As relações abusivas são definidas como aquelas em estão presentes abusos físicos e emocionais, necessidade de controlar e/ou manipular o outro através de jogos de poder envolvendo ameaças, vitimização entre outros comportamentos nocivos.
Como identificar relações abusivas
Para se identificar sinais que podemos estar vivendo uma relação abusiva ou ao contrário se nós mesmos estamos apresentando comportamentos que não são saudáveis em uma relação, precisamos ficar muito atentos a qualidade das nossas relações, muitas vezes o abuso é tão sutil que não percebemos com clareza se estamos vivendo uma relação com essas características.
Além disso devemos observar constantemente nossos comportamentos e nossas atitudes nas nossas relações evitando que nos coloquemos na situação de abusador. Lembrando que relação abusiva não é somente aquela em que a violência física está presente, os abusos podem ser psicológicos, de forma sutil ou declarada, sendo muito importante a observação para que não se confunda abuso com sentimentos como amor ou cuidado com o outro.
Onde as relações de abuso acontecem?
Relações abusivas não acontecem apenas nas relações afetivas-sexuais, abusos podem acontecer em relações familiares, profissionais ou entre amigos.
Comportamentos presentes em relações abusivas
Alguns comportamentos podem estar presentes em relações abusivas, devemos sempre ter em mente que todo excesso é prejudicial inclusive de coisas boas, por exemplo, o consumo de água é de extrema importância para nosso corpo, porém se consumirmos em excesso, sem limites, isso pode causar problemas em nossa saúde.
Assim são os sentimentos e comportamentos, devemos sempre buscar o equilíbrio. Abaixo alguns comportamentos que podem estar presentes nas relações abusivas:
Ciúmes nas relações abusivas
Erroneamente o ciúme usualmente é colocado como o “tempero” do amor, porém essa é uma visão que se mostra equivocada, o ciúme pode ter relação com insegurança ou sentimento de posse, no caso da insegurança se não confio suficientemente em mim e no meu potencial, me sinto inseguro diante daquilo que considero como “ameaça”.
Por exemplo, nas relações amorosas posso ficar incomodado quando meu parceiro ou parceira dedica atenção a outra pessoa, pois a minha insegurança me leva a pensar que posso ser “trocado” a qualquer momento pois o outro é mais interessante do que eu.
No sentimento de posse enxergamos o outro como um objeto que nos pertence. Devemos ter em mente que cada pessoa é única com suas qualidades e pontos de melhoria, e que quem quer que seja que esteja ao nosso lado está por vontade própria e é assim que deve ser.
Devemos cuidar das nossas amizades, vida profissional, familiar, espiritual, é isso que nos faz ser quem somos, seres únicos e independentes. Observe se em sua relação o ciúme está presente, se o outro fica incomodado com suas amizades, a atenção que você dá a outras pessoas ou áreas da sua vida ou se chega ao extremo das proibições, esse é um importante indício de que a relação precisa ser reavaliada.
Desejo de controlar
Querer saber o que o outro está fazendo a todo momento, bisbilhotar o celular, redes sociais, querer determinar o que o outro vai vestir, quais locais frequentar, é uma maneira de se sentir no “controle” da relação. No entanto devemos abrir mão do desejo de querer controlar a vida de quem quer que seja, não temos esse poder e nem esse direito.
Essa necessidade de controle também está muito relacionada com a insegurança, medo do abandono etc. Invista em você, cuide de você, se preocupe menos com o outro, deixe que o outro cuide de sua própria vida. E se está em uma relação em que o outro tem essa necessidade de controle, procure estabelecer limites e não abra mão do controle de sua vida.
Necessidade de mudar o outro
Muitas vezes sentimos necessidade de mudar a personalidade e comportamento do outro. Querer que o outro mude apenas para se adequar as nossas necessidades e aquilo que em nossa concepção é correto pode trazer muita toxidade para a relação, respeite o outro como ele é e faça questão de ser respeitado também.
Não estamos falando de propor melhorias visando trazer mais qualidade a relação, ou fazer concessões em determinados momentos, pois essas ações são naturais e fazem parte de qualquer relação seja pessoal ou profissional, também não significa aceitar comportamentos inadequados por parte do outro, mas sim respeitar as características e a individualidade de cada um.
Agressões físicas ou verbais
Na maioria das vezes antes da agressão física existiram vários episódios de agressões verbais, um tom de voz mais alto em uma discussão, xingamentos, ofensas pessoais, até que os episódios vão aumentado progressivamente chegando a violência física podendo ser fatal, infelizmente o noticiário está cheio de episódios dessa natureza.
É muito importante identificar os comportamentos disfuncionais no início da relação para que possamos fazer as devidas correções e não colocar nossa integridade física e emocional em risco.
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Como tornar as relações mais leves e prazerosas
Agora, vamos trazer dicas opostas à ideia de relações abusivas. Vamos trazer dicas para relacionamentos positivos.
Valorize-se
Liste todas as suas qualidades e suas conquistas sejam elas pequenas ou grandes, trabalhe seus pontos de melhoria e tenha em mente que todos nós somos compostos de defeitos e qualidades, temos momentos bons e momentos mais desafiadores a diferença é como nos posicionamos diante das situações.
Devemos lembrar que a busca pela felicidade, paz e satisfação é um processo que começa dentro de nós, claro que os fatores externos têm influência em nossa vida, no entanto colocar nossa felicidade e satisfação nos fatores externos ou naquilo que o outro pode nos oferecer é certeza de infelicidade pois esses fatores mudam a todo momento, foque naquilo que você pode mudar, ou seja você mesmo.
Cuide de todas as áreas de sua vida
O importante é buscarmos o equilíbrio entre vida pessoal, profissional, sentimental, espiritual. Muitas vezes quando estamos em um relacionamento esquecemos de cuidar dos nossos interesses focando inteiramente na vida do outro, deixamos de cuidar de nós mesmos e passamos a viver em função do outro.
Essa atitude não é saudável, acabamos sufocando o outro com nossas cobranças e necessidades e acabamos nos sentindo tristes e desmotivados pois nossa vida entra em desequilíbrio.
Mantenha sua mente saudável
Assim como devemos buscar manter uma alimentação saudável em benefício do nosso corpo e nossa saúde, com a mente não é diferente.
Devemos procurar alimentar nossa mente com mensagens positivas, não se trata de nos alienarmos, mas de estarmos atentos a qualidade das informações que consumimos, evite aquelas notícias que tem o único intuito de promover o sensacionalismo, busque conteúdos relevantes e de qualidade.
Cuidado com as relações tóxicas
Procure se afastar de relações nocivas e que te coloquem para baixo, conviver com pessoas excessivamente críticas, agressivas, negativas e que não respeitam quem você é, pode trazer muita toxidade para sua vida. Muitas vezes não é possível cortar o vínculo, como no caso de familiares, mas procure manter uma distância que seja saudável para você.
Cultive a sua espiritualidade
Cultive bons pensamentos, boas atitudes, pratique meditação, tenha contato com você mesmo, confie em uma força superior como você a conceba, pessoas que cultivam a espiritualidade enfrentam melhor os desafios e as dificuldades que estão presentes na vida de todos nós.
Se necessário, busque ajuda
Caso perceba que está em uma relação abusiva ou vem tendo comportamentos abusivos em suas relações, busque ajuda, um psicólogo ou psicanalista pode te ajudar a trabalhar os pontos de melhoria ou te ajudar a colocar um fim em uma relação disfuncional, não se acostume com os abusos, busque sempre uma vida plena e saudável tanto física como emocionalmente.
Uma reflexão final sobre relações abusivas
Como está a qualidade das suas relações? Liste os pontos que te agradam e os pontos que te desagradam, se possível coloque no papel, faça uma reflexão sincera e honesta da situação, depois disso estabeleça os passos que dará em busca da sua felicidade.
Este artigo sobre relações abusivas foi escrito pela autora Vera Rocha ([email protected]), coach, atua na área de gestão de pessoas.