Neste artigo sobre a Jornada da Mente, vamos discorrer um pouco sobre Psicopatias, dando uma visão geral sobre os transtornos mentais a que estamos suscetíveis, ao longo da vida (seja através da nossa diretamente, ou das pessoas as quais nos relacionamos).
Uma jornada da mente humana
Vamos buscar fazer uma jornada pela mente humana. Em alguns momentos, algumas definições serão usadas, com o intuito de clarificar a uma melhor compreensão, mas a intenção final é trazer um pouco mais de informação, empatia e acolhimento. Jornada da Mente: Neurose, Psicose e Perversão.
Abordaremos neste momento, apenas 3 delas: a neurose, a psicose e a perversão.
Independente do transtorno, precisamos ter em mente que qualquer tipo de AUSÊNCIA de julgamento é extremamente necessário, tendo em vista que essa premissa é um dos principais motivos de um bom trabalho psicanalítico.
A neurose
Parafraseando Freud: “esse tipo de subjetividade ou organização psíquica (neurótica) se assenta num conflito psíquico (mental, anímico) de raízes na história infantil desse sujeito (a maioria de nós, no caso, neuróticos em algum grau ou nível)”.
Por animismo, entende-se a capacidade da mente humana dar anima (alma) a coisas inanimadas. Ainda, segundo a visão psicanalítica, “as neuroses são resultado de tentativas ineficazes de lidar com conflitos e traumas inconscientes”.
Jornada da Mente: tratamento psicanalítico
Quando há a afirmação de que ela existe a partir de nossa história infantil, e que não conseguimos lidar com algumas situações (quando adultos), reforça a máxima que todos nós carregamos nossas neuroses.
O tratamento psicanalítico (ou terapêutico) se faz necessário, para nos apoiar na busca dos motivos, trazendo para o consciente, aumentando nossa chance de compreensão e uma possível cura. Um dos diferenciais entre os transtornos, é que na neurose, o sujeito consegue se perceber e procura ajuda.
A psicose
De acordo com Freud: “é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa “perda de contato com a realidade”, sendo esta entendida como séries de saberes, construídos e símbolos compartilhados e validados socialmente”.
Caso a caso, existem crises que podem apresentar alucinações ou delírios, desorganização psíquica, descontrole psicomotor, sentimentos de intensa angústia e depressão e insônia grave. Adicionalmente, se apresenta uma falta de “crítica” ou “perspicácia”, fazendo com que o sujeito não reconheça seu comportamento / natureza “estranha”.
Importante salientar que a psicose obedece a um princípio chamado rejeição primordial que consiste na expulsão de ideias ou pensamentos próprios, os quais passam a ser tratados como estranhos ou não conhecidos.
As duas formas da psicose
A psicose se apresenta de duas formas: esquizofrenia e paranoia.
Na esquizofrenia, como um efeito dessa rejeição, pode ocorrer a cisão do eu em duas partes, uma que é reconhecida e outra que não é reconhecida como própria.
Ela não seria um distúrbio mental, mas sim uma perturbação do inconsciente, sendo uma forma de psicose onde teria uma perda total da participação do mundo externo. Já na paranoia, ocorre que os pensamentos não reconhecidos como próprios são localizados em outras pessoas, através da projeção.
Jornada da mente: diferenciando neurótico e psicótico
Quando do início da análise do paciente, é importante que a interpretação do analista foque nas resistências que o paciente apresenta, como uma forma de identificar seu quadro.
De forma clara, diferentemente do neurótico (que busca ajuda, por reconhecer essa cisão e procura trabalhá-la) o psicótico não enxerga essa divisão levando-o a compreender que essa realidade apresentada não é correta.
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Ou seja, o paciente se coloca como o dono da verdade. O paciente não apresenta dúvidas algumas sobre o que diz, faz e suas possíveis razões. Fazendo um contraponto, eles revelam o que os neuróticos se esforçam em esconder. Em resumo: “O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele.” (Jerome Lawrence).
A perversão
Segundo Freud: “é tudo aquilo que, na sexualidade não visa a reprodução, não visa o padrão pênis-vagina atribuído à fase adulta genital (…)”
O termo perversão, também é utilizado como perversão sexual, ou desvio sexual. Neste ponto é de suma importância mencionar que a maneira mais adequada de dizer é “comportamento pervertido” e não perverso, para que a ideia errônea de maldade ou crueldade, não se confunda com o real teor deste transtorno.
Em Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (1905), Freud define a perversão como “desvio da conduta sexual que não visa a genitalidade”, ou seja algo que não se faz sexualmente, da maneira tradicional.
Jornada da mente e o ser perverso
O termo per vertio (“pôr de lado”) exprime bem que o perverso (pervertido) põe de lado sua satisfação sexual através dos genitais e opta por aspectos socialmente diferentes relacionados ao sexo (exemplo: fetichismo e o voyeurismo).
Dentro da perversão, o indivíduo apresenta um comportamento individual de excitação sexual que se deem resposta a objetos, partes do corpo (como pés, mãos, etc) ou situações diferentes das normais. Mas, caso tal comportamento interfira na capacidade do indivíduo ter relações sexuais e/ou afetivas, devemos modificar o nome dessa disfunção e chamá-la de parafilia.
Igualmente quando fiz um comparativo entre neurose e psicose, aqui faço entre neurose e perversão: a diferença se dá em especial, ao fato do neurótico sofre, enquanto o pervertido não.
Conclusão
As psicopatas aqui apresentadas, de maneira sucinta, traz a tona o quanto nossa mente carrega nossa história de infância, nossas experiências e o quanto nossas fases psicossexuais nos acompanha ao longo de nossas vidas.
A importância do trabalho psicanalítico e todos os estudos do pai da psicanálise nos torna responsáveis pelo apoio de cura e/ou consciência de nossa condição mental.
Muito se sabe atualmente mas penso que muito ainda há de se conhecer, pois a cada dia que passa a mente humana passa por transformações de tempo, criando gerações novas e repletas de novas experiências.
Este artigo sobre a jornada da mente foi escrito por Poliana B. Falcão([email protected]), mulher feliz, assumindo o que sempre quis: conhecer e evoluir sempre, para ser o melhor possível para mim, e para o outro; estudante de Psicanálise (com muito amor e honra).
3 thoughts on “Jornada da Mente: Neurose, Psicose e Perversão”
O artigo me ajudou a distinguir a diferença entre neurose, psicose e perversão. Que antes não fazia ideia da dimensão de cada uma delas. Obrigada a Poliana por expor de maneira tão simples e correta.
Ainda temos muito que aprender acerca da mente humana. Muito bom artigo! Obrigado por expor os seus conhecimentos!
Que bom que gostou Mizael! Sim temos muito a aprender e que possamos sempre evoluir, principalmente as nossas mentes, para podermos tocar gentilmente, a do “outro”. #bewell