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Perversão: o que é, significado, exemplos

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Traremos uma síntese sobre o conceito de perversão. Então, vamos entender o que é perversão na visão de Freud e da Psicanálise. Aliás, veremos exemplos de perversão, tema muito debatido na obra freudiana.

Em Psicanálise, perversão é qualquer manifestação de sexualidade que não seja o coito “pênis-vagina”. Não tem relação direta com o sentido corriqueiro de perversão como “crueldade”. Talvez a associação com crueldade seja porque o sadismo (que é uma parafilia ou perversão que representa a satisfação sexual por impor dor e controle sobre o parceiro) é uma das mais conhecidas formas de perversão. Mas muitas parafilias (que são formas de perversão) não buscam o aspecto da dor ou do controle. Por isso entendemos que a perversão no conceito psicanalítico não se esgota na ideia de crueldade.

Assim, mesmo relações heterossexuais podem ser uma forma de perversão: por exemplo, o voyeuriusmo, o exibicionismo e o sado-masoquismo.

A origem da sexualidade humana, segundo Freud

Freud entende que a sexualidade humana é, na origem, polimorfa e perversa.

Importante esta compreensão para entendermos, desde o início, que a perversão e a multiplicidade da libido e do desejo são aspectos inerentemente humanos, não podem ser vistos apenas sob um lado patolótico.

Vejamos estes dos aspectos da origem da sexualidade humana, segundo Freud:

  • polimorfa: a sexualidade possui muitas formas, ou seja, múltiplas zonas erógenas e muitos objetos do desejo; isso se inicia desde a infância, pois há um processo de desenvolvimento de situar este corpo-mente novo do bebê em um possível lugar, daí para Freud haver a prevalência de zonas erógenas a cada fase de desenvolvimento: oral, anal, fálica;
  • perversa: a sexualidade não se fixa desde o início numa sexualidade genital; o termo “perversa” não tem exatamente o sentido de crueldade, como detalharemos no decorrer deste artigo.

Neurose, psicose e perversão são as três estruturas ou bases de funcionamento psíquico, havendo (via de regra) a prevalência de uma estrutura em detrimento de outras, e isso é diferente em cada pessoa.

Diferentes definições de perversão

Este artigo seria leviano se dissesse que há uma forma única de definir o tema.

Para Freud, a perversão seria uma tendência do sujeito a práticas sexuais que não sejam o coito “pênis-vagina”. Não traria necessariamente a ideia muito forte hoje em dia de perversão como crueldade ou “impor violência contra outrem”.

As parafilias (como voyeurismo, sadismo, masoquismo etc.) são espécies do gênero “perversão”. Então é correto a nosso ver associar as parafilias ao conceito de perversão. Ressalte-se que algumas dessas parafilias não terão uma ideia direta de violência. Por exemplo, pode não haver violência na perversão exibicionista, se houver um consenso entre quem se exibe e quem o vê.

Hoje, entende-se que essas orientações da sexualidade só poderiam ser consideradas como transtornos ou distúrbios se trouxerem desconforto físico ou psíquico:

  • ao próprio sujeito (por ser algo avesso ao seu desejo, como ao não reconhecer-se em determinada sexualidade) e/ou
  • a outras pessoas (por ser avesso ao desejo do outro, como no caso de uma agressão sexual).

A ideia de perversão foi, com o tempo, se ampliando. Entende-se que é um termo polissêmico (múltiplos sentidos). A depender do autor, da época e do foco de abordagem, a perversão pode ser entendida como:

  • Sinônimo de parafilias (gênero, no sentido de geral), sendo cada parafilia (sadismo, voyeurismo etc.) uma espécie (no sentido de específico).
  • Relacionada à ideia de um comportamento sexual desviante ou “anormal” (mas sempre caberá a pergunta: “normal do ponto de vista de quem?”).
  • Relacionada à ideia de “impor uma dor ou uma violência a alguém” (dentro ou fora da seara sexual), possivelmente decorrente do sadismo, que é uma das mais famosas parafilias.

Em comum, há a ideia de perversão como elemento definidor de uma personalidade. Ou seja, a perversão marca o sujeito como uma caraterística constitutiva, que afeta não só aspectos da sexualidade, mas também a forma do sujeito ser e conviver.

É importante ressaltar que, apesar de toda essa reflexão, em nenhum momento deste artigo (nem na obra de Freud e Lacan) são legitimados certos crimes relacionados à sexualidade e/ou à perversão, como estupro, tortura e pedofilia. Importante também conhecer a Carta de Freud à mãe de um jovem homossexual.

Conceito de Perversão em Freud e Lacan

O trecho de Freud abaixo sugere a dificuldade de separar a perversão e “normalidade”. Freud se incomodava com o uso pejorativo (reprobatório) que as pessoas faziam da palavra perversão. Mesmo o “alvo sexual normal” (isto é, pênis-vagina) pode envolver “acréscimos”, como aspectos simbólicos, fantasias e desejos típicos de uma parafilia ou perversão. Por exemplo, se um casal homem-mulher pratica sexo oral ou exibicionismo, isso seria já uma perversão. Vejamos o que diz Freud:

Em nenhuma pessoa sadia falta algum acréscimo ao alvo sexual normal que se possa chamar de perverso, e essa universalidade basta, por si só, para mostrar quão imprópria é a utilização reprobatória da palavra perversão. Justamente no campo da vida sexual é que se tropeça com dificuldades peculiares e realmente insolúveis, no momento, quando se quer traçar uma fronteira nítida entre o que é mera variação dentro da amplitude do fisiológico e o que constitui sintomas patológicos.” (Freud).

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    Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud afirma que “a predisposição às perversões era a predisposição original e universal da sexualidade humana” (Freud).

    Explicando:

    • A perversão seria “original e universal” porque as fases iniciais de desenvolvimento psicossexual de todas as crianças envolveriam a fase oral (sucção) e a fase anal (retenção), que não são genitais. A fase genital seria tardia em relação ao desenvolvimento humano. Isso nitidamente sugere a origem da sexualidade humana como sendo de base perversa.
    • O que Freud chamou de recalque orgânico na evolução da espécie humana reduziu a dimensão do olfato e privilegiou o visual; com isso, as dimensões também sexuais (e vistas como “perversas”) das fezes, da urina e do sangue foram atenuadas, embora ainda potencialmente presentes.

    É por essas razões que Jacques Lacan reforça: “Toda sexualidade humana é perversa, se seguirmos bem o que diz Freud. Ele nunca concebeu a sexualidade sem ser perversa” (Lacan).

    O conceito de père-version de Lacan

    Este tema dependeria de um estudo do Seminário XXIII de Lacan, mas é possível fazer uma aproximação.

    Lacan tinha uma abordagem linguística e desenvolvia muitos conceitos próprios. Então a ideia foi o que ele chama de “jogar com o equívoco”, isto é, lançar uma palavra/expressão (no caso, “père-version“) e depois ver o que ela pode revelar e se relacionar com expressões conhecidas.

    No exemplo, perversão se parece com o termo père-version, que, traduzindo do francês, significa “em direção ao pai” (vers: “em direção”; on: “nós” ou “a gente”; père: “pai”). Ao pé da letra: “nós perto do pai”, “nós em direção ao pai”, “a gente em direção ao pai” (o filho em direção ao pai). É uma forma de Lacan dialogar com o Complexo de Édipo de Freud. Podemos pensar que père-version se relaciona com “perversão” porque a relação filho-pai é alegoricamente entendida como uma relação sado-masoquista:

    • o pai representa a parte sádica (que impõe sua vontade e comando),
    • o filho representa o parte masoquista (que se satisfaz ao receber o comando sádico do pai).

    Existiria então uma imposição do pai sobre o filho, e o filho se veria educado a se privar de seus desejos por causa do desejo do pai, que se sobressai. Por vezes o amadurecimento é entendido como a recusa do filho ao pai, ou a relativação ao Nome-do-Pai.

    Assim,

    • no começo o filho vai “na mesma direção que o pai”, no sentido de seguir o pai e satisfazer o pai;
    • depois o filho vai “na direção oposta ao pai”, no sentido de entender o papel controlador do pai e questioná-lo.

    Tudo isso precisa ser entendido com muita cautela:

    • O exemplo de Lacan é uma alegoria, não é literal, portanto não entenda como uma relação sexual sado-masoquista real.
    • A recusa ao pai não é absoluta e não necessariamente quer dizer o que entendemos como “desrespeito ou violência” do filho.

    Esta recusa do filho ao pai pode ser exemplicada até mesmo quando o filho vai criando suas preferências e seu próprio discurso, por exemplo: ao conviver com colegas da escola, habitar outros meios sociais, a descobrir outras referências como ídolos ou heróis.

    Dentro da ideia de père-version, está a ideia de pai-versão, isto é, a versão que o filho tem sobre o pai, não necessariamente o “pai real”, mas a versão do filho sobre a função de pai. Então, Lacan diz que este é o pai-sinthoma (com “th”, na grafia de Lacan): mesmo o pai já estando “morto” (literal ou figurativamente), o filho poderá continuar carregando este sinthoma (este fantasma), que pode lhe ser uma barreira ao próprio gozo.

    A boca como forma de conhecer o mundo

    Utilizando a boca como meio de conhecer o mundo, é natural que a criança leve a ela tudo o que ela desconhece. Para ela isso é natural. Se um adulto a repreende por esse motivo, ela entra em conflito e começa a ter que aprender interpretar a sua maneira os porquês das repreensões das pessoas.

    Por exemplo, uma criança que leva suas próprias fezes à boca. Na visão dela é sua criação, ela a criou, e isso é natural. Se alguém assustá-la por causa disso, achando nojento e sujo, irá gerar um conflito psíquico e repressão de sentimento.

    Assim, podemos observar que as atitudes das pessoas podem influenciar na formação de uma pessoa. Logo, todos são suscetíveis a serem construídos, a criar sua personalidade de acordo com as pessoas que as rodeiam.

    Isso faz-nos pensar sobre o que chamamos de vocação, personalidade, caráter, etc. São apenas resultado do meio que a criança desenvolveu.

    A forma como um comportamento afeta os indivíduos fará com que ele seja considerado ou não como perversão

    O que nos leva a lembrar da terceira lei de Newton, que toda ação gera uma reação? Uma pessoa é a reação da ação da sua infância. A sexualidade é a origem de todo comportamento humano e base das teorias de Freud. Ele explica como uma criança enxerga e interpreta o mundo em cada fase de desenvolvimento de sua vida.

    As pessoas ainda não sabem da responsabilidade que cada um tem ao educar ou tomar conta de uma criança. E, por isso, acabam por condenar, julgar, criticar ou olhar torto adultos com comportamentos ditos como fora do normal. Porque desconhecem que esses são apenas vítimas de um sentimento reprimido na infância.

    A perversão é um comportamento conhecido de forma social ou clínica como fora da normalidade. No âmbito da patologia, um comportamento só é considerado perverso se causar sofrimento ou atrapalhar ou invadir alguma área da vida da pessoa. Se isso não acontece, não é considerado perversão.

    Alguns comportamentos considerados como perversões

    Também é considerado anormal quando tem uma limitação na capacidade de se relacionar de forma saudável. Como se só existisse uma única forma exclusiva para isso.

    Além disso, tem algumas formas predefinidas como perversas. E que só são consideradas patológicas as que causam sofrimento social, profissional ou nas relações interpessoais das pessoas envolvidas no comportamento.

    Alguns desses comportamentos são:

    • exibicionismo;
    • fetichismo;
    • necrofilia;
    • zoofilia;
    • voyeurismo;
    • sadismo;
    • masoquismo. entre outros.

    A sexualidade não tem a ver apenas com o ato sexual em si

    Contudo, a pessoa quando nasce não vem com um manual de instrução. Assim, vão se criando indivíduos com problemas causados por imposições sociais, culturais e históricas.

    O gênero, a orientação sexual, transtornos de identidade de gênero são exemplos dessas imposições que causam conflitos internos e externos nas pessoas. Pois, já tem modelos e formas predeterminadas de certo e errado, que muitas vezes não condiz com a realidade interna da pessoa.

    A visão de Freud sobre a sexualidade é ampla, não está ligada apenas ao ato sexual. Em sua teoria ela está presente na vida do ser humano desde seu nascimento através da pulsão sexual, universal, inata ao ser humano e busca ter prazer.

    O prazer na infância e na fase adulta

    A criança ao se alimentar, chupar chupeta, morder mordedores, entre outras coisas, goza de uma satisfação sexual. E, essa satisfação é polimorfa com uma multiplicidade de fontes. No início, é auto-erótica consigo mesma, através das chamadas zonas erógenas que começam sem as zonas genitais, mas evoluem para elas.

    À medida que o desenvolvimento infantil vai evoluindo, ele passa por um período de latência, empregando essa energia para outras finalidades não sexuais. A energia é direcionada à educação e ao convívio social, que contribuirão para manter a pulsão sexual no rumo certo.

    Após esse período, volta a busca pelo prazer, agora com a escolha de um novo alvo sexual, o outro e não mais em si mesmo. É uma organização dos componentes sexuais da pulsão, natural em todo ser humano, que faz Freud afirmar que os humanos nascem “perversos”.

    Perversão não se esgota em crueldade, sociopatia ou psicopatia

    Já alertamos que o conceito de perversão é polissêmico. Exatamente por ser um termo polissêmico, é importante que você entenda o que cada autor definiu como perversão, para haver um ponto de partida no debate.

    Então, há autores que entendem perversão como:

    • sinônimo de crueldade, sociopatia ou até mesmo psicopatia;
    • esvaziado da dimensão da sexualidade humana;
    • apenas uma patologia.

    Ao nosso ver, estas concepções podem até serem didáticas, mas são insuficientes e potencialmente equivocadas.

    Preferimos seguir o caminho de abordar a perversão no sentido freudiano e lacaniano, exatamente para evitarmos entender perversão apenas como crueldade.

    Afinal, em Freud e em Lacan:

    • Há uma base sexual na perversão que é formadora da personalidade. Aliás, na psicanálise, há uma base sexual em tudo.
    • Não há um limite estanque entre o normal e o patológico; assim como o narcisismo pode ser patológico e ao mesmo tempo seus elementos são importantes para a constituição do ego “normal”, assim também ocorre na perversão, que pode ser caracterizada como (1) patologia, como (2) estrutura de personalidade e (3) até mesmo como um universal humano (isto é, algo do qual nenhum ser humano escapa).
    • Perversão não é apenas infringir regras e não se sentir culpado, este conceito de perversão já seria um contexto mais atual e mais alinhado com um determinado significado linguístico que temos hoje.

    Considerações finais sobre perversão

    São erros muito comuns pensar que perversão é apenas doença, ou que é falta de empatia, ou que é comportamento sociopata. Outro erro é pensar que não tem uma forte base relacionada com a sexualidade, ainda quando extrapole para outras áreas da atividade humana. Outro erro, ainda, é pensar que “meu comportamento sexual é padrão, os dos outros são desvios ou errados”: neste egocentrismo está a o germe de toda intolerância.

    A proposta do texto é tentar pensar além das definições simplórias.

    É importante você entender:

    • O conceito de perversão em psicanálise não é idêntico à definição do senso comum.
    • Só o sexo pênis-vagina não é perversão, todas as outras formas são. Então, se é algo tão amplo, será que realmente este conceito é útil, inclusive para a clínica psicanalítica?
    • Mesmo quem pratica o sexo pênis-vagina pode ter hábitos considerados perversos, como: sexo oral, sado-masoquismo, exibicionismo, voyeurismo etc.
    • A perversão é parte da natureza humana, pois está no desenvolvimento psicossexual de todas as pessoas: as fases oral e anal ocorrem antes que a fase genital.
    • Cuidado para não usar “perversão” ou “perverso” com o objetivo de julgar ou ofender alguém.
    • É interessante conhecer os conceitos de algumas das principais parafilias, pois as parafilias são manifestações (específicas) da perversão (genérica).

    A concepção freudiana não esgota a perversão em sua dimensão patológica. Afinal, Freud entende a perversão como constitutiva do sujeito, como explicamos.

    É possível entender, através do estudo da psicanálise que todo ser humano é perverso por natureza, pois há o conceito de recalque orgânico e há as fass de desenvolvimento sexual que não são apenas genitais.

    Freud quebra paradigmas com suas teorias, e até hoje é mal interpretado por aqueles que não estudam a fundo suas obras.

    A nosso ver, o mais interessante na prática clínica é implicar o sujeito (analisando) em seu discurso: como ele se percebe em relação à sua sexualidade?

    Se não há agressividade não consentida contra outra pessoa, o que valerá não é um “certo” ou “errado” do ponto de vista do desejo dos outros, mas sim do ponto de vista do próprio sujeito. Tentar impor a alguém uma única forma de viver a sexualidade seria, em certo sentido, um ato perverso. Afinal, estaríamos impondo o nosso desejo do que o outro pode desejar.

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    15 thoughts on “Perversão: o que é, significado, exemplos

    1. Giulie Brito da Silva disse:

      Boa noite! Gostei do texto, mas tem algo que eu gostaria de falar… Não ficou muito bem explicado que a perversão não é somente sexual (genitalmente falando). Para um aluno de psicanálise entender melhor o conceito, deveria focar que não são só esses exemplos sexuais que foram dados são formas de perversão, mas sim todo comportamento que visa somente o próprio prazer do indivíduo sem se importar com as regras da sociedade, ou seja, esse indivíduo sabe, leva em consideração as regras, mas nega-as satisfazendo somente os seus desejos…
      Uma outra coisa que também faltou foi falar que na perversão, o indivíduo não se sente culpado por infringir as regras, como acontece na neurose, portanto a sua ansiedade acontece quando o seu desejo não é satisfeito, sendo ele imoral ou não, o que leva esse sujeito a não sentir-se culpado por infringir as regras sociais.
      Achei que faltou dar essa frisada. De resto, muito bom!

      1. Bento Júnio de Almeida Prado disse:

        Bastante complementar e esclarecedor seu comentário em face ao conteúdo enriquecidor do texto. Gratidão por compartilhar suas concepções e bagagens para conosco.
        Abraços.

        Com o devido respeito,

      2. Cornélia Estêvão disse:

        Certo✅
        E valeu mesmo ter lido esse comentário.

      3. Daniela Leme disse:

        Mas aí caímos no senso comum do sentido de perversão. Está super confuso

      4. Renata Fraia disse:

        Giulie, excelente observação! Fundamental para complementar este artigo. Digo isso pq tbm senti o mesmo que vc. Abraços.

      5. Renata Ramos disse:

        O texto foi bem elaborado porém também senti falta do conceito de perversão como estrutura de personalidade.

    2. Everson Leal disse:

      A defesa da ideologia de gênero, coisa que não tem a mínima comprovação científica, pois é apenas ideologia, está contaminando os textos. Afirmam que não existe gênero e que isso é uma imposição social. Ora quem disse que essa imposição, se existe é nociva? Nós sabemos que o ser humano é produto do meio; é um ser social, e que as crianças precisam ser influenciadas pela família. Se não fosse assim, já seriam como os filhotes de tartarugas, cuja mãe coloca os ovos na areia e vai embora, e 95% dos filhotes morrem por não saberem se defender. Estão defendendo que meninos não nascem meninos e que meninas não nascem meninas, teoria de Alfred Kinsey que já se provou completamente equivocada.

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Everson, tudo bem? A palavra “gênero” no texto foi usada no sentido de “geral” (gênero: perversão), para diferenciar do específico (espécies: as diferentes parafilias, como voyeurismo, sadismo etc.). É uma diferenciação muito praticada na lógica/filosofia, da qual a biologia também se apropriou. Por exemplo, “cor” é o gênero, “amarelo” e “vermelho” são espécies. Já em relação às questões que você trouxe, entendemos que a psicanálise não deve ser uma ferramenta moral para julgar a sexualidade de uma pessoa como certa ou errada, se isso não causa conflito psíquico à própria pessoa e não atrapalha a vida de outras pessoas.

    3. Elmo Serafim disse:

      Esse conteúdo faz-me refletir em regras quebradas, geram transtornos psíquicos, porém jamais uma sociedade organizada poderá viver sem regras!

    4. Izaias Bitencourt Moraes disse:

      Quanto a ideologia de gênero. citada pelo Everson Leal, concordo que devemos entender a identidade de gênero. Muitas ocorrências se dão em famílias sem nenhum traço capaz de influenciar os filhos nesse sentido. Aceitar como uma forma normal, sem preconceitos e sem rejeição inclusive nos textos pode ser a melhor abordagem. Com todo o respeito a todas as opiniões.

    5. Pedro Henrique Xavier Andrade disse:

      Pessoal, a estrutura perversa não é necessariamente anti-social. Uma coisa é uma estrutura psíquica, outra coisa é um transtorno de personalidade, um perverso pode não apresentar patologias, pode ser desviantes, porém boa pessoa. Entendem isso?

      1. Psicanálise Clínica disse:

        Ótima colocação, Pedro!

    6. José Taborda disse:

      A perversão (sexual) seria então para a psicanálise qualquer desvio da ordem (sexual) natural, definida esta como a relação pénis-vagina. Parece-me muito aceitável um conceito tão abrangente de perversão, em todo o caso bem mais clarividente que as definições vulgares e restritivas de perversão, que aludem quase sempre a comportamentos cruéis, manipuladores e (ou) moralmente condenáveis. Tal como é definida pela psicanálise, a perversão é parte integrante e necessária da vida de todo o ser humano. A perversão é, portanto, “normal”, apesar de, como foi dito, implicar um desvio da ordem natural. Não há aqui paradoxo algum. A “normalidade” é uma construção social e cultural, que varia ou evolui historicamente, enquanto a ordem natural é imutável e está inscrita na estrutura biológica humana. Há perversões que, no decurso do tempo e das transformações sociais e culturais, deixam de ser moralmente condenáveis ou o são apenas para certas mentalidades tradicionais. A moral também evolui, mas não desaparece. A crueldade infligida ao outro será sempre imoral. Isso não decorre de uma qualquer “moral sexual”, algo que soaria a código de comportamentos sexuais, decorre sim da simples moral, sem mais. Parece-me que no texto a questão da relação entre perversão e moral poderia ter sido mais amplamente debatida.

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