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Sobre o Narcisista: entre soberba e fragilidade

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Entenda sobre o narcisista no século XXI. Segundo o autor Marco Bonatti é necessário nos fazermos duas perguntas: A culpa do Narcisista é amar-se em excesso ou a idealização de si é um mecanismo de defesa do ego fragilizado? Qual o limite patológico entre a necessidade de reconhecimento, a aceitação por parte dos outros e uma saudável consideração de si mesmo?

Em este artigo, Marco Bonatti analisa as causas do transtorno patológico e as características da personalidade do Narcisista que perpassa o enigma da desventura amorosa da mitologia grega e que é desvendado pela luz da psicologia e da psicanálise freudiana.

A profecia de Tirésias

No livro Narciso e Boccadoro de Herman Hesse (1877-1962) o oráculo Tirésias faz a seguinte profecia: “Narciso viverá até o dia em que conhecerá a si mesmo”.

Narciso, que cresceu na sombra do narcisismo dos próprios pais, vivendo afastado dos outros, tinha uma beleza comparável a um Deus, deixando todas as pessoas que cruzavam seu caminho, assombradas e boquiabertas. No entanto, Narciso, consciente da sua sorte, desdenhava qualquer pretendente.

Uma delas, uma ninfa, foi rejeitada e caiu no desespero do amor até morrer. Do seu corpo não sobrou nada além do som da própria voz, que deu origem ao próprio nome, ECO.

Eco sobre o nacisista

Eco também foi castigada pelo destino. Viveu sua vida em função do amor pelo outro e não tinha amor próprio, por isso só podia repetir as últimas palavras ouvidas.

A Deusa Nêmesis (que significa distribuir justiça) e que perseguia as pessoas malignas e os ingratos da sorte ouviu as lamentações da ninfa Eco e quis vingá-las.

Enquanto Narciso andava pelo bosque esbarrou em uma fonte de água cristalina e começou a admirar a própria imagem refletida e ficou tão enfeitiçado que começou a bajular-se e a enviar-se beijos, mas apenas tocava a própria imagem ela sumia da água.

O desejo desmedido de Narciso

O desejo desmedido de Narciso satisfeito através da contemplação de si o fez esquecer da fome e sede, levando-o até a morte.

Foi assim que se cumpriu o destino de Narciso que caiu vítima da sua própria beleza e soberba, morrendo na solidão do deserto que ele próprio tinha criado.

As lágrimas de Narciso choravam os males que os homens, desde sempre, causam a si mesmo, e do jorro das suas lamentações nasceu uma flor perfumada, que além de levar seu nome, carrega uma reflexão para nós e para as futuras gerações.

Conceito sobre o Narcisista

Segundo o psicanalista J. – D. Nasio “o conceito de narcisismo representa um modo particular da relação com a sexualidade […] uma nova categoria de perversão”.

Entende-se para narcisismo primário uma forma de movimento onde a pulsão sexual da libido recai sobre o próprio objeto, o corpo.

Por exemplo, os filhos da mulher narcisista podem ser um meio para satisfazer a sua necessidade edipiana de continuar a ser amada e adorada. Mas também são uma forma narcisista de realizar através de sua “majestade o bebê” os sonhos e desejos dos pais, garantindo a celebração do Ego.

O autoerotismo

Isto é, o Narcisismo do bebê recém nascido (autoerotismo) se encontra com o narcisismo restaurado dos país.

Diferentemente, no narcisismo secundário, o ego se confronta com o ideal do ego e o retorno do investimento libidinal obedece as ideais e as representações que o sujeito encontra lá fora.

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    A criança ferida pelo complexo de castração busca a satisfação do seu desejo em se fazer amar e agradar pelos outros.

    O narcisista para Freud

    Para Freud, um exemplo de ferida narcisista é o amor entre homossexuais (masculino ou feminino) onde o retorno do amor a si é vivenciado através do amor a um semelhante: “Escolha objetal Narcísica”. Neste caso, a substituição do objeto é o reflexo do amor perdido da própria mãe, do sentimento de abandono e desamparo, efeito da angústia da castração.

    Interessante notar que a neurose histérica (relacionada à fixação da fase fálica e ao transtorno do complexo de Édipo) é caracterizada por uma energia libidinal vivenciada e expressa pelo sujeito em forma passiva e narcisista, determinando o superpoder do Ego sobre a formação de personalidade.

    Isso não significa que a instância psíquica do EGO tenha que ser traduzida como EU-EGOÍSTA.

    Ego sobre o Narcisista

    O Ego (eu sou, autoconsciência de si) é indispensável para que o sujeito se relacione com o mundo, para manter relações saudáveis com o trabalho, a família, o meio em que vive e que talvez permita responder a uma pergunta existencial: quem sou eu? Para onde eu vou? Qual o sentido da vida?

    Viktor Frankl (1905-1997) dizia: Quem conhece um porque suporta qualquer como.

    Pelo contrário, quando o Ego torna-se patológico, ou seja, Narcisista (EU-EGOISTA), a própria energia libidinal do ID (inconsciente), em vez de direcionar-se para um objeto e objetivo externo, é re-direcionada para si mesmo fazendo com que o sujeito que deseja coincida com o sujeito desejado.

    Sobre o Ego patológio

    Portanto, não há uma descarga da energia libidinal fora do sujeito que torna-se uma bomba explosiva entre a megalomania (exaltação Egóica) e autodestruição maníaca depressiva (baixa autoestima Ego).

    Significativa é a colocação de Zimerman sobre uma pessoa com EGO patológico. O histérico/a narcisista apresenta:

    Uma preferência histérica em ser amada, ao invés de amar; logo um exagerado culto ao corpo. A escolha do homem seria conforme o ideal de homem que ele gostaria de ser. A constante existência de uma “inveja do pênis”; de onde se origina um ” complexo de masculinidade”. Que a mulher procuraria satisfazer por meio de alguns filhos; além de outros aspectos afins” (Zimerman, 1999, p. 208).

    O complexo de superioridade, eu ideal e autoconceito Sobre o Narcisista

    A psicologia individual de Alfred Adler (1870-1937) focaliza a investigação sobre a responsabilidade do homem pelo uso de suas capacidades e pelo poder de autodeterminação. O que determina a personalidade é a interpretação das experiências e os sentimentos de inferioridade vivenciados pela criança que determinam no futuro seu esforço pelo sucesso (maturidade saudável) ou a busca pela superioridade (patologia).

    Importante ressaltar como a percepção subjetiva da realidade, podem produzir pontos de fixações e orientar o sujeito tanto em direção à superação de si, como em direção ao complexo de inferioridade. Isto é, cada ser humano, desde a infância, carrega o desejo de superar seus limites e o sentimento de esforço pelo sucesso e/ou pela superioridade.

    Vale ressaltar que o psicólogo humanista Carl Rogers (1902-1987) acentua sua análise fenomenológica sobre a natureza positiva do ser humano em busca da auto realização. (e.g. conceito de individuação e realização do Self em C. Jung).

    A percepção consciente e inconsciente

    Dentro do campo fenomenológico qualquer pensamento positivo ou negativo acerca de si mesmo incorpora algo de fora do sujeito e algo de dentro, é sempre a consciência de algo que aparece para o sujeito, o resultado de uma percepção consciente e inconsciente de si e dos outros (como eu me vejo, como eu vejo os outros e como eu vejo o Mundo).

    Para Carl Rogers a reflexão sobre si mesmo (Self) parte exatamente desse autoconceito que o Ser constrói a partir da sua consciência (eu percebido), das experiências vivenciadas e do seu Self ideal (como eu gostaria ser).

    De acordo com Rogers, o ser humano precisa preservar a integridade do Self, mas é inclinado por sua natureza social (e por conflictos intrapsíquicos e interpsíquicos, Freud) a desenvolver sua subjetividade condicionado ao Eu ideal e vinculado ao autoconceito de si (limitações e condicionamentos externos).

    Os extremos da Psique do homem

    O saldo negativo entre o Eu percebido (conflito entre eu ideal, auto conceito) e a auto estima (Eu real, consideração positiva de si, independente dos outros) estaria na origem da angústia, da fragilidade e da negação da própria personalidade, na busca permanente de consenso para conseguir a aceitação e reconhecimento dos outros (psicose narcisista).

    Em outras palavras, a psique do homem é tensionada entre dois extremos, de um lado o Auto conceito (eu percebido que depende do ser com os outros, da relação com os pais, amigos e professores, etc.) e do outro lado do Eu ideal que implica o desejo incomensurável de superação e a necessidade neurótica obsessiva e narcisista de aperfeiçoamento (Objetivo ideal a ser realizado). Vice-versa na Autoestima, como veremos em seguida, o Eu real não depende dos outros.

    Portanto, a personalidade (Eu real) estaria aprisionada entre o autoconceito e o Eu ideal conferindo a psiquê suas formas de funcionar, de se relacionar, interagir, mas também de defender-se diante situações difíceis e angustiantes (mecanismo de defesa do ego).

    O que é a Neurose Narcisista?

    Em “Sobre o Narcisismo: uma introdução” de 1914, Sigmund Freud define o Narcisismo (eg. neurose narcísica) uma parafrenia (doença mental que compromete afetividade e pensamento), que remete ao quadro geral da psicose.

    É dizer, o distúrbio da personalidade que surge do conflito entre o ego e a realidade. Um ego frágil é refém do inconsciente que para fugir de sentimentos e traumas angustiantes, distancia-se e logo cria uma nova forma de viver a realidade.

    De acordo, com o Psicanalista Antônio Puleggio, o narcisismo é a incapacidade de refletir o Mundo. É um traço caracterizantes da psicose esquizóide (delírio de grandeza e dissociação), que acontece quando a libido é investida no próprio sujeito (retorno) e desinvestida no objeto externo.

    O amor de Narciso

    Portanto, o amor de Narciso é um amor perverso que é vítima de um processo de idealização da própria imagem (ideal do ego), de natureza esquizóide (divisão), onde a dissociação afetiva da realidade e a misantropia (ódio para anthropos: homem) reflete uma consciência dividida e conflitante entre o ego (consciente) e o id (inconsciente).

    A libido volta para o próprio ego sem encontrar satisfação e descarga emocional fora de si, cumprindo com a profecia de Narciso, que também se apaixona, mas que jamais possuirá quem ama.

    É interessante notar como o Narcisismo representa uma couraça, um “MECANISMO PRIMITIVO” de defesa da psicose.

    Sobre o Narcisista e sua relação com a infância

    Com a IDEALIZAÇÃO, o sujeito diante da sensação de desamparo, solidão ou conteúdos angustiantes vividos na infância e inconscientemente interiorizados, procura uma forma de idealização das instâncias ideais de si (ideal do ego) e/ou da idealização do outro.

    No entanto, quando o mecanismo de defesa falha e cai a ficha da ilusão criada e vivida, a identidade do narcisista encontra uma realidade inconsolável e inconciliável que leva à própria autodestruição (tentativa de suicídio). Por outro lado, em “Luto e Melancolia” de 1917 Sigmund Freud observa que a psicose maníaca depressiva está na origem do narcisismo.

    O Narcisismo corresponde a uma forma autopoiética (auto: próprio; poiesis: criação) de criação da realidade externa, onde na fase melancólica a “Sombra do objeto cai sobre o ego”. (S. Freud). Na fase maníaca depressiva o sujeito é vítima de um transtorno bipolar entre duas situações opostas:

    A primeira, quando o ego é refém do ideal do ego (baixa auto-estima, frustração depressiva); A segunda, quando o ideal do ego subjuga-se ao ego (megalomania, frustração Narcisista).

    Narcisista stricto sensu VS Anti Narcisismo

    Vivemos em uma sociedade midiática, dominada pelas redes sociais e pelo culto do Selfie e da criação de uma imagem fantasiosa sobre qualquer outra forma de comunicação, conteúdo e relacionamento estável, que privilegia o aparecer ao ser, o extemporâneo ao místico, os prazeres aos valores; o efêmero ao eterno.

    A psiquê do narcisista stricto sensu obedece e se adapta a este ambiente social. Suas características são aqueles de um sujeito em busca de consenso; que vive em função do amor próprio; cujas relações são funcionais a própria celebração e reconhecimento; que é incapaz de troca afetiva e empatia; que é fechado em si mesmo e no mito familiar (narcisismo dos pais); que nega o Mundo; que cria sua própria imagem fantasiosa (auto-poiesis); que tem vocação ao sadismo inconsciente (ferindo o próximo com juízos e atitudes).

    Geralmente, é um sujeito muito racional e soberbo, com inclinação à megalomania e ao esibizionismo, que construiu sua couraça e armadura através da vontade de poder interpretar e viver a vida, perseguido do complexo de superioridade.

    O status de “super homem”

    Porém, o narcisista não é um “super homem” (eg. Nietzsche), mas um sujeito que vive de lugares comuns, trivialidades, clichés e estereótipos. Em outras palavras, é uma personalidade histriônica egóica, resultado da falência da autoestima.

    O narcisista é um sujeito extremamente frágil na medida que seu autoconceito depende dos outros, o que pode levar à destruição, mas que pode também ser um mecanismo de defesa do ego frente às derrotas, frustrações da vida, incentivando a superação e, em alguns casos, a auto-estima.

    Em definitiva o Narcisismo stricto sensu encontra-se em sujeitos com um ego fragilizado e representa um mecanismo de defesa do ego, uma específica defesa e proteção diante das derrotas e conflitos inter e intra psíquicos.

    O anti narcisismo

    Diversamente, o anti narcisismo é o que caracteriza o narcisismo negativo (adverso, desfavorável), típico de quem odeia a própria imagem (tem dificuldade para se ver no espelho), que também resiste (opõe se) à própria realização do Self porque é vítima do complexo de inferioridade.

    De acordo com o Prof. Vittorio Lingiardi, o anti narcisismo manifesta-se em sujeitos com baixa auto-estima de suas potencialidades, que se julga e cobra o tempo todo (caráter rígido e masoquista em WILHELM REICH), que tem medo de ver a própria imagem refletida no espelho porque seu ideal do ego (de não confundir com o superego que representa o castigo e a punição, ou seja, o que não se deve fazer; o modelo ideal é o padrão de como o sujeito deveria ser) é extremamente forte sobre o ego.

    O anti-narcisista é muito vulnerável aos juízos e críticas dos outros, busca aprovação e aceitação e é implacável consigo mesmo. É um excelente sabotador (eg. masoquismo) da própria felicidade e gozo existencial.

    A função do Narcisista

    Pode existir uma síntese entre a Ninfa ECO que só existe em função do amor que têm pelo outro e a moderna pessoa narcisista que só têm sentido em função do amor próprio refletido na tela do celular? A resposta é SIM. Entenda como!

    Dentro do processo dialético fenomenológico de Hegel (1770-1831) tudo aquilo que existe (natureza, realidade e homem) é feito de três momentos que representam a evolução da consciência.

    Ora, tudo aquilo que Hegel elaborou para entender a história da humanidade pode ser pensado, adaptado e interpretado também para a história de vida do homem e a formação da sua personalidade.

    Narcisismo como uma evolução da consciência

    Portanto, podemos pensar ao Narcisismo como uma evolução da consciência e da vida inter e intra psíquica, composto de três momentos: TESE: Narcisismo stricto sensu ANTITESI: anti narcisismo (negativo) SÍNTESE: narcisismo saudável (positivo)

    A tese representa o momento intelectual abstrato da consciência ingênua, onde a verdade é representada de forma simples, imediata e sensível. Todas as crianças ao nascer são sujeitos ao narcisismo primário dos pais e adquirem o autoconceito (e.g. Carl Rogers) sobre si e sobre o mundo. Sua visão depende mais da interpretação das experiências vividas que das experiências mesmas.

    Em um segundo momento (antitesi), ao crescer, conforme a evolução psico-sexual (fase anal, fálica e genital) a criança adquire conhecimento e a consciência passa a negar que a verdade seja tão simples, começando a avaliar o fenômeno na sua complexidade.

    A autoconsciência

    A consciência transforma-se em autoconsciência. Aqui, dependendo do processo de evolução psico-sexual e dos truamas e situações conflitantes vivenciadas (e.g medo de castração) podem acontecer pontos de fixação e o sujeito passa a desenvolver o narcisismo secundário, que na sua fase bipolar vira antinarcisisismo.

    A SÍNTESE representa o momento mais importante de transformação e superação, que é o narcisismo saudável ou autoestima. É o momento em que se nega a negação e que, na medida em que os opostos se juntam, superam-se.

    De acordo com a análise do professor e Psicanalista Raffaele Morelli, a partir do momento em que as pessoas confiam a própria aprovação ao juízo dos outros, saem derrotados. É necessário abater o mito da perfeição absoluta e o ideal do ego e acolher as nossas imperfeições que representam a verdadeira unicidade.

    O homem moderno

    O perigo do homem moderno é de ocupar-se de coisas inúteis, de buscar a aprovação dos outros, é de tornar-se um animal doméstico, sem espinhas, perder sua natureza felina e profunda (Self), sua identidade, seu sentido e propósito autêntico de vida (V. Frankl docet).

    “I CARE” Eu me importo

    Segundo Morelli a cura não é encontrar alguém que te ame ou que te aprove (eg. como no caso da Ninfa Eco), ou se bajular o tempo todo no espelho do celular (Narciso), mas recuperar o amor próprio, gozar daquilo que existe dentro de cada um com suas particularidades e defeitos, fugindo dos falsos mitos, juízos, lugares comuns e falsas expectativas.

    Segundo Morelli, precisamos cultivar a nossa mente, mudar perspetivas para esculpir o destino partindo do presente, despertar uma energia antiga que os gregos chamavam de Afrodite (Deusa da beleza, amor, desejo e sexualidade), perceber o lugar onde estamos e o tempo presente em que vivemos.

    Portanto, “Não devemos nos perguntar para onde vamos, mas perceber de onde somos”. Porque perceber de onde somos te levará a qualquer lugar.

    O Narcisismo saudável

    Em definitiva, o Narcisismo saudável é uma síntese entre a autoestima e o reconhecimento dos próprios limites, é o equilíbrio entre a necessidade de reconhecimento e aprovação dos outros e o amor próprio.

    É dizer, um “ego sem presunção”, ou seja, saudável apreciação que nutrimos de nós mesmos. Em outras palavras, auto-estima sóbria.

    Todavia, a dor, o transtorno patológico, o desconforto, a angústia, a frustração maníaco depressiva são sintomas de uma doença profunda que nasce na alma e que têm um ponto de fixação no desenvolvimento da personalidade.

    Em definitiva, o caminho da evolução da consciência e da personalidade, que conduz o sujeito a fazer uma síntese, ou seja, a transformar o narcisismo em Auto-estima, nem sempre é automático.

    Conclusão

    Como vimos, nos casos patológicos é necessário que o paciente seja analisado e tratado e que o processo de atendimento psicanalítico seja conduzido por um excelente profissional, que também tenha ultrapassado o estado narcisistica, através da dialética psíquica.

    Querendo ou não, conscientemente ou inconscientemente, o narcisismo afeta todos os homens. Isto é, se o analista enfrenta um analisando cuja demanda de cura vai além daquela que o próprio analista enfrentou (estudou e superou) em si mesmo (autoanálise) ele não será capacitado para atender aquela demanda.

    Mais uma vez, vale a máxima: “uma análise só vai até o ponto onde foi a análise do analista”.

    O presente artigo foi escrito pelo autor Marco Bonatti, residente em Fortaleza/CE (e-mail: [email protected] / facebook: [email protected]), possui doutorado PhD em Psicologia Social – UK – Buenos Aires, Argentina; Graduação em Filosofia FCF/UECE – Fortaleza, Brasil; Pós graduação em relações internacionais, Valencia, Espanha; Graduação em língua francesa na Sorbonne, Paris, França; Atualmente é Psicanalista em formação e colunista no IBPC/SP (Instituto Brasileiro Psicanálise Clínica).

    17 thoughts on “Sobre o Narcisista: entre soberba e fragilidade

    1. Brunno Nunes disse:

      Eu superei um estado nacisístico que considero absurdamente alto, houve uso se alcool, tabaco, maconha e cocaína e agora um ano de interrupção.
      O texto é extenso e algumas partes é preciso maior profundidade mas entendi bem o contexto geral e sei que vivi essa experiência até chegar à síntese narcisista.
      Talvez eu queira ser terapeuta de dependentes em drogas.
      Vou deixar e mail e espero respota. Obrigado pelo texto!

      1. Marco Bonatti disse:

        Desculpa Bruno pela demora na resposta, mas quando aparecem os comentários não recebemos o sinal de publicação. Acho que o mais importante, não é fazer isto ou aquilo, mas descobrir a própria missão e sentido de vida, único e individual. Este destino só pertence a vc. Importante è que vc se transforme naquilo que realmente é e não em um projeto “jogado” determinados pelos outros. A sorte sempre premia os audaciosos. Vai em frente, mas olhe também atrais, para saber qual è a sua semente ou núcleo (Self).

    2. Harley Quinn disse:

      Tô rindo muito. Comentário do Brunno é um depoimento típico de narcisista mesmo. “ eu eu eu eu eu”…. Como se alguém se importasse com o que ele quer fazer da própria vida.kkkk
      como eu amo as sincronias

      1. Marco Bonatti disse:

        Eu não acho que seja isso Harley. Talvez, o comentário de Bruno é um simples pedido de ajuda. Carl Jung dizia: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

    3. Marco Bonatti disse:

      Bom dia, se você ficou interessado (a) no meu artigo e gostaria me acompanhar no meu canal gratuito de Autoterapia no Telegram, baixe o aplicativo e digite: https://t.me/DrMarcoBonatti

    4. Obrigada Marcos, sua escrita é acessível, fazendo a gente como, que não tem um nível acadêmico elevado, entender e poder refletir sobre o tema. Obrigada mesmo!

      1. Denise Guichard Sztutman disse:

        Excelente artigo! Parabéns!

      2. Marco Bonatti disse:

        Obrigado a você pelo seu feedback

      3. Marco Bonatti disse:

        Louis, a humildade é o alicerce da sabedoria. Parabéns a vc!

    5. Angela Christina disse:

      Um dos melhores artigos que já li sobre Narcisismo, claro e de fácil compreensão. Obrigada!!

      1. Marco Bonatti disse:

        Obrigado, pode divulgar este trabalho. Talvez, em algum canto do planeta, alguém busque algum esclarecimento. Fique a vontade. M.b.

      2. Marco Bonatti disse:

        Obrigado Ângela. Fico feliz em compartilhar meu pequeno conhecimento a respeito. Não deixe de ler os outros meus artigos publicados no IBPC. E se quiser, divulgue. Obg. M.

    6. Mizael Carvalho disse:

      Parabéns pelo artigo! Os narcisistas, são a turma dos holofotes , os que sempre querem ficar em evidência! Kkkkk

      1. Marco Bonatti disse:

        Mizael, obrigado pelo feedback, lembrando que “Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão”… Carl Jung.

    7. Marco Bonatti disse:
    8. Angela Sofia disse:

      Nossa! Sinto falta de aulas no presenciais. Muitas perguntas e vontade de ouvir suas respostas infinitamente ‼️

    9. Claudio Marozzi disse:

      Bom trabalho. O artigo adquire quase a dimensão de um ensaio, abordando exaustivamente, através de um denso jogo de citações e referências bibliográficas relevantes, este tema verdadeiramente central do nosso quotidiano permeado de gostos e seguidores e a consequente necessidade distorcida de aparecer. Se é verdade que o narcisismo é tão antigo quanto o mundo, é igualmente verdade que a multimédia de hoje elevou-o ao enésimo grau. A síntese final baseada na dialética hegeliana é muito interessante.
      prof. Claudio Marozzi

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