psicanálise e sociologia

Psicanálise e Sociologia: relações entre as áreas

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O artigo aborda a relação entre Psicanálise e a Sociologia: conversando sobre ligações teóricas entre essas duas áreas.

Uma breve análise das ligações teóricas da psicologia experimental e a sociologia e ainda como estes autores ainda estão submetidos à outras análises teóricas sociológicas; busco apenas evidenciar o leque de artigos e conceitos que ainda necessitam ser estudados e compreendidos neste emaranhado de teorias que se enlaçam.

Palavras-Chave: Sociologia, Durkheim, Wundt, Psicanálise e Sociologia, Escola de Frankfurt.

Psicanálise e análise social

Interpretar sonhos, intercalar ramos do consciente para desvendar a psique do inconsciente entre tantas outras novas formas de entender e desvendar o ser humano; surgem aí novas formas e conceitos que fundamentarão o final do século XIX e início do século XX.

Mesmo diante de tantas novidades e renovações dos pensamentos, encontramos também caminhos iguais nas posturas da sociedade humana, que com a qual conduzirão todo esse processo. Esses caminhos iguais e formais poderão ficar mais claros com a demonstração histórica de alguns conceitos que caminharam juntos.

A começar com Wilhelm Wundt (1832-1920) o pai da psicologia experimental que gerou em suas raízes percussoras ainda mais outros conceitos como a Gestalt, a Psicanálise e por que não dizer a Sociologia também.

Wundt obteve muitas influências filosóficas que permearam esse inconsciente e formaram também base do seu raciocínio científico. “partir de conceitos e expressões da própria tradição filosófica alemã que lhe precedeu (Leibniz, Wolff, Kant, Hegel, Herbart, Schopenhauer etc.), que estão bem distantes do vocabulário psicológico da tradição norte-americana predominante no cenário contemporâneo.” (Saulo de Freitas Araujo pg. 209 ) scientiæ zudia, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 209-20, 2009.

Uma visão panorâmica da psicologia científica de Wilhelm Wundt

Essa interpretação de que Wundt utilizou de autores tão importantes para Ciências Humanas e para o início da Sociologia – também demonstra seu conceito de casualidade psíquica aonde pode transpor essas influências em suas categorias e análises teóricas.

As Ciências Humanas, em específico a Sociologia, estava no seu âmago acadêmico defendido pelo professor Emérito Emmille Durkheim; surge com ele a Psicologia Social, uma análise das observações sociais, do suicídio, das mudanças urbanas (Escola de Chicago vai se aprofundar posteriormente) e conceitos que surgem nesses mesmo períodos de mudanças na ciência empírica. Em análise de base conceituais podemos citar este trecho do artigo abaixo:

“Não é difícil, ao pesquisador iniciante ou ao estudante curioso, perceber as origens comuns da sociologia e da psicologia social, tanto nos termos de problemas de pesquisa e objetos de estudo, quanto na perspectiva da “paternidade” teórica por aqueles que as criaram, dando-lhes status de cientificidade, e que fomentaram a sua separação em fronteiras epistemológicas tradicionalmente diferentes e, às vezes, divergentes. O fato, fácil de constatar, e que queremos dar ênfase neste trabalho, é que os chamados “pais” dessas duas tradições de pesquisa humanísticas foram tanto sociólogos quanto psicólogos.” (FAZZI E LIMA, 2016, pg.101)

A sociologia, psicanálise e a psique humana

Conhecidos e respeitadíssimos teóricos como Wundt e Durkheim já foram objeto de muitos artigos e comparações para compreender como o fato social de Durkheim é influência teórica do conceito de princípios dos resultantes criativos de Wundt; assim caminha tantas outras obras que demonstram o caminhar conjunto das ciências psíquicas e as interpretações teóricas das ciências humanas e sociológicas sobre o comportamento humano e coletivo.

É, portanto, na fonte de Wundt que Durkheim vai beber para montar o seu arsenal argumentativo contra as teses da psicologia social de Tarde, naquelas “batalhas importantes pela ordenação das hierarquias disciplinares e, principalmente, pela definição da disciplina hegemônica” (CONSOLIM, 2007, p.02).

Agora convém entender se realmente caímos em um Eclípse da Razão Psicanalítica ou não; pesquisando tal assunto vamos avançando para a Sociologia Contemporânea com a Escola de Frankfurt e como eles entenderam a obra de Freud e como conseguiram empreender os pensamentos de Marx.

A psicanálise permite não apenas esclarecer os aspectos que teriam sido ignorados pela teoria marxista e elaborar uma teoria da subjetividade que “não pressupõe muitas forças racionais do sujeito”, dando “lugar às forças de ligação inconscientes”, aos motivos da conduta humana subtraídos à consciência do autor, aos desejos de fusão, às fantasias de submissão. (HONNETH, 2013, p.233)

Percebemos que a análise da subjetividade, do sujeito e da sociedade foi embrenhada pela Filosofia Socrática, mas também empreendida pelas novas conjunturas políticas do Iluminismo; ou seja, toda a história humana colabora em seus pesquisadores, conceitos e experiências sobre o comportamento humano; em específico a Psicanálise em entender e colocar na mesa das discussões teóricas o INCONSCIENTE; e assim é que tudo se inicia novamente em um looping de compreensões do ser e do existir.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    CONSOLIM, Márcia Cristina. Crítica da razão acadêmica: campo das ciências sociais “livres” e psicologia social francesa no fim do século XIX. Faculdade Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. São Paulo: USP, 2007. FAZZI, Rita de Cássia e LIMA, Jair Araújo de. A PSICOLOGIA SOCIAL SOCIOLÓGICA: PERCURSOS, RUMOS E CONTEMPORANEIDADE DE UMA TRADIÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA Revista Internacional Interdisciplinar INTERthesis, Florianópolis, v.13, n.3, p.101-120 Set.-Dez. 2016

    HONNETH, A. “Le travail de la négativité. Une révision psychanalytique de la théorie de la reconnaissance”, in Un monde de déchirement. Trad. P. Rusch e O. Voirol, Paris, La Découverte, 2013, pp. 231-238, citação p. 233.

    Este artigo sobre sociologia e psicanálise foi escrito por Carlos Fernandes de Oliveira ([email protected]), Cientista Social, formado pela PUC-SP, professor coordenador da área de Humanas da rede pública do governo do Estado de São Paulo.

     

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