Hoje falaremos sobre a psicanálise e teologia. Você já deve ter ouvido falar, em alguma oportunidade, na expressão de um provável pré-juízo (conceito antecipado): “Teologia não combina com a Psicanálise”. Muitos debates tentam decifrar se a Psicanálise e a Teologia são compatíveis, se conseguem se entrosar e conversar ou se um campo de saber exclui o outro.
É lugar-comum expressarem que a Psicanálise é da esfera dos ateus e agnósticos e, que a Teologia é dos teístas, onde usam um jargão popular de que cada macaco deve ficar no seu galho. As divergências são colocadas na mesa por críticos em suas reflexões muitas das quais com peso ideológico muito forte e delimitações, muros e barreiras.
Neste enfoque (pequeno artigo), vamos encarar o desafio de examinar essas questões e responder a pergunta que vale, como dizem no jargão ‘pop’, um trilhão de dólares: “Onde esta alojado o fundamento de que a Psicanálise esta em harmonia completa, se combina bem e gera excelente interface com a Teologia?” Este será o desafio da investigação bíblica que vamos examinar.
Introdução sobre a psicanálise e teologia
Você já deve ter ouvido falar na expressão de um provável pré-juízo (conceito antecipado) de que a Teologia não combina com a Psicanálise. Muitos debates tentam decifrar se a Psicanálise e a Teologia são compatíveis, se conseguem se entrosar e conversar, ou se um campo de saber exclui o outro. É lugar-comum expressarem que a Psicanálise é da esfera dos ateus e agnósticos, e que a Teologia é dos teístas, onde usam um jargão popular de que cada macaco deve ficar no seu galho. As divergências são colocadas na mesa por críticos em suas reflexões muitas das quais com peso ideológico muito forte e delimitações, muros e barreiras.
Neste enfoque (pequeno artigo), vamos encarar o desafio de examinar essas questões e responder a pergunta que vale como dizem no jargão ‘pop’, um trilhão de dólares: “Onde esta alojado o fundamento de que a Psicanálise esta em harmonia completa, se combina bem e gera excelente interface com a Teologia?” Este será o desafio da investigação bíblica que vamos examinar onde teremos como ponto de partida que entender os tipos de interfaces, o momento que Deus fecunda Maria, Jesus nasce ou verbo se faz carne, a morte que é vencida por Cristo, e por fim, se o objeto da Psicanálise estava presente em Jesus.
O tema é instigante e muito desafiador, porém, é impossível de ser examinado e avaliado sem entendermos os tipos de interfaces. Caberá ao leitor validar no seu crivo se estamos ou não no caminho certo, se concordam ou não com a teoria e a resposta que vamos entregar. Vamos começar pelo ponto chave de partida: afinal, o que é a interface e como elas se apresentam e se classificam? E depois vamos entender sua operacionalização nas análises.
Ponto de partida: entendendo o conceito de ‘interface’
O conceito de interface é amplo e implica o uso de várias ferramentas e instrumentos de validações para emprego em qualquer tipo de sistema ou sistema, seja material ou virtual. Inter (entre) as faces que é justaposição dos termos, e vai gerar a ‘Interface’ é um vocábulo que designa “comunicação”, ou seja, contato, face com face, conversa entre duas ou mais partes distintas que podem ou às vezes não podem, se conectar diretamente. Na modernidade, que já vem sendo superada pela pós-modernidade temos quatro formas de interface: interdisciplinaridade; multidisciplinariedade, pluridisciplinariedade e transdisciplinariedade.
Cada uma dessas formas tem seu conceito peculiar. Com o advento da pós-modernidade surgiram mais três formas: a polidisciplinariedade; a metadisciplinariedade e a ecodisciplinariedade. Já existe uma tese de é possível também, a sinedisciplinariedade; ‘sine’ de sinergia, soma do todo numa grande interface gigantesca futura. Estas formas mudaram completamente o desafio dos campos dos saberes por entrosou eles. Um campo do saber que só operava a interdisciplinariedade na modernidade possui agora novas formas de interface.
Um dos fatores que passou a caracterizar a pós-modernidade foi justamente a possibilidade e novas foras de interfaces. Todos os saberes passaram a conversar sem exceção. A Teologia e a Psicanálse, evidente, não ficaram de fora dessas novas formas de interface com todos os campos de saberes humanos, no tange às suas relações e cooperações. Precisamos compreender, em síntese, os tipos de interfaces para avançar.
Compreendendo os tipos de interfaces na psicanálise e teologia – uma síntese
Os vários tipos de interfaces da modernidade e pós-modernidade tem suas configurações peculiares e suas especificidades. Vamos examinar. Na interdisciplinaridade existem temáticas (tópicos, temas, assuntos) comuns; existe diálogo em várias fases, desde inicial progredindo, com tímidas parcerias; existe um prenúncio de cooperação, mas, inexiste ação coordenada. Na multidisciplinariedade existe temática comum, relações, diálogos, mas não existe uma cooperação entre as partes.
Na pluridisciplinariedade existe temática comum, a relação fica mais firme e a cooperação deslancha com parcerias de sucesso. Na transdiciplinariedade existe boas relações e cooperação de todos; é uma fase ou grau bem maduro; as parcerias são mais fortes e estruturadas. Na pós-modernidade, temos a metadisciplilnaridade que consiste em apresentar um olhar universal sobre o objeto ou temáticas (problema ou desafios), apresentados e estabelece vínculos ou relações com uma cooperação já consolidada, partindo de uma ótica global, pois afinal ‘somos locais, mas globais; somos globais mas locais’, essa é a tese metadisciplinar.
Essa forma de interface revolucionou os saberes. Polidisciplinariedade é a integração de tudo e todas as partes distintas, com alto grau de cooperação e relações fortes, boas práticas, aprendizagens ativas, arco de ‘feedback’ sólido, forte, importação livres de saberes ou fluxo livre de saberes, expectativas elevadas, um nível de consciência superior.
A ecodisciplinariedade
A ecodisciplinariedade se reveste de meio ambiente, de coisas saudáveis e com cálculos das pegadas, como por exemplo, pegada hídrica, elétrica, pegada alimentar, enfim, de forma não prejudicar mais o planeta, um nível alto de reciclagens de tudo, reengenharias. Essas novas formas de interface aproximaram todos os saberes.
A Teologia e a Psicanálise entre outros saberes foram os que mais se beneficiaram com essas novas configurações de interfaces. Foi possível começar a entender a fecundação de Maria e a premissa ‘o verbo se fez carne’, numa nova dimensão que possibilitou juntar, unir, misturar Teologia e Psicanálise.
Deus fecunda Maria
Com as novas formas de interface essa questão ganha espaço e tração, o tema da auto fecundação de Maria, mãe de Jesus, o Cristo. Ora, pela visão polidisciplinar, Maria surgiu de uma evolução do fio genealógico que saiu de Adão e Eva, passou por Noé e Sem, chega em Abrão, Isaac e Jacó (este troca de nome, para Israel). Maria era filha de Joaquim e Ana, da tribo de Judá, o 4º filho de Jacó, (Israel). Dela nasceria Jesus, o Cristo. Portanto, ela não praticou um coito sexual, não houve concurso pênis-vagina e nem sêmen humano.
Houve o óvulo humano, mas não o sêmen. Ela foi inseminada por ato da divina providência. Como ocorreu, ninguém ainda sabe. Sabe-se que o Arcanjo Gabriel apareceu e disse que ela daria a luz um menino e deveria batizá-lo com nome de Jesus e que o verbo se faria carne. Uma testemunha ocular, nas fontes apócrifas, a Salomé, parteira de Maria, abriu as pernas de Maria, viu ela grávida com hímen intacto.
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Encostou dedo e o braço ficou preto e inchado. Após orar intensamente e pedir perdão, o braço voltou ao normal. Salomé ficou perplexa e confusa, como uma virgem estaria grávida? Maria, filha de Ana, foi fecundada por Deus, e engravidou dando à luz um bebê e colocou o nome de Jesus. Ela estava materializando o que os apóstolos depois disseram em seus evangelhos, o verbo se fez carne. Vamos entender essa premissa mais detalhadamente.
Psicanálise e teologia: Verbo se faz carne
Esta expressão que foi largamente pesquisada e investigada por teólogos, psicanalistas, antropólogos, psicólogos, enfim, significa que Deus se encarnou, nasceu na face da Terra usando as leis naturais; ele cresceu no útero de Maria e saiu pelo canal vaginal e ingressou nas leis naturais, psicológicas e sociais. Não existe nenhuma fonte ou relato que Deus tenha obliterado ou alterado várias leis naturais, com exceção de apenas duas, a inseminação do óvulo de Maria e a vitória sobre a morte, mas, três dias após sua crucificação.
Neste interim ou momento, o corpo de energia de Jesus se dissipa e ele parte para a esfera espiritual depois de ressuscitado. Somente estes dois momentos Deus oblitera (faz suprimir as leis naturais e psicológicas). Em nenhum momento de sua trajetória ele suprime tais leis, portanto, ele teve um desenvolvimento psicossexual igual de todos nós. Ele urinava, defecava, teve com certeza ereção, teve pensamentos eróticos, pode ter se masturbado, quem sabe namorou e teve relação sexual com Maria Madalena, nãos sabemos mas beijava ela na boca. Existe um relato apócrifo em Felipe, um dos discípulos de uma possível quase experiência homossexual.
Eles teriam segundo pré-juízos dormido juntos numa tenda. Teria sido uma experiência bissexual? Ninguém ainda sabe. Jesus foi humano e histórico. A Teologia numa de suas fases existenciais tentou criar o Jesus divino, mas não conseguiu sustentar a percepção e visão. E vejam, Jesus era o próprio Deus encarnado. Deus fez questão de experimentar todas as fases das leis naturais, psicológicas e sociais. Ele sentiu dor, pensava, tinha o ego, superego e id. Jesus tinha um consciente, pré-consciente e inconsciente bem íntegro. Esse juízo de per si já afasta completamente a tentativa de isolamento da Psicanálse na Teologia usando a metadisciplinariedade.
Princípio da morte vencido por Cristo
Este é o segundo ponto a ser colocado à luz da polidisciplinariedade de que ele venceu a morte, ou seja, ele morreu mas três dias depois, ressuscitou, apareceu aos apóstolos, deu recado final e foi para dimensão espiritual. Somente nestes dois momentos é que Deus obliterou as leis naturais quando ele inseminou Maria e quando ele ressuscitou da morte. Fora destes dois eixos, Jesus fez todo o seu percurso como humano. Muitas passagens bíblicas relatam sua forma de pensar, o uso do consciente, do pré-consciente, do inconsciente.
Ele teve pai, em que pese perdeu o genitor bem jovem, tinha mãe que estava do lado dele e o criou. Maria amentou Jesus. Será que Jesus não mordeu o mamilo de Maria negociando fezes? Não sabemos, mas é provável. Essa parte não foi obliterada. Deus não suprimiu a aplicação das leis naturais sobre o corpo de Jesus, que tinha sangue e sangrou, teve dor e aflição. A transfiguração foi um momento de dura aflição de inconsciente que aflorou. Ele sabia ‘inconscientemente’ que ia ter um desfecho doloroso.
Muitos investigadores bíblicos reiteram que era uma premonição. A premonição é um lampejo do inconsciente. Muitos relatam que animais tem premonição também. Na beira do dilúvio vários animais se dirigiram onde estava Noé e aves voavam avisando que iam se abrir os céus e irromper as águas. Noé entendeu bem a linguagem. Portanto, voltando a case em análise, Deus auto insemina Maria, oblitera a relação sexual, o sêmen humano e depois Deus oblitera a morte para Jesus, mas todas demais fases não oblitera, portando, Jesus estava dentro das leis naturais e psicológicas descobertas mais tarde por Sigmund Freud (1856-1939).
A sexualização
Maria não foi sexualizada por um pênis, não passou pela libido e gozo. E Jesus não enfrentou a lei do retorno do corpo biofísico ao pó, todo corpo vira pó, fica só ossos. Não teve túmulo. O seu corpo virou energia e se dissipou. Existe apenas o local em que foi depositado provisoriamente o corpo, mas Jesus não passou pela fase de ter o corpo apodrecido e virar pó. Neste aspecto é que entra a premissa de que a fé é um ato singular, como fundamento das coisas que se esperam e prova das coisas que não se vêem.
Objeto da psicanálise e teologia intactos
Ao não obliterar o ato de Maria dar à luz, que é igual à forma de todas as mulheres, com exceção da inseminação, Jesus ficou sujeito a todas as leis naturais, físicas e psicológicas, tinha um corpo em evolução e crescimento celular. Teve fome, sede, tinha sangue nas veias, tinha vísceras, respirava o oxigênio. E fez o percurso existencial dele. A parte mental de Jesus não foi afetada em absolutamente nada, o inconsciente, que é o objeto da Psicanálise ficou intacto. Deus não concedeu tais exceções de não ter a incidência dessas leis em seu corpo.
Jesus se feria ele sangrava, salivava. Temos o episódio que ele junta terra, aplica saliva e leva aos olhos de um cego que voltou a enxergar. Ele chorou, riu, foi severo, teve raiva e ódio. O episódio do relho no Templo contra as bancas de vendedores expondo a rede de corrupção dos sacerdotes foi exemplo do ficar zangado e do ter raiva. Jesus percorreu toda sua existência temporal como uma pessoa humana. Sentiu amor por Maria Madalena. Dormia, sentia cansaço. Buscava sombra, foi tentado. Sonhava também. Tomava banho, bebia vinho. Foi humano e histórico.
Conclusão
Neste enfoque (pequeno artigo), encaramos o desafio de examinar e indagamos questões delicadas, temáticas comuns ligadas aos vários campos dos saberes, para responder a pergunta: “Onde esta alojado o fundamento de que a Psicanálise esta em harmonia completa e perfeita, se combina bem e gera excelente interface com a Teologia?” Este foi o efetivo desafio de ser provado. Somente em dois momentos cruciais Deus ‘obliterou’ (suprimiu) leis naturais: na inseminação de Maria e na vitória da morte por Jesus, nada mais do que isso.
Portanto, Jesus teve uma vida normal de humano, submetido a todas as leis naturais, psicológicas e sociais que os mortais enfrentam. Ao enfrentar essas leis naturais, psicológicas e sociais Jesus passou pelas fases psicanalíticas. Assim posto, à luz das novas formas de interface pós-modernas, inexiste desarmonia entre Teologia e Psicanálise. Vale destacar e salientar bem que com relação a crença em Jesus, envolve vínculo e partilha do paradigma haja luz e houve luz e aceitação da metafísica.
Quem comunga o paradigma da mega explosão original e apresenta o contraponto de que não existe a metafísica colocando-se como anti ou contrametafísico e firmando posição de agnóstico ou mesmo ateu não deve se sentir constrangido, mas sim, usando o processo dialético ofertar uma nova linha de visão e percepção e assumir a postura o que muitos respeitam.
A sinedisciplinariedade
Por fim, importante frisar que ainda existe a sinedisciplinariedade (de ‘sinergia’, soma de todos os saberes com esforços em buscar tentar entender os mistérios ainda bem fechados e a teleologia e a escatologia futura, ou seja, para que lado o planeta vai rumar no universo. A ecodisciplinariedade promete muito, uma consciência superior vindoura de que estamos todos dentro de um mesmo planeta, inseridos num vasto universo e somos dependentes do oxigênio. Essas novas formas de interface estão revolucionando o planeta. Quem viver verá.
O presente artigo foi escrito por Edson Fernando Lima de Oliveira. Formado em História e Filosofia. PG em Psicanálise. Realizando PG em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacológica; acadêmico e pesquisador de Psicanálise Clinica e Filosofia Clinica. Contato via e-mail: [email protected]