tipos de esquizofrenia

Tipos de Esquizofrenia e sua relação com o Ego

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Entenda os tipos de esquizofrenia. A psicanálise é uma teoria psicológica que busca compreender o comportamento humano a partir de processos inconscientes, e por isso, a compreensão da esquizofrenia a partir dessa abordagem é diferente da compreensão da esquizofrenia a partir da psiquiatria, por exemplo.

Os tipos de esquizofrenia e a Psicanálise

De acordo com a psicanálise, a esquizofrenia é uma psicose, que pode ser entendida como uma desestruturação do psiquismo, na qual ocorre uma fragmentação da realidade interna do sujeito. A psicanálise também considera que a esquizofrenia é um processo defensivo do ego contra conflitos psíquicos intensos e traumáticos, que podem estar relacionados à história de vida do indivíduo.

Na psicanálise, a esquizofrenia é vista como uma forma de fuga da realidade e das emoções dolorosas que ela pode trazer, por meio de um processo de isolamento e desinvestimento do mundo externo. Esse isolamento pode levar a um enfraquecimento dos laços afetivos com as pessoas próximas e a um aprofundamento do mundo interno.

A psicanálise também destaca a presença de conteúdos inconscientes na esquizofrenia, que se manifestam de forma distorcida e confusa no mundo interno do sujeito. Esses conteúdos podem ser entendidos como desejos, traumas, fantasias e conflitos não resolvidos que se tornaram intoleráveis para o sujeito.

Os tipos de esquizofrenia e a abordagem psicanalítica

É importante ressaltar que a abordagem psicanalítica não é a única forma de entender a esquizofrenia, e que há diversas outras teorias e abordagens que buscam compreender esse transtorno mental de diferentes formas.

Os principais tipos de esquizofrenia

A esquizofrenia é uma doença mental complexa que pode se manifestar de diferentes maneiras. Os tipos mais comuns de esquizofrenia são a esquizofrenia paranoide, hebefrênica, catatônica, residual e indiferenciada. A seguir, veja uma breve explicação de cada uma dessas subtipos:

• Esquizofrenia paranoide: é o tipo mais comum de esquizofrenia. As pessoas com esse subtipo geralmente apresentam sintomas como delírios e alucinações, mas têm uma capacidade razoável de se comunicar e se relacionar com os outros. Elas podem acreditar que estão sendo perseguidas ou conspiradas contra, por exemplo.

• Esquizofrenia hebefrênica: também conhecida como esquizofrenia desorganizada, é caracterizada por sintomas como desorganização do pensamento e do discurso, comportamento infantilizado e falta de emoção. As pessoas com esse subtipo podem ter dificuldade em manter uma rotina diária e cuidar de si mesmas.

Outros tipos de esquizofrenia

• Esquizofrenia catatônica: é caracterizada por sintomas motores extremos, como movimentos lentos e rígidos (catatonia) ou movimentos excessivos e frenéticos (excitação catatônica). As pessoas com esse subtipo podem apresentar também delírios e alucinações.

• Esquizofrenia residual: ocorre quando uma pessoa tem sintomas menos intensos ou menos frequentes após um episódio anterior de esquizofrenia. Pode haver sinais de pensamento desorganizado ou desinteresse pelas atividades diárias. As pessoas com esse subtipo podem continuar a ter alguns sintomas, mas em menor grau do que antes.

• Esquizofrenia indiferenciada: é uma categoria usada quando uma pessoa tem sintomas que se enquadram em mais de um subtipo de esquizofrenia ou quando seus sintomas não são claramente definidos em nenhum dos subtipos anteriores.

O ego e os tipos de esquizofrenia

O ego é uma parte da psique humana que está envolvida na nossa percepção de identidade e autoconsciência. Ele é responsável por nos ajudar a distinguir o eu do mundo externo e a lidar com as demandas da realidade. A esquizofrenia, por sua vez, é um transtorno mental grave que afeta a capacidade de uma pessoa de pensar, sentir e se comportar de maneira clara e coerente.

Embora o ego e a esquizofrenia sejam conceitos distintos, eles estão intimamente relacionados na medida em que a esquizofrenia pode afetar a estrutura e a função do ego. Na esquizofrenia, o ego pode ser afetado de várias maneiras. Por exemplo, a pessoa pode ter dificuldade em distinguir o eu do mundo externo, o que pode levar a alucinações e delírios.

Ela pode também perder a capacidade de regular as emoções e a motivação, o que pode resultar em comportamentos desorganizados ou inadequados. Além disso, a esquizofrenia pode afetar a capacidade da pessoa de se relacionar com os outros, o que pode levar a uma sensação de alienação e isolamento.

Os sintomas

Os sintomas da esquizofrenia podem variar amplamente de pessoa para pessoa e podem incluir alucinações, delírios, pensamento desorganizado, falta de emoção, isolamento social e problemas de concentração.

O tratamento da esquizofrenia geralmente envolve uma combinação de medicamentos antipsicóticos e psicoterapia. O objetivo é ajudar a pessoa a recuperar a capacidade de pensar, sentir e se comportar de maneira mais clara e coerente, bem como a reconstruir uma sensação saudável de identidade e autoconsciência.

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    Tratamentos para a esquizofrenia

    O tratamento da esquizofrenia envolve uma abordagem multifacetada, que geralmente inclui uma combinação de medicação e psicoterapia. Além disso, pode ser necessário tratamento para outras condições médicas ou psicológicas que podem estar contribuindo para os sintomas da esquizofrenia. Aqui estão algumas opções de tratamento comuns:

    • Medicamentos antipsicóticos: são usados para ajudar a controlar sintomas como delírios, alucinações e pensamentos desorganizados. Os medicamentos antipsicóticos podem ajudar a melhorar a cognição e a capacidade de concentração da pessoa, bem como a reduzir o risco de recaída.
    • Psicoterapias: são formas de terapias que ajudam as pessoas a lidar com seus pensamentos, emoções e comportamentos. A terapia pode ser individual, em grupo ou em família, feita com psicólogos, psicanalistas e terapeutas.
    • Terapia ocupacional: ajuda as pessoas a desenvolver habilidades para lidar com as atividades diárias, como trabalhar, estudar e cuidar de si mesmas. A terapia ocupacional pode incluir treinamento em habilidades sociais, gerenciamento de tempo e planejamento financeiro.
    • Tratamento hospitalar: em casos graves de esquizofrenia, pode ser necessário hospitalização para ajudar a controlar os sintomas e garantir a segurança da pessoa. O tratamento hospitalar pode incluir medicamentos, terapia individual e em grupo, e cuidados com a saúde física.
    • Programas de reabilitação: são projetados para ajudar as pessoas com esquizofrenia a recuperar a capacidade de funcionar de maneira independente. Isso pode incluir treinamento em habilidades sociais, educação e treinamento profissional, terapia ocupacional e outros tipos de apoio comunitário.

    É importante lembrar que o tratamento deve ser adaptado às necessidades individuais de cada pessoa com esquizofrenia e que pode levar algum tempo para encontrar a combinação certa de tratamentos que funciona melhor para cada caso.

    Referências

    1 – Sobre o ego e a esquizofrenia:

    • American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.).

    • Freud, S. (1923). O ego e o id.

    2. Sobre a esquizofrenia de acordo com a psicanálise:

    • Bleuler, E. (1950). Dementia praecox or the group of schizophrenias.

    • Lacan, J. (1955). The mirror stage as formative of the function of the I as revealed in psychoanalytic experience.

    3. Sobre os diferentes tipos de esquizofrenia:

    • American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.).

    • Carpenter Jr, W. T., & Buchanan Jr, R. W. (1994). Schizophrenia. New England Journal of Medicine, 330(10), 681-690.

    4. Sobre possíveis tratamentos para a esquizofrenia:

    • National Institute for Health and Care Excellence. (2014). Psychosis and schizophrenia in adults: treatment and management.

    • Correll, C. U., Galling, B., Pawar, A., Krivko, A., Bonetto, C., Ruggeri, M., … & Leucht, S. (2018). Comparison of early intervention services vs treatment as usual for early-phase psychosis: a systematic review, meta-analysis, and meta-regression. JAMA Psychiatry, 75(6), 555-565.

    Este artigo sobre os tipos de esquizofrenia e sua relação com o ego foi escrito por Viviane Rodrigues (instagram: @vivipsica_analise). Professora há mais de dezoito anos e a vida toda intrigada pela mente humana. Especialista em Neuropsicologia e atualmente se profissionalizando em Psicanálise.

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