sonhos para a psicanálise

Os sonhos para a Psicanálise

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Hoje vamos entender sobre os sonhos para a psicanálise. Muitas pessoas provavelmente já pararam para se perguntar sobre a serventia dos sonhos, ainda mais diante de um sonho que lhe pareceu estranho ou depois de um “pesadelo”.

Talvez alguém se lembre do sonho da noite passada, ou não. Talvez se pergunte sobre qual a mensagem que o sonho lhe quer passar, ou quais os mistérios ele carrega. Aqui vamos discorrer um pouco sobre isso…

Os sonhos para a psicanálise

O sonho é um elemento muito presente na história e nos relatos da humanidade. Povos e culturas antigas como os egípcios, fenícios, judeus, cristãos, e indígenas de várias tribos, já tinham suas teorias ou explicações para os sonhos. A grande maioria dessas teorias são de caráter místico, religioso ou profético. A novidade de utilizar os sonhos como ferramenta de análise das subjetividades humanas, surge em Viena no século passado.

Em 1900 Sigmund Freud lançou sua primeira obra intitulada: “a interpretação dos sonhos”. O livro traz ideias inovadoras para a época, abordando sobre os processos pré-conscientes, conscientes, e inconscientes, que estão contidos nos sonhos. Freud apresenta a técnica da associação livre, na qual o paciente deve falar ao analista tudo o que lhe vem à mente naquele momento, sem reservas.

Essa técnica inclui também o material onírico, os sonhos devem ser trazidos ao analista com detalhes, por mais estranho ou constrangedor que pareça ao paciente. A partir disto, o sonho se torna uma ótima ferramenta de análise do inconsciente, e um grande aliado dentro da análise. Por isso, assim disse Freud: “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”.

Sonhos para a psicanálise e para Freud

Portanto, para a psicanálise, o sonho não seria nada místico, profético ou premonitório. Para a psicanálise o sonho é uma manifestação de conteúdos recalcados no inconsciente, que se misturam a desejos “proibidos”, ansiedades, restos do dia, e sensações físicas durante o sono. Todo mundo dorme, e consequentemente sonha. Segundo estudiosos do sono, o período mais fértil para a produção dos sonhos é no sono REM (rapid eyes movement).

O sono REM acontece mais de uma vez durante a noite, alternando-se com o sono NREM. Mesmo que um indivíduo sonhe muito durante a noite, o cérebro só consegue armazenar, no máximo, um sonho em sua memória consciente. Ou seja, normalmente só se consegue lembrar do último sonho; e apenas se o indivíduo for acordado em média, até dez minutos depois que ele sonha, ou enquanto sonha; ou seja, se acordar durante a etapa REM, que é apenas 20 % do total do sono noturno.

Por essa razão é que as pessoas com transtornos de sono têm dificuldades de se lembrar dos sonhos, ou relatam muitos pesadelos. O pesadelo nada mais é do que um sonho perturbador, associados a sentimentos negativos, normalmente atingem mais crianças e adolescentes, mas podem acontecer em qualquer idade, e podem ser facilitados pelo excesso de álcool ou de comida antes de dormir.

Interpretação dos sonhos

Para a psicanálise, o sonho não deve ser interpretado ao pé da letra, nem de forma mística, fantástica, sobrenatural, religiosa, e muito menos banal. Também não existe uma cartilha ou manual como no “jogo do bicho”. Para se interpretar os sonhos sob a luz da psicanálise, é necessário certa experiência do analista, e deve-se considerar também outros conteúdos trabalhados durante a análise.

Afinal, os símbolos e as imagens presentes nos sonhos, vão ter significados diferentes para cada indivíduo, dependendo do seu contexto de vida, traumas, experiências etc. Outro fator a se levar em conta na hora de interpretar os sonhos ou utilizá-los de maneira correta dentro da análise, é identificar e entender os mecanismos de defesa presentes no sonho.

Durante o processo de elaboração dos sonhos, entram em ação os mecanismos de defesa, ou censura, presentes na parte inconsciente do ego, são eles: dramatização ou concretização, condensação, desdobramento ou multiplicação, deslocamento, representação pelo oposto, representação pelo mínimo e representação simbólica. O principal objetivo desses mecanismos é manter recalcado todo e qualquer conteúdo, desejos, traumas e etc.

Conclusão

Em todo sonho sempre haverá um ou mais destes mecanismos trabalhando para revestir os sonhos de simbolismos. Dessa maneira, a narrativa do sonho (conteúdo manifesto), é na verdade qualquer coisa disfarçada daquilo que realmente está latente e é de interesse dentro da análise. Em suma, falar sobre sonhos, ainda hoje, mesmo existindo uma vasta literatura sobre o assunto, ainda intriga a psicanálise, pois sabe-se que se trata de algo muito subjetivo e particular de cada indivíduo.

Por isso a analise pessoal é tão importante no processo de individuação do sujeito, pois é uma trilha de autoconhecimento e de compreensão das emoções, sentimentos e ações. Neste caminho rumo ao inconsciente, os sonhos, e a interpretação dos mesmos serão grandes aliadas para o analista e para o paciente.

O sonho sempre tem algo a dizer ao sonhador, mas interpretá-lo sozinho se tornará bem difícil, dado a existência dos mecanismos de defesa. Para isso se faz necessário buscar ajuda de um analista no qual se identifique e confie, para trabalhar seus sonhos e conflitos.

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O presente artigo foi escrito por Igor Alves. Formado em psicanálise pela IBPC, graduado em Letras e Filosofia Contato: [email protected]

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    One thought on “Os sonhos para a Psicanálise

    1. Mizael Carvalho disse:

      Muito bom artigo! O assunto acerca dos sonhos, não deixa aser uma novidade para muita gente. E a definição dada a pesadelo, como: “sonhos perturbador, associados a sentimentos negativos “foi belíssima. Parabéns!

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