fascismo e psicanálise

O que é Fascismo? História e Psicanálise

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Neste trabalho, pretendemos refletir sobre o tema psicanálise e fascismo. Vamos entender o que é fascismo, o que é ser fascista, qual o significado da palavra fascismo.

A importância deste tema se dá na medida, em que se tornou recorrente no dia a dia presenciarmos seja nos espaços por onde circulamos, seja nas redes sociais. Ou, mesmo se nos desconectarmos de nossas redes virtuais é possível presenciarmos eventos, comportamentos e conversas entre as pessoas reveladoras de intolerância.

 

Introdução: o que é fascismo?

O nosso cotidiano tem sido palco de lutas acirradas protagonizada por grupos identitários que se vêem ofendidos ou invadidos e proporcionalmente reagem retroalimentando o discurso de ódio. É como se a nossa simples existência já nos colocasse em posição de afetar o outro e o contrário também é  verdadeiro.

Refletir sobre este tema neste momento histórico é importante, se não imprescindível para que possamos colocar um foco de luz sobre um assunto que tem causado muita violência e sofrimento para as pessoas. Quantas pessoas sofrem e causam sofrimento em outras. Numa sociedade em que as pessoas discursam muito sobre a importância da moral e dos bons costumes. Essa mesma sociedade é capaz de produzir índices altíssimos de violência, o que é confirmado pelos meios de comunicação de massa.

Diante dessa realidade de sofrimentos, a psicanálise pode ser uma ferramenta de auxílio e entendimento na buscas de possibilidades que possam ajudar as pessoas que vivem nessas situações a superá-la.

Ao longo de sua história a psicanálise tem sido uma abordagem que tem ajudado a pensar não somente as questões pessoais. Mas, também, sobre as questões sociais, em sua obra Freud foi capaz de discutir sobre a sociedade.

 

“O ódio em três textos de Freud”

Corrêa em seu artigo “O ódio em três textos de Freud: reflexões sobre ambiguidade, hostilidade e identificação”, afirma que escolheu algumas obras de Freud para fazer o seu artigo.

“As três obras escolhidas são reconhecidas como reflexões que avançam sobre a cultura, a sociedade e a história, oferecendo ferramentas de análise fecundas para o estudo do ódio no laço social. Ao optar por seguir uma trajetória cronológica, começaremos pela análise da obra Totem e tabu (1913), na qual Freud pretende desvendar as relações entre o ódio e a identificação na filogênese da espécie, desde a pré-história.

Em seguida, tomaremos o texto O mal-estar na cultura (1930), no qual alcançamos o pensamento de Freud sobre as bases da hostilidade humana, considerando o processo civilizatório e a ascensão da modernidade. Por fim, o ensaio escrito no final de sua existência, Moisés e o monoteísmo (1939), quando acompanhamos suas reflexões sobre os fundamentos do ódio direcionado mais especificamente aos judeus.” (2019, pg. 23)

Como podemos ver no autor referido, Freud pensou o ser homem inserido na sociedade o que fortalece essa discussão sobre psicanálise e fascismo.

 

Hipótese e objetivo deste trabalho

Como hipótese, partimos do princípio que a psicanálise seja um instrumento confiável de análise. Isso, para compreendermos alguns comportamentos na sociedade brasileira, essa é uma ideia inicial a ser testada.

O objetivo desse trabalho será realizar uma reflexão sobre os comportamentos de tolerância, intolerância. Além, é claro do fascismo presente na sociedade, a luz da teoria da psicanálise.

Para atingir esses objetivos, a metodologia empregada será a pesquisa bibliográfica.

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    • Na primeira parte do trabalho, abordaremos os desdobramentos das relações sociais dentro da sociedade. Tendo, como horizonte, o fascismo (e o que é fascismo), a intolerância e tolerância.
    • Na segunda parte, focaremos sobre a teoria psicanalítica. Será escolhido dentro desse arcabouço aspectos que responda as questões desse trabalho, por conta da brevidade deste trabalho não temos a intenção de discorrer sobre toda a teoria da psicanálise.

     

    1. Um olhar sobre a Realidade

    O objetivo deste texto é lançar um olhar sobre a realidade numa busca de entendê-la melhor. Em outras palavras seria entender alguns comportamentos que presenciamos nas relações que estabelecemos cotidianamente. Como foi dito na introdução estamos cercados de pessoas que desejam com comportamentos e atitudes impor aos outros a sua forma de ser, e se a outra não aceita, ali se instala um conflito por meio de agressões que podem ser verbais e físicas, também chamadas de atitudes fascistas.

    É como se as pessoas (pessoa fascista) se recusassem a conviver com o diferente. E esta situação se agrava, quando as pessoas se sentem legitimadas por ideologias sociais, que de certa forma potencializa e instiga ideias e comportamentos de anulação e dominação do outro em nome de doutrinas, dogmas, preconceito e discriminação.

     

    O que é uma nação democrática?

    Ao longo de sua história, a sociedade brasileira sempre esteve longe de ser uma nação democrática. Onde todos vivessem em harmonia, basta olhar para o passado para constar o genocídio dos povos originários, a escravização dos povos forçados a vim do continente africano.

    Ainda, a falta de aceitação para com as pessoas que decidem viver conforme as suas escolhas seja de orientação sexual, seja religiosas entre outras. As relações entre o povo brasileiro ao longo da historia foi marcada por discriminação, racismos, preconceitos e anulação de outro ser humano.

    Embora dentro da sociedade, estas formas de comportamentos tenham encontrado resistência por parte daqueles que eram discriminados. Na medida em que em que esses comportamentos de não aceitação do outro foram sendo problematizados e por vezes até judicializados.

    Bem verdade que a lei em si não transforma as relações entre as pessoas. Porém, é uma forma de sinalizar que para viver em sociedade é necessários regras que favoreça a boa convivência.

     

    Democratização para superar o fascismo

    Visto que, para a boa convivência são criadas regras que democratizem acessos a espaços que até então estava restrito para determinadas extratos da sociedade. Frente a esta realidade, algumas outras se posicionam contra, outras se posicionam de forma velada e há aquelas, para quem as regras nem seriam necessárias porque aprenderam que para viver em sociedade é necessário saber viver com outras pessoas.

    Essa realidade se torna explicita quando acessamos as redes sociais, quando andamos pelas ruas, escutamos pessoas conversando. Ao observarmos as pessoas ao nosso redor, presenciamos recorrências de comportamentos que podemos nomear de intolerância, de tolerância e de aceitação.

    A seguir conceituaremos esses termos para podemos compreender melhor a realidade na qual estamos inseridos. Comecemos pelo fascismo.

     

    Fascismo: significado

    Não temos aqui o interesse de falar sobre os estados fascistas do início do século XX, mas conceituar o fascismo – e o significado de fascismo – conforme pesquisa no Wikipédia que define. Define, então, o termo fascismo como uma ideologia política ultranacionalista e autoritária com características de poder ditatorial, repressão aos opositores por meio da força, com forte arregimentação da sociedade e da economia.

    Os partidos e movimentos fascistas têm divergências significativas entre si. No entanto, apresentam muitas características em comum, entre as quais ultranacionalistas, não reconhecem a democracia eleitoral. Ainda, desprezam a liberdade política e econômica, acreditam numa hierarquia social natural e no domínio das elites e desejam criar uma nação em que os interesses individuais sejam subordinados aos interesses da nação.

    O fascismo prega a mobilização de uma sociedade sob um estado totalitário de partido único. Com isso, prepara a nação para o conflito armado e para responder de forma eficaz às dificuldades econômicas.

    Para esses devem ser comandado por um líder forte, isto é, um ditador ou governo militarista. É constituído por membros capazes de defender os interesses do Estado a qualquer preço para forjar a unidade nacional e manter a ordem e estabilidade sociais.

     

    O que é um Estado fascista?

    Num Estado fascista a violência é vista como positiva porque acreditam que a violência, guerra ou imperialismo são meios pelos quais se pode chegar ao rejuvenescimento da nação. Os fascistas defendem uma economia mista com o principal objetivo de atingir a auto-suficiência econômica do país por meio de políticas econômicas protecionistas e intervencionistas – isso é um exemplo de fascismo na política.

    Vejo como importante a conceituação no Wikipedia porque define o fascismo como uma ideologia política, mesmo na ausência de um Estado Fascista a ser criado e defendido. Algumas pessoas se sentem amparadas neste referencial teórico para legitimar as suas atitudes. E não têm o Estado como implantado, mas tem a ideia a ser disseminada, imposta aos demais, as pessoas passam a não aceitar o diferente, que passar a ser visto como alguém a ser submetido a qualquer preço.

    E é aqui que entra a questão da intolerância e tolerância. Isso, por causa da brevidade do texto antes de discorrer sobre o assunto vamos conceituar a seguir a intolerância e posteriormente a tolerância.

     

    Intolerância X fascismo

    Outro conceito importante para esse trabalho é o da Intolerância – que é definida como atitude mental que se caracteriza pela falta de habilidade. Ou, ainda, falta de vontade de respeitar pessoas com forma de vida diferente da do sujeito.

    Em outras palavras intolerância é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos de vista diferentes. Este é um constructo social baseado no preconceito, podendo levar à discriminação.

    As formas de intolerância incluem ações discriminatórias e desejo de controle social de uns sobre os outros.

     

    Tolerância  

    O termo tolerância vem do latim tolerantĭa que significa (constância em sofrer). E, pode ser definido como o grau de aceitação de algum elemento que seja contrário regras

    • moral,
    • cultural,
    • civil,
    • física

    Todas essas em relação ao sujeito ou mesmo da sociedade em que está inserido. Dessa forma pode-se dizer que tolerância é a capacidade de aceitação do diferente.

    Mas, a tolerância traz em si uma negatividade. Tolerar algo ou alguém é permitir que este algo prossiga independente da aceitação.

    É também não concordar com o valor apresentado, porque lhe é dado o direito de discordar, mas não de impedir a sua ação. E assim, a tolerância é a garantia da aceitação de diferenças sociais e a liberdade de expressão, mas não com o consentimento daquele que tolera.

     

    2. A psicopatologia do fascismo na visão psicanalítica

    Num primeiro momento precisamos entender o que significa para a psicanálise o termo patologia, para Freud patologia não é apenas um conjunto de sintomas. Mas, ele resgata o termo pathos do grego, que significa sofrimento, paixão, afeto, a pergunta de pesquisa da psicanálise se refere ao sofrimento.

    De que você sofre? De modo que o termo psicopatologia para o Pai da psicanálise é diferente do que é para a medicina convencional.

    Entendemos que o arcabouço psicanalítico propõe conforme as proposições de Jacques Lacan três estruturas fundamentais para a prática clínica, são elas:

    • neurose,
    • psicose,
    • perversão.

    É fundamental entendermos as diferenças entre neurose, psicose e perversão.

     

    2.1. A neurose

    A neurose é criada por desejos reprimidos. Sendo o superego maior que o ig, enquanto na psicose há a deterioração das funções do ego, superego igual ao id e na perversão os desejos não reprimidos, são satisfeitos o que mostra id maior que o superego.

    Colocado esses pontos fundamentais para a clínica psicanalítica vamos aos desdobramentos dessas estruturas.

    Como foi dito anteriormente, a neurose é provocada por desejos reprimidos o que causa desordens dos sentidos e movimentos. E, isso significa que a psiconeurose ou distúrbio neurótico está relacionado a tentativas inadequadas de resolver os conflitos e traumas inconscientes, mas o que diferenciaria a neurose e a normalidade?

    Essa distinção se dá pela intensidade do comportamento e incapacidade da pessoa resolver de maneira eficaz os conflitos internos e externos. De forma resumida: a neurose está relacionada à pulsão e ao instinto frustrados, reprimidos e recalcados, ou seja, são desejos reprimidos no inconsciente.

    Há uma descarga de energia, o gozo consciente e conforme a direção dessa descarga para algum objeto origina um tipo de neurose. E assim podemos classificá-las:

    1. Quando a descarga energética se dirige para o mundo exterior temos as neuroses fóbicas;
    2. Assim que a mente consciente origina as neuroses obsessivas compulsivas;
    3. Quando para o corpo físico tem-se neurose de histeria.

    Dentro da neurose também pode ocorrer de o gozo inconsciente não acontecer, dessa forma o que acontece é a retração da libido gerando as depressões e as neuroses de angustias.

     

    2.2. A psicose

    Outra classe de transtorno são as psicoses – o que às vezes pode provocar na pessoa a perda de contato com a realidade. Isso, porque esse transtorno desorganiza a psique e assim deteriora a função do ego.

    Vale lembrar que a função do ego é equilibrar o id e o superego e com isso garantir a identidade da pessoa. Conforme material estudado módulo 06 s/d, Freud assim explicou que “o Eu fracassa em manter-se fiel ao mundo externo e tentar silenciar o id; assim o Eu é derrotado pelo Id e conseqüentemente afastado da realidade, deste modo surge à psicose”. (Apostila do Módulo 6 s/d, pg. 09, Curso de Formação em Psicanálise Clínica).

    O Pai da psicanálise destacou que a psicose era a rejeição castração. O autor classificou as psicoses decorrentes da deterioração do ego como paranóia e esquizofrenia: paranoias seria a interrupção do nível do narcisismo e a esquizofrenias seria um retorno a fase do auto-erotismo.

     

    2.3. A perversão

    Uma terceira classe de transtorno considerada pela psicanálise é a perversão. Perversão é um termo que denomina desvio, usado constantemente para denominar que um sujeito ou grupo que se afasta de comportamentos considerados adequado por uma sociedade.

    Isso porque na perversão o id é maior que o superego o que possibilita que os desejos sejam satisfeitos sem a culpa que tanto recrimina os neuróticos.

     

    3. Afinal, o que a Psicanálise nos ensina sobre o Fascismo?

    A ideia inicial desse trabalho foi à hipótese de que a psicanálise seria um bom instrumento de análise para compreendermos alguns comportamentos dentro da sociedade brasileira. E para tanto foi escolhido à teoria das patologias na psicanálise que se apresenta como estruturas de neurose, psicose e perversa.

    Na apresentação teórica trouxemos também conceitos como fascismo, intolerância e tolerância. Qual seria a explicação psicanalítica plausível para compreender a situação apresentada?

    Entendo que pode haver outras explicações, e que esta não é nem de longe a melhor, mas é a possível neste momento. Esta será a primeira de muitas, assim espero.

    A escolha desses conceitos foi feita, a partir de observações e reflexões acerca do cotidiano. Pela brevidade do tempo e proposta de trabalho não foi possível fazer aprofundamentos do tema de forma extensa, pois neste momento uma descrição mais extensa requereria alguns de anos de estudos.

    Com esta pesquisa cumpriu-se o objetivo desse trabalho que foi realizar uma reflexão sobre os comportamentos de tolerância, intolerância e o fascismo presente na sociedade, a luz da teoria da psicanálise. Com a metodologia de pesquisa bibliográfica fazemos as seguintes considerações fundamentadas no arcabouço teórico psicanalítico.

     

    Pesquisa bibliográfica

    Durante a pesquisa bibliográfica deu para perceber que tanto os comportamentos de tolerância, intolerância e fascista trazem em si uma rejeição do diferente. O conceito de fascismo foi escolhido como um elemento para mostrar, que há uma ideologia social que de certa forma potencializa e legitima alguns comportamentos.

    Pode ser que alguns psicanalistas desconsideram o contexto social quando fazem uma análise do indivíduo. Mas entendo que o contexto social é imprescindível numa análise e por isso trouxe o fascismo como constituição de uma sociedade adoecida, na qual favorece e respalda: agressões, racismos, preconceito entre outros.

    Mesmo que em todas as sociedades e em todos os tempos as sociedades foram e são permeadas de relações adoecidas. Numa sociedade com aspectos fascistas é como se tudo isso fosse permitido, autorizado.

     

    Pathos X o Fascismo

    Ao resgatarmos o termo pathos do grego, que significa sofrimento, paixão, afeto. A psicanálise se volta para o sofrimento humano. Mas de que sofre o ser humano?

    Para responder a esta pergunta, a psicanálise propõe três estruturas fundamentais para a compreensão do tema abordado, são elas: neurose, psicose e perversão.

    Situação dada à intolerância a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade de respeitar pessoas com forma de vida diferente do indivíduo. Enquanto que tolerância é a capacidade de aceitação do diferente. Entretanto a tolerância traz em si uma negatividade, de modo que é uma aceitação que traz em si também uma rejeição.

     

    A tolerância à diferença se opõe ao fascismo

    Se por um lado afirmamos supomos, que a tolerância pode representar o espectro das neuroses que por originar dos desejos reprimidos o que causa desordens dos sentidos e movimentos e a tentativas inadequadas de resolver os conflitos e traumas inconscientes, pode ser que tolerar uma situação dada pela incapacidade de a pessoa resolver de maneira eficaz os conflitos internos e externos.

    A postura de tolerar uma situação pode está vinculada a neurose, por esta, está relacionada à pulsão e ao instinto frustrados, reprimidos e recalcados, ou seja, são desejos reprimidos no inconsciente. Isso porque o tolerar traz em si um aspecto de negatividade.

    Para tanto essa reflexão sobre a tolerância, a intolerância e fascismo sob o aspecto da psicopatologia psicanalítica deve ser aprofundada, em outros textos este é um primeiro ensaio, deve inclusive ser feito uma pesquisa melhor fundamentada para a comprovação da mesma e refutação da mesma.

    Por outro lado, supomos que a intolerância pode ser fundamentada pelas estruturas psicóticas. Tal estrutura o sujeito perde o contato com a realidade porque a psicose desorganiza a psique e assim deteriora a função do ego, e pode ter comportamentos agressivos, que se manifesta por meio da intolerância, não aceita a realidade.

     

    A função do ego X o fascismo

    Vale lembrar que a função do ego é equilibrar o id e o superego e com isso garantir a identidade do sujeito. Se o ego fracassa em manter o sujeito fiel ao mundo externo e busca silenciar o id. O ide pode derrotar o ego afastando da realidade.

    No entanto, supomos que a conduta fascista se consolide na estrutura  perversa, na qual, o sujeito recusa a castração edipiana o que é expresso na não submissão as leis e regras sociais. Isso porque na perversão o id é maior que o superego o que possibilita que os desejos sejam satisfeitos sem a culpa que tanto recrimina os neuróticos.

    O que ajudar a entender os comportamentos de pessoas com atitudes fascistas que encontramos na sociedade, uma aversão a regras estabelecidas.

     

    Perversão e fascismo

    Com isso não quero dizer que todo perverso é fascista, mas pode ser possível que todo fascista pode ser perverso, claro que isso carece de mais estudos. Porque, segundo Freud o sujeito nasce com a estrutura. Mas suspeito, que em determinados contextos sociais, o sujeito encontra o espaço que favorece e legitima esses comportamentos, ele se sente autorizado a negar todas as regras, e fazer o que bem entende, nos parece que a estrutura perversa é a que melhor representa o comportamento dos fascistas. Isso, porque, a perversão possibilita que o sujeito atue sem culpa como se fosse “livre”.

    Dito isso, pode ser que a estrutura neurótica condiz com o sujeito tolerante, no seu aspecto negativo de tolerar sem aceitar e sofre com isso. Enquanto que a estrutura psicótica pode melhor definir as pessoas intolerantes por estes não tolerar as regras, enquanto que num ambiente social favorável o sujeito perverso pode desenvolver atitudes fascistas (além de sinais do fascismo) – não se submetendo as regras do mundo ao redor.

     

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    Corrêa, A. F. O ódio em três textos de Freud: reflexões sobre ambigüidade, hostilidade e identificação Reverso • Belo Horizonte • ano 41 • n. 77 • p. 23 – 30 • jun. 2019. [Online]. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952019000100003>. Acesso em: fev. 2020.  

    Módulo 06 – Psicopatologias (partes l) s/d.

    Módulo 07 – Psicopatologias (partes ll) s/d.

    Wikipédia – Fascismo [Online]. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fascismo#cite_note_Blamires,_Cyprian_2006_p._188-189-18> Acesso em: fev. 2020.

    Wikipédia – Intolerância [Online]. Disponível em: Wikipédia – Intolerância <https://pt.wikipedia.org/wiki/Intoler%C3%A2ncia > Acesso em: fev. 2020.

    Wikipédia -Tolerância [Online]. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Toler%C3%A2ncia> Acesso em: fev. 2020.

    Este material sobre O que é Fascismo? História e Psicanálise é de Marcia Amaral, concluinte do nosso Curso de Formação em Psicanálise Clínica (conheça e inscreva-se).

     

    2 thoughts on “O que é Fascismo? História e Psicanálise

    1. Falta muita coisa nessa série de artigos : Falta o esclarecimento de Conservadorismo, Comunismo, Liberalismo e globalismo.

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Sim, vamos revisando e aperfeiçoando os artigos com revisões de tempos em tempos, vamos considerar sua sugestão. Como o blog é um canal aberto, os autores podem ter diferentes visões a respeito do tema. Gratidão.

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