transtorno de personalidade antissocial

Transtorno de Personalidade Antissocial: definição e exemplos

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Hoje falaremos sobre o transtorno de personalidade antissocial. Ao escrever esse trabalho de conclusão de curso, me leva a pensar enquanto ser humano, que somos realmente capazes de cometer atrocidades que podem deixar marcas para o resto de nossas vidas.

No entanto, quando se fala de atrocidades com crianças e adolescentes é difícil de entender, pois são pessoas que parecem não ter ainda uma personalidade formada.

O transtorno de personalidade antissocial

O tema Vidas Ceifadas é um tanto pesado, mas a minha pesquisa refere-se às vidas que foram interrompidas e a de seus executores que também foram interrompidas. Profissionais da saúde mental estão cada vez mais avançado em pesquisas para tentar descobrir os motivos que levam esses jovens a cometerem tanta crueldade.

A ciência tem avançado bastante, segundo alguns pesquisadores já se sabe que a crueldade se manifesta de forma biológica quando se dá uma falha nos circuitos do cérebro que pode afetar o social e o genético. Nesse trabalho, será abordado o tema do transtorno de personalidade antissocial.

Tentarei mostrar que muitos casos de crianças e adolescentes com transtornos de conduta antissocial podem ser evitados e depende muito da família e dos profissionais que tratam a mente humana. O método utilizado foi através de leitura de livros, pesquisas de artigos, vídeos, noticiários de TV e revistas e documentários Youtube. O que espero alcançar com essa pesquisa é aprendizado e conhecimento para dar continuidade aos meus estudos sobre psicanálise.

A Origem da Maldade na História da Humanidade

Desde os tempos mais remotos o mundo passou por constantes mudanças ao longo da história. Acredita-se que estamos evoluindo fisicamente e mentalmente tanto para o bem como para o mau. A maldade entre os seres humanos sempre existiu e sempre existirá, mas como ela chega para nós? Será que a sociedade corrompe o homem ou ele nasce egoísta por natureza? Thomas Hobbes já escrevia sobre a questão da maldade na sociedade.

Algumas pessoas acreditam que já nascemos maus por natureza que é inato, outras acreditam que a sociedade leva os seres humanos a ser maus. Diante desse dilema, como pensar sobre o comportamento de uma pessoa que nasce com distúrbios psicológicos e que possa levar essa pessoa a fazer algum tipo de maldade? Ou que foi a sociedade que contribuiu para que essa pessoa crie estratégias para fazer maldades?

É muito complexo pensar na maldade como sendo própria dos seres humanos. Na Pré-história a violência existia para sobrevivência e para se defender de outros animais, passando pela Idade Média ou Idade das Trevas a violência se concretizou mais ainda, pois o poder e a ganância estavam em questão, a religião contribuiu muito para tantas violências, implantando a obediência por meio da violência e do medo criando a Santa Inquisição, em nome de Deus mata-se pessoas inocentes homens, mulheres e crianças.

Violência e a maldade

Nos próximos séculos a violência e a maldade continuam com as Revoluções, Guerras, Epidemias e assim por diante. Não quero com esse trabalho dizer que a origem da maldade é preestabelecida ou que a sociedade é culpada, o que quero mostrar é a maldade que crianças e adolescentes praticam ao longo de suas vidas e que se fossem observadas e percebidas em determinado tempo de suas vidas talvez pudessem ter sido evitadas.

Anna Freud (1895-1982) e a psicanálise infantil e transtorno de personalidade antissocial

Em 1895, nascia Anna Freud, fundadora da psicanálise infantil, ela contribuiu muito para os estudos de crianças. Nascida em Viena, na Áustria, filha de Sigmund Freud, como seu pai era muito devotada aos estudos, foi professora primária, quando pôde observar crianças e acabou se tornando um gosto pela psicologia infantil. Foi pioneira junto com Melanie Klein, mas com teorias diferentes.

A visão de Anna Freud era que seus pacientes teriam que ser conquistados, pois acreditava na impossibilidade de estabelecer uma relação direta com a análise pois eram muito imaturas eram crianças e não conseguiam se expressar claramente, por isso ela usou o método de brincadeiras, através desse método seus pacientes conseguiam se expressar, utilizava brinquedos para conquistar seus pacientes. No tratamento com crianças Anna Freud achava que deveria ser associada a uma ação educativa e não a uma ação terapêutica de análise, seu trabalho com crianças era mais uma ação pedagógica psicanalítica visando assim a ação do brincar onde a criança poderia se expressar e era através dessa atividade que o analista teria acesso a conteúdo inconscientes da criança.

Em 1927 publicou sua obra. O tratamento psicanalítico com crianças para o transtorno de personalidade antissocial nessa obra ela expõe os princípios da análise infantil, estudou o comportamento das crianças na pré-escola e observou tipos de brinquedos que poderiam ser utilizados no desenvolvimento infantil orientando professoras e terapeutas da época e o mais importante é ter clareza que as crianças não sabem que estão doentes, por isso a dificuldade de trabalhar com a terapia de crianças. Anna Freud faleceu em 1982, Londres – Reino Unido, deixando um grande legado para a psicanálise.

Transtorno de personalidade antissocial e Sigmund Freud (1856-1939), o criador da Psicanálise

Sigmund Freud, foi médico e neurologista, foi considerado o criador da psicanálise, nasceu em Freiberg, na Morávia que pertencia ao Império austríaco. Filho de Jacob Freud que era comerciante e Amalie Nathanson de origem judaica, era o primogênito de sete irmãos. Sua família mudou-se para Viena, onde os judeus tinham melhores condições de vida econômica. Ingressou na Universidade de Viena aos 17 anos de idade no curso de medicina, era fascinado pelas pesquisas de laboratório dirigidas pelo Dr. E.W. von Brucker.

Chegou a trabalhar com esse especialista em pesquisas sobre histologia do sistema nervoso, desde então já revelava interesse por casos de doenças da mente. Trabalhou com o médico Josef Breuer que curava sintomas de histeria através da hipnose, usava um método chamado “método catártico” que vai constituir o ponto de partida da psicanálise para Freud. Durante anos Sigmund Freud trabalhou com clínicas neurológicas para tratamento com crianças, onde teve destaque por ter descoberto um tipo de paralisia cerebral. Continuando suas pesquisas Freud estudou a natureza sexual dos traumas infantis que causam a neurose.

Para Freud, no transtorno de personalidade antissocial, a criança tem sentimentos de raiva, desejos destrutivos está sempre em conflito, portanto no transtorno de personalidade antissocial, é portadora de sexualidade e “[…] é capaz da maior parte das manifestações psíquicas do amor, por exemplo, a ternura, a dedicação e o ciúme” (Freud, 1907/1976a, p.139). Freud estudou muito para contribuir com a saúde mental da humanidade, só o fato de conseguir determinar que o inconsciente causa alterações no comportamento das pessoas já é um grande avanço na evolução do Ser Humano. Sigmund Freud morreu em 1939 no início da Segunda Guerra Mundial em Londres.

Melanie Klein (1882- 1960) e o tratamento infantil sobre o transtorno de personalidade antissocial

Melanie Klein nasceu em Viena no ano de 1882, era filha do médico Moritz Reizes de origem judaica polonesa, sua mãe era uma mulher dominadora, teve muitas perdas na infância sua irmã Sidonier veio a falecer de tuberculose aos 8 anos de idade, com 18 anos perdeu o pai ficando sob a guarda da mãe dominadora e quando tinha 20 anos de idade seu irmão Emmanuel faleceu essa perda foi a mais dolorosa, pois era o seu irmão preferido. Melanie Klein se casou com Arthur Stevan Klein, o casal estavam sempre viajando por motivo de trabalho do marido, foi através dessas viagens em Budapeste que Melanie entrou em contato com o trabalho de Sigmund Freud.

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    O húngaro Sándor Ferenczi era terapeuta de Melanie e amigo de Freud a partir de então começa sua ligação com a psicanálise. Ela conhece Freud durante o V Congresso da International Psychoanalytical Association (IPA). Passa a integrar a Sociedade de Psicanálise de Budapeste e apresenta um caso com criança, caso com base na análise de seu filho de cinco anos. Melanie Klein foi uma devota no trabalho com crianças e sua contribuição foi relevante para a psicanálise infantil.

    Ela faleceu em 1960 aos 78 anos de idade em Londres – Reino Unido. Melanie Klein foi pioneira na técnica da análise com atividade lúdica com crianças. Para ela o brincar era uma atividade natural que as crianças se expressavam através de suas fantasias e experiências vividas substituindo a livre associação.

    Melanie e pulsão de vida

    Começou seu trabalho com crianças partindo da teoria que a psicanálise poderia ser aplicada com crianças, Melanie Klein em seus estudos revela que as crianças desde a tenra idade já mostra agressividade primária que Freud deu o nome de pulsão de morte numa luta constante com a pulsão de vida.

    Melanie Klein deixou um legado acerca da psicanálise infantil, seus estudos com bebês desde seus primeiros dias de vida e o trabalho com crianças de mais idade foi importante

    Casos de Crianças e Adolescentes que cometeram crimes aparentemente sem motivos

    Os casos que estão relatados nesse trabalho foram pesquisados na internet e estão descritos conforme foram escritos por seus autores. São casos de crianças e adolescentes que tiveram suas vidas ceifavas por motivos que não se sabe ao certo. Algumas crianças e adolescentes apresentam desde cedo tendências à violência, crueldade sem nenhum remorso.

    Era uma vez um menino que sofria bullying na escola por causa de seus óculos fundo de garrafa, suas sardas, seu cabelo vermelho e suas grandes orelhas, efeitos colaterais do remédio que sua mãe tomou … contra epilepsia enquanto estava grávida. Esse menino era Eric Smith, de 13 anos. Ele foi preso em 1993, depois de assassinar uma criança de 4 anos chamada Derrick Robbie. Eric levou o menino para um … onde o estrangulou, jogou pedras em sua cabeça e o violentou sexualmente com um galho de árvore.

    Depois de preso, Eric confessou o assassinato, e não soube dizer exatamente por que cometeu o crime. Ele foi diagnosticado com TEI (Transtorno Explosivo Intermitente). Mas, mesmo assim, acabou condenado. Ele teve sete pedidos de liberdade condicional negados. Joshua Phillips (14 anos).. O caso de Joshua Phillips, que tinha 14 anos em 1998, foi descoberto por sua mãe durante uma faxina. Ela estava limpando o quarto do filho quando viu uma mancha molhada embaixo da cama.

    A senhora Phillips achou que a mancha viesse do colchão de água do menino. Quando foi investigar mais, percebeu que a mancha era maior do que ela tinha imaginado. E havia um pouco de silver tape tapando o buraco do colchão. A mãe, então, imaginou que o filho já soubesse do vazamento e tivesse escondido para não ficar de castigo. Ela retirou a fita e se surpreendeu com algo gelado.

    Martin Brown, 4, e Brian Howe, 3

    Com uma lanterna, conseguiu enxergar o corpo de Maddie Clifton, uma vizinha de 8 anos que estava desaparecida havia uma semana. Mary Bell (11 anos) A menina tinha 11 anos em 1968, quando assassinou dois meninos, chamados Martin Brown, 4, e Brian Howe, 3. Bell estrangulou Martin em uma casa abandonada. Meses depois, ajudada por uma amiga, ela matou Brian do mesmo jeito.

    As duas meninas mutilaram o corpo do segundo menino e talharam um “M” em sua barriga. Bell ficou presa até 1980, quando foi liberada com uma nova identidade, depois de muita polêmica. No fim dos anos 1990, em um livro assinado pela biógrafa Gitta Sereny, Mary Bell (já sob um pseudônimo desconhecido) contou que sofreu abusos durante a infância, pelas mãos de sua mãe, que era prostituta.

    Paris (13 anos)

    Em áudio: ‘Meu filho matou a irmã de 4 anos’: como é ser mãe de um sociopata. A americana Charity Lee tinha apenas seis anos de idade, quando seu pai foi morto com vários tiros na cabeça dentro de casa, em Atlanta, no Estado da Geórgia. O principal suspeito pelo assassinato fora a mãe de Charity, que acabou sendo inocentada pelo júri. Charity cresceu nesse clima de tragédia e suspeita.

    Na adolescência, ela praticava esportes e era uma boa aluna e atleta, mas começou a apresentar problemas de saúde mental como o transtorno de personalidade antissocial e acabou viciada em drogas. Só conseguiu deixar o vício aos 18 anos, após pedir ajuda. Foi também nesta época que ela começou a estudar ecologia humana em uma universidade — analisando as reações das pessoas ao ambiente que as cerca. “Desde que me entendo por gente, sou fascinada com o ‘porquê de as pessoas fazerem o que fazem'”, diz Charity ao programa Outlook, da BBC. “Gosto de entender o que mexe com cada um.”

    O interesse, no entanto, não é só acadêmico. Aos 13 anos, o filho de Charity, Paris, esfaqueou Ella, a irmãzinha de 4 anos, até a morte. O menino foi preso e cumpre pena desde 2007, mas pode ficar na cadeia até os 50 anos de idade. A mais recente tragédia na vida de Charity a obrigou a lidar com perguntas dolorosas: como a mãe pode entender que seu filho é um sociopata? É possível sentir amor incondicional em uma situação tão terrível?

    O transtorno de personalidade antissocial e o início dessa história

    Quando ainda estava na faculdade, Charity descobriu que, para ela, viver sem usar drogas não era fácil. “Eu era infeliz. Todo mundo ficava me dizendo ‘Se você ficar sóbria, sua vida vai melhorar muito’. Mas não melhorava de jeito nenhum! Porque toda a dor que eu estava encobrindo com as drogas vinha à tona.” Depois de ficar “careta” e infeliz por quase um ano, Charity se deu três meses para tomar uma decisão.

    “Eu sei que é um pensamento adolescente, mas decidi que, se não conseguisse encontrar a felicidade até lá, acabou. Chega de viver essa vida.” Foi então que Charity descobriu que estava grávida, “e isso mudou tudo”. “Acho que nunca amei alguém tão intensamente quanto aquela criança crescendo em mim.” Paris nasceu em 10 de outubro de 1993, 16 dias antes de Charity completar 20 anos: ‘Acho que nunca amei alguém tão intensamente’ Charity batizou o bebê com o nome do príncipe grego Paris, da Ilíada, de Homero.

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    Nem tudo melhorou da noite para o dia, mas ser mãe a motivou a levar uma vida melhor. Nove anos mais, ela engravidou novamente. Desta vez, teve uma menina, Ella. Ella era um bebê que não dava muito trabalho. “A maior diferença entre eles era que Paris era mais introvertido e tímido, enquanto Ella era uma pimentinha, muito levada! Era extrovertida, teimosa e determinada”, conta Charity. As duas crianças se davam bem. “Paris parecia realmente amar muito Ella. E Ella adorava Paris.”

    ‘Sem motivo para preocupação’

    “Paris era um bom menino, muito calmo na maior parte do tempo. Tinha horas que dava trabalho, como toda criança, mas não posso dizer que fosse algo que me causasse grande preocupação.” “Quer dizer, olhando para trás, algumas coisas que ele fez poderiam ter sido sinais de alerta, mas na hora que acontecem você pensa: ‘Tudo bem, é coisa de criança’.

    Paris parecia realmente amar muito Ella. E Ella adorava Paris’, diz Charity, anos depois de o filho ter assassinado a irmã mais nova A vida da família não era nenhum mar de rosas. Charity conseguiu ficar longe das drogas por muitos anos, mas não escapou totalmente do vício. Durante seis meses, quando o menino tinha 12 anos e a filha, 3, ela teve uma recaída com cocaína. “Foi um período muito difícil mesmo.

    Eu não deixava de cuidar das crianças, mas obviamente estava com problemas e vivia alterada. Paris assumiu a responsabilidade e passou a cuidar mais de Ella.” Charity diz que ainda desempenhava seu papel de mãe, mas que foi difícil para o filho perceber que os pais são “falíveis, humanos e cometem erros”. “Acho que foi muito doloroso para Paris.”

    Tempos difíceis

    As crianças pareciam se dar bem, mas um incidente na fazenda da mãe de Charity mostrou um lado diferente de Paris. Os dois brincavam do lado de fora com uma parente quando tiveram uma briga boba, que acabou se agravando. Paris se comportava como qualquer outro garoto, mas às vezes, diz a mãe, reagia de forma desproporcional Enquanto Charity acalmava as garotas, Paris pegou uma faca na cozinha e fugiu. Quando ela o encontrou, ele estava agitado, irritado, soluçando e fazendo ameaças. “

    A reação dele foi completamente desproporcional… ele disse que ia se ferir com a faca se eu me aproximasse.” Ele ficou no hospital por mais de uma semana, mas nenhum médico descobriu se havia algo de errado com ele. “Muita gente pode dizer: ‘Isso foi um indício de que ele estava fadado a ser violento’, mas eu não achava isso na época. Eu sabia que Paris tinha ficado abalado com a minha recaída e com o que eu tinha feito com a nossa família.” Em 2005, Charity estava sóbria de novo, e a vida havia voltado ao normal.

    Ela voltou a estudar e estava trabalhando meio expediente como garçonete. Por isso, passava menos tempo em casa. Paris no aniversário de 13 anos – três meses mais tarde ele mataria a irmã Mas, dois anos depois, no fim de semana de 4 de fevereiro de 2007, tudo mudou. Ella, aos quatro anos, idade em que morreu: ‘Ella era extrovertida, teimosa e determinada’, diz a mãe “Pouco depois da meia-noite, quando estávamos fechando o restaurante, chegou a polícia e me disse: ‘Charity, precisamos conversar com você. Sua filha foi ferida’.” Os policiais disseram que ela estava em casa, mas Charity não entendia por que não a tinham levado ao hospital se estava ferida.

    O transtorno de personalidade antissocial no relato

    Então, um deles disse: “Ella está morta”. “Aquela frase mudou a minha vida”, lembra Charity. Ela desmaiou. Quando acordou, perguntou: “Onde está Paris? Ele está bem?” “Sim, ele está bem. Está conosco.” “O que você quer dizer com ‘ele está com vocês?'” E foi quando contaram a ela — Paris havia matado a irmã. “E aí, nada mais fez sentido.” ‘Ao contrário do que as pessoas pensam, o meu Paris era um ótimo irmão mais velho’, diz Charity Paris tinha convencido a babá a ir para casa antes que a mãe voltasse. Ele entrou no quarto de Ella, bateu nela, a sufocou e a apunhalou 17 vezes com uma faca de cozinha.

    Paris então ligou para um amigo e conversou com ele durante seis minutos antes de telefonar para o 911, o número de emergência local. Eles lhe disseram como prestar primeiros socorros, e ele disse que estava tentando. Mas a investigação revelou que ele não tentou ressuscitar Ella. No final daquela noite, Charity se sentiu destruída. “Quando ouvi que Ella estava morta, me parti em um bilhão de pedaços”, diz Charity. “E quando descobri que tinha sido o Paris, foi como se alguém tivesse pegado esses pedaços e quebrado tudo de novo.” “Eu não achava que conseguiria me reerguer, sabe? Eu só queria morrer… Mas não podia. Ainda tinha o Paris.”

    No dia seguinte, Charity foi ver Paris. “Eu estava acabada. Não conseguia me acalmar, mas quando finalmente me deixaram entrar naquela sala, a primeira coisa que senti foi: ‘Estou tão feliz de ver meu filho'”. “Simplesmente abracei ele, com toda minha força. Eu chorava e o apertava. Precisava sentir que ele estava realmente lá, que estava bem…mas aí comecei a perceber que ele não estava me abraçando de volta “. “Ele não demonstrava sentimento.” Charity diz que o rapaz parecia estar apenas com o corpo presente. “Eu não vi nada lá. Na cara dele, nos olhos… nada!”

    Charity e o transtorno de personalidade antissocial

    “Nós nos sentamos, ele me olhou e disse: ‘O que você vai fazer agora?'” “O que você quer dizer?”, perguntou Charity. “Você sempre dizia que se alguém machucasse seus filhos você seria capaz de matar essa pessoa — então o que você vai fazer agora?”, perguntou. “Ele não estava me perguntando com medo. Era mais como um desafio.” “Foi a primeira vez que vi que tinha alguma coisa diferente no Paris. Eu sabia que ele estava com raiva, mas aquilo não era só raiva. Aquilo era sinistro.” Amor incondicional Quando Paris nasceu, Charity prometeu que o amaria, não importava o que acontecesse Paris dissera à polícia que estava dormindo e que, ao acordar, viu que Ella tinha se transformado em um demônio em chamas.

    Ele então pegou a faca para tentar matar o “demônio”. Charity estava convencida de que o filho estava doente, e quis mostrar seu amor incondicional ao filho. “Eu olhei para ele e disse: ‘Prometo a você agora a mesma coisa que prometi no dia em que você nasceu. Eu realmente não sei como ser sua mãe, mas vou ser mãe da melhor forma que puder e vou te amar não importa o que aconteça’.” Se Paris tivesse 18 anos quando cometeu o crime, estaria sujeito à pena de morte O comportamento dele se transformou depois que foi preso. Ele se tornou mais violento. Nesse meio tempo, vieram à tona os chocantes detalhes de como matara sua irmã – e também seu perturbador histórico de buscas na internet.

    Em 2007, nove meses após a morte de Ella, Paris recebeu uma sentença de 40 anos de prisão por assassinato. A essa altura, Charity já havia aceitado que aquilo não havia sido um acidente ou resultado de uma psicose temporária — o jovem realmente quis matar a irmã. Os pensamentos de Charity foram de “meu Deus, quem é essa criança?” até perceber “quem ele realmente era, que ele era 100% capaz de fazer o que fez. Eu acho que chorei sem parar durante meses”. Ela perdeu 15 kg em 13 dias, desenvolveu gagueira… Ficou arrasada. Charity se lembra de implorar ao filho em uma visita: “Paris, me ajude a entender. Estou tentando tanto entender, para poder te ajudar”. “Mas ele simplesmente me olhou e começou a rir.

    Uma risada maldosa

    Foi uma risada realmente maldosa. E depois ele disse: ‘Sabe mãe, todo mundo sabe, você foi muito estúpida. Todos esses anos, todos me achando inteligente, bonito e artístico… Todo mundo errado’. ” “Ele não era mais Paris”, diz a mãe. Por que Charity ainda visita o filho Muitos amigos disseram a Charity que não conseguiam entender por que ou como ela ainda visitava Paris. “Mas eu nunca, nunca, deixei de amar meu filho”, diz ela. Mesmo quando passou a sentir medo dele, quando descobriu que Paris também tinha planejado matá-la.

    Quando Paris tinha 15 anos, revelou a Charity por que decidiu deixá-la viver “Parte da razão de ele ter me deixado viver é que, depois que matou Ella, percebeu que eu sofreria mais se ficasse viva.” “Se ele me matasse, eu sofreria por 15 ou 20 minutos. Mas depois tudo estaria acabado, eu ainda estaria com Ella e ele, sozinho.” Foi o próprio Paris que contou tudo isso a ela quando completou 15 anos. Sendo julgada Além do medo que passou a sentir do filho, Charity também teve que enfrentar os julgamentos da sociedade: “Quando uma criança faz algo horrível, a mãe é sempre culpada”.

    Ela ouviu repreensões, insultos e ameaças de alguns amigos e até de conhecidos. Um dia, foi abordada no supermercado por uma pessoa que lhe disse: “Você é a mulher que criou aquele menino que assassinou a irmã”. Mas ela se sente culpada? “Sim e não. Sei que minha recaída (do consumo de drogas) contribuiu para deixar Paris com raiva. Mas também acredito firmemente que grande parte do que está por trás dessa personalidade é genética.” A mãe tampouco perdoa o filho: “Ainda acredito que ele poderia ter feito outra escolha.

    Uma outra decisão

    Todos temos o poder de decidir. Teria sido outra coisa se Paris sofresse de esquizofrenia ou de um terrível transtorno e tivesse sido verdadeiramente incapaz de tomar outra decisão”. “Mas ele não tem esse tipo de transtorno: ele é muito frio, muito calculista, muito inteligente… (Matar a irmã) não foi uma decisão por impulso. Ele me disse que escolheu conscientemente Ella porque sabia que isso causaria um dano maior.” “O garoto é um sociopata, sem dúvida.” Paris disse à mãe que a ‘gaveta’ que deveria guardar os sentimentos dele parece vazia Sociopata é o termo usado para designar pessoas com uma forma extrema de transtorno de personalidade antissocial.

    Não se sabe ao certo por que algumas pessoas desenvolvem o transtorno, mas acredita-se que tanto a genética quanto experiências traumáticas da infância contribuam. Para Charity, foram necessários três anos até ela conseguir aceitar este diagnóstico, feito repetidas vezes. “Os elementos mais marcantes (que vejo) são o desprezo pelas normas e regras sociais e uma completa falta de remorso — eles não são fisiologicamente capazes de sentir os instintos ou reações que a maioria de nós tem. Todas as suas emoções são extremamente superficiais”, descreve ela. “Isso, junto com narcisismo, torna a pessoa extremamente desagradável a maior parte do tempo.”

    “Ele diz: ‘Sei que em algum lugar dentro de mim deve existir uma gaveta que eu possa abrir; e toda a culpa, remorso e angústia sobre o que fiz com Ella vai estar lá. Mas quando eu abro a gaveta, não tem nada lá dentro. Apenas esqueci’. Ele simplesmente não sente remorso.” Mas como é ser mãe de um sociopata? “Quando você aceita isso, ganha uma sensação de serenidade. Não estou totalmente em paz com o fato de meu filho ser um sociopata, mas parei de lutar contra essa ideia.” “Em vez de fazer isso, me concentro mais na ideia de que sei quem sou.

    Charity e a condição do filho

    Sei que não criei meu filho desse jeito, mas não vou dar as costas a ele por ele ser do jeito que é.” Para ajudar os outros a entenderem, Charity usa a mesma analogia que a ajudou a lidar com a condição do filho. “Paris é um predador, como um tubarão”, diz ela. “Se sou um surfista numa prancha e um tubarão morde minha perna, vou me machucar e minha vida nunca mais será a mesma. Mas não vou passar o resto da minha vida odiando o tubarão por ser um tubarão.” Renascendo das cinzas Esse pensamento também ajudou Charity a seguir em frente. ”

    Tudo o que eu posso fazer agora é lidar com o tubarão com muito cuidado e ensinar outras pessoas sobre eles.” Charity criou uma fundação chamada ELLA, onde as letras do nome da filha também significam, em inglês, Empatia, Amor, Lições e Ação. A ELLA Foundation ([email protected]) tem como objetivo ajudar vítimas de crimes violentos, bem como aqueles afetados por doenças mentais ou pelo sistema criminal. Em um vídeo publicado no site da Fundação, em que conta sua história, Charity comenta que Paris e Ella foram frutos de diferentes relacionamentos e tiveram pais ausentes – e com transtornos.

    Dois anos após o nascimento de Paris, ela descobriu que o pai dele tinha esquizofrenia do tipo paranoica, caracterizada, por exemplo, pela presença de ideias frequentes de perseguição, em geral acompanhadas de alucinações. “Ele sempre pagou pensão alimentícia, mas ele não era problema nosso, esse é o meu ponto. Ele não estava lá (conosco), mas nem sempre é melhor que eles (os pais) estejam lá”, diz ela. Ela teve outro relacionamento depois e se casou quando Paris estava com sete anos de idade. Só depois do casamento descobriu que o marido era alcoólatra. Era o pai de Ella. “Ele não melhorou. Então me separei e me divorciei quando minha filha nasceu”.

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    Phoenix

    Em 2013, seis anos após o assassinato de Ella, Charity teve outro filho. Um menino que chamou de Phoenix, porque “a fênix renasce das cinzas de sua própria destruição. Achei que seria perfeito”. Em outro depoimento publicado no site Good Housekeeping ela conta que conheceu o pai dele após a morte da filha, mas que “ele já não é parte da nossa vida”. “Agora somos só Phoenix e eu”. ‘Amo a vida de novo’ “O que aconteceu com Paris, Ella e eu, não é tudo o que eu sou. Agora eu tenho uma vida com Phoenix, e eu amo a vida de novo.”

    Paris ainda está na prisão no Texas e poderá, em tese, pleitear liberdade condicional em 2027. Mas se cumprir pena até o fim, só será libertado em 2047, aos 53 anos. Charity continua visitando e conversando com ele ao telefone, mas não gosta de pensar sem uma possível libertação do filho. “Eu não gosto da ideia, principalmente por causa do medo. Ele não vai mudar. Ele não mudou muito desde os 13 anos de idade.” Ela também se preocupa com a segurança de Phoenix. ”

    Espero que Paris tenha que cumprir o máximo possível de sua sentença, porque quero garantir que Phoenix tenha o máximo de tempo possível — e a capacidade de crescer o mais forte possível — considerando a possibilidade, mesmo que remota, de Paris pensar em fazer algo assim com a gente novamente”. *Charity Lee foi entrevistada por Emily Webb para o programa de rádio Outlook, da BBC World Service. Esse caso aconteceu no Brasil, o nome do adolescente não foi divulgado Um adolescente de 13 anos confessou à polícia que matou a tiros a mãe, de 47 anos, e o irmão mais novo, de sete anos, no último sábado (19). Já o pai do garoto, de 57 anos, ficou gravemente ferido.

    Levantamento sobre o caso do transtorno de personalidade antissocial

    O g1 fez um levantamento com tudo o que se sabe sobre o caso. Como e quando a ação aconteceu? Um policial militar aposentado, a esposa dele e o filho mais novo do casal foram baleados dentro da casa onde moravam em Patos, no Sertão da Paraíba, no último sábado (19). O corpo da mãe estava no quarto do casal e o da criança estava na sala, próximo ao pai, que foi atingido com um tiro no tórax. A mãe e a criança foram encontradas mortas na residência. Já o pai estava ferido e foi socorrido para o Hospital Regional de Patos.

    Quem baleou o PM e matou a mulher e a criança? O suspeito de cometer o ato infracional é o próprio filho do casal, um adolescente de 13 anos, que confessou a ação em depoimento à polícia. De quem era a arma usada? A arma utilizada na ação é do policial militar reformado. Por que o adolescente baleou o pai e matou a mãe e o irmão caçula? No início, o adolescente negou o ato infracional. A própria polícia achava que ele também era vítima e tinha sobrevivido uma chacina. Depois, contudo, no desenrolar das investigações, ele foi apontado como suspeito.

    De acordo com o depoimento do adolescente, ele cometeu o ato infracional porque a família o proibiu de usar o celular para jogar e para conversar com os amigos e porque era pressionado por notas boas. Reconstituição do caso feita pela polícia Conforme o delegado Renato Leite, responsável pelo caso, é possível fazer uma reconstituição dos fatos. Ele relatou que o policial militar reformado foi à farmácia comprar um remédio para a esposa e, pouco antes de sair de casa, tirou o celular do menino.

    Relato do adolescente

    Segundo o adolescente, esse ato foi a “a gota d’água” que o levou a cometer o ato infracional. Quando o pai retornou da farmácia, já encontrou a esposa morta, baleada quando estava deitada. O adolescente estava com a arma na mão. O pai pediu para ele soltar o revólver. Ao invés disso, o menino atirou nele e o atingiu no tórax. Com o barulho dos tiros, o irmão do suspeito correu para abraçar o pai. Ele acabou sendo baleado pelas costas e morrendo no local.

    Ainda de acordo com o delegado, o suspeito, depois dos tiros, guardou a arma do pai e ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O adolescente foi apreendido? O adolescente foi transferido para o Centro Especializado de Reabilitação de Sousa, também no Sertão da Paraíba. Qual é o estado de saúde do policial militar reformado? A vítima foi transferida do Hospital Regional de Patos para o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande ainda no sábado (19).

    O estado de saúde dele é grave e estável. De acordo com o cirurgião geral Caio Guimarães, o pai está paraplégico, isto é, com déficit motor e sem sentir os membros inferiores. Ainda não há como afirmar se as sequelas serão permanentes. Ele permanece internado, consciente e orientado. Globo.com G1 Um caso curioso (sem mortes)

    Elizabeth Thomas

    Elizabeth Thomas perdeu a mãe biológica quando tinha apenas 1 ano, deixada com o irmão Jonathan sob a custódia do pai. O homem abusou sexualmente das duas crianças por 6 meses até que alguns médicos descobriram o que estava acontecendo. As crianças foram resgatadas dessa situação de vulnerabilidade. Jonathan estava imundo de fezes e urina dentro de um berço cercado por caixas de leite azedo. Beth não tomava banho há semanas, tampouco comia.

    Em meados de 1984, eles foram adotados por Jim e Julie Tennent, que fizeram essa escolha após tentarem ter filhos por 8 anos. Na época, Beth tinha 2 anos, e Jonathan, 7 meses. Os irmãos significavam a realização de um sonho para o casal, que fazia de tudo para proporcionar o melhor da vida para eles, principalmente dando o afeto que Beth e Jonathan jamais receberam. As crianças foram cercadas de atenção, amor, presentes, mimos e conforto. Tudo parecia um sonho até que os pesadelos de Beth entraram no caminho — literalmente. A garota começou a acordar todas as noites se queixando de “um homem que caía sobre ela e a machucava com uma parte dele”.

    Foi depois disso que o comportamento dela se alterou completamente. Em momento algum, os Tennents foram alertados sobre as circunstâncias nas quais as crianças chegaram à adoção. A assistente social alegou que elas eram saudáveis e livres de qualquer trauma psicológico, portanto Jim e Julie estavam completamente no escuro sobre o que estava acontecendo. Quando o órgão de adoção foi confrontado pelo casal, os funcionários alegaram que não forneceriam o histórico dos infantes devido às leis de confidencialidade.

    A prioridade

    Era irônico, uma vez que o bem-estar das crianças deveria ser a prioridade. Os pais não teriam sofrido tanto se soubessem o mínimo do que tinha acontecido com as crianças antes de se tornarem seus filhos. Outros na posição deles poderiam não ter encontrado a saída ideal para aquele pesadelo. Beth começou a exibir raiva e descontrole absurdos. Ela xingava, fazia gestos obscenos e gritava até ficar vermelha. A garota chegou a jogar o irmão do berço para o chão e pisar tão forte na cabeça dele que foram necessários pontos para fechar os ferimentos.

    Jonathan era beliscado, mordido e socado por Beth quando os pais não estavam por perto. A própria menina relatou que molestou o garoto; ela também se masturbava em público. Desesperada e sem saber a origem de toda aquela agressividade, Julie passou a trancar Beth no quarto à noite, para garantir a segurança da família, principalmente porque várias vezes ela foi pega tentando esfaqueá-los. No tempo em que estava solta, Beth caçava animais para torturá-los, como uma maneira de esvaziar aquele ódio incontrolável.

    No documentário, quando foi interrogada sobre os seus animais de estimação, ela respondeu: “Eu os prendi com estacas para que morressem”. A situação tornou-se insustentável para os Tennents; então, em 1989, eles decidiram procurar um psicólogo. Dr. Ken Magid foi o responsável pelas conversas com Beth. A princípio, exibindo um comportamento malicioso, ela confessou que machucaria os pais adotivos esfaqueando-os até a morte. Então, o profissional organizou uma verdadeira jornada às origens psicológicas da garota.

    O transtorno de personalidade antissocial e a terapia

    No decorrer das sessões de terapia, ela falou dos abusos sexuais que sofreu do pai biológico e expressou toda a sua aversão por pessoas. Ela acreditava que até mesmo o médico a machucaria, por isso o repudiava. Beth foi diagnosticada com Transtorno de Apego Reativo (RAD), um grave distúrbio caracterizado pela dificuldade de criar vínculos sociais ou afetivos, frequentemente causado por situações de vulnerabilidade e abuso enfrentadas antes dos 5 anos.

    Porém, esse foi só um dos fatores responsáveis para ela desenvolver a psicopatia infantil. Durante a internação, a garota expressou que entendia a consequência dos seus atos, mas não expressou remorso por isso. Ao longo de muitos anos de terapia intensiva, ela apresentou culpa genuína por ter causado dor aos pais e ao irmão. Depois, foi submetida a conviver sob um conjunto de regras rigorosas proposto por um especialista em RAD que a criou por muito tempo longe do afeto diário dos pais. Beth conseguiu se sair bem na escola, socializando e fazendo amizades, inclusive se formou em Enfermagem na Universidade do Colorado.

    Atualmente, ela viaja o mundo dando palestras sobre a própria história e declara que superou o passado. Para muitos especialistas, a garota, que virou símbolo de estudo, apenas aprendeu a reprimir os instintos psicopáticos, uma vez que a doença não tem cura, ou seja, a consciência dela apenas finge bem. Para outros, Beth é apenas o resultado de como a mente humana reage ao trauma e à negligência. A Ira de um Anjo: Beth Thomas, a menina psicopata que … https://aventurasnahistoria.uol.com.br › reportagem.

    Conclusão: sobre o transtorno de personalidade antissocial

    O filósofo Jean-Jacques Rousseau em sua obra afirma que o homem é bom por natureza e depois é corrompido pelas desigualdades sociais que a sociedade impõe, o filósofo inglês Thomas Hobbes tem uma célebre frase que é “O homem é o lobo do homem” frase esta que significa dizer que o homem é o maior inimigo do próprio homem, pois ele é capaz grandes atrocidades contra a sua própria espécie. Freud contrapõe Rousseau e diz que o homem é egoísta e agressivo por natureza e só obedecendo as leis pode viver em sociedade.

    Alguns estudiosos acreditam que a maldade humana é inata, já nasce com ela, outros acham que uma pessoa pode nascer com alguma deficiência genética que pode ocasionar em maldade ou distúrbios de personalidade antissocial. Os casos citados neste trabalho de conclusão de curso me leva a acreditar que Freud e Hobbes estão quase certos, não quero tomar partido, a ciência tem muito para descobrir. O garoto Smith sofria bullying desde muito cedo na escola, muitas crianças e adolescentes sofrem bullying na escola e não matam. Joshua não apresentava nenhum distúrbio segundo sua mãe.

    A garota Mary Bell matou e torturou duas crianças inocentes, será que o motivo foi porque também foi abusada pela sua mãe quando criança. Paris matou a irmã a sangue frio e nunca se arrependeu, e não demonstrava aparentemente nenhum distúrbio de psicopatia, a mãe dele não teve uma infância tranquila, na adolescência foi viciada em drogas, o pai tinha esquizofrenia do tipo paranoica, é evidente que pode ter alguma característica com a genética dos pais, mas o nível de maldade é tão cruel que parece nascer com a pessoa.

    O garoto brasileiro

    Sobre o transtorno de personalidade antissocial, o garoto brasileiro só precisou que os pais tirassem seu celular para matar a mãe e o irmão e deixar o pai com graves ferimentos. Elizabeth Thomas tinha distúrbios sérios de personalidade e violência, felizmente foi diagnosticada a tempo, hoje está aparentemente recuperada, mas não significa que está curada. O filme A Ira de um Anjo é baseado na sua vida real.

    A vida para esses adolescentes e crianças parecem muito banal, todos esses casos foram marcados por mortes de pessoas que tiveram suas vidas ceifadas tanto de quem morreu como de quem cometeu o crime. Será que se esses crimes tivessem sido descobertos antes de acontecerem seria diferente? Freud estava certo que a causa está na infância, está na família.

    Anna Freud teve seu papel na sociedade estudou e ajudou muitas crianças, foi pioneira no trabalho de psicanálise infantil. Melanie Klein sofreu na infância e adolescência usou esse sofrimento para transformar vidas, seu trabalho ficará para sempre na sociedade psicanalítica. O fato é que quanto mais cedo for identificado qualquer transtorno, melhor para o tratamento, a medicação pode controlar, a terapia ajuda e a família tem que ser presente e perceber comportamentos inadequados dos filhos, conversar e buscar ajuda com especialistas.

    Referências bibliográficas sobre o transtorno de personalidade antissocial

    Freud, Anna. O Tratamento Psicanalítico de Crianças. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1971. Klein, Melanie. Psicanálise da Criança. São Paulo: Editora Metre Jou, 1969. Freud, Sigmund. O Mal-estar na Civilização. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2011. Freud, Sigmund. A Socio Patologia da Vida Cotidiana. [online]. Disponível em https://tvcultura.com.br/programas/cafefilosofico>.Acesso em: jan. 2022. Casos de jovens assassinos que marcaram a história. Disponível em https://super.abril.com.br> Blogs>Superelistas>.Acesso em: jan. 2022. Charity Lee foi entrevistada por Emily Webb para o programa de rádio Outlook, da BBC World Service. Acesso em mar.2022. A Ira de um Anjo. Beth Thomas, a menina psicopata. Disponível em https://aventurasnahistoria.uol.com.br>reportagem>. Acesso em: mar.2022.

    Este artigo sobre transtorno de personalidade antissocial foi escrito por Vilma Tintino de Lima, para o site Psicanálise Clínica.

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