As fontes apócrifas também conhecidas como livros apócrifos são um termo do latim tardio que derivou do grego clássico e quer significar ‘escritos ocultos ou secretos’ e, são de fato, escritos antigos que não foram reconhecidos, infelizmente, pelo Magistério da Igreja como fontes canônicas por não serem considerados inspirados.

O termo “apócrifo” foi em tese, conforme relatos, concebido por Jerônimo (Eusébio Sofrônio Jerônimo, também conhecido como Jerônimo de Estridão, nascido em 420 d.C, em Belém, que foi sacerdote cristão, teólogo e historiador mais tarde canonizado santo considerado doutor da Igreja Católica) isso no século V, para designar basicamente antigos documentos escritos no período entre o último livro das escrituras bíblicas.

O Livro de Malaquias e o nascimento de Jesus Cristo. São escritos que não fazem parte do cânon bíblico ou Bíblia Sagrada. Esses escritos ou fontes foram proscritos, ou seja, deixados de lado. Eles não integram o rol dos livros bíblicos. Esses escritos foram ignorados por muitos séculos. Inclusive houve épocas em que o acesso a tais fontes nas bibliotecas católicas eram proibidos até que foram juntados e consolidados num grande livro único que passaram a chamar de Bíblia Apócrifa.

A Bíblia Apócrifa e as fontes apócrifas

O grande livro em que foram juntados e consolidados os escritos ou fontes apócrifas foram chamados de ‘Bíblia Apócrifa’ e também dividido em escritos do VT, Velho Testamento e, escritos do NT, ou Novo Testamento. A princípio ocorreu uma resistência imensa dentro da Igreja Católica contra a consolidação. Usavam muito os livros de forma esparsa, à medida que iam traduzindo do latim e outras línguas. Esse óbice finalmente foi vencido e editada a primeira Bíblia Apócrifa, mas sem o Livro de Maria Madalena e do Judas Iscariotes.

Entretanto, muito importante destacar e salientar bem, que alguns escritos apócrifos chegaram a integrar a Bíblia Canônica ou Católica e depois foram retirados e outros permaneceram. Alguns integram a Bíblia Protestante. Como exemplo temos o Livro de Macabeus I e II, excluído o III e IV; o Livro de Esdras; o Livro de Rute. Também, o Livro de Neemias; o Livro de Judite.

Estimam estudiosos e pesquisadores, que existam entre 132 a 140 escritos apócrifos podendo ser muito mais se foram achados, porque existem relatos de livros ainda não achados, com o Diário de Noé, o Livro de Eva, entre outros. Livros que inclusive foram relatados por Josué, filho de Num, da tribo de Efraim, filho de José, ao assumir o controle e liderança do êxodo no deserto.

Incineração de apócrifos

Ocorreu uma tentativa de incineração de apócrifos, após o Concílio de Nicéia, em 325 d.C., mas muitas cópias foram reproduzidas em aramaico, hebraico, coopta e grego; mais tarde em latim. E do latim foram vertidas depois para quase todas as línguas vivas do planeta.

No Brasil, a partir da década de 1920, as fontes apócrifas eram escassas e importadas, e ainda não traduzidas do latim para o português e começaram a ser estudadas. Atualmente, todas as fontes estão praticamente traduzidas e já temos bíblias apócrifas em português.

O que compõem a Bíblia Apócrifa?

As primeiras edições das Bíblias Apócrifas não tinham o Evangelho de Maria Madalena e nem o de Judas Iscariotes, o que traiu Jesus, o Cristo. A partir de 2005, começaram esses escritos a integrar as edições. A Bíblia Apócrifa também foi dividida em VT e NT, (Velho e Novo Testamento). Inaugura seu primeiro escrito, o Livro de Adão e Eva, I e II; depois seguem os demais livros, como de Enoque, até o Testamento dos Doze Patriarcas, Registro das Cavernas até sobre o Livro da Origem do Mundo e até o Livro dos Jubileus, que encerra o VT.

No NT, Novo Testamento, começa com os Evangelhos apócrifos, ou seja, que não integram a Bíblia Canônica. Vale destacar que todos os apóstolos possuem evangelhos. Além de alguns apóstolos desconhecidos como o Valentino, Depois, tem os ciclo das cartas inaugurado por Pilatos, atos do julgamento de Cristo, as cartas que Jesus escreveu, encerrando com os Apocalipses. Fato curioso é que temos vários apocalipses nos apócrifos, o de Adão, de Baruch, de Abraão, de Moises, de Elias, de Pedro e de Tomé. Na Bíblica Canónica temos apenas um Apocalipse, que é o de João, escrito na Ilha de Patmos (Ilha grega do Dodecanso, no Mar Egeu Meridional, situada a 55 Km da costa SO da Turquia), durante o desterro do apóstolo.

Na Bíblia Apócrifa temos o Evangelho de Felipe; de Judas, o Iscariotes; de Maria Madalena, de Maria mãe de Jesus, de Jose, o pai de Jesus, da Infância de Jesus no Egito; de Tomé, e até um livro esparso, de José, o filho de Jacó que foi vendido pelos irmãos aos mercadores ismaelitas de escravos e que foi parar no Egito e mais tarde seria um ‘vizir’, primeiro ministro chegando a ser faraó provisório e tutor do filho menor do faraó. Vale frisar que Benjamim, irmão de Jose, o vizir, assassinou um príncipe faraó da linha de sucessão.

O papel da Psicanálise

Esse grande livro que consolidou os escritos apócrifos foi alvo de uma profunda ruptura dentro da Igreja Católica porque sempre foi visto com muita desconfiança pelo Magistério da Igreja, os cardeais reunidos. O papel da Psicanalise diante das fontes ou escritos apócrifos, algumas ainda inexploradas, é imenso porque os escritos relatam as mais profundas crises que a Igreja primitiva viveu, com processos de formação de culpas, os recalques, a sublimação de muitos, o homossexualismo e as parafilias, ciúmes e invejas, traições, adultérios, os crimes por ambição e egoísmos, a soberba geral de egos inflados e tudo mais.

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    Existem fatos relatados que são preciosidades. É um manancial de dados e informações. Pesquisadores costumam dizer que as fontes apócrifas ainda são uma imensa floresta a ser penetrada. Tudo ainda é meio mato. Existe até um relato em tese, num dos evangelhos apócrifos de uma relação suspeita de ser homossexual entre Jesus e um dos apóstolos. Relatam beijos e abraços em Maria Madalena, possível filhos e como Judas traiu Jesus, momento que o Satanás entra nele.

    Quando Jesus expressa ‘faças o que tenhas que fazer e rápido’ na verdade estaria falando com Satanás e não com a alma de Judas, que era filho de um sacerdote do Templo de Jerusalém. Fatos relatados no corpo dos escritos são simplesmente inéditos e demandam um bom estoque de tempo para leituras. No momento que a Psicanálise entrar no âmago das fontes apócrifas haverá com certeza uma revolução nas mentalidades.

    As fontes apócrifas e a Psicanálise

    Cabe a Psicanálise bem como as demais ciências um papel de desvendar os escritos apócrifos e ir apresentando ao tecido social capilar suas conclusões. As fontes apócrifas possuem milhares de insumos e matérias-primas para grandes estudos futuros. Pesquisadores estimam que menos de 5% das fontes apócrifas foram exploradas e elas ainda continuam ignoradas por muitas pessoas que nem sabem que elas existem. Muitas copias dos apócrifos estariam na antiga biblioteca de Alexandria que foi incendiada em 48 a.C.

    As fontes canônicas são os livros ou escritos bíblicos que estão consolidados na Bíblia Católica e Protestante e considerados livros inspirados. Inaugura a Bíblia Católica os escritos o Livro de Gênesis, seguido por mais quatro, considerados o Pentateuco, e após os livros históricos, após os livros proféticos, os livros poéticos.

    No NT, vamos encontrar os quatro evangelhos, as epístolas, que são as cartas dos apóstolos e finalmente um, mas apenas um apocalipse. Diferente da Bíblia Apócrifa onde teremos sete apocalipses. As fontes canônicas já foram desbravadas pela Psicanálise e demais ciências humanas.

    O legado das fontes apócrifas

    Não temos ainda condições de falar de um possível legado das fontes apócrifas porque elas precisam ser bem exploradas e para tal, precisam se difundir no tecido social, de forma mais capilar possível e adentrar nas academias. Ainda existe um processo forte de resistência contra as fontes apócrifas.

    A quase totalidade dos cursos de Teologia não contemplam estudos profundos sobre as fontes apócrifas como já existem sobre as fontes canônicas e sobre os mitos greco-romanos. Inclusive com figuras associadas à Psicanálise. Sigmund Freud (1956-1939) se socorreu muito da mitologia grega que a romana herdou, para explicar suas principais teorias bem como demais autores do campo psicanalítico e filosófico.

    Já existem movimentos que desejam na Psicanalise a mitologia africana. Quando for possível transitar com desenvoltura nas fontes apócrifas haverá contribuições e inovações na Psicanálise. Faltam estudos profundos sobre as fontes apócrifas.

    Conclusão

    Face ao todo que foi exposto, com relação às fontes dos escritos apócrifos, temos pela frente o desafio de responder a indagação: ‘As fontes apócrifas possuem ou não, um vínculo forte e profundo com a Psicanálise?’ As fontes apócrifas estão numa fase ainda inexplorada em termos de Psicanálise. Consta que menos de 5% dos escritos das fontes apócrifas foram realmente alvo de estudos profundos por todas as ciências humanas e ainda não mereceram a devida taxa de atenção.

    Com máxima certeza, o vínculo que existe entre as fontes apócrifas e a Psicanálise conforme concebeu Freud e seus seguidores de primeira geração é muito profundo. Porque vão encontrar no teor de vários escritos, relatos e depoimentos de fatos psicanalíticos de grande expressão e envergadura. E o avanço nos estudos será passo a passo, por fases e etapas, porque muitos sequer tiveram em suas mãos uma Bíblia Apócrifa quando muito livros esparsos sem uma boa contextualização.

    Apenas na Bíblia Apócrifa temos 140 escritos com muitas laudas o que demanda um estoque de tempo forte para serem vencidas. E as produções sobre a influencia das fontes apócrifas são fracas. Porém, estão acontecendo aos poucos. Então, existe um vínculo muito forte a ser descortinando.

    Artigo escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira, formado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Filosofia Clínica e estudos de Psicanálise Clinica. Contato via e-mail: [email protected]

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