A libido, conceito fundamental na psicanálise freudiana, transcende a mera definição de energia sexual. Freud a concebeu como uma força propulsora que permeia o psiquismo humano, impulsionando não apenas os instintos sexuais, mas também os de vida, como a autoconservação e a criatividade.
Embora frequentemente interpretada de forma genérica e limitada à sexualidade, a libido é um conceito multifacetado que se manifesta em diferentes camadas do psiquismo.
Neste artigo, vamos desvendar a complexa natureza da libido, explorando suas diversas distribuições e funções. Portanto, se você quer entender melhor esse assunto, continue a leitura!
Sexualidade
A libido para Freud se caracteriza especialmente por ser uma energia sexual voltada ao prazer. Com isso, o ser humano teria uma força voluntária em buscar formas de se saciar existencialmente, incluindo o sexo. Embora sejamos muito racionais, temos uma natureza quase que selvagem e que se entrega aos instintos.
A libido para a Psicanálise também mantém um relacionamento com a questão psicológica do indivíduo. Podemos observar que pode ser vista como um catalisador para a vivência psíquica de uma pessoa em sociedade. Não apenas para se relacionar, mas também para compreender o meio em que vivemos e nos adaptar.
Por fim, também existe a questão do combustível emocional em nos ligarmos com outras pessoas. A libido seria a responsável pela nossa vontade em buscarmos o afeto e a conexão alheia, nutrindo e mantendo relacionamentos.
Desejo
A libido para Freud é ligada diretamente com a ideia do desejo em ter algo. Buscamos elementos que achamos necessários para a nossa permanência e desenvolvimento em qualquer ambiente. Por isso que essa força se divide em:
Conhecimento
Conhecida como libido sciendi, carregamos uma vontade natural em aprender. Faz parte do nosso processo evolutivo, de modo que as vivências agregam em nosso próprio crescimento. Por mais que tenhamos conquistado muito, a sede em saber nunca termina.
Sensualidade
Vista como libido sentiendi, é um movimento natural da nossa espécie. Por exemplo, o famoso “flerte“, onde seduzimos de forma mais comedida, embora excitante. Aliás, a sensualidade é objeto natural de algumas pessoas, de modo que não precisem forçá-la.
Dominação
No final, temos a libido dominendi, a energia da dominação. Esta pode ser vista como conquistar, seja algo, alguém ou um lugar, sendo este físico ou imaterial. É associada com um lado mais agressivo nosso no sentido de nos impor sobre o mundo.
Instinto
Quando falamos em libido em Freud, o instinto tem um lugar a ser observado. Essa energia é o que ativa o sentido para a auto-preservação da vida humana e nos afasta dos perigos. Em suma, se trata do gatilho para que possamos continuar vivos e bem na medida do possível.
Como dito linhas acima, somos criaturas muito racionais, chegando a nos sentir superiores aos outros animais. Entretanto, a nossa natureza não mente e não renega a igualdade na cadeia onde também somos animais. O instinto humano acaba por ser resgatado graças a vontade do viver da libido.
Em suma, essa força é o que nos movimenta e ajuda a nos afastar do perigo, independente da forma. É o impulso da preservação, da sobrevivência e da renovação.
Impulso de morte
A libido para Freud também resgata um sentido doloroso quando tocamos no impulso da morte. O psicanalista validava a ideia de que sempre procuramos o prazer em nossa vidas e também o desprazer. Todavia, também temos uma inclinação à morte ou para a forma como ela pode ser representada.
Involuntariamente acessamos parte de nossas histórias que nos machucam, embora pensamos inicialmente o contrário. Quando sentimos saudade de alguém, por exemplo, queremos reviver os momentos bons com ela. Todavia, isso traz a sensação dolorosa da ausência e do que não estamos vivendo ao seu lado.
Esse impulso de morte se opõe diretamente com o Eros, este direcionado à vida e sua propagação. Com isso, se move em direção para tudo aquilo que não possui preservação. Ainda assim, ambos agem em conjunto, de forma cíclica e complementar.
QUERO INFORMAÇÕES PARA ME INSCREVER NA FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
Impulso da vida
A libido, conceito fundamental na psicanálise freudiana, transcende a mera noção de desejo sexual. Em sua essência, reside a força propulsora da vida, a energia vital que nos impulsiona à sobrevivência, à procriação e à busca incessante pelo prazer. Freud a denomina “Eros”, reconhecendo-a como a fonte primária da criatividade e do amor.
Mais do que um instinto sexual, a libido se manifesta em diversas esferas da existência humana. Ela nos move a buscar a perpetuação da espécie, impulsionando-nos à reprodução. Mas sua atuação não se limita a esse aspecto biológico. Ela também se expressa na busca pelo prazer em suas diversas formas, desde a satisfação sensorial até a realização intelectual e artística.
O Eros freudiano vai além da atração física por outro indivíduo. Ele se refere à capacidade de amar, de se conectar com o outro e de encontrar beleza naquilo que nos rodeia. É a força que nos impele a construir relacionamentos significativos, a criar e a nos expressar.
A libido, portanto, está intimamente ligada à nossa psique, moldando nossa personalidade e influenciando nossas decisões. Ela é a mola propulsora que nos move em direção à vida, à busca pela felicidade e à realização pessoal.
Alguns pontos importantes a serem considerados:
- A libido não se limita ao sexo, mas se manifesta em diversas formas de busca pelo prazer.
- O Eros freudiano está relacionado à capacidade de amar, de se conectar com o outro e de encontrar beleza na vida.
- A libido é uma força fundamental na psique humana, influenciando nossa personalidade e decisões.
- A busca pela satisfação da libido é essencial para o bem-estar e a saúde mental.
Ao compreendermos a libido e o Eros em suas nuances, podemos ter uma visão mais profunda daquilo que nos motiva e nos impulsiona na vida.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, recomendamos a leitura das seguintes obras:
- “Além do Princípio do Prazer” (1920) – Sigmund Freud
- “O Ego e o Id” (1923) – Sigmund Freud
- “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” (1905) – Sigmund Freud
Sublimação
Uma das principais funções da libido para Freud é alimentar a sublimação. Sublimação se trata de fazer conversões de desejos ruins em coisas produtivas e proveitosas aceitas pela sociedade. Dessa forma, a libido entra como uma intervenção na transformação da:
Angústia
Em dado momento da vida sentimos uma falta gigantesca de algo que nos dê sentido. Essa carência é suprida quando a libido nos move para encontrar o que precisamos e nos satisfazer. Por exemplo, quando alguém se preocupa com o atraso de alguém próximo e sai para buscá-lo.
Dor
A dor se manifesta das mais variadas formas, sejam estas físicas, mentais ou emocionais. Em relação às últimas, muitos costumam fazer músicas ou expressá-las por meio da pintura ou dança. Tudo depende também de sua disposição para trabalhar a dor e não se direciona exclusivamente ao mundo artístico.
Frustração
Nem sempre as coisas tomam o rumo que queremos e isso nos deixa frustrados. Com isso, a libido nos impulsiona à mudança, fazendo com que alteremos nossa posição. A exemplo, pessoas que observam insatisfação quanto à vida e decidem fazer mudanças agregadoras.
Desenvolvimento
Assim que a libido para Freud foi observada, ele fez um registro de como ela se manifesta. De acordo com ele, aconteceria ainda na infância com os bebês. Eles usam essa força matriz para sugar o seio de suas mães e garantir a sua sobrevivência pela amamentação.
Em escala crescente, o desenvolvimento psicossexual:
- Começa pela fase oral, quando colocamos algo na boca para estimular.
- Depois vem a fase anal, em que o prazer com o ânus aumenta pela contenção e liberação das fezes.
- A fase fálica é o momento em que ocorre a mudança na dinâmica entre pais e filhos e o surgimento do Complexo de Édipo.
- A fase de latência é quando a libido se encontra adormecida e sem forçar para aflorar. Este momento se estende até a adolescência do indivíduo, aproximadamente dos 6 até os 10 ou 12 anos.
Por fim, a fase genital, onde o órgão sexual é o principal estímulo de prazer.
Considerações finais sobre libido para Freud
Enfim, a libido para Freud era vista como um motor que impulsionava a criação humana. Ao crescimento ou nossa decadência, ela sempre se encontra, fazendo forças igualitárias com o seu oposto. Além disso, é possível deduzir que poderíamos nos comportar como vegetais sem ela.
Por isso que quando ela falta, nosso corpo e mente adoecem. Ainda assim, o seu excesso também costuma ser perigoso, o que pode nos levar à obsessão. Equilíbrio é a constante de tudo.
Por fim, outra forma de se desenvolver é através do nosso curso online de formação em Psicanálise Clínica. A psicoterapia te ajuda a se colocar diante do seu próprio potencial e autoconhecimento, gerando forças transformadoras em seu interior. A libido para Freud e a Psicanálise se creditam como as respostas a uma mudança construtiva.
2 thoughts on “Libido para Freud e para a Psicanálise: 7 ideias”
Olá! Texto importante para aumentar a compreensão sobre o assunto. Me parece que no tópico, DESENVOLVIMENTO, a fase fálica aparece duas vezes, no final do primeiro e do segundo parágrafos. é isso mesmo, ou houve um equivoco?
A libido, podemos dizer que é um dos combustíveis que nos leva a estar motivado para atingir aquilo que queremos em nossa vida, mas que esteja ligado com o prazer, porque é isto que o ser humano busca freneticamente, o prazer em tudo o que faz, sejam coisas boas ou ruins.